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Archive for the ‘DISCRIMINAÇÃO’ Category

O DESEMPREGO EM PORTUGAL PROMOVIDO PELO PSD E POR PEDRO PASSOS COELHO – OS GRANDES ÊXITOS DESTE GOVERNO…

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Especialistas dizem que novo código vai agravar o desemprego

Porque sobe tanto o desemprego em Portugal? As empresas estão a querer despedir mais? Diogo Leote Nobre considera que há uma necessidade de sobrevivência que obriga a reduzir custos. Já Fausto Leite admite aproveitamento, por parte das empresas, para se livrarem de trabalhadores. Ambos concordam que as alterações previstas ao Código do Trabalho podem agravar o desemprego.
Diogo Leote Nobre, partner da Cuatrecasas, Gonçalves Pereira

“As empresas têm de reduzir custos e são obrigadas a despedir”

O que motiva este aumento da taxa de desemprego? As empresas estão a querer despedir mais?
Este aumento não tem rigorosamente nada a ver com qualquer mudança na legislação do trabalho, porque as alterações ainda não estão em vigor. Ainda terão que ser promulgadas. O que me parece é simples: as empresas têm de reduzir custos, sob pena de entrarem até em processo de insolvência. Como não se pode reduzir ordenados, sem reduzir o horário de trabalho, as empresas estão a ser obrigadas a despedir. Quer seja por necessidade de reduzir a sua actividade, quer tenha a ver com a necessidade de reduzir despesas, as empresas não têm alternativa se não negociar. Na minha carreira nunca assisti a tantos acordos para a cessação de contrato de trabalho.

Os trabalhadores estão mais resignados com a perda do emprego?
Os trabalhadores têm a percepção de que as empresas não têm alternativa e sentem que a situação vai piorar ainda mais. Antevêem mais mudanças. Há uma percepção psicológica que vai ser cada vez pior e não é de descartar outros pacotes legislativos que possam limitar ainda mais esta situação. Por exemplo, se Portugal precisar de um segundo pacote de ajuda, esse novo apoio pode vir acompanhado de novas medidas de âmbito laboral.

As alterações ao subsídio de desemprego são encorajadoras da procura de trabalho?
É quase ofensivo o Governo dizer que servirá de incentivo. Não há quem esteja a contratar, isso é um argumento demagógico. A questão é que também não há incentivos à contratação. Não vejo, nas alterações legislativas, nenhuma medida que promova a contratação. Não me parece que as alterações previstas do Código de Trabalho fomentem a criação de emprego.

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Notícia da comunicação social, dia 18 de maio de 2012, relacionada com os “êxitos do actual governo”em matéria de desemprego.

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Mais de metade dos jovens desempregados não aparecem nas estatísticas oficiais de emprego porque já desistiram de procurar trabalho, declarou hoje a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O desemprego entre jovens de 15 a 24 anos está nos 22,6% para a média dos 30 países da OCDE – sete pontos mais que em 2007. Em alguns países, contudo, a situação é muito mais grave: em Espanha e na Grécia a taxa ultrapassa os 50%, em Portugal está nos 36,1%, mas mesmo assim a taxa de desemprego “não reflete toda a realidade”, alerta a OCDE.

“Muitos jovens que abandonaram o sistema de ensino deixaram de aparecer nas estatísticas de emprego”, lê-se num comunicado da organização, estimando em 23 milhões o número de jovens sem trabalho. “Mais de metade desistiu de procurar por emprego”, afirma o documento.

Para a OCDE, há “uma preocupação crescente de que uma proporção significativa e cada vez maior da população esteja em risco de um desemprego ou inatividade prolongados”.

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Notícia da comunicação social, dia 18 de maio de 2012, sobre a juventude hedonista e ambiciosa que acha que deve ter um emprego, que é , como se sabe, um luxo próprio de países.

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Contratados a prazo pagam fatia de leão do desemprego recorde

Valem só 20% dos trabalhadores por conta de outrem, mas são os que mais contribuem para a subida do desemprego

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Os trabalhadores contratados a prazo são apenas um quinto do total de trabalhadores por conta de outrem, mas é desta esfera menos protegida pela lei laboral que estão a sair mais pessoas para o desemprego, segundo dados a que o iteve acesso.

Nos primeiros três meses do ano saíram cerca de 60 mil contratados a prazo para o desemprego, mais 12 mil que o registado pela esfera de trabalhadores com contratos sem termo. O regresso ao emprego é também feito sobretudo com recurso a contratos a prazo (mais do dobro dos permanentes).

(…)

Notícia da comunicação social, dia 18 de Maio de 2012, sobre os luxos  que os portugueses querem ter, especialmente os contratados a prazo, (” a tal técnica jurídica de empregabilidade que ia reduzir o desemprego…)

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UM NEGÓCIO CHAMADO EMPREGO

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Este post é dedicado ao Daniel Marques e é um post a várias dimensões.

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Há uns tempos atrás foi-me explicada uma história que depois passou a post. Dava pelo nome de “Gestão de empresas em Portugal”.

Onde eu descrevia o que se passava a nível (péssimo) da gestão de uma determinada empresa.

A mesma pessoa que me contou o que se passava tem-me contado regularmente novidades desde essa altura. E as coisas tem piorado sistematicamente.

E contou-me esta “novidade” que aconteceu com um dos funcionários da empresa em questão, empresa essa que está pelas ruas da amargura.

O funcionário – que trabalhava e ainda trabalha no armazém da empresa, e vendo-a a estar a balões de soro, passou perto de um centro de emprego, no centro de Lisboa, localizado perto da sede desta empresa, e decidiu entrar, mesmo tendo ainda formalmente emprego, para falar com as técnicas do centro.

