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Archive for the ‘PODER’ Category

DO PODER (O PSD e o CDS tem que ir embora)

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“O que importa é saber onde raio se oculta o poder”

Adolfo Luxuria Canibal – Mão Morta – 1998

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O TOPO E A BASE

“As pessoas do topo” estão completamente na merda e não tem uma porra de ideia que seja acerca “disto” e do que se está a passar.

Estão desesperados pelas ideias da base ou o que pensam ser a as ideias da base.

Verdadeiramente desesperados porque necessitam de legitimidade.

E de aparentar perceberem o que se está a passar.

E auto apresentarem-se como” os que tem a “solução”.

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Mas não a tem; nunca a irão ter.

A ilegitimidade desta gente é completa.

E os pseudo aspirantes totalitários com ambições a criar uma nova legitimidade não o sabem fazer ou sequer a possuem.

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Não fazem peva de ideia do que o país quer ou precisa.

Não tem nenhum ponto de contacto com as pessoas, a população.

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Felizmente.

Não tem pontos de contacto com a população quem quer mas sim quem sabe e pode.

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As “pessoas do topo” irão perceber que a base irá lutar para obter controlo.

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E irão falhar em perceber como será isso feito.

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Dito de outra forma: já falharam.

Written by dissidentex

16/11/2011 at 13:28

TOP 20 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 1999 2009

1999

20 MAIORES INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS1999

2009

20 MAIORES INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 2009

Mudança de poder.

Written by dissidentex

02/07/2009 at 12:36

PORTUGAL PERIFÉRICO

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Um das coisas mais comuns que se aponta à construção europeia é a necessidade que esta ideia  gerou, de definir que a (1) “harmonia territorial” e a (2) “coesão do território” seriam alguns dos valores essenciais para o desenvolvimento europeu, a par de conceitos mais conhecidos como a  democracia, os direitos humanos,etc.

Para tal há que pensar em termos estratégico a nível da Europa, ou até de Portugal.

Como tal é necessário que os decisores políticos pensem nas forças de mudança futuras, que irão influir no espaço e na organização do espaço.

Isto porque as características de um dado território apenas mudam, de forma lenta e continuada, quando bastante tempo passou.

É pois fundamental acelerar ou planear em antecipação. Caso se consiga fazê-lo.

Uma das formas de o fazer é pensar na área de comunicação, encarando como tal nessa área, os transportes – a capacidade de mobilidade de uma dada população num dado sitio ou zona.

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A luta que existe entre decisores divide-se em duas partes:

(A) os que apoiam uma mais forte competitividade global da economia (orientação para a competitividade)

(B) os que apoiam a promoção de equidade e justiça, especialmente num nível local e regional  e  dentro da união europeia isto é ainda mais urgente para países como Portugal que são “periferia”. (orientação para a coesão)

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Para Portugal, é fundamental que seja a ideia da coesão a vingar.(Embora não resolva tudo)

O nosso interesse nacional depende disso. O nosso interesse nacional depende da aplicação de uma lógica orientada para a coesão, sem a qual não conseguiremos sobreviver.

Não temos tamanho, nem escala, para enfrentar uma lógica modelar orientada para uma extrema competitividade europeia.

Não podemos fazer isto que se mostra abaixo:

SARKOZY - GRANDE PARIS

Não temos tamanho nem poder económico para fazer isto. É uma realidade concreta, que discursos bonitos e voluntaristas não conseguem apagar.

Estamos na periferia, afastados do centro europeu.

Num mundo em que se sabe que o numero de empregos a criar – no futuro – será menor, é da natureza das coisas que uma área que faz parte do centro da Europa, os consiga atrair mais facilmente do que uma área que não faz.

É da natureza das coisas que uma área do centro da Europa – melhorada – ainda atrairá mais facilmente mais empregos do que uma periferia.

A “escala” das divergência entre regiões europeias ( o centro e as periferias) terá assim tendência em alargar-se enormemente – mais ainda do que já está.

Um país como Portugal fica “exaurido” de recursos só para pagar um TGV, um aeroporto, uma ponte, que são pequenos empreendimentos, quando comparados com este em França, mas também com outros como os jogos olímpicos de Londres de 2012 ou as constantes requalificações feitas pela Alemanha no seu território.

