Archive for the ‘FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO’ Category
SUDÃO, DINAMARCA e os cartoons…
No Sudão, continua a tentativa de capitalizar politicamente com o problema dos cartoons dinamarqueses um ano depois do assunto ter acontecido. A notícia é do Jornal de notícias de 24 de Fevereiro de 2008.
Expulsam-se organizações dinamarquesas do país. Entre as organizações que irão ser expulsas está a cruz vermelha dinamarquesa que actua na região do Darfur e o conselho dinamarquês para os refugiados.
A técnica usada é a seguinte. Cria-se um comité, chama-se “fórum do Sudão para a paz” e proibe-se os funcionários sudaneses de terem contactos com dinamarqueses expulsando a seguir as referidas organizações e apela-se ao boicote aos produtos dinamarqueses.
Existe contudo, uma “razão” para o boicote e para esta atitude. Há uns dias atrás tentaram matar um dos cartoonistas que fez uma das 12 caricaturas que suscitaram a polémica. A polícia dinamarquesa descobriu o atentado a tempo e frustrou a tentativa.
Em solidariedade para com o cartoonista que esteve com a vida em perigo, jornais dinamarqueses, republicaram os cartoons com especial ênfase para o cartoon que o cartoonista tinha originalmente desenhado.
Agora temos, de novo, a chantagem, a pressão, a intimidação e a tentativa de inverter a situação, jogando com a opinião pública, fazendo parecer de novo que existe uma suposta ameaça à dignidade do Islão e aos muçulmanos. Que respeitando um subvertido principio da proporcionalidade e em nome de “vingar a afronta” acham normal não protestar pelo facto de pessoas intitulando-se de fé muçulmana tentarem matar à bomba um cartoonista, mas já acham normal protestar pela republicação de um desenho.
Liberdade de expressão enviesada, diria…
Também parece ser normal ( é o que esta campanha de propaganda subvertida de proto fascismo nos pretende mostrar…) ver-se o que a imagem ao lado mostra: um rapaz na Jordânia, em manifestações de desagravo, com as palavras escritas na testa “Estejam com o profeta Maomé”. Presumo que quem não estiver, será considerado como estando a ameaçar a dignidade do Islão e como tal será considerado legítimo que se façam uns atentados contra quem não esteja com Maomé. O que equivale a fazer, segundo esta lógica, umas dezenas de milhares de atentados para trucidar os infiéis que não estão com Maomé…ou seja obliterar todos os que não são muçulmanos?
Pelo meio usa-se a questão do Darfur e dos refugiados do mesmo, com todo o cortejo de fome e mortos que está a gerar como arma política para combate sem tréguas contra o Ocidente ( simbolizado aqui pela Dinamarca), embora isso seja apenas um pretexto. Hoje é o Ocidente, amanhã outra coisa qualquer.
Como é óbvio, a direita política portuguesa provavelmente exultará com isto; a esquerda política portuguesa assobiará para o lado fazendo de conta que não se passa nada e lançará umas petições falando da libertação de Ingrid Bettencourt (problema existente na Colômbia), ou de outra coisa qualquer que esteja a jeito ( Timor é sempre um bom nicho de mercado para apelar à lágrima fácil… e ao desviar de atenções…) enquanto que na Dinamarca, as associações muçulmanas voltaram a criticar o atentado, mas também os jornais que republicaram os cartoons, dizendo que isso constitui uma ameaça à fé islâmica.
De facto não consta que ninguém na Dinamarca se tenha sentido ofendido com as declarações das associações muçulmanas e tenha decidido colocar umas bombas nas instalações das mesmas, embora o contrário – no que aos cartoonistas diz respeito, quase tenha acontecido.
Agora continuamos a tentar ser convencidos que uma coisa é igual à outra e tem o mesmo valor…
É assim que estamos perante mais uma tentativa de criação de regimes jurídicos de excepção e de multi culturalismo legal, a coberto de uma qualquer fé ou religião…ou o que seja…
Continue-se a fingir que esta “questão” não é séria e continue-se a não enfrentar esta questão…
Notas finais:
AQUI já se falou de algo semelhante mas acerca de futebol;
AQUI já se faliu de algo semelhante acerca do Rally Paris Dakar e do seu cancelamento;
AQUI já se falou da Arábia saudita com a sua proibição de venda de rosas no dia dos namorados, bem como de uma tentativa de pressão sobre as regras editoriais da Wikipédia.
