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GLOBALIZAÇÃO E NEOLIBERALISMO: SUN MICRO SYSTEMS DESPEDE 3000 MIL…
Neste post feito à propósito da análise de um livro sobre globalização, eram citadas declarações de um responsável da Sun micro systems feitas em 1997, explicando como eram vistos os empregados da Sun pelo seu principal gestor.
Transcreve-se uma parte.
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Página 10:
√…”na nossa empresa, cada um pode trabalhar tanto quanto queira…” … os governos e as regras por estes impostas ao mundo do trabalho perderam todo o significado…”contratamos os nossos empregados por computador, eles trabalham por computador e são despedidos por computador“.
√ Algures no diálogo do texto, David Packard, o co-fundador da Hewlett Packard (produção de impressoras e computadores) faz uma pergunta a Jonh Cage da Sun Mcrosystems:
” …– de quantos empregados necessitas verdadeiramente, John? – “ Seis, talvez oito, responde secamente Cage. Sem eles estávamos tramados…” – E quantas pessoas trabalham actualmente para a Sun systems? Gage responde:- …” Dezasseis mil. Tirando uma pequena minoria são reservas de racionalização.”
√ Não se ouve o mais pequeno murmúrio na sala: para os presentes, a ideia de existirem legiões de desempregados potenciais ainda insuspeitos é algo de obvio. Nenhum destes gestores de carreiras, que auferem chorudos salários, provenientes dos sectores e dos países de futuro, acredita ainda que se possa vir a encontrar, nos antigos países e em todos os sectores, um numero suficiente de empregos novos e correctamente remunerados nos mercados em crescimento, com o seu grande consumo de tecnologia.-no próximo século, para manter a actividade da economia mundial, dois décimos da população activa serão suficientes….- Mas e os restantes? Será possível imaginar que 80% das pessoas que desejam trabalhar não vão encontrar emprego?
– Não há duvida que os 80% restantes vão ter problemas consideráveis, afirma o autor norte-americano Jeremy Rifkin que escreveu o livro “The end of work…”
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Imagem e texto “Jornal Destak”.
Ligação “Revista visão/aieou”
Duas notas:
1 – a Sun Micro systems não despede pessoas, dispensa pessoas (A semântica do neoliberalismo é diferente…)
2 – A Sun Micro systems anuncia um ano antes que vai despedir/dispensar pessoas (defensores disto até virão argumentar que a empresa é “organizada” programando “eficientemente” o tempo dos seus despedimentos.
Como afirma o senhor Jonh Cage acima,
contratamos os nossos empregados por computador, eles trabalham por computador e são despedidos por computador“.
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Em Novembro de 2008, a mesma empresa Sun Micro systems anunciava que iria despedir 15% da sua força de trabalho – 6000 pessoas, para “reduzir custos”.
Parte-se evidentemente do principio que a 6000 acrescem – um ano depois – mais 3000.
Mas, sejamos honestos: a preparação para isto já estava a ser feita desde meados dos anos 90.
Cita-se John Cage de novo:
os governos e as regras por estes impostas ao mundo do trabalho perderam todo o significado…”
DEUTSCHE BANK ESPIA OS SEUS PRÓPRIOS FUNCIONÁRIOS E ACCIONISTAS
Fonte: Globo
Londres, 21 jul (EFE).- O Deutsche Bank está sendo investigado por ter contratado detetives para espionarem membros de seu próprio conselho de supervisão, informa hoje o jornal “Financial Times”.
A agência de proteção de dados do Estado alemão de Hesse, onde o banco tem sua sede, pediu à Promotoria que determine a possibilidade de conduzir uma investigação criminal dois meses depois de a própria empresa ter declarado que pediria a advogados externos para que averiguassem tais atividades.
O Deutsche Bank rescindiu os contratos de dois funcionários, um deles o responsável das relações com os investidores, enquanto continua sua própria investigação sobre as supostas operações não autorizadas de vigilância tanto de membros de seu conselho de supervisão, quanto de investidores.
O caso do banco alemão não é único no país. Houve também episódios similares em outras grandes empresas como Deutsche Telekom, do setor de telefonia, e Deutsche Bahn, do ramo ferroviário.
CONCENTRAÇÃO DE BANCOS EM PORTUGAL
Um dos problemas de Portugal e dos portugueses é o facto de – dizem-nos os adeptos do liberalismo na economia – existir “pouca concorrência” nos mercados. Notícia Público – Economia, dia 28 – 05 – 2009.
Isto é, existirem poucos concorrentes nos mercados. E o responsável do Deustche Bank, o banco que despoletou juridicamente a crise financeira norte americana, vem dizer-nos que é bom existir pouca concorrência no mercado. E importa perceber porquê…
(1) É inevitável. Porquê? O responsável do Deustche Bank não diz. E aponta o caminho: absorção ou fusão das instituições mais pequenas.
São aquelas instituições que ocupam os mesmos pedaços “pequenos” de mercado que o Deustche Bank também ocupa.
Fazer publicidade em causa própria é a nova medida de ética.
(2) Fusão das instituições mais pequenas. Entre si, ou com o Deutsche Bank? E por que preço? E por qual quota de mercado a atingir? E quem assume as dividas das instituições mais pequenas? São as instituições que faliram, ou são as outras instituições mais pequenas que não faliram?
