Archive for the ‘ABUSO DE PODER EM DEMOCRACIA’ Category
VÍTOR GASPAR, O RADICAL. E ACRESCENTA-SE: ” TALIBAN E INCOMPETENTE” ( O CDS e o PSD tem que ir embora)
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O Ministro das Finanças, Vitor Gaspar, é um homem inteligente e qualificado, mas também obcecado e, por isso mesmo, perigoso. Tem uma agenda de desvalorização interna e privatização do Estado Social. É um técnico, politicamente muito hábil, que procurou no encerramento do debate orçamental transferir para os seus adversários políticos as características que melhor o definem a si próprio: radical e aventureiro.
Só alguém assim pode pretender impor ao país, pela segunda vez consecutiva e numa dose reforçada, uma receita que já falhou. Só um radical se dispõe a retirar 5,3 mil milhões de euros à economia portuguesa em 2013, em cima dos mais de 10 mil milhões que retirará durante o ano de 2012. Só um aventureiro se predispõe a fazer experiências numa economia complexa com base em cenários delirantes que nenhum economista subscreve. É exemplo disso a tentativa frustrada de, através de alterações na TSU, transferir rendimento diretamente de trabalhadores para patrões. Só um conservador radical aproveita a crise presente para transformar o Estado Social português numa versão minimalista e assistencialista.
No entanto, não demonstrou qualquer vergonha quando acusou de radicalismo e aventureirismo aqueles que, no PS, defendem o financiamento da dívida pública pelo BCE. Não há nada de mais bom senso que defender que o BCE tenha os mesmos instrumentos dos Bancos Centrais dos Estados Unidos da América, Inglaterra ou Japão. Basta para isso ler o seu “amigo” e conselheiro económico de Durão Barroso, Paul De Grauwe, na defesa de que não pode existir uma moeda única sem este mecanismo. Se há lição a tirar desta crise europeia é a de que o euro não pode sobreviver sem um Estado europeu digno desse nome. Pelo contrário, de Vitor Gaspar nunca ouvimos uma ideia, uma proposta que vise solucionar o carácter europeu desta crise.
Radical é um Ministro das Finanças que tenta excluir, pela via da retórica, todos os que querem participar no debate político com propostas praticadas no mundo real. São homens assim que perigam a nossa democracia.
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Artigo de opinião na comunicação social, conservador, cordato e suave, sobre Vítor Gaspar, o ministro “impressionante”, dia 28 de Novembro de 2012
Written by dissidentex
29/11/2012 at 9:37
Publicado em A QUADRILHA, ABUSO DE PODER EM DEMOCRACIA, VÍTOR GASPAR
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PEDRO PASSOS COELHO FOI DIVERTIR-SE APÓS TER ANUNCIADO O ROUBO DE MAIS UM (ou 2 ou 3…) SALÁRIOS A PÚBLICOS E A PRIVADOS (O PSD e o CDS tem que ir embora)
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” Queria escrever-vos hoje, nesta página pessoal, não como Primeiro-Ministro mas como cidadão e como pai, para vos dizer apenas isto: esta história não acaba assim. Não baixaremos os braços até o trabalho estar feito, e nunca esqueceremos que os nossos filhos nos estão a ver, e que é por eles e para eles que continuaremos, hoje, amanhã e enquanto for necessário, a sacrificar tanto para recuperar um Portugal onde eles não precisarão de o fazer.
Obrigado a todos.
Pedro
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Declarações da coisa que é primeiro ministro um dia após as ter anunciado, no seu Facebook. (O link está indisponível para o conteúdo, a partir deste blog, dado que não tenho Facebook.
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O discurso em questão é inenarrável. Até utiliza os filhos como arma de choraminguice e pieguice para apelar ás pessoas…
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Notícia da comunicação social, que tem ajudado a levar ao colo este senhor, dia 9 de Setembro de 2012
Written by dissidentex
09/09/2012 at 19:12
Publicado em ABUSO DE PODER EM DEMOCRACIA, CDS-PP, GOZAR COM OS PORTUGUESES, PAÍSES, PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA, PARTIDOS POLÍTICOS, PEDRO PASSOS COELHO, PORTUGAL
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TRABALHADORES DO PRIVADO PERDEM DE CERTEZA UM SALÁRIO EM 2013; MAS PODEM PERDER DOIS
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Todos, funcionários públicos e trabalhadores no sector privado, vão ter uma redução no seu rendimento em 2013 que será superior ao corte de um dos subsídios e, nalguns casos, será de dois subsídios. Mais, portanto, do que foi desde ontem noticiado.
