Archive for Maio 2008
CENSURA NO AUDIOVISUAL. EUA. (1)
Continuação
“CENSURA NO AUDIOVISUAL. EUA (2)”
“CENSURA NO AUDIOVISUAL. EUA (3)”
Artigo de bolinha vermelha.
Em 1968, um senhor chamado Jack Valenti, o chefe da MPAA – Motion Picture Association of América – o conjunto de associados da industria cinematográfica norte americana decidiu criar uma classificação não compulsória de filmes.
Assim começa o filme / documentário “This Film Is Not Yet Rated” do realizador Kirby Dick. Começa também com uns quadros mostrando que as várias associações de críticos cinematográficos existentes aprovaram o filme de Kirby Dick, mas a MPPA não aprovou, nunca aprovará e o quadro termina perguntando “Why not? / Porque não?
A ideia deste documentário é mostrar o totalitarismo / arbitrariedade selectiva inerente à classificação de filmes nos EUA.
Em que é que isto nos afecta?
Afecta-nos em muito dado que 90% de tudo o que é passado em televisões / cinemas / vídeo é feito nos EUA.
O documentário começa como o descrevi, passa depois a uma imagem de 1978 de um noticiário onde se dá conta do trabalho de sistema de classificação, e um noticiário de 1999, onde os diálogos são ao mesmo tempo hilariantes. O noticiário de 1999, diz qualquer coisa como ” Há 30 anos que a MPAA ajuda os pais a decidir quais os filmes que os filhos deverão assistir”.
Os país são pois elevados à categoria de totais mentecaptos aos quais a MPAA , generosamente e de forma altruísta, ajuda a “decidir”…
Ultimamente, nos EUA, as suas decisões tem estado sob fogo cerrado, diz ainda o noticiário. Ao longo do documentário (e, espero eu, deste post/conjunto de posts) perceber-se-á porque …
Antes do “sistema de classificação” estar em vigor a MPAA CENSURAVA directamente e activamente filmes. No país mais livre do mundo censuram-se filmes?
Estranho…Dai o documentário chamar-se “This Film is Not Yet Rated” – este filme ainda não foi classificado. As classificações são 5:
- G (TODOS)
- PG 13 (MENORES DE 13)
- PG (MAIORES DE 13 ACOMPANHADOS PELOS PAIS)
- R ( 17 ANOS )
- NC-17 (CLASSIFICAÇÃO ANTIGA “X”, OU SEJA, POR EXEMPLO FILMES PORNOGRÁFICOS)
A classificação, como mostra o documentário é feita da seguinte maneira:
um grupo de pais, reúne-se na sede da MPAA em Encino, Califórnia e …… classifica.
As decisões são extraordinariamente controversas nomeadamente no que aos filmes classificados NC-17 diz respeito e é isso que o documentário mostra. São extraordinariamente controversas, fazendo perceber a manipulação e o enviesamento das classificações e de como somos induzidos a ser manipulados – todos os que vemos filmes…
Existem questões relacionadas com classificações relativas a sexo, mas não só. É é todo esse “mecanismo” que é mostrado por este documentário para se perceber como estranhas forças religiosas e do dinheiro atacam deliberadamente a liberdade de expressão e a liberdade artística usando esta classificação pomposa para o fazer.
Não deixa também de ser engraçado que o país auto proclamado “mais liberal do mundo” sinta a necessidade de encorajar um sistema de classificação – na pratica, uma regulamentação. Sendo nos EUA, a regulamentação olhada – quando feita noutros países como sendo uma pratica “comunista ou socialista ou Estatal”; aqui, neste assunto, um conjunto de empresas privadas utiliza essa pratica comunista ou socialista ou estatal para se imiscuir e definir os gostos de terceiros…
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Numa determinada parte do filme a realizadora Kimberley Peirce – realizadora do filme “Boy´s Don´t Cry” explica o que lhe sucedeu.
kimberley é lésbica, embora tenha uma filha…de acordo com os seus gostos e liberdade de expressão artística, realizou um filme sobre mulheres lésbicas na cidade de Nova Iorque.
Conhecia o tema e conhecia muitas raparigas que se vestiam de homens e viviam como se fossem homens em Nova Iorque. (Porquê, não sei, nem me interessa por aí além..)
Um belo dia, após ter feito o filme, o agente dela informa-a, que ela recebeu um NC-17. A pior classificação.
“Isso é porreiro”, observamo-la na sua cândida ingenuidade, porque todos os filmes porreiros (para ela) que tinha visto estavam classificados NC-17. O agente explicou que não, aplicando um balde de agua fria.
Não era bom, porque o Estúdio, não lançaria o filme; não o lançaria no canal de distribuição, nem o promoveria, caso o filme recebesse um “NC-17.
A realizadora ficou de rastos porque tinha trabalhado contra todos os obstáculos de: (A) não ter dinheiro para fazer o filme e ter de o procurar ( B ) ir contra as pessoas; as muitas opiniões, segundo as quais ela não poderia fazer um filme daqueles porque aquilo não interessava a ninguém, (C) e depois passar o teste de publico, que gostou do filme.