(3) Um modelo de negócio mais tradicional é que é necessário ter “mais escala” ou seja, mais tamanho”. Porquê, mais tamanho? Para ocupar que mercados?
Se os bancos portugueses – mais pequenos – estão “entalados” entre os bancos portugueses maiores (estes tem uma quota de mercado à volta dos 85%) então para quê ganhar “escala”?
Para expandir para o estrangeiro? Bom, mas se o bancos portugueses normais não conseguem sair de Portugal, porque seriam os pequenos a fazer isso? E como se ganha quota de mercado, mesmo fundindo-se bancos pequenos com bancos pequenos?
Para expandir em Portugal? Há a questão das sinergias, mas isso não explica ( nem de perto nem de longe) tudo…
Então quem pode beneficiar com isto? O Deutsche Bank, que poderá eventualmente, num determinado futuro comprar um banco eventualmente fusionado (e com um tamanho ajustado aquilo que o Deutsche Bank pretende (adquirir) do mercado português) resultante destas propostas que o seu responsável apresenta….
(4) No ponto 4 que escolhi, o responsável do banco alemão em Portugal tem um leve acesso de marxismo económico. Manifesta-se perguntando qual é o numero de bancos necessário para que as “coisas funcionem”. Julgava eu, que era o “mercado” que determinava isso.
É o mercado que determina isso, excepto quando o Deutsche Bank, não tem quota de mercado que lhe permita crescer (A) organicamente, ou (B) por aquisições e fusões de concorrentes.
Aí o mercado afasta-se para a barra lateral. E entra o intervencionismo retórico, em conferencias do Finantial Times – interesses estrangeiros a fazerem pressão sobre o mercado português…
(5) É claro que são os bancos mais pequenos que sofrem com as condições do mercado, porquê? TBTF (To big to fail – demasiado grandes para falharem) era o mantra que rebentou recentemente com alguns bancos grandes – todos eles maiores que o Deutsche Bank.
Portanto é “claro” porquê? Porque um director regional do Deutsche Bank o diz?
E acreditamos nele porquê?
(6) E diz-nos o ex-director do impostos que voltou para o BCP, que será visível a redução do crédito destinado a particulares e sobretudo, no sector imobiliário.
Os bancos cortam a torneira, não porque seja “visível” a crise do crédito, mas pura e simplesmente porque já estão cheios de perdas nos balanços e não querem mais.
Mas estão a indicar-nos que “acabaram de abortar” contra a vontade de qualquer governo eleito futuramente, qualquer ” ideia leve” de recuperação económica.
Indicam que estão completamente contra a corrente propagandística do actual governo que fala de recuperações económicas que estão a vir.
E indicam que os mais de 2 biliões de euros injectados nos bancos portugueses por causa da crise (de um pacote total disponível à volta dos 20 biliões de euros) afinal não serviram para aliviar a torneira da concessão de crédito.
Os bancos querem as coisas como estão. O seu poder aumenta com as coisas assim, e mais condiciona qualquer governo eleito.
(7) Crescimentos de crédito na área dos dois dígitos ao ano não são desejáveis. Resta dizer, que quem quis ter crescimentos de crédito na área dos dois dígitos foram …… todos os bancos?!?!? ……que se lançaram na concessão louca de crédito por todos os lados.
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De um ponto de vista da “concorrência” o que o responsável do Deutsche Bank esta a postular, dizendo isso ao estado Português; é que o numero de concorrentes no sector bancário ainda deve ser mais reduzido do que aquilo que é.
São as ideias de uma certa “elite financeira e capitalista mundial” que estão aqui plasmadas. Redução dos números dos concorrentes locais, para que os grandes bancos mundiais, possam “ocupar espaço” e salvar as mais recentes perdas que tiveram.
Logo, é necessário “expandir à força” e o Deutsche Bank necssita disso devido às perdas que ainda tem devido à crise financeira norte americana.
“Expandir à força”= persuadir através de órgãos de persuasão (o Finantial Times) veiculando a mensagem que “há crise no sistema, reduzam, os actores…
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Qual é o interesse nacional que é defendido, pela redução do numero de bancos comerciais a operar no mercado?
CRISE FINANCEIRA AMERICANA – O PRÉVIO MICRO PRECEDENTE DA ENRON
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A lista completa de artigos relacionados com este assunto pode ser encontrada na página da barra lateral ” Z – Crise financeira norte americana”
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Em finais do ano 2000, a empresa norte americana Enron, era a sétima maior empresa dos EUA, avaliada em 70 biliões de dólares.
O “negócio principal” da Enron era a produção de energia eléctrica. Os dois “líderes” da companhia eram Ken Lay e Jeff Skilling. Paralelamente à produção de energia eléctrica, a Enron, no ano 2000, já se dedicava fortemente ao negócio dos futuros.
Comprava e vendia quantidades de energia a produzir a preços marcados hoje, mas para serem realizados os negócios a vários meses ou anos de distância, sendo adquiridos hoje pelos compradores. Tinha negócios na área da Internet (o lançamento da banda larga nos EUA), construía centrais de produção de energia eléctrica na Índia e em vários lugares dos EUA…
A Enron era apresentada a todos e tinha criado uma imagem de si, como uma empresa demasiado poderosa para cair. O Titanic ao contrário.