E isto à propósito de um anúncio de emprego que viu nesse centro de emprego  em que era pedido “um funcionário para armazém com experiência em sapatos.”

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Mais à frente percebe-se a vigarice legal (destinada a facilitar a imigração) e o sistemático estar a gozar com todos nós, organizado pelo Estado português, que aqui está.

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O funcionário desta empresa que estava a pensar concorrer a este anúncio, não tinha experiência em sapatos, mas tinha experiência de trabalhar em armazéns.

E explicou isso mesmo à “técnica do instituto do emprego” (antigamente chamavam-se funcionários que atendiam; actualmente chamam-se técnicos, mas basicamente fazem a mesma coisa agora que faziam antigamente…)

E a senhora explicou-lhe que o anúncio tinha ainda mais um requisito.

E que ele tinha que o preencher.

Obrigatoriamente!

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Era necessário saber falar Mandarim.

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Era necessário saber falar chinês. Uma das variantes do chinês. Como era necessário saber falar chinês e ninguém em Portugal sabe falar isso, sendo português, o “anúncio” é assim construído visando “importar” desta maneira airosa e chica esperta, um cidadão chinês.

Que, evidentemente, obterá o visto de entrada e permanência em território português, porque “até tem emprego”.

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Amanhã ou para a semana que vem, quem inseriu este anúncio, insere outro pedindo uma “ama para tomar conta de crianças”.

Com um requisito.

Que a “ama para tomar conta de crianças, saiba falar Mandarim.

E assim sucessivamente.

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Percebem as poucas pessoas que lêem este blog como estamos a ser comidos por parvos? (e já nem vou dizer nada acerca de multi culturalismo, essa teoria abstrusa… e os perigos que isto encerra…)

E chegamos ao Daniel Marques.

daniel-marques-um-negocio-chamado-emprego

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Pelo meio, passamos pelo Pedro Fontela que diz que:

“… Por muito que custe a muito boa gente admitir estas coisas existem muitas pessoas racionais neste país que não são totalitárias mas que defendem a existência e primazia de um interesse nacional, que estão dispostas a tentar sistemas políticos bem diferentes e mais justos do que aquele que temos sem serem comunistas ou proto-fascistas, que sabem que a esfera pública e política deve fazer uso das ferramentas simbólicas ao seu dispor mas sem objectivos de erodir a individualidade de cada pessoa.”

E o que tem isto a ver?

Tem porque tal qual o Pedro Fontela afirma, se alguém criticar e for contra a importação disfarçada mas legalizada de cidadãos chineses feita desta maneira (ou de outra) que eu descrevo acima (chineses ou de outra nacionalidade ou etnia qualquer; não importa) estará a ser rotulado como

totalitário;

fascista;

comunista;

anti sistema;

anti social;

racista;

xenófobo;

etc,etc…

e enquanto isso, pessoas que querem arranjar emprego não arranjam, e chineses (e de outras etnias ou nacionalidades) contornam a lei airosamente e com a conivência do Estado português e do regime podre que temos.

Mas lá está! Aquilo que acabo de escrever acima, só pode ser “racismo e xenofobia” proto comunismo, etc…

RELATÓRIO MINORITÁRIO FISCAL

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Post muito bom do Blog Contra factos e Pedro Fonseca.

O actual partido socialista, que se diz de esquerda mas não é, decidiu fazer avançar a sociedade mais um passo no sentido do totalitarismo mais abjecto e dos controlos subtis totalitários, implementando uma técnica de condicionamento e ataque à liberdade, baseada na má fé completa e na PRÉ IDEIA de que alguém é criminoso antes de ter cometido qualquer crime.

A ideia demencial ?!?! é criar uma base de dados de contribuintes fiscais que podem ser considerados previamente como infractores – ainda antes de terem cometido qualquer tipo de crime ou sequer virem a cometer.

A expressão relatório minoritário é relativa ao livro de Phillip K. Dick, escritor de ficção cientifica, em que, numa sociedade futurista, quem pensava em cometer um crime, ( mas nunca o pudesse ou quisesse vir a cometer por exemplo) seria preso apenas e só por o pensar em cometer.

Isto é uma tendência perigosa e absolutamente irresponsável da parte deste gang de doidos varridos que compõe o actual governo.

Apenas demonstram uma de duas coisas: ou agem mesmo e sempre de má fé, ou são completamente ignorantes acerca do que andam a fazer enquanto governo. Suspeito que são as duas coisas misturadas.

Amanhã ou para a semana teremos uma base de dados de potenciais condutores que serão previamente identificados como sendo potenciais participantes em choques automobilísticos.

Daqui a um mês teremos uma base de dados listando potenciais pessoas com tendências anti sociais porque escutam músicas “não de acordo” com os padrões do que deve ser escutado.

Daqui a dois meses teremos uma base de dados listando potenciais pessoas que possam ser criadores de dívidas – criminosos – ao comprarem bens de consumo, mesmo que nunca tenham feito qualquer dívida.

O potencial disto para condicionar cidadãos e encetar perseguições políticas ou perseguições de gostos individuais com base nas ideias de cada pessoa é imenso – usando-se argumentos económicos para o fazer.

Continue-se a deixar esta gente desprezível à solta sem quaisquer protestos e oposição ao que andam a fazer…

É por este tipo de razões que me recuso a ir votar. Não pactuo com um sistema destes em que o voto individual está completamente esvaziado.