Todo um esforço e tempo de trabalho desperdiçado, para, depois, aparecer esta misteriosa comissão que classificava o filme como NC-17, na pratica inviabilizando o lançamento comercial do filme. Como ela explica e passo a citar com a mesma linguagem gráfica dela parece que os problemas do filme eram 3: (Bolinha vermelha AQUI O)
1- Depois do Brandon ter feito um minete à Lana ele vem para cima e limpa a boca. Como ela diz, (kimberley)/ we had a strike on that”. (Fomos riscados…nessa).
Posso também explicar que não se vê sexo explicito filmado ao pormenor. Apenas se sugere isso. (No documentário, no filme não sei…) O que é hilariante é que ela pergunta o porquê ao seu advogado (que lhe contou isto) e responde-lhe (que lhe explicaram) que “” não souberam bem porquê, mas é ofensivo””.
Fantástico argumento este para recusar algo…
O mais hilariante no filme é que existe uma cena em que a protagonista principal dá um tiro na cabeça à queima roupa do personagem Brandon e isso não é considerado ofensivo ou chocante.
2 – A segunda cena que levou com NC-17 é uma cena de violação anal.
Ao que parece queriam que ela a cortasse. Como a cena em questão fazia parte do contexto global do filme – contribuía para se perceber a história – ela recusou logo o corte e perguntou qual era a terceira razão.
3 – Parece que a terceira cena a ser cortada e que levou com um NC – 17 é o orgasmo da Lana, a protagonista. Parece que o ” orgasmo dela é demasiado longo”.
Numa nota mais pessoal e de profundo gozo por este tipo de argumentações; diria que a tabela de tempo de duração de orgasmos apresentada pela Sociedade Mundial de Definição do Tempo dos Orgasmos na sua última assembleia geral não conseguiu chegar a acordo entre os seus membros sobre a definição do tempo dos orgasmos longos a adoptar e votou – por unanimidade – não chegar a consenso.
Talvez uma norma comunitária resolva o assunto…
Ou seja, o orgasmo era (foi) considerado ofensivo.
Não por ser orgasmo, mas por ser longo. Presume-se. Mas isto foi no dia em que o filme foi classificado. No dia a seguir, suponho, a classificação já teria sido dada de outra maneira.
Kimberley foi voltar a ver a cena do orgasmo e percebeu que o problema daquela cena, não era o orgasmo da LANA, a personagem principal, mas sim o facto de a personagem estar a ter um enorme prazer, isto é, a representar ter um enorme prazer ao ter um orgasmo longo.
Como conclui a realizadora, é isso – algo nisso – que “os está a assustar, e a enervar”.
Além disso, a senhora que está a ter o orgasmo longo é “muito vocal”. A imagem cinematográfica é bem feita e descreve uma mulher – ainda por cima, a actriz em questão é loura e bonita, a ter prazer.
Continua.
NEO LIBERALISMO ECONÓMICO E A DECADÊNCIA PROGRAMADA
Em 1990 escutei um senhor chamado Arlindo Alegre Donário, Sub secretário de estado da segurança social do primeiro governo de maioria absoluta (1987-1991) do actual Presidente da República – que dá pelo nome de Cavaco Silva, não sei se alguém conhece?
É aquele senhor que fala e se comporta como se nunca tivesse sido primeiro ministro durante 10 anos (1985-1995).
O senhor Donário, quando questionado sobre o que aconteceria às empresas portuguesas da área têxtil, mas não só, submetidas as liberalizações dos mercados, que seriam totalmente abertos no ano 2000 e com as consequências dos acordos que alegremente se assinam e se assinaram pelos sucessivos governos portugueses, respondeu que a grande maioria delas – umas 90% delas – iriam fechar.
E que isso geraria imenso desemprego. ( Dito num tom despreocupado)
Isto aconteceu em 1990.
Já antes dessa data a situação do país tinha sido desenhada para dar um certo resultado.
O que está a acontecer agora e a explodir a céu aberto é apenas a visualização da dimensão de uma traição.
A situação, de acordo com os dados que eu, modesto cidadão disponho, irá piorar enormemente, porque fomos colocados, como país e como cidadãos numa posição de ultra periferia, de sitio semi totalitário e, terra de ninguém, completamente abandonada onde nada será investido.
A classe política/económica portuguesa a troco de aceitar vender o país, também porque é absolutamente incompetente para o gerir de forma séria e eficaz, viu ser-lhe concedida a manutenção de uma espécie de casulo de poder e de relativo fluir de dinheiro.
Situação confortável onde estar relativamente subtraída à concorrência internacional destinando aos portugueses o acto de fazerem o papel de escravos dóceis e bem comportados a quem apenas será permitido os privilégios habituais dos escravos.
Que são viver em casa de segunda qualidade e pagá-la a preços exorbitantes, ter alguma comida, sexo, prazeres de alienação vulgarizados como futebol, música e religião, espectáculos de cor e luz e……mais nada.
É também por isso que temos actualmente – Maio de 2008, este folclore relacionado com a selecção nacional como teremos no futuro festarolas semelhantes.