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Existiram vários aspectos bizarros na Enron desde o inicio. (1) Tinha fortes ligações ao poder político – tinha sido a maior empresa a contribuir para a primeira campanha presidencial de George Bush. (2) O que levantou a suspeição de que a decadência da empresa foi “politicamente ocultada”, por via disso.
George Bush era amigo pessoal de Ken Lay, o CEO da Enron e chamava-lhe como alcunha,” Kenny Boy…”, uma alcunha que apenas a mulher de Ken Lay usava.
De 1997 a 2001, Ken lay auferiu na Enron, 300 milhões de dólares. Isto mostra também, a magnitude do negócio e como o dinheiro em circulação era alto e como isso motivava os gestores para continuarem a fazer mais dinheiro e para “falsificarem dados ao mercado” se fosse caso disso.
– Quando a Enron estava com imensos problemas, alguns meses antes de as coisas terem “rebentado”, em 2001, os gestores que estavam por dentro dos esquemas da Enron, venderam as suas acções – muitas das suas acções. Jeff Skilling vendeu 66 milhões de dólares em acções uns meses antes.
Andrew Fastow, o chefe principal de contabilidade, vendeu só 30 milhões em acções, mas aproveitou para ganhar outros 30 milhões em negócios laterais.
– Alguns dias antes da falência iminente, imensas quantidades de documentos da empresa foram mandadas triturar pelos responsáveis, para impossibilitar que se soubesse exactamente como e para onde tinha ido o dinheiro.
O resultado da falência foi:
- 20.000 funcionários perderam os seus empregos.
- 2 biliões de dólares em fundos de pensões e reformas perderam-se.
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Ken lay ao ter trabalhado na área federal relacionada com a regulamentação/desregulamentação de mercados nos anos 70, tinha conhecimento “por dentro” dos mecanismos do governo federal usados para fazer regulação de mercados.
Munido desse conhecimento e sabedor que a “maré estava a mudar”, (a eleição de Ronald Reagan em 1980…) Lay, precipitou-se a fundar a Enron, em 1985, juntamente com dois homens de negócios do petróleo texano, chamados George Bush Sénior e George Bush Filho.
George Bush Sénior (vice presidente de Reagan), ajudou no inicio da Enron, com subsídios governamentais que promovessem a capacidade da companhia em prosperar e ajudou a promover “politicamente” Ken Lay a um posto não oficial de “embaixador das desregulamentações”.
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Prévio à queda da Enron: o escândalo Valhalla.
Ainda da mesma notícia:
Enron’s first crisis ensued after two traders in the Enron International Oil Inc. unit in Valhalla, N.Y., incurred $85 million in losses by making risky, and ultimately disastrous, bets. The debacle erased half of Enron’s profits for the year. It could have led to the meltdown of the company if not for a bold and ultimately successful trading bluff by another executive. (Mike Muckelroy – nota minha)
Tradução a martelo: “A primeira crise da Enron ocorreu quando dois corretores da Enron International situados em Valhalla, Nova Iorque, originaram 85 milhões de dólares de perdas ao fazerem apostas arriscadas e em ultima análise desastrosas. Poderiam ter levado ao desastre completo da companhia se não fosse pelo bluff negocial feito por um outro executivo da companhia.( Mike Muckleroy…)
Em 1987, a divisão de negócios de petróleo da Enron fez uma “aposta” investindo dinheiro da empresa no mercado de futuros de petróleo apostando sobre se os preços subiriam ou desceriam.
O negócio de compra de futuros de petróleo é um negócio de alto risco, onde se pode perder e ganhar muito dinheiro. Mike Muckleroy, um executivo da Enron na altura, avisou Ken Lay das tremendas perdas que se poderia ter nesse negócio e do que se estava a passar com a divisão dos mercados de futuros.
Após ter sido avisado, Ken Lay ficou impávido e sereno. A divisão de compra de futuros no negócio do petróleo era a única área da companhia, dos negócios combinados da companhia que dava lucro.
Louis Borget, o presidente da companhia, responsável pelos mercados de futuros, estava a manufacturar resultados…
A “coisa” despoletou pelo seguinte: Louis Borget e Thomas Mastroeni, os dois principais negociadores de petróleo da Enron estavam a fazer negócios que criaram desconfianças dentro da Enron.
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A Enron era o resultado da fusão em 1985 das companhias “Houston Natural Gás” + “Internorth, Omaha” e os executivos da Internorth estavam desconfiados das acções destes dois corretores. (Ken Lay era CEO da Houston Natural Gás…e posteriormente tornou-se CEO da Enron e rebrandizou a marca…)
Paralelamente a estes desenvolvimentos, em 1987, a companhia que resultou desta fusão, a Enron, estava a lutar com perdas financeiras e preços do gás em colapso.
Logo a “oportunidade surgiu” para se fazer dinheiro de forma ilícita.
Borget tinha retirado mais ou menos 3 milhões de dólares das contas da Enron, e tinha os metido em contas pessoais. A partir daí foi só um pequeno salto para as contas Off-shore, para a contabilidade falsa, com livros de contabilidade duplicados.
