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GLOBALIZAÇÃO E NEOLIBERALISMO: SUN MICRO SYSTEMS DESPEDE 3000 MIL…
Neste post feito à propósito da análise de um livro sobre globalização, eram citadas declarações de um responsável da Sun micro systems feitas em 1997, explicando como eram vistos os empregados da Sun pelo seu principal gestor.
Transcreve-se uma parte.
Ø
Página 10:
√…”na nossa empresa, cada um pode trabalhar tanto quanto queira…” … os governos e as regras por estes impostas ao mundo do trabalho perderam todo o significado…”contratamos os nossos empregados por computador, eles trabalham por computador e são despedidos por computador“.
√ Algures no diálogo do texto, David Packard, o co-fundador da Hewlett Packard (produção de impressoras e computadores) faz uma pergunta a Jonh Cage da Sun Mcrosystems:
” …– de quantos empregados necessitas verdadeiramente, John? – “ Seis, talvez oito, responde secamente Cage. Sem eles estávamos tramados…” – E quantas pessoas trabalham actualmente para a Sun systems? Gage responde:- …” Dezasseis mil. Tirando uma pequena minoria são reservas de racionalização.”
√ Não se ouve o mais pequeno murmúrio na sala: para os presentes, a ideia de existirem legiões de desempregados potenciais ainda insuspeitos é algo de obvio. Nenhum destes gestores de carreiras, que auferem chorudos salários, provenientes dos sectores e dos países de futuro, acredita ainda que se possa vir a encontrar, nos antigos países e em todos os sectores, um numero suficiente de empregos novos e correctamente remunerados nos mercados em crescimento, com o seu grande consumo de tecnologia.-no próximo século, para manter a actividade da economia mundial, dois décimos da população activa serão suficientes….- Mas e os restantes? Será possível imaginar que 80% das pessoas que desejam trabalhar não vão encontrar emprego?
– Não há duvida que os 80% restantes vão ter problemas consideráveis, afirma o autor norte-americano Jeremy Rifkin que escreveu o livro “The end of work…”
Ø
Imagem e texto “Jornal Destak”.
Ligação “Revista visão/aieou”
Duas notas:
1 – a Sun Micro systems não despede pessoas, dispensa pessoas (A semântica do neoliberalismo é diferente…)
2 – A Sun Micro systems anuncia um ano antes que vai despedir/dispensar pessoas (defensores disto até virão argumentar que a empresa é “organizada” programando “eficientemente” o tempo dos seus despedimentos.
Como afirma o senhor Jonh Cage acima,
contratamos os nossos empregados por computador, eles trabalham por computador e são despedidos por computador“.
Ø
Em Novembro de 2008, a mesma empresa Sun Micro systems anunciava que iria despedir 15% da sua força de trabalho – 6000 pessoas, para “reduzir custos”.
Parte-se evidentemente do principio que a 6000 acrescem – um ano depois – mais 3000.
Mas, sejamos honestos: a preparação para isto já estava a ser feita desde meados dos anos 90.
Cita-se John Cage de novo:
os governos e as regras por estes impostas ao mundo do trabalho perderam todo o significado…”
CENARIOS E TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS -7
A LISTAGEM COMPLETA DOS ARTIGOS ENCONTRA-SE NA PÁGINA DA BARRA LATERAL CHAMADA Z-CENÁRIOS
SUPER TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS
MICRO ANÁLISE SOCIAL E ECONÓMICA.
Processo de longo termo analisando os processos em espectro largo e de grandes tendências, ao nível social, e económico a nível mundial.
A intensidade do impacto e o que causa transformações multi dimensionais nas sociedades.
1. Mudanças no trabalho e como este é feito.
- avanço geral na automação de tarefas.
- Da tendência para a automação de tarefas apenas nos processos intensivos repetitivos, para a automação nos serviços.
- Tendência para práticas de trabalho altamente flexíveis (em qualquer altura, em qualquer lugar),
- Estruturas de trabalho flexíveis e tendencialmente interactivas entre si.
De uma realidade que existe – a automação de tarefas, como por exemplo nas fábricas de montagem de automóveis em que grande parte do trabalho é desempenhado por estruturas computorizadas, apenas vocacionadas para o trabalho intensivo, a automação irá estender-se para outras áreas.
Problemas:
– Aumento do desemprego, alienação social do consumidor, desconectação entre o consumidor e a empresa que lhe presta o serviço – tornando impossível ao consumidor perceber com quem é que está contactar ; se uma máquina, ou uma empresa de carne e osso.
– Problemas ao longo da linha de contactos do consumidor/cidadão com as empresas que lhe prestam serviços. Necessidade a dada altura de “atendimento humano”, derivado das falhas dos “serviços” automatizados.