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Cito o senhor José Medeiros Ferreira, na minha opinião, um ilustre Maquiavel de sofá, membro do partido socialista e membro do actual estado de coisas, pseudo democrata que pactua com a censura de caixas de comentários em blogs, em 16 de Dezembro de 2005, no blog Bichos-Carpinteiros:
” Referi no programa televisivo Prós e Contras que Portugal teria tendência a especializar-se na realização de eventos internacionais que exponenciassem o cluster do turismo e dos serviços.Pois a UEFA acaba de atribuir à Federação Portuguesa de Futebol a organização do Campeonato Europeu de sub-21, a realizar entre fins de Maio e princípios de Junho do próximo ano.Lá voltaremos a ter estádios cheios, hoteis com elevado grau de ocupação, comércio solicitado numa época intermédia.
Alguém tem alguma coisa contra?”
O tom totalitário da ultima frase é notável. Apresenta-se uma situação desta forma e depois coloca-se a pergunta “- alguém tem alguma coisa contra”.
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Voltando atrás;ás festarolas: Isto é ainda mais grave, num país que não tem indústria, não tem pescas, não tem agricultura, não tem uma única actividade produtiva seja ela qual for que se veja.
É aliás por isso que nos é dito propagandeado para irmos viver de turismo e serviços.
- Plano estratégico nacional de turismo 1
- Plano estratégico nacional de turismo 2
- Plano estratégico nacional de turismo 3
- Plano estratégico nacional de turismo 4
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Cito André freire no jornal Público de 2-10-2006, referindo-se à direita neo liberal que na altura grasnava através de um pseudo projecto de marketing político/comunicação social, chamado “Compromisso Portugal” e cito uma parte onde o senhor Freire explica exactamente o que esta direita neo liberal e anti democrática quer. Que se entenda a dimensão do que ela quer.
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“…Não sei de que cartola tiraram a ideia de reduzir 200 mil funcionários públicos pois, conforme noticiava o PÚBLICO (24/9/06), segundo os dados do Eurostat os 14,3% de funcionários públicos portugueses (face à população activa) estão dentro da média da UE (dados de 2002)! Há um excesso de despesas com o sector público que é preciso reduzir, com certeza. Mas tal dever-se-á mais a uma gestão ineficiente e a problemas na estruturação das carreiras, que aliás estão a ser alvo de reformas.”
” Além disso, tais senhores pretendem fazer o Estado recuar na saúde e na educação para que o capital privado possa expandir-se em áreas relativamente protegidas da concorrência internacional e, ainda por cima, com financiamento público garantido. Ou seja, um recorrente desejo de investimentos privados com pouca exposição à competição internacional e, ainda por cima, protegidos pelo financiamento estatal… Mas se, como frequentemente nos dizem, o país deveria exportar mais, quem iria depois fazê-lo, já que os privados se querem virar sobretudo para o mercado (social) interno? O Estado? ”
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HOSPITAL AMADORA SINTRA. RECLAMAÇÕES. INCOMPETÊNCIA.
A competência da gestão privada dos hospitais portugueses especialmente do Hospital Amadora-Sintra mede-se de forma clara, cristalina, concreta.
Um cidadão otário deste país no dia 7 de Novembro de 2007, marcou um exame no magnifico hospital Amadora Sintra .
O exame foi passado pelo respectivo médico do hospital, no mesmo dia.
A habitual medida da incompetência do Hospital Amadora Sintra para marcar este tipo de exames mede-se em 3 meses. Tradução: costumam demorar 3 meses a fornecerem uma data da efectivação do exame.
É o padrão médio da ( in) competência.
Na altura em que marcou o exame, o cidadão até requereu que o mesmo ATÉ FOSSE efectivado nos meses de Abril ou Maio de 2008.
Acrescentou dessa forma, mais 3 meses de prazo ao que é o costume do Hospital amadora Sintra; o tal de gestão privada, competente e perfeita.
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Passou o mês de Abril de 2008 e nada aconteceu. No dia 7 de Maio de 2008 e porque já sabe o que a casa gasta, o cidadão dirigiu-se ao departamento onde foi marcado o exame, para saber qual era a data do mesmo.
Tendo sido informado que não existia qualquer exame marcado em seu nome.
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Previamente, no dia 7 de Novembro de 2008, o cidadão dirigiu-se ao Gabinete do Utente do referido hospital, derivado de uma outra questão, para fazer aquilo que qualquer pessoa que lá vá deveria fazer: apresentar uma reclamação por escrito.
Ficou combinado com a funcionária do Gabinete do utente, de nome Laura Lopes, que ela própria iria falar com o departamento responsável pelo exame e transmitiria TAMBÉM E DE NOVO o mesmo recado que o cidadão já tinha transmitido presencialmente, nesse mesmo dia.
Duas pessoas diferentes, uma das quais é funcionária do hospital;
transmitiram o mesmo recado ao mesmo departamento do Hospital no mesmo dia 7 de Novembro de 2008.
Em cima disso, a funcionária Laura Lopes, ainda, como se poderá ver na imagem mais abaixo, escreveu à mão, NA FOLHA DE MARCAÇÃO DO EXAME, no canto superior esquerdo – a zona de visão mais definida que há – o seguinte:
” Marcar Abril de 2008″
“O senhor pede para ser avisado por carta s.f.f”
e assinou.
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Voltemos a Maio de 2008.