Após várias peripécias e uma auditoria, (motivada pela desconfiança de alguns dos executivos – a parte da Internorth-Omaha) os auditores informaram Ken Lay que Borget e os seus corretores de confiança, estavam a destruir os registos diários de compra e venda de futuros no petróleo, manipulavam lucros apresentados e (o perigo último) estavam a investir muito para lá dos fundos que a Enron de facto tinha, jogando com dinheiro que não existia.
Lay nada fez.
Os corretores não foram despedidos nem alvo de processo disciplinar. Na época a Enron enviou um Telex a Louis Borget (da parte de Ken Lay) dizendo: “continue a fazer-nos milhões”.
Mike Muckelroy, perante a dimensão do desastre que se adivinhava, com posições “a descoberto” no mercado (isto é, tendo de cobrir perdas financeiras e não tendo o dinheiro, ou aproximando-se a data de vencimento de contratos de futuros), perseguiu Borget, e quando o apanhou, explicou-lhe que lhe rebentava a cabeça a tiro, ou em alternativa explicava a situação a um sócio de Louis Borget, um traficante de armas alemão, que não ficaria contente com a situação – se Borget não apresentasse os livros de contabilidade verdadeiros.
Louis Borget, no dia seguinte a Mike Muckelroy ter tido com ele esta conversa apresentou os livros verdadeiros.
Mike Muckelroy conseguiu, já possuidor das contas verdadeiras, e sabendo com o que contava, “iludir ” o mercado”, e sair dos negócios de futuros, sem grandes perdas – sensivelmente uns 80 milhões de dólares. (metade dos lucros da Enron nesse ano…)
Ken Lay declarou sempre que não possuía conhecimento dos negócios de Louis Borget e de Thomas Mastroeni.
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Após o escandalo Valhalla, Ken Lay ficou colocado perante um problema: como fazer dinheiro para suportar as perdas que a empresa continuamente tinha, colocada perante uma situação em que o negócio principal que fazia – extracção e comercialização de gás para posterior venda – estava com preços em queda?
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Precisava de “um homem com uma ideia”, isto é, Jeff Skiling, que foi contratado como novo CEO “operacional”.
Atrás de Skilling vieram novos personagens, como Andrew Fastow.
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Nos finais da década de 80, princípios da década de 90, os mercados de energia norte americanos foram desregulamentados.
O desafio da Enron era o de (1) estar cotada em bolsa; (2) entrar em bolsa de uma maneira forte que atraísse investidores que colocariam mais dinheiro na empresa e esta, por via disso (3) poderia aumentar investimentos a realizar; (4) sem sacrificar a sua credibilidade com a agências de credito (especialmente a Moody´s, a Fitch, e a Standard and Poor´s), (5) pelo facto de todas estas operações financeiras trazerem para os livros de contabilidade demasiadas dividas (e assim prejudicarem a credibilidade da empresa junto das agência de crédito e afastarem investidores, pelo facto de a empresa parecer ser “pesada”)
Andrew Fastow tornou-se o homem que iria criar a complexa arquitectura contabilística da Enron, para “mascarar os livros”. Fastow contratou jovens bancários ambiciosos e uma das tarefas que lhes deu (para fazer dinheiro) foi a de comprarem e venderem “capital de risco” em largas quantidades.
Fastow era o génio do Power point e do Excel, mas pobre a gerir pessoas – era apenas muito bom a criar uma arquitectura complexa de livros de contabilidade e empresas interligadas entre si, e a gerir toda essa interacção.
Jeff Skilling, o CEO “operacional” era a cabeça estratégica por detrás deste negócio. Ken Lay era o “topo”.
A lógica estratégica deste negócio, estava na transformação de uma empresa assente nos elementos físicos do negócio (os pipelines, os tubos de gás,etc) para uma cultura empresarial assente num negócio virtual de compra de produtos virtuais – quantidades de gás e energia comprados agora e de uma forma especifica, e revendidos depois quando os consumidores quisessem adquiri-los.
Para tal Jeff Skilling criou a Enron Online
A Enron Online visava criar uma mercado online de venda e compra de energia. Mas não só.
Podia-se comprar e vender – como se se estivesse dentro de um mercado de acções – mais de 500 produtos. Isto feito – também – pelo consumidor directamente. Gás e energia eram alguns dos produtos, mas também, derivativos de crédito e crédito bancário (onde se incluiriam hipotecas e o risco das mesmas também vendido…bem como a venda de crédito), metal, papeis, tempo comercial de televisão, etc…
Esta “loucura” era intensificada pelo facto de – nos negócios reais da Enron; aqueles sistemas vivos (os pipelines, as centrais de produção de energia), nesses a Enron não estava a fazer dinheiro suficiente para estancar as perdas.
E tudo isto, paralelamente misturado com a Enron a operar, no mercado de acções (futuros) com correctores de bolsa próprios, assentes numa cultura darwinista de fazer negócios (eu espezinho-te, se isso me garantir um bónus de mais 5 milhões de dólares por ano…)
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Skilling era o mestre estratégico. E Fastow?
Fastow aparece nesta história, porque Ken Lay contratou-o em 1990.
E de onde o contratou?
Do banco Continental Illinois National Bank, um banco de Chicago, que em 1984, foi à falência.