As práticas de trabalho altamente flexíveis poderão causar problemas e uma total falta de coesão numa sociedade, em que milhões de indivíduos estão “fora” de contacto uns com os outros e com as estruturas cívicas democráticas de um dado país.
As estruturas de trabalho terão tendência a serem interactivas, criando uma aparente flexibilidade e permanente ajustamento ás demandas do mercado, gerando trabalhadores que apenas vivem para o presente, sem estruturas de controlo aparente, nem rígidas hierarquias.
Problemas:
– Chamar-se ao desaparecimento da hierarquia, “liberdade”
– As pessoas começarem as comportar-se dessa maneira nas suas relações físicas e sociais, sempre em permanente fluidez de relacionamentos, sem “algo” de durável nas suas vidas, levando em última análise para a ideia social de um homem autómato,
– O deslize económico -social para a ditadura não oficial, plasmada num “cidadão padrão” – o que é aceitável, sendo visto como o ” cidadão padrão ” que obtém o emprego porque aceita o controlo não rígido que estas estruturas não hierárquicas originam
– A tendência para a criação ou aumento da vídeo vigilância, dos sensores de nano tecnologias, dos chips cutâneos, como forma de monitorização laboral das tarefas dos trabalhadores descentralizados.
– A segmentação social como prática anti democrática “aceitável”
– O ataque a estruturas como os sindicatos, ou grupos informais de trabalhadores; não possuindo estruturas organizadas entre si, a psicologia destas práticas de trabalho elimina teoricamente a necessidade de estruturas do tipo sindicato.
– o desemprego camuflado de “flexibilidade momentânea parada da produção do trabalho”
– Estruturas de trabalho que interagem entre si, em países e áreas diferentes dentro da mesma empresa ou grupos de empresas. Países ou zonas que não consigam criar “núcleos de empresas” terão problemas massivos de criação de emprego, o que originará a tendência para a imigração, dessas populações – ou migrações internas e instabilidade social/económica daí derivada.
- Exemplo de desestruturação hierárquica ao nível da grande empresa:
Nenhuma sede social, mas 20 sedes (ou 10 ou 30 espalhadas pelo planeta).
A “força estratégica” das 20 sedes ( ou 10 ou 30) variará consoante os produtos serviços que criarem/fabricarem e o seu sucesso.
Problemas para pequenos países:
Não tem força para determinar quais os 20 (ou 10 ou 30) centros de produção/criação interessam atrair, incapacidade negocial ao nível da atracção de projectos de investimento.
Problemas jurídicos de responsabilização a “nível central”
Os países são vistos com países “porta-giratória”.
Questão: quem não conseguir ser porta giratória, será o quê?
Questão: como conseguir fixar quadros técnicos de qualidade superior, num cenário como este num país que não é porta giratória?
Questão: o remanescente populacional fica em que situação?
2. Novos padrões de consumo emergem
O terceiro mundo entra no jogo. Foi-lhe destinado ser a base da Piramide.
10 países porta giratória perfilam-se no horizonte: China, índia, Brasil, Rússia, México, Coreia do Sul, Indonésia, África do sul, Tailândia. 3.1 Biliões de pessoas.
Este terceiro mundo participa no crescimento económico. Tendência , para que,devido á sua enorme população, lhe seja atribuido o papel de base da piramide.
Problemas:
Porque é que a base da pirâmide aceitará ser a base da pirâmide?
A base da pirâmide produz o que o tendencial topo consome, criação de um dilema estratégico assente na necessidade de criar incentivos à manutenção do status quo da base da pirâmide. Através de guerras?
Os países topo da pirâmide são: EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Espanha, Canada, Austrália, Holanda.
A colocação destes países como portas giratórias permitirá fazer “girar” a colocação de bens e serviços para os outros países industrializados.
Problemas:
– os países mais pequenos ou com menor força económica, industrializados, pagarão uma taxa oculta de acesso, a estes bens ou serviços, aos países porta giratória.
– Pagarão uma outra taxa de porta giratória, se contactarem com os países porta giratória da base da pirâmide.
– Acentuação da periferia dos mais periféricos em relação aos menos periféricos, ataques à democracia como conceito nessas zonas
-Tendência para o “acordo por detrás” entre os responsáveis dos países periféricos e os países porta giratória da zona industrializada para a aceitação nessas áreas de modelos não democráticos de sociedade – embora paralelamente, os países porta giratória industrializados continuem a fornecer bens e serviços.
– Respostas da políticas nulas como reacção a situações destas, democracia como fachada.
O luxo em países da base da pirâmide – China, índia, Turquia, Brasil,Rússia cria o seu próprio mercado. Tendência para o aumento das desigualdades sociais nessas áreas combatidas com restrição aos direitos civis e políticos.