Os funcionários públicos, como sofrem ainda o efeito da mudança de escalão de IRS por diluição de um dos subsídios, vão perder mais do que o equivalente a dois subsídios.
Em causa está uma conta: o aumento dos sete pontos percentuais incide sobre o salário bruto, sendo descontado na totalidade ao salário líquido. Quanto mais alto é o salário, maior é percentualmente o desconto face ao salário líquido. Assim será a não ser que a proposta apresentada pelo primeiro-ministro seja alterada. Tal como está, ela ainda pior do que parece para os trabalhadores portugueses.
Faça você mesmo
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho anunciou na sexta-feira, dia 6 de Setembro, que “o Governo decidiu aumentar a contribuição para a Segurança Social exigida aos trabalhadores do sector privado para 18%”. A actual taxa é de 11%. Em contrapartida, anunciou o primeiro-ministro, isso permitirá “descer a contribuição exigida às empresas também para 18%”.
Em termos brutos, o agravamento da taxa corresponde a uma redução de 7%. Mas, em termos líquidos, quanto maior for o salário, maior é o corte, atingindo-se muito rapidamente, à medida que os salários sobem, uma redução no rendimento equivalente a dois salários.
Contactado o Ministério das Finanças para comentar esta notícia, o gabinete de Vítor Gaspar preferiu não comentar.
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Salário mensal de 1000 euros brutos
A perda de rendimento líquido ultrapassa o equivalente a um salário líquido logo a partir dos mil euros de salário bruto, o que atinge pessoas que levam para casa, neste momento, cerca de 800 euros. Neste caso passa a receber 730 euros, mantendo-se as actuais taxas de IRS, o que corresponde a um corte de 8,8%.
Salário mensal de 2000 euros brutos já perde mais de um salário e meio
Com este salário já se perde mais do que um subsídio e meio, em termos líquidos. Quem está a receber cerca de 1400 euros (ou seja, ganha cerca de dois mil euros brutos), vai deixar de receber 10% do seu rendimento mensal o que corresponde a perder mais de um salário e meio em termos anuais.
Salário mensal de 3000 euros brutos perde 10,9%
Um salário bruto de três mil euros para um casal com dois titulares e dois dependentes verá o seu rendimento líquido mensal cortado em 10,9% – perda mensal de 210 euros por aumento da taxa social única -, o que corresponde, em termos anuais, a cortar 1,7 subsídios. A perda anual é de 2.940 euros.
A partir dos 7 mil euros brutos, desaparecem dois salários
A redução no rendimento que se leva para casa atinge os 14%, ou seja, o equivalente aos dois subsídios, de férias e de Natal, a partir de salários brutos de sete mil euros ou líquidos da ordem dos 3.900 euros.
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Notícia da comunicação social,dia 8de Setembro de 2012
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TABELAS PUBLICADAS NO JORNAL DE NEGÓCIOS
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Written by dissidentex
08/09/2012 at 17:33
Publicado em ABUSO DE PODER EM DEMOCRACIA, ASSASSÍNIO ECONÓMICO DE PORTUGAL, ATAQUE ÀS PESSOAS, AUMENTOS DE IMPOSTOS, AUSTERIDADE, CAMPANHAS DE MISTIFICAÇÂO DA OPINIÂO PÚBLICA, CONDICIONAMENTO DA VIDA EM SOCIEDADE, CORRUPÇÃO, DEMOCRACIA VS DITADURA, DISTRIBUIÇÂO DESIGUAL DA RIQUEZA, EXTORSÃO PERMITIDA, FALTA DE SENTIDO DE ESTADO, GOVERNO, GOVERNO DE PORTUGAL, GOZAR COM OS PORTUGUESES, GUERRA ECONÓMICA, INCOMPETÊNCIA, INTIMIDAÇÃO, INTIMIDAÇÃO DA POPULAÇÃO, MITOLOGIA POLÍTICA NEO LIBERAL, MOVIMENTOS ANTI DEMOCRACIA, NEO LIBERALISMO ECONÓMICO, PAÍSES, PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA, PARTIDOS POLÍTICOS, PORTUGAL
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TRABALHADORES DO PRIVADO VÃO PERDER UM SALÁRIO EM 2013
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Aquela coisa que é primeiro ministro falou ao país.