No dia 9 de Maio de 2008, o cidadão volta ao Hospital Amadora Sintra para saber dos desenvolvimentos do caso.
É informado pela funcionária Laura Lopes, que esta teve que se chatear com o departamento do referido exame, para obter uma data, mas que podia informar o cidadão que seria ainda enviada uma carta com a nova data na semana a seguir.
Competência. Profissionalismo. Rigor da gestão privada.
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O cidadão solicita ainda à funcionária Laura Lopes – a única pessoa que parece saber alguma coisa do que anda a fazer no Hospital Amadora Sintra – que investigue qual é que foi o obstáculo insuperável que impediu que um exame fosse marcado e já com o prazo diferido em mais 3 meses.
No dia 12 de Maio recebe o cidadão efectivamente, uma carta em correio azul (mas para quê, em correio azul?!) informando-o da nova data.
A nova data é 30 de de Junho de 2008.
Apenas sensivelmente 7 meses e 3 semanas a contar da data 7 de Novembro de 2007.
Competência. Rigor. Profissionalismo. Gestão privada. Cidadãos de Braga, preparem-se. O grupo Mello vai para aí gerir o vosso hospital.
Voltando um pouco atrás.
Quando requereu a efectiva marcação de nova data o cidadão solicitou que a mesma fosse feita ou nos finais de Maio de 2008, ou nos princípios de Junho de 2008.
Como acto de retaliação pelo facto de o cidadão já ter apresentado uma 15 reclamações por escrito e mais algumas verbais em 4 diferentes sítios da administração pública ou no próprio hospital, sem que o assunto fosse efectivamente resolvido,
suspeita o cidadão que esta não efectivação de marcação de exame
é apenas uma tentativa de retaliação por isso mesmo.
Como tal afixa-se neste blog.
Também se afixa neste blog a mensagem de resposta da responsável pela entidade que supostamente põe na ordem a gestão do Hospital Amadora sintra.
Uma senhora chamada Isabel Teodoro, que respondeu no feriado de dia 15, de um organismo qualquer (escreve-se qualquer porque cidadão que já contactou previamente com este lugar, começa a não perceber exactamente para que serve, uma vez que os problemas não são resolvidos e nunca são resolvidos) entre muitos que existem no Estado português chamado
Observatório regional de apoio ao SIM – cidadão, que supostamente trata destas coisas.
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Importa também dizer que considero que toda a gente que tenha problemas destes ou semelhantes ou noutras áreas deverá apresentar reclamações sistematicamente, e não ceder em nada.
UNIVERSIDADE PRIVADA NOS ANOS 90 DO SÉCULO 20.
MANUAL PRÁTICO DE CORRUPÇÃO – LIÇÃO 1.
1.Numa Universidade privada de Lisboa no final dos anos 80, principio dos anos 90 ( não, não era a Universidade Independente…), num curso “técnico”, chamado “curso de gestão”, aconteciam coisas engraçadas.
Numa determinada parte do curso, a partir do 3º ano, existia a opção de escolher, quais as cadeiras a fazer, quais as cadeiras opcionais e, evidentemente, ter que fazer as que faziam parte do corpo do curso.
2. Numa determinada cadeira, os alunos eram poucos. A cadeira era, de algum modo, mais difícil que a média, e tal “status” desfavorável gerou que, mais ainda do que o comum, vários alunos “fugissem” dessa cadeira indo para outras teoricamente mais fáceis.
3. Dentro do contexto geral do curso, estas pequenas…anomalias…geravam a existência de alunos que começavam a sentir ser necessário ter um qualquer “incentivo” e “pressão” a descobrirem uma maneira “rápida e expedita” de fazer não só essa cadeira, como também, algumas das outras.
4. Esses incentivos, e pressões no sentido de formas rápidas e expeditas de “solucionar os problemas” criaram um forma peculiar de corrupção.
Manifestava-se essa corrupção pelo “estabelecimento” de relacionamentos privilegiados e preferenciais com alguns dos funcionários da secretária da referida Universidade Privada do centro de Lisboa.
5. Essas relações privadas e preferenciais por parte de alguns alunos (apenas uma casta elitista que conhecia o segredo de como fazer as coisas e estava na disposição para isso… ) levaram, curiosamente, a que alguns dos alunos possuidores desse conhecimento secreto de como fazer as coisas, obtivessem, geralmente com uma semana de avanço, os enunciados dos testes a realizar, quer os de Fevereiro, quer os de Junho, ou até mesmo – em situação de emergência – os de Setembro.
6. Consequentemente, alguns alunos ( por exemplo de uma turma de 40, 6 ou 7 dos alunos) já sabiam quais as respostas a dar às perguntas que eram feitas – com uma semana de antecedência – em algumas das cadeiras.
Tal passava-se porque os senhores professores deixavam os enunciados na secretária na semana anterior para que existisse …… “tempo” …… de serem fotocopiados.
