25 DE ABRIL DE 1974 – 35 ANOS DO GLORIOSO ALARIDO.
Há 35 anos atrás, num dia 25 de Abril, existiu um glorioso alarido que durou uns dias.
Quando o alarido acabou, foi anunciado ao povo de Portugal que doravante o regime passaria a ser outro, com outro nome, mas tudo funcionaria quase na mesma como o regime anterior – embora o processo de funcionamento idêntico ao do regime anterior, fosse “lento” e demorasse tempo a fazer-se e não tivesse sido imediatamente perceptível.
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Uma breve ilusão durante um breve tempo finalmente passou.
Quando a poeira cósmica da ilusão durante um breve tempo, que permitiria Portugal transformar-se num país a sério foi varrida, surgiram as figuras que habitam as sombras do passado. Ajudadas por algumas figuras que habitam as sombras do presente.
A mesma elite, e os seus descendentes, que dominavam com mão de ferro o país antes do dia 25 de Abril de 1974, esperaram nas sombras para reclamarem aquilo que julgam ser deles.
Não tiveram que esperar muito. Sensivelmente 10/15 anos depois de terem sido convidados a sair, foram de novo chamados para “desempenharem” um papel no país.
O papel a “desempenhar” manifesta-se através do “extremo ressentimento” com o facto de terem sido chamados delicadamente à atenção no dia 25 de Abril de 1974, e agora tem um novo plano, dividido em duas partes.
(1) Recuperar as posições que tinham antes de 1974 ou se possível aumentá-las, mas, também, (2) exercerem uma * represália ainda mais completa sobre aquilo que identificaram como sendo uma rebelião dos súbditos.
Na sombra, planeiam sempre mais caos social e económico, mas não sujam as mãos. Promovem – pelo facto de as empresas desta elite os contratarem após saírem da política – medíocres políticos.
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Um sistema que se alimenta a si mesmo, que destrói o país (a elite não se importa verdadeiramente com o país e nunca se importou), mas que sai barato em termos de análise custo – benefício.
É “rentável” oferecer rendimentos chorudos a políticos medíocres premiando-os quando saem de governos, se isso garantir que o regime democrático fica cada vez mais empobrecido, enfraquecido, não dinâmico, espartilhado entre interesses privados, desprovido de conceitos como o “interesse nacional”.
Este sistema é ainda mais perverso porque está a dar ideias a jovens portugueses ambiciosos.
Porque não “enganar” todos ao mesmo tempo?
Produzir um discurso que “chame a atenção da elite” e permita fazer com que esta – após cuidadosa examinação dos predicados do candidato – o submeta ao mesmo regime que já submeteu os políticos portugueses: a recompensa com bons cargos.
É uma forma sofisticada de corrupção moral e ética que se pratica em Portugal.
É tão sofisticada que produz um discurso legitimador da mesma: que não pode ser possível fazer-se discursos semelhantes a este produzido neste post, porque “é um discurso negativo” que não exalta as vantagens e virtudes que decorreram do 25 de Abril de 1974.
Que devemos “exaltar”…
É um * discurso que vem directamente das medidas que se querem aplicar como castigo: um discurso visando obrigar as pessoas a produzirem “sistemáticos elogios” e “frases positivas” sobre os resultados de um (a) revolução alarido que a cada dia que passa começa a criar piores resultados do que o que se passava antes de 1974.
As limitações à liberdade e à justiça, actualmente, começam a ser piores, do que pré 1974, mas as formas mais sofisticadas como se atingem os cidadãos escondem essa realidade – esse aumento do pior.
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