E disse que vamos ter o seguinte em 2013:
Os que são atacados:
1 – Trabalhadores do privado vão perder um salário (passam a pagar mais 7% em descontos para a segurança social)
2 – Os reformados/ Pensionistas vão ficar com os subsídios cortados – na mesma.
3 -Os trabalhadores do Estado mantém os seus rendimentos em termos de ordenados/subsídios (aquilo que foi feito neste ano 2012) . Mas perdem dinheiro porque vão passar a descontar mais 7% para a Segurança social.
4- A segurança social como meio de defesa das pessoas que é assim brutalmente descapitalizada.
5 – O consumo interno.
Os que são defendidos:
1 – As empresas passam a ser financiadas de forma indirecta pelos trabalhadores.
2- As empresas deixam de pagar 23.5% para a Segurança social e passam a pagar 18%.
3 – As empresas grandes, em volume e numero de trabalhadores são extraordinariamente beneficiadas por este novo regime que lhes permite engordar os lucros e lhes permite (mais ainda) despedir pessoas (não manter…)
4- Pessoas que detenham rendimentos de capital são deixadas em paz.
5 – Grandes fortunas – em património e capital – são deixadas em paz.
6 – Empresas grandes (as, cujos donos apoiaram a eleição deste governo) são beneficiadas através da obtenção deste lucro extraordinário em 2013; que constitui a sua redução para a segurança social das contribuições que pagavam.
7 – Os que apoiam a discriminação social e económica.
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Ou seja:
A) A contribuição dos funcionários do Estado e dos pensionistas para a redução do défice é igual em 2013 ao que foi em 2012.
B) Existe uma retirada de dinheiro de quem trabalha no sector privado para dar aos empresários e às empresas.
C) Os trabalhadores do Estado e os pensionistas ficam com a sua situação inalterada (em termos de rendimentos, não de pagamentos para a Seg. social em relação a 2012) e o trabalhadores privados observam que o seu esforço de ajuda ao combate da crise, vai directamente para o bolso dos seus patrões e não para a consolidação das contas do país
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Notícia da comunicação social, dia 7 de Setembro de 2012
Written by dissidentex
07/09/2012 at 18:20
Publicado em ABUSO DE PODER EM DEMOCRACIA, AUMENTOS DE IMPOSTOS, AUSTERIDADE, CDS-PP, CONDICIONAMENTO DA VIDA EM SOCIEDADE, CORRUPÇÃO, DEMOCRACIA VS DITADURA, INCOMPETÊNCIA, MOVIMENTOS ANTI DEMOCRACIA, NEO LIBERALISMO ECONÓMICO, PAÍSES, PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA, PARTIDOS POLÍTICOS, PEDRO PASSOS COELHO, PORTUGAL
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O PSD, PEDRO PASSOS COELHO E OS CORTES NO SUBSÍDIO DE NATAL/FÉRIAS PARA OS TRABALHADORES MANDRIÕES DO PRIVADO (esses parasitas… )
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Notícia da comunicação social, sobre comunismo de mercado que socializa os prejuízos e privatiza os lucros, dia 6 de Julho de 2012
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Notícia da comunicação social, sobre um pirómano económico que anda à solta por aí, dia 5 de Julho de 2012
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Written by dissidentex
06/07/2012 at 10:41
Publicado em ABUSO DE PODER EM DEMOCRACIA, ASSASSÍNIO ECONÓMICO DE PORTUGAL, ATAQUE ÀS PESSOAS, AUSTERIDADE, CAPITALISMO, CAPITALISMO PREDATÓRIO, CONDICIONAMENTO DA VIDA EM SOCIEDADE, CORRUPÇÃO, DECLÍNIO PORTUGUÊS, DEMOCRACIA VS DITADURA, FALTA DE SENTIDO DE ESTADO, GOVERNO, GOVERNO DE PORTUGAL, GOZAR COM OS PORTUGUESES, INCOMPETÊNCIA, INTIMIDAÇÃO, INTIMIDAÇÃO DA POPULAÇÃO, MOVIMENTOS ANTI DEMOCRACIA, NEO LIBERALISMO ECONÓMICO, PAÍSES, PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA, PARTIDOS POLÍTICOS, PEDRO PASSOS COELHO, PORTUGAL, SUBSÍDIO DE FÉRIAS, SUBSÍDIO DE NATAL, SUBVERSÂO DA DEMOCRACIA
MIGUEL RELVAS, O HOMEM DO “LAPSO”
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Notícia sobre um lapso que é ministro, na comunicação social, dia 4 de Julho de 2012
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“‘Eu quero chegar a casa, depois de ganhar as eleições, todos os dias e quero que a minha filha tenha orgulho daquilo que está a ser feito’, disse o porta-voz do PSD, acrescentando: ‘Eu no lugar do engenheiro Sócrates tinha vergonha, eu se fosse parente do engenheiro Sócrates escondia que era parente dele”.