Tendência no Oeste (segmentado e diferenciado entre quem é país porta giratória e quem não é) para três tendências:
Problemas:
– Conseguir convencer as pessoas dos países “não porta giratória” a aceitarem estilos de vida que serão quase insustentáveis?
Continua
PORTUGAL E O FUTURO. DIVISÃO EM ZONAS.
Quando um ministro… ou melhor, alguém que chegou ao cargo por troca de favores e conhecimentos, disse, há uns meses atrás, que a margem Sul era um deserto onde não existia nada, lembrei-me de fazer uma coisinha destas.
Agora encontrei-a. Paralelamente inseri mais algumas “opiniões” acerca do que era a “ideia” de Portugal que se estava e está a trabalhar para “vir a acontecer”.
Um país inclinado para o mar, totalmente desequilibrado economicamente. E desequilibrado, também.
Depois lembrei-me de legendar certas partes, e dividir o país em bantustões ou zonas – numa hipotética ideia do que seria cada zona e do que a cada uma delas seria atribuído, como “especialização económica/social”, num futuro próximo.
Infelizmente a realidade não me está desmentir. A nada ser feito caminharemos para uma situação relativamente “parecida” a esta. O Estado português, isto é, o governo português, isto é, o grosso dos interesses económicos que se concentram por detrás doe Estado Português, isto é, os oportunistas que andaram a dizer ás pessoas que elas deveriam estudar uma série de coisas em “profissões duras” com conhecimentos duros, porque daí viriam empregos bem qualificados, concentra afinal os seus esforços na criação de empregos bem remunerados no estrangeiro.
Para que portugueses pertencentes a esta “elite”, presume-se, possam “vender” Portugal como um paraíso turístico especial.
Do qual, supostamente, todos nós vamos viver e comer…para quê ensinar Filosofia ou História, nas escolas?
Para quê, exigência de qualidade em estudos que se façam no secundário se vamos todos fazer serviços ligados ao turismo e actividades adjacentes?
Empregados de mesa de bares e restaurantes e Caddies de golfe, não precisam de estudos elevados, nem de uma coisa tão simples como a noção de “fazer carreira na profissão que escolheram”…
JORNAL PÚBLICO DE 28-07-2008- NOTÍCIA ACERCA DA PEDINCHICE TURÍSTICA. Clicar imagem…
CENÁRIOS E TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS – 6
SUPER TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS
MICRO ANÁLISE SOCIAL E ECONÓMICA.
Processo de longo termo analisando os processos em espectro largo e de grandes tendências, ao nível social, e económico a nível mundial.
A LISTAGEM COMPLETA DOS ARTIGOS ENCONTRA-SE NA PÁGINA DA BARRA LATERAL CHAMADA “Z- CENÁRIOS”
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1. Os negócios vistos como um ecossistema de empresas.
- conjuntos de empresas todas juntas, quer geograficamente, quer na atitude de negócio – cooperando e competindo ao mesmo tempo.
- Sistemas abertos e redes de sistemas abertos.
- Os limites das industrias, mercados e negócios deixam de ser rígidos, tendência de dissolução de uns nos outros.
- Tendência para a criação de novas cadeias de acrescento de valor ao produto.
- Integração do consumidor e “coopetição” entre empresas, interagindo com o consumidor.
- Agregação de negócios( Mashups): novos interfaces negociais originam novas formas de negócios.
A) Tendência para a agregação de empresas, mesmo que sejam competidoras na mesma área de negócios, ou área geográfica; cooperam ao mesmo tempo em areas de interesse especifico para obterem sinergias ao nível de custos.
Problemas:
– Uma região ou país é colocada perante uma pressão incrível. Não mais existe uma fábrica ou duas de áreas de produção/serviços dispersas;a tendência será para que grupos de empresas se movam como bandos de gafanhotos para uma dada área. A pressão é colocada sobre a área/país no sentido de proporcionar “melhores condições” (isto é, subsídios brutais+trabalhadores especializados) visando manter estas empresas naquela area.
– Uma região ou país é pressionada a ter todo um conjunto de “técnicos, operários, trabalhadores de todas as espécies” necessárias para acomodar todo um grupo de empresas que por razões de matérias primas (acesso às mesmas) ou outras ali ficaram. É desta lógica que parcialmente deriva o nome de clusters.
– Problemas para regiões ou países que não não sabem como formar a sua mão de obra, porque não sabem quem vem ou como atrair o que interessa.
– Problemas de formação de monopólios naturais, mas apenas para os habitantes dessa área/país.