7. Numa determinada sub turma à qual pertencia a tal “cadeira difícil” APENAS existiam 9 (nove) alunos inscritos.
8. Um desses alunos teve a “ideia luminosa” de pagar um suborno pela porta do cavalo e adquirir o “teste” a realizar. (Salvo erro foram 50 contos/ 250 euros)
Após aquisição de tão precioso bem, e, como…auto compensação…por dois fins de semana que já não dava para ir para a borga na 24 de Julho e Bairro Alto, devido a ter sido despojado de alguma quantia em dinheiro, e não tendo garantias de que, mesmo sabendo o teste e fazendo-o “bem”;
– não tendo garantias, escrevia eu;
– de que “esse movimento” lhe iria gerar uma nota “interessante”;
– devido ao comportamento “desfavorável” e “acintoso” ,”prepotente” e de quem apenas queria criar dificuldades para provar que era um competente pequenino tiranete; exibido pelo professor da referida cadeira;
– este aluno que ofertou o suborno a alguns funcionários da secretária, e para recuperar as perdas propôs aos outros 8 colegas restantes um “negócio”.
Proveitoso, para ….. todas as partes.
9. O “negócio” consistia em “cobrar ” uma “quantia” a cada um dos 8, (Salvo erro 10 contos a cada um) em troca do enunciado do teste, para dessa forma tão tipicamente capitalista liberal; recuperar” o investimento…… inicial……
10. Dos 8 restantes, 7 aceitaram a proposta e pagaram a quantia pretendida pela obtenção do enunciado do teste.
11. Um único aluno, o “otário” desta história, não aceitou. ( Quem ler até ao fim percebe porque é que eu não acredito nem por um instante em Portugal e considero isto é um dos tugúrios mais nojentos e corruptos que existem…)
12. No dia do teste apresentaram-se 9 alunos para o fazer, dos quais, 8 conheciam o enunciado previamente e um não conhecia.
13. O professor em questão – um mestre pedagógico da maior qualidade ( que merecia levar um tiro…) – passou 3 ou 4, logo na correcção de nota escrita e levou os restantes a exame oral.
14. Aqui o enredo adensa-se.
O aluno que não quis comprar o teste, antes do mesmo falou com o professor dizendo-lhe que sabia que os colegas dele já conheciam o enunciado e perguntou: “como é que é” ?
– O mestre pedagógico, disse-lhe que não se preocupasse que depois tudo seria resolvido a contento.
– O aluno que tinha alertado o professor após publicação de notas ficou “espantado” por terem, mesmo assim, sido passados de ano – logo nas pautas – alguns colegas. Parecia-lhe “incompreensível” a situação….
– Este aluno que tinha alertado o professor para a anomalia perguntando “como é que é”? foi a exame oral (surpresa….) e foi (surpresa, outra vez … ) chumbado ( e humilhado forte e feio) na oral. Todos os outros 8 passaram. Todos os que tinham “comprado” o teste e todos os que tinham sido metidos na “oral”.
15. O professor da cadeira, este emérito mestre pedagógico, mesmo depois de saber de toda a situação, manteve todas as notas na mesma. Ou seja passou todos, e “atacou” quem não quis “alinhar” com o “esquema” chumbando-o na cadeira.
16. Dessa forma, ao “isolar” este aluno, fazia com que nenhum dos outros 8 se sentisse “inclinado” a dizer a verdade e admitir que tinha participado na fraude.
Ao mesmo tempo, criava o cerco à volta do único que não tinha aceite pagar um suborno.
Qualquer protesto deste era assim e desta forma …… desvalorizado …… insinuando-se desta maneira venenosamente indirecta, que esta pessoa levantava “acusações falsas” apenas e só, por ter chumbado à cadeira.
NOTAS:
(A). O aluno que não quis pagar o suborno não era eu, nem eu era algum dos outros 8.
(B). Isto eram algumas das muitas situações que se passavam na referida universidade privada de Lisboa cujo reitor era o senhor Luis Arouca, ex- reitor da U. Independente.
(C).Foi para isto que se quis criar o ensino privado em Portugal?
O DISCURSO CORRUPTO SOBRE A POBREZA E A RIQUEZA.
NO dia 18 de Dezembro de 2007 publiquei um excerto do blog esquerda-Republicana escrito por Filipe Castro (vive nos EUA), chamado “Escolas privadas, corrupção e acesso ao poder” :
Cito:
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“””A qualidade do ensino, por si só, não é determinante para o sucesso dos estudantes na vida profissional. Por exemplo, uma coisa importante nas escolas privadas são os amigos. A possibilidade de controlar com quem é que os nossos filhos se dão é uma vantagem importantíssima na educação deles.
Nos anos do Cavaquismo, um amigo meu, a trabalhar numa empresa financeira qualquer, perguntou a um banqueiro amigo do pai porque é que o banco dele tenha deixado sair um determinado gestor (que segundo o meu amigo era extraordinariamente competente e tinha acabado de começar a trabalhar na empresa dele). O banqueiro respondeu que o gestor em questão “era de baixa extracção”.
O meu amigo riu-se e perguntou se ainda fazia sentido nos anos oitenta ser-se snob no mundo dos negócios. O banqueiro respondeu-lhe que havia pessoas que eram de confiança – “dos nossos” – e pessoas que não eram de confiança.
Por exemplo – dizia o banqueiro – a seguir ao 25 de Abril, uma data de trabalhadores de longa data tinham-se identificado com a revolução e não hesitaram em atacar os interesses do banco e das empresas da família dele. Lugares de responsabilidade deviam ser dados a “pessoas de confiança, com os mesmos valores que nós.””””