PRODUTO INTERNO BRUTO EUROPEU ACTUAL

Este é um mapa (não vou indicar a fonte) do produto interno bruto europeu no ano 2000. Quanto mais carregada for a cor, mais alto é o produto interno bruto da área.

Observe-se a “força” (o poder bruto) do centro da Europa (e a correspondente capacidade de atracção de empregos e recursos…)

Repare-se na periferia que dá pelo nome de Portugal.

Embora o produto interno bruto seja apenas um dos critérios de análise em relação a uma sociedade, isto prova, no entanto, como estamos a jogar um jogo, o qual nunca iremos ter hipótese de vencer.

Partimos em larga desvantagem. Nunca a recuperaremos se jogarmos o jogo pelas regras de outros.

É por isso que a França de Sarkozy pode lançar obras gigantes. Tem o seu próprio orçamento de Estado e a sua “enorme escala” e tem países mais pequenos (como Portugal) a ajudarem com contratos para construção de infraestruturas que – após terem sido feitas – continuarão a colocar Portugal numa periferia, onde já está e da qual nunca sairá.

E cito uma parte do post inaugural deste blog:

Como povo, somos vitimas de uma mistificação nacional.

Foi “decidido” internacionalmente; com a ajuda do sentimento de inferioridade, desejo de agradar, recompensas em bens materiais e prestígio, e temor reverencial dos políticos portugueses – da actual classe política – que deveria Portugal aceitar ser pobre, ser um país de “serviços”, um país de turismo, um país de mão de obra apenas qualificada para esses sectores.

AFRICOM – O NOVO COMANDO MILITAR NORTE AMERICANO

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África é o segundo maior continente da Terra, ocupando 20% da sua área.

África é também o maior depósito de minerais do mundo.

Africa’s share of the world’s major mineral reserves is estimated as follows: 8% petroleum, 27% bauxite, 29% uranium, 20% copper, 67% phosphorites, and substantial reserves of iron ore, manganese, chromium, cobalt, platinum, and titanium. Algeria, Egypt, Libya, and Nigeria are the major petroleum and natural gas producing countries in Africa. Botswana, Congo (D. R.), and South Africa together produce 50% of the world’s diamonds. Ghana, South Africa, and Zimbabwe together produce nearly 50% of the world’s gold.

Temos um território imenso, com uma população e respectivos estados; frágeis e temos as maiores reservas de minerais – de quaisquer tipos de minerais – lá localizados.

Um sitio “grande”, pouco defendido, com imensas riquezas naturais.

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No dia 6 de Fevereiro de 2007, o malvado George Bush, anunciou que os EUA iriam criar um comando militar destinado a resolver os assuntos de África, (quais assuntos?) chamado Africom. Este novo comando militar teria as responsabilidades que antes eram partilhadas pelos comandos militares Central Command, Pacific Command e European Command.

Este novo comando africano teria que estar operacional o mais tardar a 1 de Outubro de 2008.

O novo comando militar ficou destacado na Alemanha, na base de Rammstein, devido à impossibilidade de se conseguir encontrar um país africano que quisesse lá ter bases militares, representando o “Africom”.

Um grupo de intelectuais africanos criou um movimento destinado a alertar as populações e as opiniões publicas sobre a militarização do continente que este gesto norte americano implicava.

AFRICOM—which becomes operational on October 1, 2008—will oversee the growing array of U.S. military programs already being implemented in Africa. These range from military training, to the delivery of millions of dollars worth of weaponry and other military equipment, to the establishment of a new U.S. military base on the continent, to the deployment of aircraft carrier battle groups to patrol the waters of the oil-rich Gulf of Guinea, to the deployment of U.S. troops on battlefields in Somalia, Chad, and Mali. In fact, it would surprise most people to know that American soldiers are already fighting in Africa.

In January and June 2007, U.S. troops based in Djibouti mounted air and naval strikes aimed at alleged al-Qaeda members—killing dozens of Somali civilians instead—and in September 2007, a U.S. cargo plane flying supplies to Malian counter-insurgency troops was hit by ground fire from Tuareg insurgents, although no Americans were injured and the plane returned safely to its base.