Caso pessoal – não sou militante de nada; apenas começo a estar ultra farto desta tendência crescente para o uso de controlos electrónicos/ políticos para condicionar as pessoas e pior ainda feitos por pseudo partidos e políticos de esquerda.

Isto não significa que eu apoie impostos baixos, ou fuga aos impostos ou classes sociais/profissionais que não pagam impostos ou coisas semelhantes.

Notícia Público de 21 – 07 – 2008

POBREZA. DESEMPREGO. FOME.

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O Magnifico Portugal democrático ( isto é, falsamente democrático), produz isto que se vê aqui ao lado. Uma junta de freguesia gasta metade do seu orçamento a pagar contas dos seus munícipes.

Há a questão de se fazer isto para se ganhar as eleições, mas também há a questão de as pessoas estarem realmente a passar dificuldades.

A população desta área representa um estrato populacional de pessoas com mais idade, de terceira idade, rurais ma sua maioria e com rendimentos baixos. O editorial pertence ao Jornal Global de 1 de Julho de 2008.

Na outra parte do Portugal democrático temos uma notícia do jornal online Kaminhos de Leiria, no dia 27-05-2008, onde democraticamente foram criados novos pobres, pessoas que trabalham e tem supostamente uma vida estruturada, mas são pobres na mesma.

Atrasam-se a pagar as prestações de vários serviços que a sociedade em que vive, psicologicamente e fisicamente, lhes exige que adquiram, sob pena de exclusão social e desintegração.

Democraticamente são mandadas desta forma para o lixo, para o limbo, para uma zona não existente da sociedade.

Estamos a ser todos convencidos de que “isto” é algo de normal e que estas pessoas merecem o que lhes acontece, coisa que na maior parte dos casos não é verdade. Já para não falarmos nas questões económicas subjacentes a isto, que consistem no facto de uma Junta de freguesia não estar a fazer aquilo que uma Junta de freguesia deveria estar a fazer, mas sim a pagar a vida dos seus munícipes. Justificadamente, diga-se, mas esta filosofia que está por detrás – de um assistencialismo que torna as pessoas dependentes em extremo e lhes ataca a sua dignidade enquanto seres humanos é algo do pior.

Esta é a face da subvertida e sabotada democracia portuguesa; democraticamente a pobreza é distribuída por todos, velhos e pobres, urbanos e rurais. Dizem-nos que devemos aplaudir isto. Eu não!

Ainda na Kaminhos do lado esquerdo temos “GARANTIAS” da parte do Governo que não existe um risco de fome em Portugal, que é baixo. Pobre é um Governo que profere este tipo de afirmações , e o mais espantoso ainda é dizer-se que o risco é inexistente caso as instituições de apoio á fome e á pobreza funcionem bem. La Palisse não diria melhor.

Acrescento eu também que, se não chover, as probabilidades de fazer sol são altas.

Já na TSF, notícia de 4 de Julho de 2008, com a maior das calmas desvaloriza-se as falências de empresas dizendo que isso até é normal.

Posso informar se calhar em primeira mão que de forma normal, a Siemens portuguesa, de forma normal e com toda a normalidade vai despedir 300 pessoas no âmbito dos despedimentos de pessoas a nível mundial que visam despachar 17 mil pessoas.

Não é propriamente uma empresa que esteja a reformular a sua base criativa. Mas a irresponsabilidade e o estar-se completamente a borrifar para estes assuntos conjugado com não se saber mesmo o que dizer perante os problemas são as imagens de marca deste governo que, alegremente, desvaloriza aquilo que é óbvio para todas as pessoas.

Devemos sentir orgulho nisto, dizem-nos.

Written by dissidentex

05/07/2008 at 14:09

TABACO. DISCRIMINAÇÃO. DESPEDIMENTOS.

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EXPRESSO -30 MAIO 2008 - TABACONo dia 30 de Maio de 2008, o Jornal Expresso trazia uma notícia acerca do tabaco e do Direito do trabalho.

Graças à nova legislação do tabaco, feita para nos proteger, ou pelo menos assim foi vendida a ideia, verificamos que somos protegidos de duas maneiras.

Uma delas consiste em afastar os fumadores dos lugares públicos.

A outra consiste em deixar que se aplique uma nova (dupla) penalização aos fumadores, uma dupla penalização, que é a de perderem o emprego – de forma falsa e artificial – sendo usado o pretexto do tabaco para serem despedidos – visando proteger-nos. Que generosos…

É claro que se estava mesmo a ver que isto ou algo semelhante viria a suceder. Que empresas se aproveitassem do facto de a Lei anti tabaco ( Lei 37/2007 de 14 de Agosto de 2007) ser, com a nova versão – totalmente desequilibrada e anti liberdade – e isto poder vir a possibilitar a existência de pretextos falsos para despedir, pretextos esses que antes não existiam. A notícia do Jornal Expresso explica como:

” Há fumadores que estão a ser alvo de processos disciplinares conducentes ao despedimento, no âmbito da Lei do Tabaco, que começa a ser usada como “instrumento” para dispensar funcionários indesejados. Os patrões falam em quebras de produtividade de 15% e admitem penalizações laborais.”

Repare-se no seguinte: antes da lei do tabaco entrar em vigor os mesmos problemas de produtividade deveriam estar a ocorrer. Mas “antes” não existia este conveniente pretexto legal- o aproveitamento do mesmo – para despedir e assim justificar a incompetência da gestão das empresas. Cite-se do Expresso:

…Embora algumas empresas tenham criado espaços para fumadores, “na grande maioria das PME’s” os funcionários têm de abandonar as instalações ou inventar formas de acender um cigarro sem ser descobertos.

