TELEMARKETING EM PORTUGAL
Tipo: post republicado, revisto e recuperado devido ao conteúdo do mesmo.
Assunto: tele marketing, ou pelo menos, o que passa por ser tele marketing, mas nada mais é do que extorsão e chantagem psicológica , tentando aterrorizar as pessoas a serem clientes de alguma coisa – queiram ou não queiram.
Descrição: de alguns dos comportamentos dos “operadores” de tele marketing.
Palavras: 1699, nenhuma imagem.
No blog do Bruno Amaral está este post do qual plagío violando direitos de autor e sujeitando-me a que a ASAE e a PJ vão falar com o senhor Matt Mullenwegg, que penso que é o dono do wordpress; plagío, escrevia, umas pequenas partes. É uma muito boa entrada acerca desse fascinante mundo do tele marketing. Embora exista um óbvio problema no conteúdo do post, porque o que ele descreve e bem é tudo menos tele marketing, daí o próprio Bruno Amaral dar ao titulo do post “Telemarketing, viagem à zona cinzenta”. O Bruno Amaral é um tipo simpático e polido. Digo eu que não o conheço. Em baixo transcrevo uma parte dos «depoimentos»:
“””Mas como nunca tive experiência em call centers fui perguntar a alguns amigos e as histórias que me contaram…
- Queres que te conte da mulher que me atendeu o telefone com o filho a chorar ao colo enquanto estava a fazer o almoço ?
- Uma vez liguei e atendeu um miúdo, “O teu pai está? tens net? Não?! Então a que horas ele chega?” Disse ao miúdo para dizer ao pai que os colegas tinham internet. Liguei ao homem uma hora depois dele chegar e a venda estava praticamente feita.
- Um pai argumentou comigo que não queria net porque o miúdo já tinha notas fracas por causa de jogar muito na consola. Convenci-o de que a internet era uma ferramenta de estudo, melhor do que um livro! “””
É por estas «técnicas» que estou convencido que o que é acima descrito não é telemarketing, de maneira alguma. A seguir existe também outra parte do texto curta que é logo a exemplificação do que é considerado tele marketing, mas vista do ponto de análise de um call center de apoio ao cliente e do que é a prática exemplificada do lado de lá numa má empresa seja ela qual for. Uma forma comunista de gestão, praticada numa empresa, presume-se capitalista e numa economia, presume-se, de mercado, mas feita estilo «plano quinquenal» com objectivos definidos e sem se afastar deles – o mesmo que o comunismo, que não obtinha resultados económicos satisfatórios – o mesmo aqui – que não obtém resultados económicos de satisfação do cliente – satisfatórios.
Como é óbvio quem é prejudicado nisto tudo, é o cliente ao depender “destas” formas socializantes de gerir os contactos com uma empresa e o serviço da mesma de apoio ao cliente. Os neoliberais cá da praça e os tipos da economia ou gestão nestas alturas esquecem-se sempre do cliente e de que o objectivo de uma qualquer empresa será em principio «servir o cliente», mas curiosamente, quando se falam de serviços do Estado aí já o ponto de argumentação é o de que o «cliente» nunca é tido em conta nem bem tratado, e que nas empresas privadas é que é bom. Por experiência própria sei que não é bom, salvo raras excepções. Aqui no depoimento mais ainda se percebe isso.
- “””Recentemente, explicaram-me porque é que é mau um call center ter Gestão Por Objectivos.
- Num call center de apoio ao cliente, se nos dizem que temos de fazer 15 chamadas por dia nos fazemos! Mesmo que isso signifique que os clientes não resolvem a questão pela qual ligaram…
- É fácil deixar este tipo de questões minar o propósito de um call center. Se for bem usado, o call center pode dar uma vantagem enorme à imagem da empresa e às politicas de relações públicas.”””
Quanto ao Bruno Amaral tem um bom comportamento porque depois tenta explicar isto pedagogicamente focando exactamente o ponto que interessa focar.
Um bom departamento de Tele marketing bem pensado e bem desenhado dá a qualquer empresa uma tremenda vantagem competitiva, não só em termos de relações públicas (até acho que essa nem sequer é a maior vantagem…), mas, também, na parte da credibilidade e confiança que o cliente ganha e percebe existir ao adquirir produtos/serviços dessa empresa .
Para o cliente isso dá uma segurança a planificar certos aspectos da sua vida empresarial e/ou pessoal; inestimável, porque sabe que pode arriscar com qualquer produto/serviço que adquira, sem, depois, lhe faltar ou lhe falhar o serviço de apoio ao cliente da empresa com a qual está a lidar, nas alturas em que mais precisa dele.
Dou um exemplo pessoal de um mau serviço de telemarketing:o da Sonae, uma empresa generalizadamente elogiada, sem que se perceba bem porquê, especialmente na área das telecomunicações onde são um fracasso total.
Na altura em que tinha escrito este texto – Agosto de 2007 – 4 meses antes tinha mudado de ISP. Alertados por isso na altura e na sequência das OPAS, e restante barulheira mediática, fui, à época, 3 vezes contactado pelos serviços de Telemarketing da Sonae. Um dos contactos eu recusei e mandei re-telefonar.