Razões principais (oficiais) para a criação do AFRICOM:

(1) Proteger o acesso dos EUA aos fornecimentos de petróleo oriundos de África.

(2) Expandir a “guerra ao terrorismo” em África.

(3) Contrariar a crescente influência chinesa e envolvimento económico da China em África.

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Ver à propósito uma acção de propaganda num jornal de um dos países  aliados, destinada a dizer o contrário, para salvar a face, através destas notícia do jornal Publico, de 27 de Março de 2009:

A verdadeira razão deve-se ao facto de todos os países africanos terem recusado  -a té à data –  a instalação de uma base militar semelhante à de Rammstein, na Alemanha que é só a maior base militar americana, fora dos EUA.

E não como a notícia nos diz que é.

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Após estas movimentações e a criação do “Africom” seria de esperar que a situação em África ainda se acalmasse mais.

Uma ideia destas – dissuasora – teria tendência a inibir o aparecimento de problemas.

Surpreendentemente …… não.

Imediatamente surgiram as “crises de pirataria” no golfo de Aden,ao largo da Somália.

Na província de Kivu, no norte do Congo problemas também surgiram com crises e rebeldes.

No Djibuti, em 2007 (Janeiro e Junho), tropas americanas montaram operações de combate à membros da Al kaida, quer aqueles que existiam,quer aqueles que não existiam, atingindo civis somalianos,em vez disso.

Na Somália,no Chade e no Mali, existiram “deployments” – tropas americanas ocuparam posições nestes países.

No Mali, os norte americanas estão a apoiar as forças que lutam contra os rebeldes insurgentes, entre os quais estão tuaregs. Um avião americano foi em Setembro de 2007, atacado por Tuaregs.

Fonte: New york Times.

REUTERS - SETEMBRO 2007 MALI - TUAREGUES

É favor reparar no pormenor delicioso da notícia do New York Times segundo a qual, o avião apenas levava “comida”.

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No dia 27 de Outubro em washington, o general  William E. Ward, comandante do Africom, fez um discurso onde designava quais eram os objectivos do comando Africom.

‘in concert with other US government agencies and international partners, (to conduct-levar a cabo) sustained security engagements through military-to-military programs, military-sponsored activities, and other military operations as directed to promote a stable and secure African environment in support of US foreign policy.’

As ‘military operations as directed to promote a stable and secure African environment in support of US foreign policy,’ são claramente operações militares desenhadas para bloquearem a presença económica chinesa na região.

Isto na pratica significa que, a criação deste comando Africano que dá pelo nome de Africom, foi feito precisamente para isto.

Se até aqui não existia comando, porque não existia forte presença comercial e económica da China, então uma coisa ajusta-se à outra.

E assim se avança para a militarização de um continente.

E assim se cria na mente dos chineses uma ideia de que serão hostilizados – justamente ou injustamente, e que importa – pelos EUA, onde quer que seja e usando quaisquer métodos.

E assim isso criará uma reacção.

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Quando se avança para uma situação destas – abertamente militarizada ou forçando a militarização de uma área é porque se julga querer proteger algo.

Algo não é a população destes países ou o poder político neles instalado, independentemente da sua raiz democrática ou não democrática.

Algo pode ser o “acesso livre” a esses bens – os minerais e as reservas de hidrocarbonetos, do primeiro texto em inglês que transcrevi em cima.

Mas teremos que traduzir o que significa “acesso livre” do ponto de vista dos americanos. E acesso livre significa duas coisas:

(1) que, por exemplo, grupos de cidadãos armados de um determinado país, que não contentes com a distribuição do rendimento nacional dentro do seu próprio país, se revoltem, invocando uma qualquer ideologia ou religião por detrás da revolta, sejam “contidos”, isto é, impedidos de alterar a ordem vigente.

(2) Que grupos de “interesses estrangeiros” – sejam eles a Rússia,a China, o Japão, a Índia, ou alguma das potências europeias que nisso esteja interessada (ex: França) possam realizar negócios em termos de (A) monopólio que lhes seja atribuído, ou em termos de (B) “tratamento preferencial”.