Arranjam sempre esquemas para abandonar o local de trabalho e ir fumar para a casa-de-banho ou outros sítios, como corredores e varandas. Temos até conhecimento de que, no sector da hotelaria, os trabalhadores metem-se dentro dos quartos”, denunciou o presidente da associação portuguesa e vice-presidente da Confederação Europeia das PME….”

Repare-se: a inspiração desta legislação veio da Europa e dos comissários europeus que fizeram sempre pressão e posteriormente aplicaram directivas comunitárias sobre este assunto levando o governo português da pseudo Esquerda Moderna a fazer “não uma lei, mas uma reforma, a Lei do tabaco”.

Nota adicional: o actual governo não faz leis, contrariamente aos seus antecessores. Faz “reformas”…É um “governo diferente”…

Graças a esta estupidez, porque tudo o que este governo faz é intensamente estúpido, discriminatório e demagógico e graças à total falta de previsibilidade do que se deveria pensar em verificar vir a acontecer a seguir, temos agora um aumento da conflitualidade, com os consequentes processos em tribunal, e acima de tudo com o enorme aumento da discriminação como “forma de vida”na sociedade considerada “aceitável”…

Cite-se do Expresso:

Redução da produtividade

A entrada em vigor da Lei do Tabaco não está apenas a ter consequências para os trabalhadores. Patrões e empresários queixam-se da redução de produtividade, em parte causada pelas ausências temporárias dos fumadores.

O presidente da Associação Nacional das PME´s lembra que nos sectores mais afectados – hotelaria, restauração e empresas industriais – registam-se já “problemas sérios ao nível da produtividade, com 15% de queda desde 1 de Janeiro”.

Também o presidente da Confederação do Comércio e Serviços admite que a “quebra de rendimento” dos fumadores venha a trazer “prejuízos acumulados em termos de produtividade”.

Actualmente, já existem empresas que só aceitam trabalhadores não fumadores. Numa pesquisa feita na Internet, a Lusa encontrou cinco anúncios que “cometem a ilegalidade”.”

E depois temos os efeitos colaterais disto, o completo sentimento de impunidade das empresas.

Empresas não querem fumadores

Paquete, vigilante de piscina, assistente administrativa, colaborador de loja e assistente de bordo são algumas das ofertas de trabalho que “exigem” aos candidatos ser “não fumador”, um requisito expresso em alguns anúncios como sendo mesmo um “factor eliminatório”.

“Esses anúncios violam o princípio da igualdade no emprego. Pura e simplesmente não são admissíveis e são inconstitucionais. Um empregador não pode discriminar alguém por ser fumador”, salientou o advogado Fausto Leite.

Depois disto e tendo em conta o precedente que aqui está teremos provavelmente, no futuro a exclusão de pessoas que bebam café, ou chã, ou qualquer outra substância normal, talvez os pasteis de nata, por exemplo.

Também temos aqui a estigmatização que é feita aos fumadores, ameaçando-os directamente de perderem o emprego se fumarem. Isto é a “moralidade” vinda do mesmo Estado/Governo que generosamente subsidia drogados e quer introduzir trocas de seringas em prisões. Invocando-se razões de saúde publica.

Quanto aos fumadores são tratados ao mesmo nível que os judeus eram tratados pelos nazis. Como uma raça de párias a quem é necessário retirar os meios de subsistência.

ROCK IN RIO 2008. ASAE. JORNALISMO DE PROPAGANDA.

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Este vai ser um artigo a várias dimensões.

ROCK IN RIO 2008

Dimensão 1.

No dia 4 de Junho de 2008, o jornal diário gratuito Global, na sua página 2, trazia uma secção de cartas de leitores. Numa dessas cartas uma leitora que assinava Elisabete Silva” explicava a sua magnifica experiência no recente Rock in Rio 2008. Queixa-se dos preços especulativos dentro do recinto, queixa-se da falta de condições das casas de banho em termos de higiene. Queixa-se da falta de agua nas mesmas.Queixa-se e legitimamente.

Onde está a ASAE? Onde?

Alguém sabe? Alguém tem alguma ideia?

Foram previamente tomadas medidas para obrigar a organização a aumentar o número de casas de banho, por exemplo?

A ASAE interviu?

Está talvez a descansar após ter estado ocupada a fechar 22 padarias no dia 27 de Maio de 2008.

ASAE FECHA PADARIAS

Não se toca no Rock in Rio nem nos magníficos eventos que estão destinados a transformar esta terra num país de comércio e serviços. Conferir “Portugal, traição e mistificação nacional”

Esta entidade chamada ASAE está a ser usada como arma de arremesso contra as pessoas. A lei é usada como cobertura para subverter a actuação desta entidade e para lhe dar pretensa legitimidade induzindo todas as pessoas a pensarem que “isto” que a ASAE está a fazer é que são legitimas acções de fiscalização.

Legítimas acções de fiscalização não incluem fechar os olhos a falhas cometidas por grandes organizações ou empresas e não fechar os olhos a falhas cometidas por pequenas organizações ou empresas.

Legítimas acções de fiscalização não implicam que a lei sobre a qual se apoiam defina multas desproporcionadas em relação aos eventuais prevaricadores, consoante eles sejam de enorme dimensão, quer de pequena dimensão.

Dimensão 2.

Na mesma notícia do jornal Global vem uma outra carta de outra pessoa, José Amaral de Vila Nova de Gaia, que nos explica a situação relativamente ao país da liberdade e da democracia em que Portugal está transformado.