Assim aumentei a ansiedade de quem me queria contactar.
- Um vez que estas empresas partem do principio que isto não é um contacto telefónico para promover/dar a conhecer/explicar o que é um produto ou serviço, e quase chantageiam as pessoas, eu, e aconselho toda agente a ter esta atitude mental; eu, escrevia, parto do princípio que eu estou também a negociar com estas empresas e como tal uso as mesmas tácticas de negociação.
Assim esta mesma negociação está logo à partida colocada em plano de igualdade. Ou pelo menos é mais nivelada.Depois fui efectivamente re-contactado. O segundo re-contacto da parte do telemarketing da Sonae foi do mais desastroso que existe .O tele contactador fez todos os erros que se podem fazer num contacto.
- Interrompeu-me a meio, do que eu estava a dizer, e por várias vezes;
- falava em voz demasiado alta; uma gritaria ao telefone que perturba a comunicação;
- mencionou nomes de adversários comerciais ( erro1) e pior, criticou-os (erro supremo 2);
- apresentou o produto Sonae como o melhor não só de Portugal, mas do universo conhecido e desconhecido – nenhuma modéstia e a partir do princípio que o cliente é um completo ignorante que nada sabe da área em questão. Saiba ou não saiba do assunto isto não se faz;
- questionado sobre defeitos anteriores do produto, percebi qual era a resposta argumentativa Sonae para os mesmos –
O argumento treinado.Uma »conceito»«pseudo ideia» de humildade. Admitir que antes não tinham capacidade para vender um produto, por causa de um concorrente – a PT- a jogar na irritação que as pessoas tem à PT (o argumento de venda é negativo, não positivo – não realça as qualidades positivas da Sonae…antes realça as qualidades negativas de um concorrente, a PT) mas agora já tem capacidade porque investiram dinheiro; - tendo sido eu antes cliente Sonae percebi que me tinham enganado antes. Logo, porque não poderei eu pensar que me enganarão agora?
- constantes sound bytes do estilo “nos também temos e é a melhor do mercado”, mas não se explicando porque é – concretamente – a melhor do mercado. É apenas porque sim.
- ou seja:cheguei a um ponto que o tele contactador já me estava a irritar que é aquilo que – o fim ultimo do telemarketing – que nunca se deve fazer de forma alguma. Irritar o potencial cliente.
- Como já os conheço porque já fui cliente e já tinha experiência de contactos com eles e mencionei logo a abrir na conversa que não tinha boa impressão deles, mais ainda é de criticar que um telecontactador opte por uma estratégia (estou a ser simpático dizendo que existe ali uma estratégia de contacto, coisa em que não acredito…) em que obviamente me iria irritar, como cliente.
- Péssimo, o contacto a dar -me razões como cliente, caso as já não tivesse, para não voltar a ser cliente deles.
O mais hilariante é que uns 15 dias depois, volto a receber um novo contacto do telemarketing da Sonae, mas desta vez de uma outra secção/departamento, o que seja; em que me vinham falar do mesmo que já me tinham falado antes no prévio contacto que descrevo acima, mas « desconhecendo completamente » que outro departamento da sonae já me tinha contactado antes.
Estão tão fora de jogo que tem dois sítios diferentes dentro da mesma empresa a contactar o mesmo cliente oferecendo o mesmo serviço
E tudo isto leva à gestão por objectivos que parece ser sempre uma coisa boa em certos casos mas só dá asneira. Fazem-se objectivos de contactos como se depreende no exemplo descrito por mim e descrito no post do Bruno Amaral, a ter por dia quantificados em números; faz-se pressão para se obter resultados especificados, isto num mercado que não funciona assim, e o resultado é um mau operador de telemarketing, nervoso, pressionado,agressivo, mal treinado e que é contraproducente no seu contacto, contribuindo ainda mais para irritar o cliente que já tinha avisado no principio da conversa que não tinha boa impressão da empresa em questão.
O exemplo que o Bruno Amaral dá de uma empresa de Call center que responde a problemas de clientes e só tem ordem para responder a 15 questões por dia, por exemplo, então … é péssimo. Significa que se está a usar deliberadamente, tácticas dilátorias e a aumentar o desespero do cliente que, não vê o seu problema rapidamente resolvido. De repente passa (pode passar) do desespero à situação de perceber que está a ser posto propositadamente à espera e a ser gozado logo irritando-se com isso. Torna-se a partir daí um “propagandista negativo” da imagem da empresa…( Exemplos em baixo disso mesmo…)
Notas pessoais: Exemplo também interessante é o da Epson – impressoras. Liguei para o Call center deles para perguntar uma coisa especifica acerca de uma impressora. Atendeu-me um brasileiro em Portugal.
De qualquer maneira são melhores que a HP – impressoras. Perguntam se queremos que o contacto seja feito em inglês ou espanhol. Dizemos que queremos falar em Português. Depois descobrimos que o Call center deles está situado na Holanda e somos atendidos em espanhol, embora previamente tenhamos seleccionado português como língua de contacto.
Como é óbvio nunca mais comprei uma impressora HP.
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