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É por estas razões, como se viu acima,que no post “Darfur e o petróleo” se escreve a dada altura o seguinte:

” Os mapas são divididos em dois, por razões de espaço. O original é um simples mapa feito pela Usaid em 2006 – uma NGO norte americana que serve, também de guarda avançada exploratória dos interesses dos EUA (do governo dos EUA), no que toca a influenciar países; “através da ajuda humanitária” que mostra quem são os donos dos campos de exploração petrolífera no Sudão. Em 8 dos campos marcados, não existem companhias norte americanas a trabalhar e 3 deles são explorados pela CNPC – China National Petroleum Corporation.”

usaid-darfur-exploracaode-petroleo-mapa-12

Quando não se consegue por meios legítimos recorre-se à força militar.

E o benigno Obama apenas continua a seguir a mesma política externa que o seu antecessor George Bush.

O que prova que o que os EUA designam como sendo “o seu interesse nacional” nada tem a ver com “Direitos humanos”, com “democracia e a sua implementação” ou com quaisquer outras considerações do mesmo teor, mas sim com a imposição de força bruta no terreno e controlo,  através da intimidação derivada do estabelecimento de um comando militar.

E que irá – mais tarde ou mais cedo – começar a ter uma contra reacção dos chineses ou de outros – os próprios povos de África – que começarão a perceber que estão de novo a ser colonizados, mas agora de outra forma – o estado de serem protectorados de facto, submetidos ao interesse de várias potências em disputa.

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É por todo este acumulado de razões que iremos ver assistir nas próximas duas décadas a cada vez mais conflitos em África, mas só na região do Congo, Sudão, Somália, Nigéria, Mali,etc, todas as zonas que não estejam ao alcance dos EUA.

Assim como veremos imensas notícias na imprensa mundial falando de rebeldes, insurgentes, terroristas da al-kaida etc, que tentam derrubar governos, sendo que uma parte deles tentará derrubar governos pró ocidentais e outra parte será patrocinada pelos EUA para derrubar governos anti EUA.

Written by dissidentex

10/05/2009 at 20:24

AS FORÇAS HOSTIS EM PORTUGAL

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É urgente fazer um esforço para compreender um conceito e o que está por detrás: o conceito de “força hostil”.

A “força hostil”, na acepção que pretendo descrever é algo “não democrático”, e “não visível” que está colocado numa zona que chamarei de “a sombra”.

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Existem neste momento 3 problemas para resolver. Dois são de ordem pratica e imediata.

(1) O primeiro é o sistema financeiro; a necessidade de nos vermos livres dos problemas económicos e financeiros relacionados com os “produtos tóxicos” que este sistema produziu.

(2) O segundo problema é limpar o sistema político subjacente ao sistema financeiro, começando pela limpeza dos responsáveis político partidários que são os responsáveis visíveis pela desgraça política e económica nacional.

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As razões para que se faça isso são as seguintes:

Estamos a começar a ficar colocados numa situação de pré anarquia social, onde o descontentamento ameaça estourar e quando o ressentimento inerente aos descontentamento finalmente se manifesta as ” ruas” tomam conta do poder.

Já existiu um vislumbre disso, quando nos últimos grandes aumentos dos combustíveis começaram a existir bloqueios de estrada (entre 8 e 12 de Junho de 2008)  espontâneos, primeiro, organizados sem ordem, depois.

Um pequeno indicio de uma forma de anarquia e de não existência de poder estatal capaz de evitar que as coisas acontecessem.

Um pequeno indicio de uma forma de anarquia e de facilitação do poder estatal não querendo evitar que as coisas acontecessem.

Uma das razões poderosas para isto deve-se ao facto de não se poder viver num país onde os pessoas que cometeram crimes de forma notória  aparecem na  televisão a afirmar sistematicamente que “confiam que a justiça será feita”!

Outra das razões deve-se ao facto de não se poder viver num país onde a criatividade nacional se manifesta no encharcamento do cidadãos, com multas, taxas, impostos, coimas, etc, as quais servem para alimentar um numeroso exército de inúteis e parasitas.

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O terceiro problema é pior que os anteriores.

(3) Não se pode tolerar que existam grupos económicos ou empresas, cujos proprietários adoptam – de forma sistemática – uma atitude hostil contra a população e contra qualquer governo eleito.