Tão bom é este país e tanto nos pedem para sentir orgulho nele que deveremos ficar extasiados pelo facto de existirem umas 40 mil pessoas em lista de espera para serem operadas às cataratas em Portugal.

Até acontece que na casa dos meus pais tenho uma, a minha avó de 89 anos, que não vê absolutamente nada do olho esquerdo. Mas que importa?

Vê do olho direito… que continue em espera. Não vamos privilegiar quem não deve ser privilegiado.

Por isso, todos em uníssono, sintamos o orgulho de sermos portugueses a invadir-nos pelo facto de Cuba, um país a cair aos bocados conseguir fazer operações enquanto que o dinâmico Portugal do desenvolvimento democrático – do qual devemos sentir orgulho – não o consegue fazer.

Isto é uma nova nova noção de fracasso até mesmo para este país.

Dimensão 3.

Em Portugal o jornalismo está transformado em jornalismo idiota, canalha, manipulador e propagandista.

Na mesma página 2 do Jornal Global temos uma situação de “encher chouriços” – ocupar uma parte da folha uma foto da Grécia. Não é uma foto qualquer;nela vêem-se imagens da sopa dos pobres na Grécia e explica-se que mais de dois milhões de naturais da Grécia vivem na pobreza e que 100 mil pessoas na Grécia são alimentados, em cozinhas humanitárias como esta mostrada na foto – por instituições municipais ou religiosas.

A marca Global notícias pertence a Controlinveste, uma sociedade que detém muitas outras empresas e na qual a Opus Dei tem também uma quota.

O que não percebo é porque se insere uma imagem de um país estrangeiro com pobres no meio de cartas de portugueses a reclamarem pelos mais variados assuntos. Foi para “encher” papel de jornal ou foi para esvaziar as cartas – o efeito delas perante quem a ler?

Foi para “encher” papel ou foi para demonstrar que as queixas dos portugueses na página 2 são “amendoins”, pequenas coisas sem importância ao lado dos “verdadeiros problemas de pobreza dos gregos, dos dois milhões globais, ou dos 100 mil que são auxiliados pelas cozinhas religiosas e humanitárias?

Então porque não se inseriram imagens de pobres portugueses?

Era necessário ir até à Grécia para descobrir pobres?

Cá não há pobres? Os pobres de cá não são dignos de serem fotografados na sopa dos pobres?

Ou é para “encher chouriços” ou é jornalismo manipulador. De ambas a maneiras é mau e mostra o estado de como, através de pequenas coisas se caminha para o que se caminha.

Dimensão 4.

Enviado por mão amiga através de correio electrónico recebo pérolas muito bem feitas do blog “A pente fino”

Pérola 1

Sobre o Jornal Público e as deformações noticiosas que regularmente aparecem lá. Muito se forçam e contorcem as as palavras e as situações naquele jornal. Cita-se o artigo quase todo.

Aaldrabice e desonestidade estão a agravar-se no Público

1. Pobreza e desigualdades sociais estão a agravar-se em Portugal diz a capa do Público de hoje. Como este jornal de referência já nos tem habituado, não há um único resquício de verdade nos títulos principais. Repare-se no tempo verbal, o jornal não diz que há pobreza ou desigualdade, diz que elas estão a agravar-se.

Pobreza: nas páginas 2 e 3, onde este tema é tratado só há uma única referência à evolução da pobreza… e indica exactamente o contrário. Diz o autor do estudo em causa, que os índices melhoraram de 2004 para 2005. A subida é irrelevante por ser pequena e ser apenas de um ano, mas quem diz que a coisa está a piorar é o Público.

Desigualdade: o título interior apenas diz que Portugal “continua a ser” um país com desigualdades. Houve aqui sim um agravamento, mas de 2000 para 2004! Nós estamos em 2008, e o Público lá saberá porque usa o presente na capa. (Mais uma vez as medidas mais recentes até indicam uma diminuição numa outra medida de desigualdade – mas altamente correlacionada com o índice de Gini – o rácio dos rendimentos do 20º e do 80º percentil, mas a melhoria é insignificante e irrelevante… apenas questiono a atitude do Público).

2. A conclusão sensacionalista que os pasquins gostam de tirar daqui é que “os pobres estão cada vez mais pobres”. Não há absolutamente nenhuma razão para que isto seja verdade, quando a desigualdade aumenta. É o que faz o Portugal Diário, que também lá saberá porque usa o presente quando fala de valores de 2004.

Penso que o texto fala por si só acerca da manipulação e da constante desinformação que este Jornal pratica. Que é aquilo em que está transformado o jornalismo português.

Pérola 2, transcrita parcialmente.

Sábado, 24 de Maio de 2008
Sexta e portagens

1. O “Sexta” (julgo que vem incluído no Público) diz na capa “Vamos pagar mais portagens em 2011”.

As portagens vão subir acima da inflação em 2011? Não!

Vai haver mais estradas onde as portagens vão ser introduzidas? O Sexta também não o diz!

O que acontece é que em 2011 vai haver mais auto-estradas, e as novas são pagas. Tão ridículo como dizer que em 2011 vamos pagar mais pela internet, apenas porque vai haver mais pessoas com internet em casa.

Não querendo entrar em teorias da conspiração, mas é estranho e estatisticamente improvável que tantos jornais com especificidades e características próprias, destinados a públicos diferentos e diveros tenham todos, ao mesmo tempo, tanta manipulação, tantos erros, tantas imprecisões, tantos disparates e mau jornalismo em tantos artigos, ora fazendo favores de um lado, ora fechando os olhos a outras actividades de outro.