B) sistemas abertos e padrões abertos, quer nos materiais (software) usados por todas estas empresas, quer no desenvolvimento de padrões futuros a usar.
B1) Redes abertas para – através de um padrão comum a todos – as empresas poderem coopetizar ( cooperar + competir).
Razão: com padrões diferentes utilizados por cada um é impossível existir cooperação e competição ao mesmo tempo. A ” batalha estratégica” ” das empresas está em ver quem impõe o seu padrão como “standard” que todos virão a usar.
Sub Razão adicional: futuros padrões a usar deverão ser copiados tecnologicamente dos antigos. O dono(s)/inventor(es) do padrão tem mais facilidade (detentor do sistema) em conseguir fazer com que futuros padrões de outras invenções sejam os seus.
A “rede aberta”possibilita, também , o aumento do número de utilizadores/consumidores. O padrão é o mesmo para todos.
Problemas:
– ameaças sérias à privacidade dos indivíduos. Ex: um sistema que proponha que um utilizador de software informático na Internet tenha – (1) para sua comodidade e (2) comodidade dos serviços/ empresas que usa , uma unica senha de acesso a várias contas em que se tenha registado. A interoperabilidade da senha por vários sistemas diferentes, centraliza a informação.
Esta é depois disponibilizada por várias companhias que oferecem os serviços que o utilizador usa. Nada impede que as companhias forneçam a senha única a governos ou entidades privadas, ou por (a) ameaça legal, (b) ou por favor, (c) ou por venda a dinheiro.
Adicional: Nada impede que estas – analisando os padrões de uso do consumidor/utilizador – não façam estudos demográficos de mercado para “orientar” os gostos do consumidor – de forma subliminar – forçar, parecendo ser o consumidor a querer fazê-lo, a adquirir algo ou comportar-se de alguma maneira comercialmente mais atraente para estas empreas.
Adicional 2: Nada impede que estas empresas não forneçam os dados de consumo/gostos (informação agregada em bases de dados interoperáveis com sistemas dos serviços de segurança de um país ou países) a um Estado ou conjunto de estados para “verificação”.
Adicional 3: os dados podem ser usados como uma forma subtil de controlo do cidadão, condicionando-o na sua vida cívica, impedindo -o de intervir ( porque os seus dados/informação ) estão como uma espada sobre a sua cabeça ( contra si podem ser usados, quando “necessário”).
C) as industrias/serviços deixarão de ter “uma característica ” definida. Serão misturados” uns nos outros. A mesma fábrica ou unidade de produção terá capacidade para fazer coisas dispares entre si. Atrás desta dissolução, o próprio mercado será algo de difuso, com produtos incorporando muitas características de outros produtos.
Problemas:
– Preços de produtos cada vez mais difíceis de definir na cabeça do consumidor em termos de análise custo benefício. Limitação disfarçada da liberdade de escolha.
D) o produto será acrescentado de cadeias de valor. O produto terá que – sucessivamente – acrescentar valor para quem o compra. A tendência será para a não importância do simples acrescento valor. Ex: telemóveis, que tem uma função primária: falar-se e receber chamadas mas que tem tem neste momento incorporadas 300 novas funcionalidades – quase todas inúteis.
É a cadeia de valor do produto, a capacidade que a empresa que o produz tem de acrescentar tudo isso ao produto, marketizar e convencer o mercado que pelo facto de vender um produto ao qual foi capaz de incorporar mais 300 novas funcionalidades; isso representa inovação e futuro.
- A nova ideia será acrescentar a uma cadeia de valor que já tem 300 funcionalidades;
- novas cadeias de valor paralelas a cadeia de valor original;
- já não se tratará de um produto com objectivos de aumento da cadeia de valor existente;
- mas da criação dos conceitos de várias cadeias distinta de valor dentro do mesmo produto.
E) o consumidor visto com parte integrante da produção /conceito do produto.
O consumidor – será chamado a “opinar” sobre o produto. A ideia é ajustar o mais possível o produto ao consumidor e chegar a uma situação em que cada consumidor terá um produto totalmente adequado a si.
Problemas:
– Para o consumidor isto significa que ele está trabalhar gratuitamente para fazer um produto/serviço pelo qual, depois ainda o vai pagar. Paga duas vezes o mesmo produto.
– Apesar das ideias de costumização à medida como um alfaiate o faz, as técnicas de produção são as mesmas em todo o lado. O produto saíra assim mais pobre mesmo que costumizado à medida porque a técnica de produção á mesma. Ex: os actuais carros que tem todos as mesmas linha aerodinâmicas, porque foram todos testados em túneis de vento que todos os construtores possuem.
Mesmo que exista custumização, existirão características idênticas para todos os veículos.
