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Archive for the ‘VIGILÂNCIA ELECTRÓNICA’ Category

INTEROPERABILIDADE SIGNIFICA “CRUZAMENTO DE BASES DE DADOS”

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O Ministério da administração Interna decidiu criar uma nova secção para controlar a informação.

Nota: num regime político como por exemplo, uma ditadura, este é o tipo de Ministério mais poderoso que um regime totalitário tem ao seu dispor porque lida com informação sobre as pessoas.

Retirado do portal do Conselho de Ministros, do dia 19 de Março de 2009:

Ø

11. Decreto-Lei que cria a Unidade de Tecnologias de Informação de Segurança

Este Decreto-Lei vem criar a Unidade de Tecnologias de Informação de Segurança (UTIS), como serviço central da administração directa do Estado, dotado de autonomia administrativa, cuja organização e funcionamento será assegurado por pessoal das entidades tuteladas pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

A UTIS tem por missão assegurar a prestação de serviços partilhados aos serviços centrais de natureza operacional e de suporte do MAI, através da contribuição para a permanente modernização dos sistemas de informação, da promoção da interoperabilidade entre as tecnologias de informação e comunicações das estruturas e organismos, da disponibilização de tecnologia de informação e de comunicações de uso comum ou partilhado, da garantia dos níveis de segurança adequados no acesso, comunicação e armazenamento da informação e da racionalização na aquisição e no uso dos meios e recursos tecnológicos disponíveis.

Ø

Em baixo: notícia Dn de 12 de Abril de 2009

DN - INTEROPERABILIDADE - BASES DE DADOS

1.

Quais são exactamente as tarefas a que se dedicarão os funcionários desta nova unidade, que lida com o cruzamento de bases de dados?

2.

Do cruzamento de informações contidas em bases de dados resulta nova informação.

3.

Para onde vai essa nova informação?

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MULTAS DE TRÂNSITO POR IMPRESSÃO DIGITAL ELECTRÓNICA

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Nos EUA, o país da liberdade e das oportunidades (para atacar a liberdade), a polícia da cidade de Nashville, no Estado americano do Tennessee quer passar a aplicar as multas de transito utilizando um novo sistema.

Até aqui, quando se tem uma multa de transito, assina-se um documento comprovativo de se ter cometido a infracção, após o polícia explicar o que se fez de mal e ter passado a multa.

O Estado americano e esta cidade pretendem mudar isto.

Uma das formas apresentadas para tal foi a de usar uma digital signature pads/ uma maquina onde se assina com uma caneta digital.

Surge – como sempre surge – um argumento anti democrático nestas coisas – que é “muito caro” este tipo de aparelhos.

Para obviar ao “caro” surge outra ideia ainda mais perigosa.

A impressão digital como forma usada para substituir a assinatura da pessoa na passagem da multa.

Existem dois argumentos apresentados para isto:

(1) o “argumento verde” em que o município de Nashville eliminaria o papel;

(2) o argumento económico, em que se pouparia imenso dinheiro com este sistema.

FONTE: AQUI.

POLÍCIA E IMPRESSÕES DIGITAIS NAS MULTAS - MODIFICADA

Tendo em conta que a democracia como sistema custa mais dinheiro que uma ditadura, aguarda-se a altura em que será apresentado o argumento de que a democracia deva ser abolida porque custa muito caro e não é ecológica.

PS: a imagem retirada da notícia e que é aqui mostrada foi por mim alterada em dois lados.

POLÍCIA PODE CONTROLAR POR GPS PESSOAS, SEM MANDATO OU CAUSA PROVÁVEL.

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Fonte Portuguesa: Aberto até de madrugada/Carlos Martins

Fonte EUA: Gizmodo.

GPS CONTROLA PESSOAS NO WISCONSIN

No anterior post a este chamado “O Erro do Bloco de Esquerda” – sobre um outro assunto, se quisermos, ou sobre este assunto, mas dito e escrito de outra maneira, se também quisermos, escrevia a dada altura o seguinte:

Todas as pessoas, ou pelo menos quase todas, apreciam a tranquilidade de um quotidiano repetido.

Todas as pessoas, ou pelo menos quase todas, gostam de calma e passarinhos a cantar.

Porque o problema é que as pessoas apreciam a tranquilidade de um quotidiano repetido, julgando que será assim que algo mudará.

Nunca uma longa sucessão de quotidianos tranquilos repetidos mudou alguma coisa.

Ø

A tranquilidade dos quotidianos repetidos está a ser observada por GPS no Wisconsin.

Hoje o Wisconsin. Amanhã…quem?

Ø

Será que a tranquilidade do quotidiano repetido ainda o é sendo observada por GPS?

CARTÃO ELECTRÓNICO NAS ESCOLAS

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No dia 25 de Abril de 2008, (reparar nas datas e na hipocrisia política das mesmas) (que escolha tão apropriada e irónica da parte do senhor) Cavaco Silva não perdeu a oportunidade e cravou uma estaca no coração de alguns dos “opositores”. Utilizou como arma um discurso comemorativo de uma data que a ele pessoalmente nada lhe diz. Nesse dia lançou um alerta acerca dos jovens e da sua suposta falta de interesse na política.