Este banco dedicava-se, especialmente, a fazer empréstimos a produtores de petróleo e companhias do sector, mas devido a más práticas de verificação dos negócios a quem emprestava, faliu.
Fastow trabalhava aí e possuía competências que Ken Lay queria: nomeadamente “asset securitization”, a já famosa securitização de bens, em que o “risco” é vendido por bancos mas esse risco é “apoiado” por hipotecas ou outro tipo de obrigações.
Era para esta área que Ken Lay necessitava das habilidades de Fastow, uma vez que a Enron, ao fazer negócios de futuros no negócio da energia ia por aqui.
Fawtow criou as “special purpose entreprises”, empresa com funcionamento especial e com objectivos de retorno financeiro muito elevados.
A ideia era conseguir obter investidores, que em troca de retornos generosos (mais de 50% de retorno e para cima) investissem nestas empresas e uma parte disto seria obviamente (comissões e lucros) para colmatar as perdas da Enron.
Os problemas começaram a avolumar-se, porque Jeff Skiilling exigia cada vez mais “SPE´S ” para aumentar o dinheiro, e colmatar perdas.
À medida que os volumes de negócios aumentavam, mas os retornos eram cada vez mais pequenos, e onde inicialmente eram os bens por detrás dos investidores que garantiam os negócios, a coisa passou a ser as acções da Enron e os bens desta a garantirem a viabilidade do negócio.
Ou seja, passar a ser “uma garantia de papel” tal qual o que se passou na recente crise financeira americana” o que realmente emergiu destes “negócios”.
A Enron tornou-se progressivamente “a garantia de si mesma”, e tornou-se uma empresa que tinha forçosamente que ter acções cotadas sempre em constante subida, para com isso tranquilizar os investidores. (e “forçar” a que mais e mais pessoas nela investissem)
De toda esta embrulhada de negócios paralelos, muito deles virtuais, e alguns reais, chega-se à lógica existente na actual crise financeira.
Ou seja: a lógica da “securitização dos bens” e a venda de garantias (isto é , do risco associado a elas, por bancos) já tinha tido muito exemplos prévios, destas formas desastrosas de fazer negócios, mas neste caso, feito por uma empresa que não era um banco, mas tentou-se transformar num banco, com múltiplos negócios misturados e contabilidade criativa.
O que indica que o problema não são as pessoas e a sua eventual (e verdadeira corrupção) mas sim o sistema financeiro.
SUN MICROSYSTEMS DESPEDE 6000 MIL
Artigo “A armadilha da Globalização: Livro”, publicado aqui no dia 9 de Junho de 2008, feito com base num livro publicado em 1998. Cita-se em baixo, uma parte.
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“…Descreve-se de forma precisa, quais é que são as decisões, e as ideias de decisões a tomar que estavam a ser discutidas naquela altura, pelos gestores de topo e políticos do mundo. O que se chama(va) “globalização” e como era visto em 1997/1998.
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Página 10:
√…”na nossa empresa, cada um pode trabalhar tanto quanto queira…” … os governos e as regras por estes impostas ao mundo do trabalho perderam todo o significado…”contratamos os nossos empregados por computador, eles trabalham por computador e são despedidos por computador“.
√ Algures no diálogo do texto, David Packard, o co-fundador da Hewlett Packard (produção de impressoras e computadores) faz uma pergunta a Jonh Cage da Sun Mcrosystems:
” …– de quantos empregados necessitas verdadeiramente, John? – “ Seis, talvez oito, responde secamente Cage. Sem eles estávamos tramados…” – E quantas pessoas trabalham actualmente para a Sun systems? Gage responde:- …” Dezasseis mil. Tirando uma pequena minoria são reservas de racionalização.”
√ Não se ouve o mais pequeno murmúrio na sala: para os presentes, a ideia de existirem legiões de desempregados potenciais ainda insuspeitos é algo de obvio. Nenhum destes gestores de carreiras, que auferem chorudos salários, provenientes dos sectores e dos países de futuro, acredita ainda que se possa vir a encontrar, nos antigos países e em todos os sectores, um numero suficiente de empregos novos e correctamente remunerados nos mercados em crescimento, com o seu grande consumo de tecnologia.”
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Notícia Finanzas.com, página online espanhola:
20 PORTAS GIRATÓRIAS E NENHUM QUARTEL GENERAL
No dia 29-05-2008, os senhores CK Prahalad e Hrishi Bhatacharyya, respectivamente um professor de estratégia empresarial muito conhecido e um ex presidente da Unilever ( a empresa dos detergentes Omo, Sunlight e Confort, do sabonete Dove e das marcas Knorr, Calvé e Lipton entre muitas outras coisas…) fizeram sair um artigo na Business + Strategy que demonstra para onde a Globalização e a marcha das empresas multinacionais se está mover – e, indirectamente, contra os Estados nacionais.
No artigo apresentam uma tese.
Uma empresa global e moderna, não mais deverá ter uma sede central onde tudo se decide em relação às filiais. Antes devem escolher 20 países no mundo considerados como “portas giratórias” de onde operar, e de onde os produtos e serviços fabricados e prestados pelas multinacionais deverão sair e “girar”.