APPEASEMENT E NÃO APPEASEAMENT
Na Arábia Saudita temos o seguinte:
Sintomas de um país com sérios problemas.
Ou deverei dizer uma religião?
A chantagem continua, mas felizmente AQUI recusam-se a ser chantageados e reagiram, pelo menos até agora.
E como se faz chantagem? Simples.
Usam-se meios democráticos para fazer chantagem e tentar criar um sistema de auto censura e de discriminação “legalmente” legitimizado, sem se ter absolutamente razão nenhuma para isso.
Como se faz?
Fazendo uma petição online.
Parece que um grupo de utilizadores de religião muçulmana, ficaram, repentinamente, ofendidos pelo facto de a Wikipédia, que até pretende ser uma enciclopédia online neutra, mostrar fotografias do Profeta Maomé, o que é proibido pela religião muçulmana.
Podendo recusar ver as fotografias, os muçulmanos (ou os países que estão por detrás disto…) optaram por entrar na chantagem e na extorsão fazendo pressão e insinuando ameaças sobre a Wikipédia para que esta retirasse a referida fotografia.
Aplicado este princípio a todas as situações, que, supostamente, ofendem muçulmanos teríamos, levado ao extremo, que, provavelmente, metade dos artigos que lá estão fossem retirados, por uma questão ou outra.
Nesta notícia do Herald Tribune, um muçulmano paquistanês diz que ” “é totalmente inaceitável imprimir a foto do profeta …“e que isso demonstra insensibilidade em relação aos sentimentos dos muçulmanos e deveria ser removido imediatamente”.
Tendo em conta o facto de as mulheres ocidentais ou sem serem do Ocidente andam, normalmente, sem véu, provavelmente, daqui a um mês ou dois existirá uma petição online exigindo que mulheres de religião não muçulmana usem véu, uma vez que “é totalmente inaceitável que as mulheres se mostrem em público” … e que isso demonstra insensibilidade em relação aos sentimentos dos muçulmanos e deveria ser removido imediatamente”.
Ou, que o facto de existirem pessoas que são adeptas de outras religiões ou nem sequer são adeptas de religião nenhuma isso” é totalmente inaceitável que as pessoas adeptas de outras religiões ou nem sequer adeptas se mostrem em público” … e que isso demonstra insensibilidade em relação aos sentimentos dos muçulmanos e deveria ser removido imediatamente”.
A lista de “supostas insensibilidades” é infindável…
Vamos ter mais chantagens destas nos próximos meses e anos.
Resta saber se se opta pelo appeasement ou se recusa a chantagem.
Sou adepto da recusa da chantagem.
Este post não significa apoio ao catolicismo como religião organizada.
KABUL, Atentado terrorista.
Em Portugal o Jornalismo é de qualidade. Frase irónica.
Como é um jornalismo de qualidade fomos informados, nas últimas 3 semanas que, controladores aéreos portugueses tinham descoberto uma tentativa de atentado contra a torre Eiffel. Cita-se, parcialmente, o sempre vigilante DN do dia 12-01-2008:
” Controladores aéreos portugueses a trabalhar na ilha açoriana de Santa Maria interceptaram “comunicações terrestres” onde se falava num “presumível ataque terrorista” contra a Torre Eiffel, em Paris.
Fonte governamental disse ontem ao DN que a informação foi detectada na madrugada de quinta-feira e deverá ter tido origem em radio amadores. “Não foram comunicações aéreas”, assegurou, a estar na origem do alerta enviado às autoridades francesas e noticiado ontem pelo jornal Le Monde. A informação, ouvida em inglês e francês, foi transmitida ao Instituto Nacional de Aviação Civil, que a reencaminhou para a Polícia Judiciária. Foi a PJ, acrescentou a fonte, a contactar com as autoridades francesas.
O teor da intercepção, apesar de ser “vago e confuso”, alarmou a polícia francesa, que se mantém há meses no nível de alerta mais elevado, o vermelho.“
Fomos também informados que dois terroristas paquistaneses iriam praticar atentados à tonelada em Portugal. Cita-se o omnisciente Jornal Público de 20-01-2008.