Além disso desagrada-me que se façam criticas ao actual governo, ou melhor, que o Jornal Público faça criticas ao actual governo, mas sendo incompetente a fazê-las. Estes incompetentes devem e merecem ser criticados sem se recorrer a expedientes como os que o Jornal Público recorre.

A quem não esteja muito informado sobre os assuntos isso dá o benefício da dúvida sobre o actual governo. Não devemos ter dúvidas sobre o actual governo, mas uma única certeza: é muito mau, péssimo, imbecil.

Os jornalistas sao mesmo livres?

CENSURA NO AUDIOVISUAL. EUA.(3)

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♦No primeiro artigo “Censura no audiovisual. EUA (1)” falou-se de:

  1. MPAA e o sistema de classificação de filmes;
  2. A forma como a classificação é feita;
  3. o caso da realizadora Kimberley Pierce.

No segundo artigo CENSURA NO AUDIOVISUAL .EUA. (2) falou-se de:

  1. uma perspectiva religiosa aplicada à classificação de filmes.
  2. a não definição prévia dita aos realizadores do que são cenas a virem a ser classificadas NC-17.
  3. O segredo relativamente á entidade dos classificadores de filmes.
  4. Os critérios a usar para classificar.
  5. A aplicação do critério do “sentimento médio do cidadão americano médio”.

O conveniente pretexto usado actualmente

para levar as pessoas numa dada sociedade a aceitarem sofrer arbitrariedades são as crianças.

Como no documentário aqui analisado se afirma e nós todos percebemos; é dito às pessoas que classificam filmes que ” eles são a ultima linha de defesa contra males inconfessáveis” ou “temos de proteger as nossas crianças”.

Enquanto escrevia isto lembrei-me de um post anterior chamado EQUILIBRIUM. Nesse post – a análise de um filme com o mesmo nome, a dada altura, o ditador diz ao personagem principal – o “clérigo Tetragramatton Jonh Preston” (actor Christian Bale) que ” os clérigos Tetragrammaton são a última linha de defesa contra a desordem na sociedade”.

Existe sempre a necessidade de criar perigos (reais ou não) para justificar a adopção de meios totalitários de controlo de uma população. E existem sempre os pretextos para isso. Um deles são “as crianças”…

Neste documentário nunca chegamos de facto a saber quais são estas pessoas às quais são atribuídas estas gigantescas tarefas de protecção.

O simples facto de atribuir-se este tipo de poder a pessoas normais, estas tendem, subitamente, a sentirem-se maiores do que são.

Sentem o doce aroma do poder absoluto. Um qualquer aura ou missão maior que elas próprias. Como tal os conceitos que inventam para definir o que é um “filme sério” tem a lógica para essas pessoas de “lei”.

E são definidas, de acordo com os seus “próprios gostos pessoais”

O documentário demonstra que tentam criar padrões para os “outros”- . Não interessando se os padrões são arbitrários ou totalitários; isto é, anti democráticos ou não.

No próprio filme documentário, o critico David Ansen explica como. Dá o exemplo das associações de críticos e como estas desmontam o totalitarismo presente neste tipo de actividade: não lhes dar credibilidade e não lhes ter respeito.

Nota ainda que a critica fica muitas vezes espantada com algumas das decisões de classificação de filmes que a MPAA toma.

Existe um filme maravilhoso, mas algures lá dentro tem “uma palavra”. Essa única palavra é censurada. Isso basta para que o filme seja classificado NC-17. O documentário revela ainda como “os palavrões” são classificados dentro de cada categoria de filme.

E como a palavra “Fo**R apenas só pode ser usada uma vez – por filme Logo os realizadores tem que ter cuidado e escolher bem a altura em que decidam inserir num dialogo a palavra em questão.

Existem ainda outras nuances. “Fo**r” pode ser inserida uma vez. Mas posso “fo**r-te” e “gosto de ser f****o/a” são absolutamente inaceitáveis para serem colocadas num filme abaixo da categoria NC-17 ou “R”.

É também revelado que se um personagem diz isso, vendo-se no filme estar debaixo da influência de narcóticos é logo classificado “R” e fica à beira de levar com um “NC-17”.

Outras nuances são também interessantes.

Se o filme mostra uma posição sexual sem ser na posição de missionário ( homem em cima da mulher) ai já não é permitido. (Visão cristã de sexo aplicada).

Mas no mesmo filme podem existir cenas em que um assassino mata a tiro e com requintes de crueldade 200 amorosas crianças órfãs que isso não constitui problema nem dá origem a classificações péssimas -“R” ou “NC-17”.

Violência gratuita e muitas vezes deslocada do contexto do filme pode ser.

Mas sexo, colocado em perspectiva e lógico dentro do contexto do filme e da história que se pretende contar no mesmo não pode ser. Ou mais que dois humanos, ou humanos com animais, ou o que seja.

Como no documentário se explica bem, uma NC-17 pode ir desde uma orgia de pessoas de 3ª idade até um filme estrangeiro do Pedro Almodôvar.

Como se uma coisa tivesse algo que ver que a outra.

O conceito de “sentimento médio de justiça”, é igualmente aplicado para classificar um filme pornográfico com uma orgia incluindo anões e cavalos, ou um cineasta sério como Pedro Almodôvar.

Outra técnica também existe.

A MPAA chama o realizador e diz-lhe que ele será classificado da maneira “y”. E intimida-os dizendo-lhe “que se quiseres ser mais radical, então terás 5 pessoas a ver o teu filme”.