São aqueles que vivem “na sombra”. E a partir da “sombra” escolhem serventuários “adaptáveis” que os ajudem a subverter o sistema, parecendo não o estar a fazer. O mundo académico ou o mundo dos candidatos ao mundo académico é o terreno fértil para estas actividades.

Estes grupos económicos e empresas devem ser convidados a sair.

Ou deve ser-lhes explicado pelo poder político que pagam um preço se continuarem a comportar-se dessa maneira.

Por cada um que sair, 20 outros grupos económicos quererão entrar, para os substituir.

Written by dissidentex

22/04/2009 at 15:44

AS PESSOAS QUE VIVEM NAS SOMBRAS

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Na política, um dos maiores problemas que existem em Portugal, especificamente ligado aos actos de (1) pensar política e (2) fazer política tem a ver com uma certa classe de pessoas que existem dentro do sistema político e social, quer este seja considerado “institucional” ou informal.

São os predadores em política e sociedade.

São as pessoas que se apelidam como sendo de “esquerda”, apenas porque se reclamam ser contra a extrema esquerda.

Definem-se, não pelo facto de conseguirem propor um discurso positivo alternativo ao discurso político proposto pela extrema esquerda, mas sim pelo facto de proporem apenas como discurso político o acto de serem contra a extrema esquerda.

A existência destas pessoas como grupo  cria uma situação em que uma pequena minoria da sociedade toda, um grupo perfeitamente insignificante, consegue  fazer carreira, flutuando dentro das margens de um sistema político e social, e tendo o seu nicho de mercado perfeitamente definido.

O cidadão “comum e normal”, aquele que aprecia a tranquilidade de um quotidiano perfeitamente calmo e repetido, percebe que existe alguém a dizer-lhe que existem umas pessoas extremistas colocadas num dado extremo político, e imediatamente rejeita isso; e passa rapidamente a aceitar o discurso redondo anti extrema esquerda (o tal que passa por ser um discurso político sério) que este conjunto de “pessoas que vivem nas sombras”, faz.

É uma táctica politica e comportamental que apela ao pior dos cidadãos e das pessoas: tenta empurrar ainda mais para um gueto, mesmo mentalmente, o pensamento que não se adequa à norma, mas que é democrático.

É claro que este “método” leva a que pessoas ou grupos que sejam ou estejam fora da norma, mas sejam politicamente criativos e democráticos, sejam também colocados no mesmo saco da verdadeira extrema esquerda (ou extrema direita, o que houver a jeito…).

Assim, o suposto efeito positivo derivado da existência deste conjunto de  pessoas que “vivem nas sombras” gera na verdade, um sub efeito negativo: (1) o ataque à criatividade política das pessoas, que são todas, em todos os grupos, democráticas ou não, rotuladas como sendo de “extrema esquerda”.

Também gera outro efeito perverso: (2) o efeito segundo o qual, certos cidadãos, ao ouvirem dizer que existe uma qualquer extrema lá ao fundo da rua, imediatamente aderem a essa força ou ideia antes irrelevante, mas que agora foi assim legitimizada pelas criticas do “bem pensar” oriundas das pessoas que vivem nas trevas.

E assim passamos a ter dois problemas.

(A) O numero de radicais que foram arregimentados/chamados para aderirem ao inicial grupo radical de extrema esquerda – um grupo de lunático residuais – aumenta e (B) uma mole enorme de cidadãos – o centro político, que se torna extremamente conservador e passa a rejeitar criatividade na política, e “risco”. Preferindo votar de forma conservadora. (sempre nos mesmos) Ou votando de forma disparatada (julgando estar a ser revolucionário e a “arriscar”) em projectos absurdos. Ou votando mesmo nas ultra franjas do sistema político; as de esquerda e as de direita (para chatear).

O que gera uma imagem da sociedade totalmente distorcida com uma suposta pluralidade abrangente que verdadeiramente não existe – antes, uma completa distorção.

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Quem ganha com isto?

Um grupo de pessoas diletantes que se posiciona numa certa área do espectro político, académico, social, económico, que não contribui para rigorosamente nada; apenas teve que apelar aos piores instintos dos outros cidadãos e deixar esses piores instintos florescer e depois usá-los em benefício próprio.

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As “pessoas que vivem nas sombras” que se apelidam ser de esquerda, apenas porque são contra a extrema esquerda, são inicialmente, anjos morais.