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No dia 29 de Novembro transcrevi 3 artigos para o post “Projecto totalitário. Liberdade.Distopia.”,- o de cima e dois outros. De um dos outros do blog Lergosum” cito uma parte:
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À medida que avança, o projecto vai ganhando contornos nítidos. No topo, os Senhores: uma aristocracia de empresários e políticos. Imediatamente abaixo virão os escudeiros: a aristocracia menor dos gestores e dos jornalistas.
Tudo o resto está destinado a ser plebe…
Como poderemos defender-nos? No ancien régime houve corporações que usaram como arma os conhecimentos técnicos de que dispunham e de que os Senhores necessitavam. Fizeram segredo dos seus saberes e organizaram-se em associações clandestinas, as quais com o tempo tempo vieram a dar origem às maçonarias. Receio bem que de futuro venha a ser esta a nossa única opção, se não conseguirmos agora derrotar a oligarquia.
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No dia 13 de Fevereiro de 2008, publiquei o primeiro de uma série de 4 artigos intitulado, “Bibliotecas, empréstimo pago. Não. 1º “, onde citava uma parte de Aldous Huxley:
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Secundo – um conhecimento cientifico e perfeito das diferenças humanas que permita aos dirigentes governamentais destinar a todo o individuo determinado o seu lugar conveniente na hierarquia social e económica – as cunhas redondas nos buracos quadrados (expressão metafórica inglesa que designa um individuo que está num lugar que não lhe é próprio.
(Nota do Dissidente-x, tradutor/violador dos direitos de autor deste texto….) possuem tendência para ter ideias perigosas acerca do sistema social e para contaminar os outros com o seu descontentamento.
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Transcreve-se :
Bruce Charlton, um investigador académico britânico, considera que a “distribuição desigual” de classes sociais em universidades de renome incide num “processo natural” de diferenças no QI.
A diminuta percentagem de estudantes de classes sociais média-baixa em conceituadas universidades tem por base um “processo natural” de diferenças substanciais no QI. Quem o defende é Bruce Charlton, um investigador académico britânico, que lançou a polémica durante uma entrevista esta semana à revista especializada em educação “The Times Higher Education”.
Segundo Charlton, “o governo do Reino Unido, gastou tempo e esforço em declarar que universidades, em particular Oxford e Cambridge, estão a excluir injustamente pessoas de classes sociais mais baixas privilegiando as de classes sociais mais elevadas”.
Para o professor de psiquiatria evolutiva na Universidade de Newcastle, o debate apresentou uma falha ao excluir um factor importante do padrão verificado: “o de o QI ser significativamente maior em pessoas de classes altas”.
Charlton considera que a “distribuição desigual observada em universidades de renome” não está relacionada com preconceito no processo de admissão dos alunos. Ao invés, defende que tal acontece em resultado “natural do mérito”.
As afirmações publicadas no artigo desencadearam duras críticas no sector da educação do Reino Unido.
A União Educacional de Estudantes (em inglês National Union of Students – NUS) emitiu um comunicado para classificar os argumentos de “equivocados, irresponsáveis e insultuosos”. “Claro que a desigualdade social define a vida das pessoas, muito antes delas entrarem na universidade, no entanto, o sector educacional não se pode absolver da sua responsabilidade em assegurar que estudantes de todos os grupos sociais têm as mesmas oportunidades para desenvolverem o seu potencial, afirmou a presidente Gemma Tumelty.
Também o ministro do Ensino Superior, Bill Rammel, reagiu às afirmações de Charlton considerando que nelas estará implícita a ideia de que “cada um de nós deve saber qual é o seu lugar”.
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Notícia Expresso 24 Maio de 2008.
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Este é o tipo de discurso destinado a “convencer pessoas” que os ricos apenas o são porque lá chegaram por mérito, e assim, dessa forma. legitimar a pobreza como conceito aceitável na sociedade e – ao mesmo tempo – culpabilizar os pobres por o serem -são inferiores.
Entre isto e as teorias nazis de raças inferiores não há diferença nenhuma excepto que o senhor Charlton está-se também a referir a brancos ingleses de classe média, por exemplo.
Também consiste em possibilitar ao senhor Charlton, a legitimação académica para subir na carreira, ou através de subsídios que lhe serão concedidos ou através favores que lhe serão feitos.
É uma forma sofisticada de corrupção praticada por quem tem dinheiro para atacar o conceito de igualdade e de democracia numa sociedade.
O alvo actual é o sistema de ensino acessível a todas as pessoas.
Pensem.
GUERRA DO IRAQUE. CUSTOS FINANCEIROS. (4)
No primeiro artigo intitulado “Guerra do Iraque. Custos financeiros. (1)”
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– falou-se do custo do petróleo antes da guerra começar;
– do custo directo da guerra, ao mês, para o governo americano – 12 biliões de dólares
– da privatização de sectores da guerra e de como isso encareceu e aumentou o orçamento de guerra dos EUA.
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No segundo artigo intitulado “Guerra do Iraque. Custos financeiros (2)”
– falou-se dos downstram costs – os custos já não derivados directamente dos primeiros custos pagos logo á cabeça.