No documentário é delicioso ver o Sr Jack Valenti a dizer que “eu aplico a Lei Valenti”: “se tu quiseres fazer um filme que muita gente quer ver, ninguém te prejudicará; se quiseres fazer um filme que pouca gente quer ver, não existe classificação que te valha”.

Isto é oposto de democracia.

A ideia de igualdade para todos e de aceso de todos a todos os conceitos e gostos, excepto desde que não violem a lei. Aqui é a lei subvertida por um sistema arbitrário.

As bilheteiras.

O Sr Valenti avança para o dinheiro dizendo que as classificações nada tem que ver com as bilheteiras.

Se existir uma classificação que diga que um filme é mau, as pessoas naturalmente sentir-se-ão inclinadas a não ir ver.

Como diz o analista Paul Gerdaravian, as diferenças entre ser classificado NC-17 e outras classificações são de vários milhões de dólares, entre 20 a 40 milhões de diferença de receitas, consoante o tipo de filme.

Gerdaravian afirma: “porque definitivamente limita a nossa capacidade de comercializar um filme”.

A MPAA serve o interesses dos grandes estúdios passando por ser uma classificação séria e honesta.

Um da situações interessantes do documentário é o facto do realizador do mesmo, Kirby Dick, ter contratado detectives particulares para saber quem eram efectivamente as pessoas que classificam os filmes.

Os nomes dos classificadores foram mantidos em segredo durante mais de 30 anos pelo senhor Jack Valenti, o chefe da MPAA.

O ordenado de um classificador era de 40.500 euros. Dois classificadores (em 30 anos ) forma os únicos a falarem.

Declararam que :não havia um sistema definido, um padrão de classificação;

Reuniam-se numa manhã para falarem e darema sua opinião sobre o filme do dia anterior.

Existem também depoimentos dos mais variados tipos explicando porque é que o actua sistema de classificação norte americano é inconstitucional, baseando-se também retrospectiva histórica em que até aos anos 5o,nunca houve qualquer intervenção governamental sobre este assunto implicando censura( excepto no domínio da pornografia infantil, por razões óbvias…) e como é absurdo que existam entidades privadas a deliberar sobre este assunto.

Um dos depoentes declara claramente que a indústria americana de filmes, não é competitiva, antes entra em conluio entre si para atacar a criação de sindicatos entre as mais variadas profissões dentro do sistema.

Nos anos 50 durante o Mcartismo era perguntado, por influência dos estúdios também e pelo fenómeno que ficou conhecido pela “caça às bruxas”e que transcrevo:

Durante a Lista negra as duas perguntas que eram feitas eram se rotineiramente aos inquiridos eram:

(1) é membro do partido comunista?

(2) Já exerceu algum cargo no “screen writers Guild” ( sindicato)?

E como explica quem dpõe, “em primeiro lugar ao fazerem as duas perguntas em conjunto, isso sugeria que existiria uma conexão entre as duas”. E ao fazer a segunda pergunta, torna a resposta “SIM” um acto muito perigoso. Entã’ confessar( confessar parece-me um termo errado) a filiação no sindicato, seria o equivalente a aceitar uma condenação perpetua, uma lista negra”.

As pessoas geralmente associam isto ao Macartismo, mas não tem nada a ver com o Mccarthy.Assim que a MPAA,entrou em acção, a MPPA fez tudo sozinha. E a “lista negra” foi implementada pelos mesmos que controlavam a industria.

Em seguida vêem-se frases do senhor Eric Jonhson, presidente da MPAA de 1943 a 1965 dizendo” não existe propaganda subversiva na industria de cinema americana nem vai haver”.

E foi assim que uma associação visando o poder oligopolístico de uma industria e dos lucros e poder inerentes à mesma usou as tensões políticas do seu tempo,para perseguir a liberdade de expressão e o associativismo dos seus profissionais.

Continua…

Written by dissidentex

03/06/2008 at 20:21

CENSURA NO AUDIVISUAL. EUA. (2)

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No primeiro artigo “Censura no audiovisual. EUA (1)” falou-se de:

  1. MPAA e o sistema de classificação de filmes;
  2. A forma como a classificação é feita;
  3. o caso da realizadora Kimberley Pierce.

( Continuação) Kimberley Pierce interrogada relativamente aos problemas que teve para ver o seu filme classificado explica que:

tendo em conta que o conceito de orgasmo é maioritariamente definido por homens e os realizadores são quase todos homens, as visualizações cinematográficas são quase todas vistas sob um ponto de vista masculino. A ideia de que, nesse contexto a ideia do prazer feminino será vista como algo redutor.

No decorrer do documentário, percebe-se que este assunto das classificações e questões como esta, de mostrar ou ao orgasmos nada tem directamente que ver com prazer feminino. O que se nota ao continuar a ver o documentário é que existe uma perspectiva religiosa de poder por detrás destas subtis actos de censura e de negação às mulheres do prazer feminino.

A partir desta lógica, da percepção desta lógica (e de outras) na classificação de filmes, passa-se para outros depoimentos de muitos outros realizadores, relacionados com outros assuntos, mostrando-se uma série de realizadores que tiveram ou filmes censurados, ou filmes aos quais tiveram que amputar parte, apenas para não receberem NC-17.

Uma realizadora queixa-se que foi discriminada por fazer um filme gay, outro que lhe disseram para remover tudo que tivesse um dildo, e outros perguntam onde está a definição legal do que é NC-17 E “R”. Ainda um outro pergunta porque não lhe podem dar uma lista de exclusões – mas no inicio do filme…

Uma cena cortada apenas o é, porque é uma cena onde se insinua que uma das raparigas se vai enroscar nas pernas de outra rapariga.