O senhor até mandou fazer um estudo que nos informava dos horrores que a democracia portuguesa enfrentaria, qual Dante em viagem até ao Inferno, relacionados com o desinteresse dos jovens na política.

No mesmo dia 25 de Abril de 2008, (reparar nas datas e na hipocrisia política das mesmas) aquele senhor que é primeiro ministro por sorteio reagiu ao discurso. Abriu a boca e declarou que estava disponível para ajudar os jovens a interessarem-se pela política. (Contrariamente à página da TSF de onde retirei esta imagem ao lado que já está indisponível para nos ajudar com uma ligação…)

No dia 23 de Abril de 2008, (reparar nas datas e na hipocrisia política das mesmas) sem dúvida já demonstrando querer interessar os jovens pela política, o Conselho de Ministros (por sorteio) anunciou um “boa nova”.

O “cartão electrónico escolar”. Uma forma “política” e “técnica” de controlar os jovens (mas não só *), fazendo-os sentirem-se interessados pelo facto de o Pais carimbar legalmente uma política de imenso controlo que lhes será aplicada. Notícia Destak de 23 de Abril de 2008

Concordo com Cavaco apenas nesta parte, e estou absolutamente convencido que os jovens deveriam interessar-se POR ESTA POLÍTICA que lhes ataca as liberdades individuais chamada “o cartão electrónico escolar”.

Para fundamentar este ataque à liberdade de movimentos, e à noção de um espaço público livre, é necessário criar argumentos que o justifiquem.

Os argumentos usados para atacar a liberdade individual e a noção de espaço público livre são “argumentos de segurança”.

O jovem estará electronicamente confinado por meio de vigilância, à escola. (na realidade também é apenas mais uma “técnica” usada para vincar o conformismo e a negação da entidade individual).

Uma maneira “subtil” de pôr os pais contra os filhos criando uma situação em que os põe necessariamente em possibilidade de conflito uns e outros através dos dados de um cartão, que identifica perante os pais, quais são os exactos movimentos dos filhos.

Os paizinhos portugueses, as toupeiras sociais que por aí andam, que, regra geral, não fazem ideia nenhuma do que o jovem pensa ou anda a fazer, julgam (tem estado a ser convencidos disso pela mais completa propaganda…) que, com mais este passo para uma sociedade de vigilância; que será assim que os filhos estarão seguros e eles deixarão de se preocupar.

Os argumentos para implementar esta coisa são:

  1. a segurança escolar, mediante controlo de entradas e saídas
  2. Ganhos de eficiência para as escolas, por gerar o uso pelo pessoal docente e não docente
  3. Supressão da circulação do dinheiro
  4. Consulta do processo administrativo
  5. Consulta do percurso académico
  6. Consumo dos alunos nas instalações escolares

O verdadeiro objectivo divide-se em outras duas partes.

Uma é fazer aceitar às pessoas uma ideia de sociedade controlada electronicamente, como se isso fosse sinónimo de democracia e de liberdade. Este é um sub objectivo mais vasto.

Outro é controlar os funcionários das escolas*, professores e auxiliares, que serão (in)directamente confrontados através desta vigilância, sendo possivelmente acusados de falhas, pelo facto de os alunos saírem ou não saírem indevidamente da escola. Será o cartão dos alunos a “servir de prova”.

(Apêndice:põe-se os alunos/cartão a servir de “meio de prova” para controlar o serviço dos professores e dos auxiliares, sendo isto ainda mais grave porque desautoriza profissionalmente ainda mais, ambas as classes profissionais).

Por algo que – sejamos claros – nem professores nem auxiliares tem alguma vez hipótese de controlar (E NÃO É DA SUA COMPETÊNCIA…) em pleno. (Se algum aluno “sair” porque quer sair ou precisa, o ónus disso será assacado ao professor e ao auxiliar que “não terão feito o seu trabalho…” (e estarão a boicotar os gloriosos objectivos do Governo) ( Entre isto e o que o Partido Comunista declarava dos seus inimigos “burgueses” há pouca diferença…na linha de raciocínio…)

O controlo que é feito aos alunos irá assim repercutir-se nos professores e os auxiliares. A ideia adicional é também por todos uns contra os outros. Esta é a dimensão da perversidade disto. Este é um sub objectivo mais especifico.

É uma criação de modelos simplificados da sociedade, baseados no controlo – um panóptico electrónico…

Os alunos passam a ser profissionais com horário electrónico.

Se as classes profissionais (professores e auxiliares) contestarem esta lógica estarão a ser considerados como “maus profissionais, por pretenderem exercer o seu direito como cidadãos a não estarem vigiados electronicamente.

Pelo meio existem os argumentos de ordem financeira – gastar menos dinheiro + a elencagem de inúmeras “facilidades” administrativas que o uso do cartão gerará.