– falou-se da manutenção diferida do material de guerra – equipamento que não é substituido tão depressa quanto é “gasto”
– falou-se do elevado rácio de baixas/mortes, da ordem dos 15/1.
– falou-se dos empréstimos feitos pelos EUA para financiar a guerra, e de como a Guerra é financiada através exclusivamente, de empréstimos
– Falou-se da segurança social e dos custos futuros que virão a ser gastos com as pessoas que virão ou ficarão danificadas com a Guerra do Iraque.
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No terceiro artigo intitulado “A Guerra do Iraque. Custos financeiros. (3)”.
– Falou-se dos aspectos financeiros a ter conta numa eventual retirada do Iraque;
– O tempo que duraria a retirada;
– As muitas outras dimensões financeiras da ocupação do Iraque;
– vários outros tipos de custos indirectos
– Efeitos macroeconómicos na economia americana.
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Hoje – parte 4 e ultima: impacto da guerra no Iraque e noutras partes do mundo.
Especificamente, saber se se consegue apurar quanto custou ao Iraque em termos económicos e humanos o lançamento desta guerra.
Stiglitz diz que sim, que se consegue saber – e que os dados são péssimos:
- 4 Milhões de deslocados.
- 2 Milhões de Iraquianos que fugiram do país.
- 50% dos médicos ou foram mortos ou saíram do país.
- A taxa de desemprego é de 25%
- O fornecimento de electricidade não está ainda ao nível do que estava antes da Guerra começar – em 2003 – nível esse que, por sua vez não era extraordinariamente avançado…
Para Stiglitz a taxa de mortalidade ainda é o que mais define o estado lamentável do Iraque e desta Guerra.
Stiglitz afirma que existiram dois estudos feitos sobre este assunto, analisando o que era o Iraque antes e o que é agora. Apesar de ambos serem diferentes na sua metodologia e nas conclusões consegue-se perceber e ambos o demonstram que a taxa de mortalidade;
triplicou.
Mas mostram também outra coisa. Que o numero de mortes como resultado de toda a confusão – ausência de médicos em numero suficiente, ausência de electricidade em funcionamento e outro tipo de perturbações semelhantes – tudo isso – gerou só no período até Junho de 2006 – que é até onde os estudos chegam, é um total de 450 000 mortos no Iraque.
Não derivados exclusivamente da Guerra, note-se, mas das consequências da mesma.
Mas como nota Stiglitz, 2007 foi o ano mais violento de todos e que os estudos ainda não contemplam. Portanto o numero é mais para cima…
Penso que isto dá uma ideia da catástrofe que esta guerra representa.
Privatização.
Muitos sectores da administração: americana venderam a ideia de que a Guerra custaria menos, se após ocupação do Iraque, (o Aftermath) se privatizasse todo o tecido produtivo do Iraque. E impostos de taxa única e restante lengalenga neoliberal…
Em quase todas as áreas sucedeu isso. Stiglitz nota que tal também aconteceu, porque “a ideia de privatização foi enfiada pela garganta abaixo” do semi democrático governo iraquiano. Ou seja, porque o Iraque, não tem de facto um governo democrático (numa situação de quase guerra civil e combates nas ruas, ocupado por uma força estrangeira, como é que um governo pode ter sido eleito de forma democrática?)
Stiglitz acha que, liberalizaram mais rapidamente do que seria desejável…
Stiglitz nota também, por exemplo, que nos EUA, toda as pessoas estão preocupadas com os efeitos da globalização e dos acordos NAFTA relativamente ao que isto custa em empregos aos americanos.
Diz Stiglitz, fazendo o paralelo comparativo, que podemos imaginar o que seria isso, essa mesma situação aplicada ao iraquianos, após o fim da Guerra caso não tivessem continuado os combates…
Isto porque ao estar-se a dizer que se irá completamente abrir um mercado a quem consiga competir com quem está nesse mercado, já é difícil competir para quem está dentro do mercado; e tem uma economia em que a electricidade funciona e a população está em estado razoável.
Aqui falou-se em abrir o mercado, a uma população no estado em que está, sem electricidade, médicos,etc e diz-se – tomem lá o “mercado livre”.
É que isso iria mesmo minar os negócios iraquianos submetidos a concorrência de empresas estrangeiras muito mais fortes. (Do ponto de vista dos neo liberais EUA, o objectivo era mesmo esse;”arrendar gratuitamente”, passe a ironia, um mercado do tamanho geográfico da França com 35 milhões de consumidores…)
O Petróleo.
Curiosamente, o Petróleo não foi privatizado, precisamente porque existiram enormes pressões da comunidade internacional dizendo que em caso de guerras, certo tipo de recursos naturais como o petróleo não poderiam ser privatizados.
Os EUA recuaram e isto é interessante porque demonstra que os EUA estão de facto fracos e tiveram medo da intensa pressão internacional relativamente a este assunto e ela aconteceria efectivamente se tivessem privatizado o petróleo.
A situação nos EUA – há ou não recessão.
Existem duas doutrinas em Wall Street neste momento. A doutrina divide-se, sobre se será ou não mau para os EUA.
- Uma doutrina são só profetas da desgraça e dizem que vem aí o inferno (Gloom and Doom);
- Outra doutrina afirma que isto é só uma recessãozinha que passa já para a semana.