Num outro filme, o corte que foi feito tinha a absolutamente estonteante quantidade de 3 segundos.

Menciona-se que os membros da MPAA dizem aos realizadores que estes não tem que aceitar a classificação; que não é obrigatório…

Uma das formas como esta classificação categoriza e classifica os filmes assenta na seguinte dualidade:

  • Os filmes são classificados antes de serem lançados.
  • Os filmes não são classificados por quem os faz.

Quem faz a classificação permanece secreto. Um grupo de pessoas que se reúne numa sala e…classifica. Isto é a essência do totalitarismo aplicado a um produto-serviço que a todos interessa precisamente porque após classificação, não existe justificação técnica ou outra, publicada e acessível a todos que explique as razões da classificação.

É uma vitória da burocracia. Nos EUA isto é tolerado e aceite como “normal” apenas porque é feito por uma associação de empresas privadas. Como se isso ilibasse do totalitarismo latente que se observa nesta lógica….

Feito por empresas privadas ou entidades públicas são os métodos aqui usados que são totalitários e que prejudicam pessoas, artistas, público e impõem (servem para impor) uma dada visão do mundo. Em vez de ser o “mercado” – ou seja os gostos das pessoas.

Conforme o senhor Jack Valenti, o porta voz da MPAA (falecido em 2006) explica no documentário, os classificadores são “pais, que não são nem deuses, nem loucos” e que tentam obedecer ao critério do que será o “paí americano médio” ou na melhor das hipóteses, o que será o cidadão americano médio.

O que é o cidadão americano médio?

Os classificadores (os tais representantes não eleitos os pais americanos médios vêem um filme e tentam classificá-lo de acordo com o que um “pai comum”, pensaria de um filme.

Isto é uma lógica desde logo do mais arbitrário que existe.

Por exemplo, acontece muito na sociedade portuguesa; uma sociedade especialista em criar sistemas informais injustos de apreciação do mérito baseados na mais absoluta injustiça e falta de critério.

No sistema jurídico, o critério do “pai médio”, também existe na lei. Chama-se “os sentimentos médios de justiça do cidadão médio” ou “os sentimentos médios de justiça do pater familiae/ pai de família. Posso afirmar sem qualquer tipo de auto restrição que é umas das vigarices jurídicas mais bem trabalhadas e inventadas que os sistemas jurídicos produzem – o português em particular.

Serve esta construção de um critério – maleável, flexível e fluída – absolutamente tosca – e servindo para fundamentar decisões absurdas, ilibar juízes de erros, dizer o mesmo e o seu contrário, perante casos notoriamente iguais, criar desigualdades de facto parecendo que se estão a criar equidade e justiça na apreciação de casos em disputa.

Serve também para os digníssimos magistrados pretenderem poder afirmar, dessa forma, que se conseguíram colocar no lugar do que um bom e honesto “pater familiae” decidiria ou ´pensaria sobre um assunto.

Como se um “bom pai de família (qualquer pai de família) auferisse o rendimento dos magistrados, tivesse acesso às fontes de informação destes e possuísse os conhecimentos técnicos de direito que os magistrados tem…ou como se fosse possível uma pessoa conseguir por-se 100% na pele dos problemas de outra, desta forma tão leve…

Seria o mesmo que uma pessoa que nunca partiu um braço ou teve um ataque de coração dizer a outra a quem isso aconteceu que “sabe perfeitamente o que a outra está a sentir”…

É uma técnica social/política passada a técnica jurídica tendo como objectivo exercer um controlo social sobre a população.

No caso português, obtém-se com isso os resultados cretinos e ineficazes que se vêem e o prosperar de um sentimento difuso mas cada vez mais entranhado de injustiça presente na vida das pessoas. Mas não de todas as pessoas.

E estas que sentem esse sentimento difuso, tem cada vez mais consciência disso mesmo, embora tenham dificuldade pessoal em determinar exactamente o que é… e porque é assim.

No sistema americano, mas que contamina a Europa, e o mundo, está presente isto.

Está presente e manifesta-se esta mesma lógica completa de arbitrariedade total. Depois de nos termos livrado do comunismo agora temos que aturar uma coisa vagamente parecida…

Dai a frase de David Ansen, o critico de cinema convidado para depor que afirma esse mítico pai americano é uma ficção”.

Concerteza que é. E o português, também.

David Ansen continua e afirma também: “é uma ficção conveniente que alguém tem que inventar e justificar para criar um sistema arbitrário”.

Ansen refere-se ao sistema de classificação de filmes patrocinado por empresas privadas, como ficção conveniente, mas noutras áreas da vida existe o mesmo germe totalitário à solta.

A técnica é simples.
  1. cria-se uma suposta ideia do que será um “conceito”.
  2. Que abranja uma maioria de pessoas.
  3. Dá-se-lhe um nome apelativo e seguro ( neste caso o “pai americano médio” ou o “cidadão médio” e os seus sentimentos).
  4. A partir daí, tudo é feito invocando esse “logótipo” arbitrário, totalitário, absurdo.
  5. Com o objectivo de criar controlo social apertado.
  6. Usando um produto que muita gente adquire e gosta, neste caso,os filmes.

A confusão das pessoas acerca das suas próprias vidas, do seu sentido de estar no mundo, o total esbatimento de valores, sejam quais forem os valores, a confusão cívica surgem.

Esta “confusão” irá aumentar de intensidade, apesar de existirem “estes conceitos” de suposta normalização que acarretarão justiça e que são apresentados como algo que irá funcionar bem.

Continua.