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Miguel relvas, o homem do lapso, falando sobre relações familiares desavindas, quando era porta voz do PSD, dia 29 de Abril de 2011
Written by dissidentex
05/07/2012 at 15:41
Publicado em ABUSO DE PODER EM DEMOCRACIA, CORRUPÇÃO, DECLÍNIO PORTUGUÊS, FALTA DE SENTIDO DE ESTADO, GOZAR COM OS PORTUGUESES, INCOMPETÊNCIA, LICENCIATURAS MANHOSAS SEM SEREM AS DO SÓCRATES, MIGUEL RELVAS, MOVIMENTOS ANTI DEMOCRACIA, PAÍSES, PARASITAS, PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA, PARTIDOS POLÍTICOS, PEDRO PASSOS COELHO, PORTUGAL
MIGUEL RELVAS, ESSE GÉNIO RÁPIDO QUE SE LICENCIOU À VELOCIDADE DO VENTO…
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“Com vento de feição não há má navegação”
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Na Universidade Lusófona
Miguel Relvas fez licenciatura num ano por causa do “currículo profissional”
O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas fez em apenas um ano uma licenciatura que tem um plano de estudos de 36 cadeiras, distribuídas por três anos. Relvas requereu a admissão à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa) em Setembro de 2006. E concluiu a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais em Outubro de 2007.
Ao PÚBLICO, António Valle, adjunto do governante, explicou nesta terça-feira de manhã que tal se deve ao facto de a Lusófona ter analisado o “currículo profissional” do actual governante, bem como o facto de ele ter frequentado “os cursos de Direito e de História”, o que permitiu que o curso fosse feito em menos tempo. Valle não esclareceu quantos créditos foram atribuídos nem quantas cadeiras Miguel Relvas fez na Lusófona.
A única cadeira que o actual ministro tinha concluído antes de 2006 era uma de Direito, feita em 1985….(…)
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Notícia da comunicação social,sobre pessoas que se licenciam num ano apesar de fazerem cursos de 3 anos, dia 3 de Julho de 2012.
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Esta semana foi noticiado que Miguel Relvas completou a licenciatura em apenas um ano, em 2007, graças a «créditos» decorrentes da sua «experiência profissional». O ministro licenciou-se em 2007 na Universidade Lusófona no curso de Ciência Política e Relações Internacionais com a média final de 11 valores.
A carreira académica de Mi9guel Relvas iniciou-se em 1985, ano em que se inscreveu no curso de Direito da Universidade Livre (que mais tarde viria a dar origem à Lusíada). No ano seguinte, Relvas pediu a transferência para o curso de História na mesma universidade, tendo se inscrito em sete disciplinas mas não completou nenhuma.
Em 1995/1996, Relvas pediu o reingresso na Lusíada, desta feita no curso de Relações Internacionais. Mais uma vez, não completou qualquer disciplina.
Em 2006, Miguel Relvas inscreveu-se no curso de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Lusófona, tendo completado o mesmo em Dezembro de 2007.
Os registos biográficos do Parlamento contêm os dados que os deputados declaram quando são eleitos, contudo, a Assembleia da República não confirma a veracidade das informações, uma vez que estas «não influenciam o mandato» dos deputados, explicou fonte parlamentar à TVI.
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Notícia da comunicação social, dia 4 de Julho de 2012
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Written by dissidentex
04/07/2012 at 12:01
COMO A ALEMANHA LIDOU COM O SEU CASO MIGUEL RELVAS
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TRANSCRIÇÃO INTEGRAL DE UMA NOTÍCIA DO I ONLINE
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O presidente alemão Christian Wulff ameaçou um jornal para travar a publicação de uma história. O rápido desfecho do caso mostra que o défice português não é só orçamental
Foi em Dezembro do ano passado que o tablóide “Bild”, o jornal mais popular da Alemanha, descobriu uma história sobre o então presidente da República, Christian Wulff. Quando era governador da Baixa Saxónia, Wulff recebeu um empréstimo de 500 mil euros concedido a “preço de amigo” pela mulher de um empresário – o caso em si (vagamente parecido com o de outro presidente e de um banco chamado BPN) não seria grave se Wulff não tivesse garantido ao parlamento regional meses antes, depois de outro pequeno caso, que nunca tivera qualquer ligação de negócio com o mesmo empresário. O “Bild” tinha apanhado o cheiro a favorecimento e uma “ocultação” – a ligação, afinal, era com a mulher.
