A POUPANÇA E O TOTALITARISMO.
Existe uma “definição oficial comum” sobre a poupança.
Contudo, essa definição pressupõe sempre que a poupança nunca tem um valor por si só, que o acto de poupar será “natural”.
Não.
A poupança viaja sempre acompanhada.
O acompanhante é uma camada de moral. Um “subtexto moralizador”.
Esse subtexto moralizador tem 3 funções:
FUNÇÃO 1. Pedir desculpa pelas desigualdades existentes na sociedade; não as questionando.
FUNÇÃO 2. Defender argumentativamente que os mais pobres e necessitados de uma sociedade são pródigos e incapazes de poupar, porque vivem apenas para o presente e, precisamente por isso, são crianças-adultos imaturas, incapazes de controlar os seus impulsos.
FUNÇÃO 3. O que leva à função 3: os “ricos” são virtuosos opositores ao estilo de vida descrito na função 2 e é por isso que são ricos.
No discurso político “normal”, isto é, percebido como “comum”, isto traduz-se por, observarmos políticos e “fazedores de opinião” afirmando que a sociedade é “constituída por aqueles que trabalham e contribuem para o bem estar comum, identificado com a pátria (Normalmente é o eleitorado que vota neste político/partido político que gosta deste discurso… ); e os que vivem subsidiados ( geralmente os mais pobres, embora em Portugal a coisa esteja de tal forma distorcida que até ricos são subsidiados…)
Esta é a visão do mundo a preto e branco.
Convenientemente formatada ao gosto de quem tem “Poder”.
A classe média, obviamente, será uma” personagem”, que terá, quer os vícios, quer as virtudes dos dois protótipos simplistas anteriormente descritos.
Derivado destas definições simplórias retiram-se as soluções do “político” que produz este tipo de discurso e que são três.
1. Os “ricos” devem ser taxados em impostos de forma “leve”.
2. Os pobres devem ser “sempre taxados”.
3. O que origina a “razão racional” que está por detrás da criação de impostos sobre vendas, como o IVA, que é um imposto que poupa “o que poupa”e castiga o consumidor.
Quando o PS aumentou o IVA atacou quem era mais pobre ou de classe média e beneficiou quem tinha mais dinheiro – “quem o poupou”.
Quem o “poupou” são os Bancos/accionistas – todo um sector financeiro.
Que para salvar o pobre/classe média, irá, depois, oferecer crédito a quem já é pobre (argumento de venda: recuperar o seu estilo de vida; deixar de ser pobre).
O pobre/classe média mais se prejudica quando aceita.
Em termos reais tem menos dinheiro, mas é induzido a ir buscar mais dinheiro emprestado, a quem… mais o tem.
Os mesmos detentores de poder neste sistema.
Solução: “não emprestar” gratuitamente, dinheiro a ricos, ao estar-se a pedir empréstimos para consumo, (crédito) que, por via do pagamento de juros sempre artificialmente criados, apenas significam que se está a alimentar ainda mais esses, já ricos, jogadores do mercado.
É precisamente por isto que os Bancos ficam atrapalhados quando executando uma dívida de alguém que não pagou o credito, essa execução seja feita sobre uma casa – um imóvel, que é capital que não se pode emprestar; só vender.
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