– A tendência poderá ser para a existência de produtos diferentes, mas iguais, mesmo que customizados, levando a enviesamentos da criatividade ao nível do consumo de massas.
F) Os negócios terão tendência a serem agregados sob a forma de mashups, seguindo no entanto as adaptações próprias aos ramos de negócios em que se situam. Sendo o mashup um sitio Internet que usa/coloca conteúdo proveniente de mais do que uma fonte( de códigos diferentes que se interligam/interoperam entre si), a junçãoid e tudo permite criar uma serviço parecendo novo e tendo as características de “serviço completo”.
É assim possível combinar dados numa só página, provenientes de diferentes e mais dispares fontes.
Nos negócios, tal será provavelmente feito com a agregação de diferentes formatos de produtos a serem vendidos de forma interoperável.Ex teórico: Consolas de jogos fabricadas por diferentes fabricantes mas em que a interoperabilidade entre todos é total. Ex:teórico: motores de automóvel que passam a ser fabricados em séries interoperáveis entre si, mesmo que feitos por duas dúzias de fabricantes – o mini mashup actual que existe nesta área é o mesmo fabricante construir um motor que é idêntico para três ou quatro dos seus carros.
A lógica que disto deriva será a oferta de serviços cheios de software ou conceitos comuns a várias marcas/ empresas e não o produto por si só. Isto origina uma mudança por exemplo ao nível do marketing necessário para vender o produto. Já não um marketing focalizado nas características do produto, mas nos serviços que o produto pode render a quem o adquire.
Problemas:
– O consumidor será cada vez mais iludido e enganado com o que adquire, e verificará, crescentemente, que adquiriu imensas funcionalidades que não queria.
– Encarecimento artificial do produto/serviço que se adquire. Ex: os actuais serviços de Internet em Portugal. Desejando o consumidor um acesso simples à Internet, é-lhe oferecido uma vasta panóplia de serviços, e agregações de serviços. Que servem para justificar o maior preço que paga, e justificam a agregação, do ponto de vista do produtor, de inúmeros serviços, que lhe permitem ganhar economia de escala e maximizar lucros, mas oneram o consumidor e baralham a percepção geral do mercado.
– Confusão geral de conceitos relativamente ao produto/serviço que se adquire, afastamento entre os consumidores que entendem algo do que compram por oposição a uma cada vez maior quantidade de consumidores que nada entendem do que compram – fosso entre gerações possível e amplificado por estas características técnicas
– Ataques à democracia – ideia de contrato social entre gerações – atacados pela “distância” “tecnológica” existente entre quem domina o saber/conhecimento e quem não domina – amplificado pela distorção demográfica entre uma minoria de mais jovens, quase iliterados em tudo excepto em tecnologia e uma grande maioria menos iliterada em interacções sociais, mas colocada fora do jogo tecnológico. Tensões sociais. Afastamento geracional. Tensões entre novos e velhos.
Continua
CENÁRIOS E TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS – 5
PARTE 5
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SUPER TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS
MICRO ANÁLISE SOCIAL E ECONÓMICA.
Processo de longo termo analisando os processos em espectro largo e de grandes tendências, ao nível social, e económico a nível mundial.
1. Teoria da Globalização 2.0 – uma globalização intensificada de novo tipo.
Caracteriza-se por:
- Mudança do palco da globalização para a Ásia e tudo o que isso implica.
- Estratégias globais – de países ou empresas – feitas e desenhadas à medida para as regiões ou países onde irão ser aplicadas.
- Ideia da emergência de uma classe média global.
- Os capitais tornam-se globalizados.
Critica/Problemas:
– Com esta tendência a verificar-se tal seria assumir-se de facto, uma completa intensificação e ainda maior abertura dos países ocidentais á China/Ásia. Originando a completa assimilação da ideia de que a China/Ásia seriam as zonas/os produtores industriais do resto do planeta – uma perigosa dependência para o resto do mundo.
– Desenvolvimento de estratégias globais (na sua aplicação/execução) quer de países quer de empresas, visando criar dependências comerciais / políticas / militares, (para criarem novos estados clientes para si próprios) no lançamento e prossecução de projectos de cooperação/competição entre si.
Dois exemplos:
A) o projecto militar do caça de combate PAK desenvolvido entre a Índia – Rússia – Brasil.
B) as cooperações entre empresas de topo, mesmo que sejam concorrentes entre si – na feitura de estudos de mercado que analisam as reacções dos consumidores à publicidade e às marcas. As empresas pagam em conjunto os estudos e escolhem a metodologia que os orienta.
Mas depois, usam por sua própria conta e objectivos, os resultados – adicionalmente podem apenas optar por pagar uma parte do estudo, para a obtenção da informação que lhes interessa e sair do pagamento da parte que não lhes interessa.