Também no dia 23 de Janeiro de 2008, o sempre presente e vigilante Diário de noticias afirmava que
” … À parte estes números, irrelevantes, os relatórios estão forrados de múltiplas e variadas referências à prioridade que Portugal dá ao combate no combate ao terrorismo, e também a União Europeia, tanto por via do 11 de Setembro como dos atentados de Madrid (11 de Março de 2004) e de Londres (16 de Julho de 2005). Não há números oficiais em relação à conclusão destes inquéritos.
Mas, não é tão irrelevante a acção da PSP e da GNR relativamente ao número de alertas de bomba. A média é elevadíssima: ambas as forças de segurança responderam, em 2006, a cerca de 1400 suspeitas, ou seja, quatro por dia. Quase todos falsas.
No meio de todos estes alarmes, a PSP detonou três engenhos reais. Um dos casos era o marido que ameaçava matar a esposa tendo-lhe colocado uma bomba lá em casa. A carga explosiva não daria para furar uma parede. Ao que o DN apurou, os outros dois casos foram semelhantes. No total, em 2006, esta força de segurança realizou 1212 buscas, sendo que cerca de metade teve a ver com acções de prevenção relacionadas com visitas diplomáticas a Portugal. A ameaça falsa de bomba ocorreu em 49 escolas.
A GNR efectuou 697 intervenções, tendo percorrido, para o efeito, 87 314 quilómetros. Não há notícia de que tenha detonado um engenho explosivo. Esta força respondeu a 50 alarmes falsos em escolas.| “””
E na capa do Jornal de dia 23 de Janeiro de 2008 dizia-se que:
No futuro iremos ter muitas notícias de atentados terroristas em Portugal. Verdadeiras, falsas, assim-assim, talvez, indícios, possibilidades, conversas com um amigo que ouviu um vizinho a dizer que um amigo que trabalha na polícia soube de um atentado.
No entanto, apesar desta omnisciência e vigilância, quer dos jornais, quer das rádios, quer das televisões, feitas em Portugal, conseguiu-se não vislumbrar, QUE SE NOTASSE, que no dia 14 de Janeiro, um ataque terrorista em Kabul, Afeganistão, ocorreu.
Afeganistão, aquela terra que tem perto de 200 militares portugueses lá colocados numa força de paz.
Atesta a qualidade do jornalismo português e as permanentes campanhas de desinformação e de instilação do medo falando-se de hipóteses, e sub hipóteses e tri hipóteses de atentados. Mas não se falando do que acontece nos reais atentados e nos sítios verdadeiros onde eles ocorrem propriamente.
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No dia 14 de Janeiro de 2008, 4 militantes islâmicos entraram dentro do Hotel Serena em Kabul. É o hotel principal onde as centenas de jornalistas,trabalhadores de organizações humanitárias,professores, pessoal médico, etc.
Um deles fez-se detonar, logo à entrada do Hotel.
Outro, atirou uma granada para dentro da sala que vistoriava as bagagens e o seu conteúdo.
O terceiro, foi atingido a tiro na zona de entradas, o que, ao que parece, fez detonar o colete de bombas suicida que carregava consigo.
O quarto, armado, entrou a disparar para todos os lados, chegando ao Ginásio e à área do SPA – o seu objectivo final. Aí matou a gerente do SPA, uma filipina chamada Zina, e passou ao ginásio onde matou um americano que lá estava. Nos vestiários do Ginásio estava lá o presidente do comité Olímpico Afegão, que foi atacado a tiro, mas conseguiu fugir para a cave.
Neste post AQUI é feita em inglês uma narrativa em primeira mão por uma das pessoas que lá estava no momento do ataque.
Contagem total: 8 mortos.
Mas isto não é um jogo de vídeo.
RALLY PARIS DAKAR, APPEASEMENT, PRECEDENTES
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Blog We have Kaos in The Garden, neste post
Num outro blog que eu fazia, em 10 de Fevereiro de 2006, escrevi o seguinte:
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“””A 2ª maior empresa a nível mundial na área comercial decidiu;a aderir a uma nova filosofia.
Sendo francesa a empresa, nada melhor do que aderir às teorias da República de Vichy, durante a segunda guerra mundial.
Cada vez gosto mais das pessoas e do mundo…
(Ler mensagem em inglês na fotografia solidarizando-se com o problema dos cartoons…)