Archive for the ‘PODER’ Category
O TOPO E A BASE
“As pessoas do topo” estão completamente na merda e não tem uma porra de ideia que seja acerca “disto” e do que se está a passar.
Estão desesperados pelas ideias da base ou o que pensam ser a as ideias da base.
Verdadeiramente desesperados porque necessitam de legitimidade.
E de aparentar perceberem o que se está a passar.
E auto apresentarem-se como” os que tem a “solução”.
Ø
Mas não a tem; nunca a irão ter.
A ilegitimidade desta gente é completa.
E os pseudo aspirantes totalitários com ambições a criar uma nova legitimidade não o sabem fazer ou sequer a possuem.
Ø
Não fazem peva de ideia do que o país quer ou precisa.
Não tem nenhum ponto de contacto com as pessoas, a população.
Ø
Felizmente.
Não tem pontos de contacto com a população quem quer mas sim quem sabe e pode.
Ø
As “pessoas do topo” irão perceber que a base irá lutar para obter controlo.
Ø
E irão falhar em perceber como será isso feito.
Ø
Dito de outra forma: já falharam.
TOP 20 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 1999 2009
1999
2009
Mudança de poder.
PORTUGAL PERIFÉRICO
Um das coisas mais comuns que se aponta à construção europeia é a necessidade que esta ideia gerou, de definir que a (1) “harmonia territorial” e a (2) “coesão do território” seriam alguns dos valores essenciais para o desenvolvimento europeu, a par de conceitos mais conhecidos como a democracia, os direitos humanos,etc.
Para tal há que pensar em termos estratégico a nível da Europa, ou até de Portugal.
Como tal é necessário que os decisores políticos pensem nas forças de mudança futuras, que irão influir no espaço e na organização do espaço.
Isto porque as características de um dado território apenas mudam, de forma lenta e continuada, quando bastante tempo passou.
É pois fundamental acelerar ou planear em antecipação. Caso se consiga fazê-lo.
Uma das formas de o fazer é pensar na área de comunicação, encarando como tal nessa área, os transportes – a capacidade de mobilidade de uma dada população num dado sitio ou zona.
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A luta que existe entre decisores divide-se em duas partes:
(A) os que apoiam uma mais forte competitividade global da economia (orientação para a competitividade)
(B) os que apoiam a promoção de equidade e justiça, especialmente num nível local e regional e dentro da união europeia isto é ainda mais urgente para países como Portugal que são “periferia”. (orientação para a coesão)
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Para Portugal, é fundamental que seja a ideia da coesão a vingar.(Embora não resolva tudo)
O nosso interesse nacional depende disso. O nosso interesse nacional depende da aplicação de uma lógica orientada para a coesão, sem a qual não conseguiremos sobreviver.
Não temos tamanho, nem escala, para enfrentar uma lógica modelar orientada para uma extrema competitividade europeia.
Não podemos fazer isto que se mostra abaixo:
Não temos tamanho nem poder económico para fazer isto. É uma realidade concreta, que discursos bonitos e voluntaristas não conseguem apagar.
Estamos na periferia, afastados do centro europeu.
Num mundo em que se sabe que o numero de empregos a criar – no futuro – será menor, é da natureza das coisas que uma área que faz parte do centro da Europa, os consiga atrair mais facilmente do que uma área que não faz.
É da natureza das coisas que uma área do centro da Europa – melhorada – ainda atrairá mais facilmente mais empregos do que uma periferia.
A “escala” das divergência entre regiões europeias ( o centro e as periferias) terá assim tendência em alargar-se enormemente – mais ainda do que já está.
Um país como Portugal fica “exaurido” de recursos só para pagar um TGV, um aeroporto, uma ponte, que são pequenos empreendimentos, quando comparados com este em França, mas também com outros como os jogos olímpicos de Londres de 2012 ou as constantes requalificações feitas pela Alemanha no seu território.
Este é um mapa (não vou indicar a fonte) do produto interno bruto europeu no ano 2000. Quanto mais carregada for a cor, mais alto é o produto interno bruto da área.
Observe-se a “força” (o poder bruto) do centro da Europa (e a correspondente capacidade de atracção de empregos e recursos…)
Repare-se na periferia que dá pelo nome de Portugal.
