PEDRO PASSOS COELHO E O FMI
O líder do PSD e grande amigo de pessoas que tem bastante dinheiro deseja ser primeiro ministro com a ajuda do FMI.
Será um desejo de infância?
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Os comentadores e cortesãos que vivem nos meios de comunicação social apoiam entusiasticamente este desejo assumido pelo líder do PSD.
Resta saber quantos comentadores, economistas, gestores, comentadores profissionais, e demais fauna irão beneficiar de uma hipotética vinda dessa suposta bênção chamada FMI.
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O FMI já teve duas intervenções artísticas em Portugal.
→ A primeira foi em 1977-1979, e visava corrigir os problema derivados da descolonização e posterior Gonçalvismo.
→ A segunda foi em 1983-85 e (1) visava corrigir os problemas que a primeira deveria ter resolvido, ( e não resolveu…) bem como (2) corrigir as asneiras económicas de um jovem político que era ministro das finanças e resolveu exibir tiques de monetarismo, revalorizando em demasia o escudo, para “criar competitividade”.
O resultado foi um défice das contas externas.
Ninguém ficou com saudades do FMI e das suas intervenções artísticas.
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Estas intervenções artísticas ocorreram à época durante 3 anos de governo do PSD (intermitentes) que depois ofereceu o lugar de 1º salvador da pátria ao PS, quando a incapacidade de resolver as coisas se evidenciou.
E assim uma criatura política com o nome de “Governo do Bloco central”- 1983-1985, (com o PS a liderar) entrou em cena.
Com as tristes medidas de austeridade já conhecidas.
O jovem político ambicioso chamado Cavaco Silva, entretanto, foi fazer a rodagem do carro e tomou conta do PSD (em 1985) e mal o fez atraiçoou logo o Governo do Bloco central.
Não consegue fugir à sua natureza…
e assim o jovem político que era ministro das finanças como recompensa teve direito a mais 10 anos a fazer asneiras.
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As medidas do FMI de há duas décadas atrás consistiam num guisado multi económico baseado em medidas fortemente restritivas que visavam obter a redução das importações e do consumo.
Glossário simples e breve:
Política cambial – Actua-se, desvalorizando a moeda, normalmente em situações de crise para tornar os produtos estrangeiros mais caros, para que o consumo dos mesmos diminua, bem como o investimento.
Política monetária – Actua-se sobre a quantidade de moeda em circulação, como por exemplo, aumentando a taxa de juro e a inflação (subida regular e continuada dos preços…) visando reduzir o poder de compra.
Em 1985 chegou aos 35% de inflação.
Política fiscal – Usando os impostos para aumentar receitas, visando reduzir o rendimento das pessoas com o objectivo de reduzir o consumo interno e evitar as importações .
Política orçamental – Fortemente conectada com a anterior, visa, através do orçamento de estado actuar sobre as receitas e as despesas.
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Mas isto era o que se podia fazer à 20 anos atrás.
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Nos dias de hoje?
Em que fazemos parte do Euro?
– Não se pode alterar o valor da moeda (impossível mexer na política cambial).
– Os juros são definidos a nível internacional, ( a política monetária é inútil).
– O que resta:
A política orçamental.
A política fiscal.
E chegámos ao ponto em que apenas se podem mandar aumentar impostos ou reduzir as despesas.
Investir ou não investir.
E como tal o FMI de pouco nos servirá.
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Portanto, porquê o líder do maior partido da oposição querer a vinda do FMI?
Quais são os interesses partidários e financeiros que se sobrepõem aos interesses nacionais e que falam pela boca do líder do PSD?
Estamos a ouvir ecos?
Quais são os interesses que produzem estes ecos que estamos a ouvir?
Written by dissidentex
10/01/2011 às 19:37
Publicado em FMI, PAÍSES, PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA, PARTIDOS POLÍTICOS, PEDRO PASSOS COELHO, PORTUGAL, TÉCNICAS DE CONTROLO ECONÓMICO
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