São competidores que cooperam em áreas especificas de interesse mutuo. E competem em tudo o resto. Uma possível explicação para os aparentemente iguais produtos e técnicas de marketing que surgem que quase não se distinguem umas das outras.
– Ideia da emergência de uma classe média global derivada da padronização dos gostos a nível mundial. A publicidade e a velocidade das comunicações aliada a uma língua franca (o inglês) possibilitarão tal. Contudo, apenas será uma ideia conceptual benéfica para as empresas – o investimento que circula – precisamente por lhes permitir vender e organizar as suas economias de escala, quer na produção, quer no marketing, de uma forma unificada a nível global.
Ex:campanhas de publicidade “iguais”feitas a nível mundial.
Do ponto de vista da massificação da democracia, nada virá desta concepção. Existirá a possibilidade de esta ser ainda mais atacada por via da diluição das pequenas especificidades culturais ou usos locais precisamente por causa destes fenómenos.
Tendência de a classe média global apenas o ser considerada no protótipo de “consumidor” em qualquer parte do mundo, mas já não na parte cívica/democrata.
Ex: Uma adolescente malaia poderá usar Gant ou Ralph Lauren, mas a Malásia não deixará de ser uma ditadura muçulmana high tech; tal qual uma adolescente espanhola ou italiana, que também usarão as mesmas marcas, mas o regime apesar de tudo é mais democrático do que o malaio ou outro semelhante com a mesma religião ou não.
Tendência para o vencedor ser a “Corporação global” ou a marca Global, não o sistema de pensamento autónomo ou a democracia como sistema implantado em todo o mundo.
– A ideia de globalização de capitais mais definida. Já existe e deriva das progressivas eliminações de restrições à sua circulação. Existem aqui duas opções mundiais estratégicas.
- ou se globalizam mais fazendo mais estragos do que actualmente fazem;
- ou serão tenuemente restringidos.
Estamos no impasse do meio da balança pender para os dois lados – um dos dois lados. E qual será o lado.
Positivo:
– A ideia de emergência de uma classe média global, se essa emergência servir para desenvolver a criação de um poder planetário nas mãos desta classe.
– ideia de emergência de uma classe média global que consiga comunicar entre si, de forma a, globalmente, conseguir exercer o seu poder.
2. Economia baseada no conhecimento – a formação continua das pessoas ao longo da vida.
- Ideia de que “apenas” a educação e aprendizagem serão a base da nova economia.
- A inovação constante de produtos e serviços é que serão a chave da futura competitividade.
- Surgimento de uma nova classe – uma elite global reduzida baseada no conhecimento que tem- a classe criativa.
Problemas:
A) Geração de uma tremenda pressão social e económica no Ocidente e nos países de nível semelhante ao Ocidente (Ex:Japão). Partes da população, pela adopção plena desta tendência serão excluídas do mercado de trabalho e serão socialmente excluídas da sociedade. Um efeito colateral e perturbador que ataca a democracia como conceito e sistema de organização social, mas não só. Um sistema totalitário terá o mesmo problema, confrontado com idêntica situação.
B) Geração de uma pressão tremenda sobre os recursos educativos/de conhecimento de um país. Qualquer país – um numero cada vez maior de países – estará a competir com outros países igualmente fortes nessas áreas de conhecimento. A tendência será para que pequenos países( Ex: Portugal) “percam”/possam perder duplamente:
B1) ou não acompanham por si só, na área tecnológica respectiva em que se especializaram os países que os ameaçam ultrapassar por falta de escala/tamanho e capacidade de formar recursos humanos de forma sistemática e consecutiva – o país conseguir sempre formar geração após geração novos e melhores recursos humanos;
B2) Ou são afastados “administrativamente” de certas áreas tecnológicas mediante a aceitação de limitações comerciais ao desenvolvimento de certas industrias/serviços.
C) Se a inovação e os produtos são a chave da nova competitividade só quem possui uma população com altos níveis de especialização e constante formação de topo ao alongo das gerações, é que consegue “competir”. Quem não está nestas c0ndições “afasta” do bem estar e da possibilidade de competir partes importantes (90%) da sua população.
Os efeitos sobre a democracia serão devastadores nessas áreas-países.
D) A emergência de uma nova classe- a elite do conhecimento global – pode vir a ser a maior ameaça à liberdade e à democracia que alguma vez condicionou a raça humana.
Apêndice D) Problemas.
Dada a natureza do actual conhecimento de topo, prático mas também (deste que aqui se define – tenta definir) – altamente tecnológico e “simbólico” baseando-se em abstracções conceptuais e teóricas de nível elevado que saltam fora dos tradicionais campos da Filosofia e da política (embora também a ela venham buscar elementos e teoria ), a capacidade deste tipo de conhecimento “correr livre” e tornar-se demagógico e totalitário é infinita.