As motivações primárias desta tese são as seguintes:
– As perspectivas de crescimento para as corporações multinacionais estão a expandir-se, mas em países/áreas da América latina, Ásia, África, Europa de leste – mais de 4 biliões de consumidores.
– As pessoas destes locais querem possuir casas, serviços e opções.
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Os dois analistas afirmam que:
Os líderes das multinacionais reconhecem este fenómeno. Mas poucos estão a lidar com ele. A razão para tal é que persistem em ver a economia nestes mercados como “mercados emergentes” e não mercados já autónomos…
Seguidamente na linha de raciocínio do artigo oferecem o exemplo de uma multinacional que já tem 1/3 da sua facturação e e quase 2/5 dos seus lucros a provirem destes “mercados emergentes”.
Perante estes dados argumentam que o centro de gravidade desta(s) empresa(s) multinacionais continua a ser o mesmo que sempre foi: A Europa e os Estados Unidos.
Porque é que é assim:
Explicam que é assim, porque os executivos de topo estão formatados culturalmente e psicologicamente pelo facto de terem sempre vivido na Europa e nos EUA e portanto resistem à mudança.
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Isto são os “dados do problema”.
A partir daqui evoluem para o lançamento da hipótese segundo a qual, os executivos de topo deveriam organizar as suas empresas de acordo com os “desejos destes novos consumidores globais”.
Para satisfazer os “desejos” ,lançam a ideia de “Portas giratórias” (Hub´s).
Os países são – vistos pelo prisma destas empresas – apenas portas giratórias de circulação de mercadorias serviços e eventualmente pessoas. (Para isso corromper-se-à, presume-se, o poder político…)
- Esta lógica exclui a democracia como forma de organização da sociedade.
Prahalad e Hrishi não estão a fazer um artigo que debata isto,e se concentre nesse problema, mas é a conclusão que se deve tirar desta teoria.
O passo seguinte é lógico – após revelar a ideia “porta giratória” é definir quais são os países “porta giratória”. Escolhem designar 20 países que melhor sirvam como “porta giratórias” para as empresas.
– Podemos obviamente pensar que países não democráticos terão, segundo esta lógica, mais hipóteses de serem escolhidos do que países democráticos.
O que quer dizer que na prática, as empresas multinacionais estão a favorecer a continuação da “não democracia”.
A inversa também pode ser verdadeira, mas não é plausível como hipótese. Duas razões:
Uma de ordem prática:
1. as empresas multinacionais respondem perante os seus accionistas e pelos lucros que fazem e não pelos governos democraticamente eleitos dos países onde actuam.
Outra de ordem analítica:
2. Existe sempre a ideia argumentativa de apresentar o facto de empresas multinacionais fazerem negócios em ou com ditaduras, como sendo uma “vacina” democrática que é aplicada a esses países e que fará (através de artes mágicas) com que a população desses países deseje ” democracia”.
Esta ideia é parcialmente falsa:sucede com alguns países, não sucede com outros. O exemplo actual clássico, é a China, uma ditadura que permite livremente as empresas multinacionais, mas não se transforma em democracia.
Não compreender isto e não compreender que este é o problema principal é não compreender nada.
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O autores avançam com a ideia de recrutamento de talentos. Isto é, se estas companhias que adoptassem esta visão das coisas tal possibilitaria a atracção de talentos desses países “portas giratórias”e paralelamente, deveriam montar escritórios dotados de capacidades ao nível do marketing, logística, etc. Isso possibilitava que pudessem manter uma poderosa presença nos países da região de influencia destas “portas giratórias”.
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Isto é um jogo em que se perdeu antes de se começar a jogar e que países como Portugal aceitaram jogar.
Um país vê assim completamente limitada a sua capacidade de atrair qualquer investimento sério.
Um país vê assim completamente limitada a vontade de poder influir sobre a criação de emprego dentro do seu próprio território.
Um país vê assim os seus fornecedores nacionais condenados a terem que adoptar métodos e técnicas de funcionamento, não autónomas, mas apenas orientados em função de “padrões” comerciais ou técnicos das multinacionais que estão nos Hub´s à sua volta…
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De acordo com esta teoria defendida pelos dois autores, os 20 países “porta giratória” já estão decididos em função do seu peso e influência e quaisquer outros nunca terão hipóteses – joguem como jogarem este jogo de abismos económicos…
Portugal joga este “jogo” porquê?
(Nota dissonante: constitui batota argumentar que apenas pode jogar este jogo…)
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Outra ideia dos autores é a de criar uma “rede global” entre os executivos dos 20 países “porta giratória” onde todos interagem com todos, tendo apenas 20 escritórios básicos e normais.
O objectivo económico – de gestão – comercial visa atacar a complexidade dos mercados todos através destas “estrutura flexível”. A suposição será a de que; através dos países “porta giratória” esta complexidade seria reconhecida e tratada de forma mais eficiente.
Razão de ser da complexidade? Porque existem mais de 190 países no mundo.
Nota lateral: o ataque à democracia como sistema será assim completo. O posicionamento do país “porta giratória” e das empresas multinacionais nele estacionadas condicionará os países adjacentes a esse, condicionará as decisões políticas desse país. Não entender isto é não entender nada.