Embora o produto interno bruto seja apenas um dos critérios de análise em relação a uma sociedade, isto prova, no entanto, como estamos a jogar um jogo, o qual nunca iremos ter hipótese de vencer.
Partimos em larga desvantagem. Nunca a recuperaremos se jogarmos o jogo pelas regras de outros.
É por isso que a França de Sarkozy pode lançar obras gigantes. Tem o seu próprio orçamento de Estado e a sua “enorme escala” e tem países mais pequenos (como Portugal) a ajudarem com contratos para construção de infraestruturas que – após terem sido feitas – continuarão a colocar Portugal numa periferia, onde já está e da qual nunca sairá.
E cito uma parte do post inaugural deste blog:
Como povo, somos vitimas de uma mistificação nacional.
AS PESSOAS QUE VIVEM NAS SOMBRAS
Na política, um dos maiores problemas que existem em Portugal, especificamente ligado aos actos de (1) pensar política e (2) fazer política tem a ver com uma certa classe de pessoas que existem dentro do sistema político e social, quer este seja considerado “institucional” ou informal.
São os predadores em política e sociedade.
São as pessoas que se apelidam como sendo de “esquerda”, apenas porque se reclamam ser contra a extrema esquerda.
Definem-se, não pelo facto de conseguirem propor um discurso positivo alternativo ao discurso político proposto pela extrema esquerda, mas sim pelo facto de proporem apenas como discurso político o acto de serem contra a extrema esquerda.
A existência destas pessoas como grupo cria uma situação em que uma pequena minoria da sociedade toda, um grupo perfeitamente insignificante, consegue fazer carreira, flutuando dentro das margens de um sistema político e social, e tendo o seu nicho de mercado perfeitamente definido.
O cidadão “comum e normal”, aquele que aprecia a tranquilidade de um quotidiano perfeitamente calmo e repetido, percebe que existe alguém a dizer-lhe que existem umas pessoas extremistas colocadas num dado extremo político, e imediatamente rejeita isso; e passa rapidamente a aceitar o discurso redondo anti extrema esquerda (o tal que passa por ser um discurso político sério) que este conjunto de “pessoas que vivem nas sombras”, faz.
É uma táctica politica e comportamental que apela ao pior dos cidadãos e das pessoas: tenta empurrar ainda mais para um gueto, mesmo mentalmente, o pensamento que não se adequa à norma, mas que é democrático.
É claro que este “método” leva a que pessoas ou grupos que sejam ou estejam fora da norma, mas sejam politicamente criativos e democráticos, sejam também colocados no mesmo saco da verdadeira extrema esquerda (ou extrema direita, o que houver a jeito…).
Assim, o suposto efeito positivo derivado da existência deste conjunto de pessoas que “vivem nas sombras” gera na verdade, um sub efeito negativo: (1) o ataque à criatividade política das pessoas, que são todas, em todos os grupos, democráticas ou não, rotuladas como sendo de “extrema esquerda”.
Também gera outro efeito perverso: (2) o efeito segundo o qual, certos cidadãos, ao ouvirem dizer que existe uma qualquer extrema lá ao fundo da rua, imediatamente aderem a essa força ou ideia antes irrelevante, mas que agora foi assim legitimizada pelas criticas do “bem pensar” oriundas das pessoas que vivem nas trevas.
E assim passamos a ter dois problemas.
(A) O numero de radicais que foram arregimentados/chamados para aderirem ao inicial grupo radical de extrema esquerda – um grupo de lunático residuais – aumenta e (B) uma mole enorme de cidadãos – o centro político, que se torna extremamente conservador e passa a rejeitar criatividade na política, e “risco”. Preferindo votar de forma conservadora. (sempre nos mesmos) Ou votando de forma disparatada (julgando estar a ser revolucionário e a “arriscar”) em projectos absurdos. Ou votando mesmo nas ultra franjas do sistema político; as de esquerda e as de direita (para chatear).
O que gera uma imagem da sociedade totalmente distorcida com uma suposta pluralidade abrangente que verdadeiramente não existe – antes, uma completa distorção.
Ø
Quem ganha com isto?
Um grupo de pessoas diletantes que se posiciona numa certa área do espectro político, académico, social, económico, que não contribui para rigorosamente nada; apenas teve que apelar aos piores instintos dos outros cidadãos e deixar esses piores instintos florescer e depois usá-los em benefício próprio.