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Quando soube que o “Bild” tinha a história, o presidente alemão ligou ao director do jornal. Como não o apanhou, Wulff deixou uma mensagem pejada de ameaças de processos judiciais e de corte de relações com o grupo que detém o jornal caso a história visse a luz do dia. Ao mesmo tempo, o presidente ligou ao director do poderoso grupo de media Springer para o convencer a pressionar o “Bild” para este não publicar a história.
A direcção do “Bild” não hesitou e publicou mesmo. E fez mais. Deixou sair o conteúdo da mensagem do presidente para dois dos jornais de referência do país, o “Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung” e o “Süddeutsche Zeitung”, confirmando no dia seguinte as notícias. O caso tornou-se um escândalo. Na Alemanha é um escândalo que um político telefone a jornalistas com ameaças.
Numa questão de dias uma sondagem mostrou que o apoio dos alemães ao presidente tinha caído de 63% para 47%. Toda a imprensa de referência do país – que incluiu o “Financial Times Deutschland”, o “Die Zeit” e a revista “Der Spiegel” – se uniu de imediato a exigir a demissão de Wulff. A chanceler, Angela Merkel, manteve o apoio, mas entre os aliados do presidente começou a ouvir-se um silêncio ensurdecedor.
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As notícias subsequentes deram conta de uma chamada do presidente para o director do “Bild” com um pedido de desculpas e uma justificação: Wulff só queria mais tempo para responder às alegações da peça e nunca chegou a ameaçar (deve haver um manual político internacional para estas coisas). O “Bild” tinha a gravação e ameaçou divulgá-la. Entretanto soube-se que Wulff já tinha pressionado antes jornalistas do “Die Welt”, ameaçando-os com “consequências públicas desagradáveis”.
O presidente pediu desculpa publicamente por ter ocultado o empréstimo, acabando na mesma crucificado pela imprensa. O caso, entretanto, foi crescendo de dimensão, com vários jornais a noticiarem outros pequenos favores concedidos a Wulff – desconto feito no leasing de um carro, férias pagas por outro empresário – enquanto governador. Os casos em si não eram muito graves, mas como se lê num editorial da “Der Spiegel”, “compõem uma imagem” do homem. Perante os indícios nos media houve investigações dos procuradores públicos na Baixa Saxónia, que em meados de Fevereiro pediram ao parlamento federal em Berlim que levantasse a imunidade do presidente. Sem apoio político e sem crédito na sociedade alemã, Wulff demitiu-se.
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Há diferenças (a mensagem gravada) entre o caso do presidente alemão que ameaça e o do ministro português que ameaça, mas a história é suficientemente parecida. O caso Wulff mostra-nos que, ao contrário da mensagem que os alemães nos vendem, também há má política na impoluta Alemanha. Mas mostra mais: na Alemanha há instituições (poder judicial, comunicação social) que funcionam, apoiadas numa sociedade que não perdoa a falta de transparência. Olhando para a reacção geral perante o caso Miguel Relvas – ou o caso do roubo dos gravadores pelo deputado socialista Ricardo Rodrigues –, percebemos que o fosso que separa Portugal da Alemanha está longe de ser apenas económico. Wulff, em Portugal, terminaria o mandato.
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Notícia da comunicação social, dia 22 de Junho de 2012
Written by dissidentex
26/06/2012 at 10:37
Publicado em ABUSO DE PODER EM DEMOCRACIA, CENSURA, DEMOCRACIA VS DITADURA, FALTA DE SENTIDO DE ESTADO, LEGITIMIDADE, MIGUEL RELVAS, MOVIMENTOS ANTI DEMOCRACIA, PAÍSES, PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA, PARTIDOS POLÍTICOS, PEDRO PASSOS COELHO, PENSAMENTO ÚNICO, POLÍTICA SEM PRÍNCIPIOS, PORTUGAL, PRAGMATISMO SEM PRINCÍPIOS, TOTALITARISMO
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