Definem-se como combatentes pela liberdade e pela sociedade aberta.

Depois, como o discurso é apenas um discurso político baseado no acto de serem contra a extrema esquerda; como é da sua própria natureza, começam a corromper-se porque o poder corrompe, e o poder corrupto corrompe absolutamente –  lá diria Lord Acton.

E a forma de corrupção praticada e preferida destes anjos morais caídos consiste em apontarem tudo o que está fora da norma política que eles próprios definem como sendo “desvios à norma”.

Para “as pessoas que vivem na sombra” tudo o que não seja o que eles dizem, é extrema esquerda ou extrema direita ou qualquer outro extremo.

É necessário que o digam  porque a sua própria sobrevivência e influência depende disso.

Preferem “matar” a discussão política centrando-a no combate à uma extrema esquerda, real ou imaginária, do que mostrarem propostas políticas concretas, que sejam totalmente diferentes da extrema.

Não as tem para mostrar; como poderiam fazê-lo?

Written by dissidentex

20/04/2009 at 19:36

Publicado em PODER, POLÍTICA, SOMBRAS

PORTUGAL: UMA LETARGIA MUITO BEM INCENTIVADA

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À propósito de uma expressão usada pelo leitor Pedro fontela, nesta caixa de comentários; “uma letargia muito bem incentivada”; uma das formas comummente usadas para incentivar a letargia é por exemplo dizer uma frase como a seguinte:

” os contornos do debate político estão a mudar”.

Quantas vezes não ouvimos ou lemos este tipo de frase?

É-nos dito que existe um debate político que está em mudança. Quem afirma isto (O fazedor de opinião)  aumenta a sua credibilidade e anuncia algo de novo a um público sempre ansioso por novidades.

Existe um público sempre ansioso de novidades porque foi “educado” para ser sempre “ansioso” por novidades, logo, mentalmente mais “desperto” a ser “adaptável”, a mais uma pseudo novidade…

Depois, normalmente o passo seguinte será dizer que

“como os contornos do debate político estão a mudar”

também as forças dentro dos contornos do debate político estão a mudar.

E avança-se para a caracterização da mudança.

E poderá dizer-se que:

a (nova) grande divisão é entre quem a favor da distribuição de poder e quem é a favor da centralização de poder.

Em vez da velha divisão “Esquerda Vs Direita” do antigamente….

E assim somos gentilmente levados para onde se quer que sejamos gentilmente levados…

Esta é uma forma em Portugal especialmente bem cultivada de incentivo da letargia nas pessoas no que ao debate político e ao pensar política diz respeito.

É uma técnica de “despolitização da sociedade”, tentando evitar a existência de “lados”(opostos).

Como a nova divisão (oficialmente declarada) é entre

– quem é a favor da distribuição de poder;

VS

– quem é a favor da centralização de poder,

o resultado será o seguinte:

Assim nos enganam dizem, ser necessário afirmar que existem, na esquerda política centralizadores de poder que estão lá conjuntamente com “dispersadores de poder” que também lá estão.

E na direita política existem lá dispersadores de poder, assim como centralizadores de poder.

Isto é a tradução de – no caso português – da expressão “Bloco central”, mas agora recauchutada, revista e aumentada e com nova cara.

Quando se aplica isto ao estado económico, a lógica argumentativa é a mesma.

É dito que (1) uns que querem que o Estado use mais músculo a debelar a crise económica; e

que existem (2) outros que querem que ao individuo seja dado mais poder.

Esta é uma das formas subtis de letargia muito bem incentivada que é aplicada no país que dá pelo nome de Portugal.

Convencer-nos que isto é meramente um problema de centralização de poder vs distribuição de poder.

Estas são as “novas teorias” e conceitos completamente importados do mundo político anglo saxónico visando dizer que  a dispersão de poder é boa e a centralização de poder é má, e que esta lógica que daqui decorre é que é aquilo que se deve discutir em política.

Discutir “isto” é discutir nada.

E a “tradução” da discussão de nada, é conhecida, em termos práticos, na retórica comum, como sendo a situação em que é usada a palavra “regionalização”.

Written by dissidentex

17/04/2009 at 14:28