Ø
As “pessoas que vivem nas sombras” que se apelidam ser de esquerda, apenas porque são contra a extrema esquerda, são inicialmente, anjos morais.
Definem-se como combatentes pela liberdade e pela sociedade aberta.
Depois, como o discurso é apenas um discurso político baseado no acto de serem contra a extrema esquerda; como é da sua própria natureza, começam a corromper-se porque o poder corrompe, e o poder corrupto corrompe absolutamente – lá diria Lord Acton.
E a forma de corrupção praticada e preferida destes anjos morais caídos consiste em apontarem tudo o que está fora da norma política que eles próprios definem como sendo “desvios à norma”.
Para “as pessoas que vivem na sombra” tudo o que não seja o que eles dizem, é extrema esquerda ou extrema direita ou qualquer outro extremo.
É necessário que o digam porque a sua própria sobrevivência e influência depende disso.
Preferem “matar” a discussão política centrando-a no combate à uma extrema esquerda, real ou imaginária, do que mostrarem propostas políticas concretas, que sejam totalmente diferentes da extrema.
Não as tem para mostrar; como poderiam fazê-lo?
PORTUGAL: UMA LETARGIA MUITO BEM INCENTIVADA
À propósito de uma expressão usada pelo leitor Pedro fontela, nesta caixa de comentários; “uma letargia muito bem incentivada”; uma das formas comummente usadas para incentivar a letargia é por exemplo dizer uma frase como a seguinte:
” os contornos do debate político estão a mudar”.
Quantas vezes não ouvimos ou lemos este tipo de frase?
É-nos dito que existe um debate político que está em mudança. Quem afirma isto (O fazedor de opinião) aumenta a sua credibilidade e anuncia algo de novo a um público sempre ansioso por novidades.
Existe um público sempre ansioso de novidades porque foi “educado” para ser sempre “ansioso” por novidades, logo, mentalmente mais “desperto” a ser “adaptável”, a mais uma pseudo novidade…
Depois, normalmente o passo seguinte será dizer que
“como os contornos do debate político estão a mudar”
também as forças dentro dos contornos do debate político estão a mudar.
E avança-se para a caracterização da mudança.
E poderá dizer-se que:
a (nova) grande divisão é entre quem a favor da distribuição de poder e quem é a favor da centralização de poder.
Em vez da velha divisão “Esquerda Vs Direita” do antigamente….
E assim somos gentilmente levados para onde se quer que sejamos gentilmente levados…
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Esta é uma forma em Portugal especialmente bem cultivada de incentivo da letargia nas pessoas no que ao debate político e ao pensar política diz respeito.
É uma técnica de “despolitização da sociedade”, tentando evitar a existência de “lados”(opostos).
Como a nova divisão (oficialmente declarada) é entre
– quem é a favor da distribuição de poder;
VS
– quem é a favor da centralização de poder,
o resultado será o seguinte:
Assim nos enganam dizem, ser necessário afirmar que existem, na esquerda política centralizadores de poder que estão lá conjuntamente com “dispersadores de poder” que também lá estão.
E na direita política existem lá dispersadores de poder, assim como centralizadores de poder.
Isto é a tradução de – no caso português – da expressão “Bloco central”, mas agora recauchutada, revista e aumentada e com nova cara.
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Quando se aplica isto ao estado económico, a lógica argumentativa é a mesma.
É dito que (1) uns que querem que o Estado use mais músculo a debelar a crise económica; e
que existem (2) outros que querem que ao individuo seja dado mais poder.
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Esta é uma das formas subtis de letargia muito bem incentivada que é aplicada no país que dá pelo nome de Portugal.
Convencer-nos que isto é meramente um problema de centralização de poder vs distribuição de poder.
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Estas são as “novas teorias” e conceitos completamente importados do mundo político anglo saxónico visando dizer que a dispersão de poder é boa e a centralização de poder é má, e que esta lógica que daqui decorre é que é aquilo que se deve discutir em política.
Discutir “isto” é discutir nada.
E a “tradução” da discussão de nada, é conhecida, em termos práticos, na retórica comum, como sendo a situação em que é usada a palavra “regionalização”.