Elementos agravantes: de ser muito difícil de contrariar devido à enorme diferença de força intelectual, entre o que está ao dispor desta nova elite e da sua rapidez – facilidade de agir em rede – e o resto da população( local ou mundial), muita da qual nem ideia tem destas concepções, nem destes movimentos.
A palavra “conhecimento” deve ser aplicada em duplo sentido: conhecimento = informação.
Aqui, conceptualmente, não se consegue sequer afirmar qual é o “poder” simbólico da nova emergente classe/elite global.
Se as suas potencialidades para a instauração de um mundo controlado arbitrariamente derivam mais do conhecimento avançado que tem, ou se esse conhecimento é antes informação trabalhada a um nível conceptual superior que lhes permite atingir supremacia.
Questão: Esta nova “emergência” de uma nova classe/elite chamada de “nova elite global classe criativa” é -o (se-lo-à) porque é dotada de conhecimento ou porque é dotada de informação de nível superior e sabe trabalhá-la?
Os “choques” entre o que esta classe observará como sendo “arcaísmos” e “velhas forma de pensar” dos actuais sistemas e o que ela defende e propõe serão elevados. Existirá assimetria entre as ideias de um lado e de outro:resta saber para onde cai a parte mais pequena da assimetria.
Continua
CENÁRIOS E TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS – 4
PARTE 4
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SUPER TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS
MICRO ANÁLISE SOCIAL E ECONÓMICA.
Processo de longo termo analisando os processos em espectro largo e de grandes tendências, ao nível social, e económico a nível mundial.
1. Biologia como força da ciência que lidera a evolução – mais o conceito da junção de várias disciplinas (biologia ↔quimica).
A aprendizagem feita a partir da natureza. Objectivo: mimetizar a natureza. Reflectir-se em aplicações práticas.
Exemplos.
A) observação do voo dos pássaros (águias) para determinar o melhor padrão de voo em caças de combate e melhorar a aerodinâmica da construção/movimento das asas (o exemplo mais recente é o F22 americano que é o caça de combate que mais depressa e rápido curva no ar)
B) estudo dos gatos ( dos felinos) para desenvolver uma cura para a SIDA.
A observação de plantas e animais é a chave usando -se a biologia para isso. Possíveis curas para doenças ou problemas físicos serão procuradas através da replicação de formas de comportamento dos organismos que possam ser adaptáveis com êxito para os humanos.
Problemas:
- A natureza é muito complexa.
- Tendência a “atalhar” nesta procura para obviar aos enormes custos de investigação e desenvolvimento.
- Produtos podem provocar malformações genéticas irreversíveis.
- Serviços derivados que alterem profundamente o modo de organização social.
Biónica. O renascimento da Biónica, uma ideia muito em voga nos anos 70. Origem da ideia nos anos 40.
A biónica vista como uma “extensão” mecânica ou electrónica mais desenvolvida do que actualmente. Ideia futurista de criação de um órgão mecânico/electrónico ou ambos capaz de suprir e subtitituir um orgão humano. As aplicações primárias serão obviamente na medicina. Diferente do conceito actual de próteses que apenas são encaradas como meros auxiliares mecanicos.
Problema:
– Criação de industrias, quer civis quer militares, de produtos biónicos para a área militar. Criação de exércitos inteiramente biónicos. Possibilidade de evolução para um híbrido tecnológico a meio caminho entre o computador dotado da inteligência artificial e o “homem biónico”, capaz de compreender e raciocinar autonomamente, embora de formas ainda limitadas.
– Ditaduras que se poderão perpetuar nos seus espaços internos mesmo perante revoluções que congreguem a maior parte da população contra os ditadores – as tropas biónicas dotadas de suficiente inteligência mas reduzida autonomia intelectual consideram lógico servir o Estado totalitário.
– A complacência das democracias perante a biónica usada como arma acontecerá?.
Inteligência em “enxame (Swarm).
Um utilizador/cidadão funciona, já não hierarquicamente, horizontalmente/verticalmente ou em rede, mas em “enxame, o que é algo diferente de uma rede. Simultaneamente retira de outros o que precisa, e outros retiram dele o que dele precisam, numa lógica de partilha comunitária, mas individual.
Vantagens: o custo, a rapidez, a partilha, a interdependência democrática, liberdade de uso e fruição de informação e serviços, o acesso rápido à mesma em qualquer lugar do mundo, por qualquer pessoa que o possa fazer – interoperabilidade entre todos com todos e todos os serviços.