Stiglitz afirma ser mais da escola “Gloom-Doom e pensa que esta é a crise mais grave nos ultimo quarto de século.
Porque começa no sistema financeiro.
Mas claramente ele acha que o sistema financeiro não funciona bem.
Nota o problema da crise do “Sub Prime”, e nota os problemas existentes de inadequados sistemas de concessão empréstimos, de fechar os olhos a empréstimos que não deveriam ser feitos, de ocultar mais dados relativamente à solidez ou não do crédito (se há muito ou pouco crédito mal parado…), e que tudo isto acontece não só nos mercados de empréstimos mas noutros locais da economia.
Menciona que proximamente (a entrevista foi feita em Março de 2008) “2 million foreclousures” (ou seja, 2 milhões de hipotecas serão resgatadas relacionadas com compras de casas ou sítios comerciais…)
E pelo menos até Março de 2009 – também por causa das eleições americanas,não será possível existir um entendimento entre o novo Presidente, seja qual for, e todas estas instituições no que toca a definir como se pagarão dividas
.
A assimetria da informação.
Stiglitz nota a ironia da situação. Os EUA orgulhavam-se de serem um país com “transparência ” na forma como construiam as suas empresas, os negócios e como o “mercado” funcionava.
Nas crises financeiras de 19997/98, em termos mundiais, aos governos asiáticos foram dados sermões arrogantes por parte da entidades americanas sobre a falta de transparência.
Mas actualmente nota-se que existem, nos EUA, produtos financeiros extraordinariamente complicados, que ninguém tem bem a noção do que são ou não são conjugados com más praticas de fazer negócio.
- Na assimetria de informação, em principio existem duas partes e uma delas tem muito maior informação que a outra podendo assim obter vantagens. (Assimetria de informação é a área de estudos no qual Stiglitz se especializou e pelo qual ganhou o prémio Nobel.9
Aqui ao que parece e se conclui, parece que existe actualmente no mercado americano uma assimetria de informação bizarra em que ninguém sabe nada ou dispõe da informação necessária para conseguir saber alguma coisa.
Stiglitz acha que o que o que aconteceu foi que os donos da hipotecas originárias sabiam um pouco mais do que as pessoas a quem venderam e essas pessoas sabiam que essas hipotecas eram maus produtos e que quem comprava viria no futuro a ter dificuldades em fazer os pagamentos mas – mesmo assim venderam.
Mas por debaixo deste conceito de securitização do produto tal situação, criou uma vantagem: dispersou o produto (as hipotecas) pelo mundo todo, baixando o risco do mesmo.
Mas criou uma outra nova desvantagem enorme: criou uma nova assimetria da informação.
Porque a pessoa /empresa que cobrou a hipoteca já não era a pessoa/empresa que a tinha originado.
Debaixo do termo de “securitização” esta multiplicidade de donos e vendedores criou um novo rasto de donos e novas informações assimétricas entre novos donos. (O problema existe, mas é “transferido” para dentro de múltiplas camadas de inúmeros donos e empresas…)
Problema a longo prazo.
A divida dos Estados Unidos é uma divida internacional- a erosão do dólar.
A América tem estado a pedir emprestado 800 biliões de dólares por ano – para sustentar a guerra, a crise habitacional, fazer injecções de dinheiro na economia (Pump the economy) etc.
E em poupanças que nos EUA não se estão a fazer – originando pedidos de empréstimos, bem como porque os EUA tem estado a viver acima do seus meios
Tudo isso – acumulado – está a dar cabo da confiança (Uma enorme falta de confiança) dos americanos enquanto consumidores.
Antes, o que sucedia.
No passado países ou empresas estavam na disposição de emprestar aos EUA a taxas de juros mais baixas do que aquelas que os EUA estavam dispostos a emprestar a esses mesmos países ou empresas. (Os EUA – país por si só – funcionavam como uma super garantia…mesmo que o dinheiro não existisse.)
Actualmente quase todos os países estão muito menos dispostos a emprestar aos EUA a taxas de juros baixas ou caso estejam exigem garantias mais fortes de pagamento da divida.
Dai as reservas monetárias estarem a fugir,saindo do dólar e a passarem para o euros e para o Yen.
Está a acontecer uma clara saída do dólar para outras moedas.
As principais consequência.
- O padrão de vida dos americanos terá que descer.
- Não se poderá, nos EUA, continuar a viver acima das possibilidades.
- Terão que se começar a pagar as dividas em vez de as pagar passando-as para gerações posteriores.
Stiglitz afirma que “poderemos continuar a jogar com o futuro dos nossos filhos”, passando-lhes as dividas para eles, mas que isto significará que a divida deles será ainda mais e mais difícil de pagar do que é a actual a ser paga pela geração actual.
(Qualquer semelhança – a escala portuguesa – com os TGV`s e com os aeroportos e demais planos tecnológicos é pura coincidencia…)
(Qualquer semelhança com a política idiota que tem vindo a ser feita nos últimos 20 anos em Portugal com obras faraónicas que levam a lugar nenhum é pura coincidência…)
ARTIGO DIVIDIDO EM QUATRO PARTES TERMINOU.