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Explicam ambos os autores como se faz actualmente:
As empresas tentam ser globais de duas maneiras:
- centralizadamente
- descentralizadamente
O (1) sistema descentralizado pressupõe que o mundo tem um quartel general e 5 ou 6 escritórios centrais – presumivelmente para cada continente. Com gestores separados para cada continente.
Estes, por seu turno, fazem de alfaiates comerciais e adaptam produtos aos gostos peculiares de cada país. É aliás isso que explica algumas das coisas mais estúpidas que se costumam ver, e como exemplo temos – a Coca cola com sardinhas – o que demonstra bem o desespero comercial da marca em Portugal e a tentativa desesperadamente imbecil de adaptação aos gostos locais.
Os autores não o dizem explicitamente, mas argumentam que isto (a diversidade cultural) é péssima.
Apresentam como exemplo uma empresa de produção de sopa de tomate na Europa que tem mais de 50 sopas diferentes.
Nota venenosa: se a diversidade cultural é péssima, e se a democracia, é diversidade cultural, política e social então, por analogia, a democracia é péssima?
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O (2) sistema centralizado procura uma aproximação unificada ao mercado. Isso significa que as oportunidades perdidas de negócio, precisamente pelo facto de a empresa ser centralizada são imensas.
É para combater os defeitos das duas estruturas que surge esta ideia nova de pais “porta giratória”. Um sistema hibrido.
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Nota de biologia híbrida: se é um sistema híbrido, e por definição algo híbrido não é definido; é uma mistura de duas ou mais coisas, então um sistema híbrido não se importa com qual regime político trabalha?
Nota estratégica: esta organização comercial – decidida em exclusivo por empresas multinacionais – constitui, também, estrategicamente, uma forma de atacarem os países nacionais e os seus governos e os condicionarem cada vez mais.
Nota reflexiva-eleitoral: os reflexos são enormes nas eleições democráticas em cada pais. Vote-se no “A” ou no “B” ou no “C”, o paradigma económico está a ser decidido num qualquer pipeline de informação / país “porta giratória” algures localizado e não no local onde se realizaram eleições.
Nota de traição. os políticos que ajudaram “este sistema” a impor-se desistiram de mudar o mundo através da sua acção como políticos. Em vez de tal fazerem, gastam energias a manter a ilusão de que tudo isto é verdadeiramente uma democracia e que todos podemos decidir sobre aquilo que nos afecta, o que não é verdade.
Prometem agora proteger-nos de perigos que nós não vemos e nós não conseguimos compreender… Ver “os políticos e a venda de pesadelos”
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Prahalad e Hrishi designam os países – “mercados emergentes”
- China
- índia
- Brasil
- Rússia
- México
- Coreia do Sul,
- Indonésia
- África do sul
- Tailândia.
- Turquia
- 3.1 Biliões de pessoas.
Países dos mercados maduros
- EUA
- Japão
- Alemanha
- Reino Unido
- França,
- Itália
- Espanha
- Canada
- Austrália
- Holanda.
- A base da pirâmide de produção foi atribuída aos países emergentes.
- A produção “de topo” aos países dos mercados maduros.
Seguno os autores estes são os países países que tem “valor” (entendido como utilidade) para as multinacionais.
Razões:
Nos países mercados emergente: os trabalhadores são (1) muitos, (2) a custo baixo e (3) com competências, bem como (4) existem infraestruturas e (5) sociedades dispostas a fazerem parte do sistema de comérico internacional( Isto não é inteiramente verdade, mas percebe-se porque é que os autores dizem isto…)
E juntos os 20 países “HUB” contam para 80% da actividade económica do mundo e por 70% dos seus habitantes.
– Uma da partes importantes relaciona-se com o risco. Neste sistema” HUB” o risco é disseminado por 10 ou mais locais.
Cite-se Zygmunt Bauman em “Livro:Globalização,as consequências humanas”
Consequências:
A elite extraterritorial não sente os espaços geográficos onde nasceu; por exemplo, como sendo algo que lhe diga respeito. O sentido de comunidade (e de interesse pela comunidade) desaparece na elite.
Os centros de decisão (a capital, o governo, etc) estão longe, mas as consequências das tomadas de decisão desses centros de decisão caem directamente em cima das populações “localizadas” que estão impossibilitadas de se mexerem.
Consequências 2
O “poder” passa a ser livre para explorar, sem temer quaisquer tipos de consequências por fazer isso.
Bauman conclui que essa mobilidade não pressupõe que as comunidades “localizadas” tenham tolerância ou aceitação perante isto ou as desenvolvam como conceitos a utilizar…
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Os autores tratam também da (1) questão de marketing. Isto é, se será possível o marketing feito num país “Hub” chegar à áreas adjacentes que esse país “influencia” sem existirem barreiras culturais.
O truque é criar uma situação em que a “marca” multinacional, tem uma imagem de alta qualidade e excelência, mas um preço baixo, sendo”desenhada” para países ou mercados emergentes e populações de baixos recursos.
Outra questão; (2) mexer na actual estrutura da multinacional e sendo isso um factor de problemas, é também focado. Se o facto de existir “outsourcing/ contratar fora não criará problema a empresa multinacionais.
O truque é que isto não será um grande problema, argumentam os autores, uma vez que o risco será dividido por 10 hub´s ou mais.