Desvantagens: ataca as estruturas de poder actuais, (ataca a democracia (e o totalitarismo) como sistema?) fortemente hierarquizadas e baseadas no poder de apenas de alguns (a elite política/económica?) sobre todos os outros, promove a exclusão de quem não domina no mínimo a técnica conceptual, tendência para o anarquismo virtual.
Outras notas: põe em causa profundamente quer os modelos totalitários actuais, quer os democráticos.
Outras notas: tendência a tornar-se esta “forma”, o paradigma da organização social. Os conhecimentos sociais, a interacção entre as pessoas processa-se baseada em graus de confiança que são determinados pelo “enxame” e já não pessoalmente ou por outros meios de comunicação/interacção.
Perigo: o enxame, ser (tornar-se) unificado a nível de pensamento; todos pensam da mesma maneira julgando que pensam todos diferente uns dos outros. Isolamento social da vida real na rua. Choques psicológicos entre camadas da população confrontadas com a “rua” vs mundo virtual do enxame. Mundo observado por meio de aparelhos electrónicos e ideias electrónicas.
Defesa: uma ditadura tem dificuldades em controlar um enxame, mesmo com um pensamento unificado por detrás. O enxame é criativo e tendencialmente anárquico não gostando de controlos.
2. A inteligencia vista com algo “omnipresente ” – existindo ou estando em todo o lado, acessivel. A inteligência como um fantasma sempre presente. (The ghost in the machine)
- A integração da tecnologia- inteligência será o pós modelo (actual) de computador de secretaria.
- O pós modelo actual será intensificado até ao infinito e marketizado como o futuro: apresenta-se aos nossos olhos como o computador portátil -uma versão melhorada do computador de secretária.
- O paradigma será a (quando?) saída do actual sistema pós moderno- versão de entrada mais intensificada pela versão portátil
Métodos:
- Em vez de se ir ao computador de secretária buscar informação qualquer produto/aparelho doméstico interagirá quer entre si, quer com o utilizador e fornecerá a informação.
- Aparelhos caseiros interagirão entre si para medirem a biométrica do utilizador – os seus dados vitais.
- A temperatura da casa e as horas a que deve ou não deve comer, e quais os alimentos a tomar serão geridos de forma omnipresente.
- A iluminação será ajustada ao utilizador ou a grupos de utilizadores de um dado espaço.
- Rápido avanço na investigação e desenvolvimento em “sistemas que sentem o seu meio ambiente”.
Ex: telefones que “sentem” a chamada para o utilizador e agem ligando para o telefone geograficamente mais próximo do utilizador.
Problemas:
- Privacidade impossível estando dentro da “rede”/”enxame”.
- Usos militares para suportar regimes (democráticos ou não) que exerçam estrito controlo sobre os seus cidadãos, vigiando-os mesmo em casa.
- Possibilidade da guerra tecnológica de alta intensidade a que só alguns países-áreas terão acesso, colocando os outros em regime de instabilidade e “fora do sistema”.
- Aumento das guerras de baixa intensidade em países fora do sistema tecnológico (Ex África)
Pode-se afirmar que:
A) a revolução nas tecnologias da informação continua(rá) (puxada por sistemas pós computador de mesa, por exemplo)
B) A inteligência omnipresente gerará “novos interfaces de comunicação (novas formas e símbolos visuais de se encarar algo ou algum gesto como… “comunicação”) e novas superfícies ( canais de distribuição, no léxico do marketing e da grande distribuição) onde se “jogam” interacções sociais, profissionais, sexuais,etc.
C) desenvolvimento mais acentuado das ciências “neuro” (neurológicas), da inteligência artificial( criação de robots) e da robótica como disciplina plenamente aceite.
D) conceito de sociedade transparente e assente na mais completa vigilância (mesmo sobre pensamentos?).
Problemas:
- Confusão entre a maioria dos utilizadores menos preparados para os novos ambientes e interfaces de comunicação
- Possibilidade de adulteração e experimentação não autorizada nas áreas neurais criando pessoas disfuncionais, com problemas neurológicos ou com problemas psicológicos devido a terem sido submetidas, voluntariamente ou involuntariamente a experiências- chamem-se de “mercado ou não”.
- Sociedade de vigilância, onde todos os dados da vida de uma pessoa são gravados por maquinas e armazenados em bases de dados, para uso futuro.
- Etiquetagem electrónica de pessoas.
- Etiquetagem de pensamentos e sonhos de pessoas e “classificação” dos mesmos.
- Sentimentos fortes de alienação na maior parte da sociedade e total quebra de contacto com a realidade física possibilitando a aceitação do controlo virtual.
- Assimetrias sociais e económicas que poderão gerar “zonas físicas de exclusão”.
Continua