Archive for the ‘OFF SHORES’ Category
DO COMÉRCIO FEITO EM PORTUGAL PELO PINGO DOCE
“Para um comerciante, até a honestidade é um valor especulativo”.
Charles Baudelaire
OS BANQUEIROS PROXENETAS
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Uma pequena minoria dos banqueiros está a viver à conta dos lucros dos depósitos de dinheiro corrupto. Temos uma palavra para definir as pessoas que vivem através dos ganhos imorais de outros: proxenetas. Os banqueiros proxenetas não são melhores do que qualquer outro tipo de chulos. *
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Paul Collier, Professor de economia na Universidade de Oxford.
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* Relatório Death and Taxes, Christian Aid, maio de 2008, página 29.
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PORQUE É QUE A SONAE NAO PAGA IMPOSTOS E O CHEFE DA SONAE AINDA GOZA COM OS PORTUGUESES
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“Portugueses estão asfixiados por impostos” – Belmiro de Azevedo
O empresário Belmiro de Azevedo afirmou hoje que “os portugueses estão asfixiados por impostos”, considerando que “o esforço fiscal incide sempre sobre os mesmos desproporcionadamente”, acusando o Estado de ser “calaceiro”.
“O esforço fiscal incide sempre sobre os mesmo desproporcionadamente e, ainda por cima, na praça pública é dito ao contrário”, afirmou hoje o ‘chairman’ da Sonae, considerando que “os novos aumentos de tributação é populismo gratuito”.
O empresário realçou que “há uma pequena fatia de contribuintes que paga a esmagadora maioria dos tributos”, acrescentando que “não seria fatal se o retorno desses aumentos permitissem relançar a competitividade, mas o conjunto de impostos deixa muito pouco para que cidadãos e empresas possam poupar e, portanto, investir”.
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Declarações inacreditáveis pelo descaramento e falta de vergonha que contém, à comunicação social, dia 18 de Outubro de 2011
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A Sonae vai lançar a Oferta Pública de Aquisição sobre a Portugal Telecom com recurso a uma empresa subsidiária na Holanda, para beneficiar da isenção do pagamento do imposto de selo, de acordo com a edição de hoje do “Diário Económico”.
De acordo com o jornal, o não pagamento do imposto de selo associado à garantia bancária do banco financiador da operação, o Santander, está avaliado em 57,5 milhões de euros.
Na Holanda as empresas estão isentas do pagamento deste tipo de imposto em operações financeiras, enquanto em Portugal o regime fiscal obriga ao pagamento de uma taxa de imposto de selo de 0,5 por cento.
As isenções de que beneficiará a Sonae – caso se concretize a OPA sobre a PT – estendem-se também ao pagamento de imposto sobre mais-valias e sobre dividendos e à retenção na fonte dos juros bancários.
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Notícia da comunicação social sobre alguns portugueses que “legalmente” não pagam impostos apesar de carpirem magoas na imprensa sobre os “portugueses” que estão asfixiados de impostos.
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(…) Como explicar que 17 dos 20 maiores grupos económicos (PT, Sonae, Jerónimo Martins, Galp, Petrogal, Mota-Engil, etc) cotados na bolsa portuguesa detenham sociedades gestoras de participações sociais (SGPS) sedeadas na Holanda e Irlanda que lhes permite escapar ao pagamento de impostos em Portugal?! Noutros casos, Bancos cotados no PSI20 (BES, BPI e Banif), escolheram as Ilhas Caimão ou paraísos fiscais similares para fugir ao fisco nacional.(…)
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Imprensa regional em artigo de opinião, dia 22 de setembro de 2011
MADEIRA E A SUA ZONA FRANCA – NENHUMA RACIONALIDADE ECONÓMICA
“… A criação da Zona Franca da Madeira (…) não possui qualquer racionalidade económica (…) nem a mais remota justificação moral. O único objectivo da sua criação foi ajudar os mais ricos a fugir às suas obrigações fiscais. Ajudá-los a reduzir a sua quota-parte no financiamento das infra-estruturas nacionais, da educação, da investigação, da saúde, da segurança social, da defesa do ambiente, da preservação do património, da justiça, da segurança, da defesa. É irónico que tantos dos empresários que se servem desta batota fiscal tenham o descaramento de criticar o funcionamento do Estado, a sua ineficiência, e se atrevam a falar de “ética empresarial”.
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O tema da SUITE 605 é tanto mais chocante quando este benefício, de que os mais ricos usufruem, não é sequer conseguido à custa de ilegalidades – que envolveriam o risco de uma sanção. Criar uma empresa no offshore da Madeira e transferir para ela os lucros de cem empresas que operam no continente para não pagar impostos é legal e sem riscos. E isso é possível graças a leis aprovadas pelos nossos governantes, assinadas pelos nossos Presidentes da República.
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O que acontece ao dinheiro que o Estado perde desta forma, aos impostos não cobrados às empresas? O Estado vem buscá-lo aos nossos bolsos, aos trabalhadores por conta de outrem, usando as sobretaxas que for necessário.
(…) a taxa média de IRC paga pelas empresas registadas na Zona Franca da Madeira é de 0,16% (…)
Estranhamente, apesar de parecer existir um consenso político sobre os malefícios dos paraísos fiscais, eles continuam a sobreviver com o argumento de que, se fechássemos um, as empresas iriam para outro, noutro lugar do mundo. A resposta só pode ser uma: que vão! Para além da fuga de impostos, os paraísos fiscais são o ecossistema por excelência do financiamento das ditaduras e das máfias, do tráfico de droga, da levagem de dinheiro. Nenhum político honrado pode aceitar a sua existência. “
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José Vítor Malheiros, extracto do posfácio “Iguais Perante a Lei?, no livro “SUITE 605” de José Pedro Martins