E agora importa citar a cereja no topo do bolo, precisamente para se perceber que o que foi escrito antes significa exactamente o que significa, e que as minhas impressões acerca disto – para os cépticos – são de facto verdadeiras.
A dada parte dizem que:
Underlying the gateway–hub structure is a basic management principle for worldwide enterprise: Neither local responsiveness nor global integration should be based on ideology. This represents a new model for global corporations based not on the priorities of home, but on the needs of the marketplace and on locating work wherever it can be conducted most efficiently and managed most profitably.
Tradução a martelo:
Subjacente à estrutura Hub” como porta giratória está um princípio básico para a empresa multinacional.
Nem a resposta local nem a integração global DEVEM SER BASEADAS EM IDEOLOGIA.
Isto representa um NOVO MODELO para as corporações globais baseado não nas PRIORIDADES DO PAÍS CASA, mas nas necessidades do mercado e em localizar o trabalho onde ele possa ser produzido MAIS EFICIENTEMENTE E GERIDO COM MAIS RENTABILIDADE.
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Nota 1: existem excepções á lógica dos HUB admitidas pelos próprios autores. Certos negócios , como a moda, ou outros negócios que requeiram matérias primas naturais, estarão fora da lógica do Hub´s.
Nota 2: Também recomendam que, mesmo dentro da lógica dos Hub´s não se coloquem todos os centros de investigação e desenvolvimento só num país e toda a produção noutro país. (Dessa forma mais autónoma é a multinacional e mais “agarrado” está o país…)
O artigo foi escrito em Maio 2008.
– Para quem tem dúvidas que foi decidido internacionalmente muita coisa, e que isso que foi decidido afecta países que nada de especial tenham para oferecer ( como é o caso de Portugal) e que a lógica por detrás de tudo isto é pouco ou nada democrática, visando um controlo de pessoas e populações penso que a leitura crítica( isto é , como análise critica) dirá bastante acerca do que se está a passar e daquilo que estamos a enfrentar.
– Venham-me falar de “democracia” e multinacionais, quando os principais analistas e estrategas da gestão defendem abertamente um modelo de empresa que ataca as noções de democracia.
Este artigo Dissidente-x é dedicado ao blog My Hopes and Dreams
à propósito de uma conversa privada.
DADOS PESSOAIS E PRIVACIDADE – “ADD THIS” INSTALA SPYWARE.
Graças ao blog Tux vermelho surge uma notícia interessante acerca do que são os conceitos de privacidade e de como a obtenção de informação acerca dos hábitos dos utilizadores de Internet relativamente aos seus modos e costumes de navegação são importantes para as empresas – de como isso vale dinheiro – e como se “espia” os utilizadores, sem o seu consentimento.
Conforme se podia reparar existia no Dissidente-x uma barra lateral do lado direito, com o Add This. A ideia da barra consistia em facilitar às pessoas que não querem ou não tem tempo ou não gostam de vir ao blog, e lêem através de Feeds, adicionando-os através do ADD THIS.
Ora acontece que uma empresa de nome “Clearspring” comprou o site/projecto/produto ADD THIS em 30 de Setembro de 2008 e, sem aviso e após compra, começou a instalar um objecto em linguagem Flash que espia o utilizador.
Isto é, quem entra dentro de um sitio Internet (um blog, uma página, etc) que tenha lá uma barra ADD THIS, está a ser espiado, e tudo o que faz lá dentro é informação enviada para a Clearspring e esta pode ganhar muito dinheiro vendendo informação privada acerca de milhões de utilizadores.
Ou pode ceder dados a entidades governamentais, por exemplo acerca de gostos, opiniões, etc.
Os “cookies” em linguagem Flash não podem ser removidos. A única maneira de os retirar é remover a barra do ADD THIS.
Recomenda-se a todos que o façam.
Recomenda-se que pensem sobre estes constantes ataques à privacidade dos navegadores e utilizadores de Internet feitas por empresas privadas e de como estas poderão facilmente ceder dados a governos, para que estes “cataloguem” os gostos – uma ajuda ao Sinóptico…
Ver em Inglês o anúncio da compra feita pela ClearSpring.
Ver em Inglês a indicação feita por Jonh Haler , o criador dos Portable Apps.
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Num post muito grande e que há-de estar por aí a sair existe e cujo objectivo consiste em assassinar de forma cruel pelo cansaço todos o que o ousarem ler, surge uma parte da qual trasncrevo um pequeno pedaço:
“…Defende ainda que ao Panóptico se juntou o “Sinóptico”.
Muitos vigiam poucos. O sinóptico é global. (Os quatro posts acima indicados são um exemplo de uma mistura “sinóptico/panóptico” – de uma tendência)
No panóptico inicial, alguns habitantes seleccionados vigiavam os outros; no Sinóptico os habitantes locais vigiam os globais.”
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Ver Dissidente -X: Vigilância electrónica, dados pessoas e privacidade, com 3 exemplos:
– A MPPA – “coisa privada” a criar software para espiar o uso de computadores em Universidades
– O governo alemão a patrocinar a criação de vírus, que, através do teclado ( Keyloggers) detectariam o uso que o utilizador del faz.
– A Symantec, empresa de produção de antivírus, a colaborar com o governo americano em actividades de espionagem.