(É deliciosa a ideia de “supressão da circulação do dinheiro”, como sendo uma vantagem, insinuando-se que com isso acaba o “bullying”. Como se em vez de alguém exercer violência exigindo dinheiro em troca, não o possa fazer exigindo …… o cartão electrónico escolar…)

Isto afirma a ideia da escola vista como uma prisão.

Os alunos deixam de estar colocados na condição de alunos e passam à condição de prisioneiros oficiosos, impedidos de sair, excepto se o sistema electrónico o autorizar.

Qualquer ideia de liberdade individual e livre arbítrio ataca-se desta maneira, utilizando estes métodos.

Todos são presos e vivem dependentes da lógica do sistema electrónico.

Quem comanda o sistema electrónico?

(E para onde vão os dados electrónicos referentes aos movimentos feitos pelos utilizadores do cartão?)

CHIP ELECTRÓNICO AUTOMÓVEL PARA CONTROLO DE PESSOAS

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Na sua marcha para o totalitarismo e para uma sociedade controlada e onde existe a coacção legitimada sob a forma de lei, o actual governo que diz ser socialista, de esquerda e democrático- coisas que não é – aprovou a instauração obrigatória na livre República Portuguesa de um chip nos automóveis.

Protestos? Nenhuns.

Em Portugal toda a gente gosta de ser vigiada e controlada.

Como este “produto totalitário” é impossível de vender de forma comum e normal é necessário criar pretextos comuns e normais que justifiquem a aplicação destes tiques totalitários.

1. Existe uma óbvia violação da privacidade dos condutores.

2. Existirão sempre dúvidas quanto à entidade que fiscalize isto, especialmente num país como Portugal em que a seriedade das pessoas não abunda.

3. a lógica que está por detrás disto e a de controlo das pessoas vigiando o uso que estas fazem dos seus carros.

Se juntarmos a esta forma de vigilância, outras formas de vigilância, algumas que se anunciam, a conjugação de todas permitirá perceber que um qualquer cidadão está vigiado 24 horas por dia.

4. A má fé do governo é enorme. A 16 de Julho de 2008, (Data da imagem em cima é do Jornal de quinta feira, 17 de Julho de 2008) uma altura de férias em que as pessoas estão com a cabeça noutro sítio foi feita esta proposta para legislar. De facto isto é sério…

Como é necessário vender este produto usou-se técnicas de convencimento a martelo.

– Que pretende facilitar o trabalho das forças de segurança;

– Porque terão acesso à informação sobre a inspecção e o seguro automóvel. (Mas não tinham já acesso até aqui? Não existiam já umas bases de dados dentro do carro até para facilitar o pagamento de multas de transito? Então para que é que é preciso mais um sistema?)

– O sistema é de uso obrigatório. (Porquê?)

-Segundo o governo contribuirá para a segurança rodoviária ( uma pessoa despista-se com o seu carro, mas ficamos a saber que pelo facto de ter o chip electrónico já não irá despistar-se com o seu carro? Ou a ideia será outra, controlar a velocidade de carros e onde estão?)

– O chip vai permitir a identificação de veículos furtados, acidentados e abandonados.

Relativamente aos veículos acidentados:

Se a ideia é saber que um carro já foi acidentado,(e quem era o condutor) essa é uma informação que só tem valor para as companhias de seguros. Deveremos pensar que esta informação irá ser comunicada a companhias de seguros? No meio deste nevoeiro parece que sim…

Relativamente aos veículos abandonados:

Actualmente já existe a hipótese de verificar isso através dos pagamentos de seguro e pelos próprios avisos de cidadãos que notificam as câmaras municipais que está um veiculo em qualquer sitio abandonado. Para que é que é preciso um chip? ( Ao menos caso quisessem argumentar como deve de ser, diziam que era para criar rapidez…mas as pessoas já nem se importam com a forma mais ou menos disfarçada como se implementa uma medida totalitária…)

Relativamente aos veículos furtados:

Mas alguém acredita que ladrões profissionais de carros não lhes retirem o Chip antes de os roubarem ou utilizem métodos electrónicos para desabilitar o Chip?

Mas alguém acredita que uma pessoa que faça um roubo de carro apenas para com ele andar durante umas horas será apanhado graças ao Chip?

– Depois temos a ideia de – para dar “racionalidade” e “lógica de utilização” a isto de se afirmar que o Chip vai servir para pagar portagens e outras taxas rodoviárias.

Mas e se eu não quiser utilizar o Chip como meio de pagamento para pagar portagens e outras taxas rodoviárias?

Sou obrigado a pagar com “esta moeda?

E para onde vão as informações relativamente ao meu histórico de pagamentos? Quais é que são as minhas garantias? O que é que vai ser feito a essa informação?

E o que são “outras taxas rodoviárias? O que é que isto significa” outras taxas rodoviárias?

É pagar o selo do carro por Chip? É o quê? São novos impostos a criar?

Outro tipo de problemas tem a ver com o espaço público e a liberdade que nele deveria existir.

Como publiquei neste blog a 12 de Janeiro em Privacidade e negação do espaço público – chips em automóveis o seguinte:

««« O conceito democrático de “liberdade de movimentos”é fortemente atacado. Conceito esse que serviu para legitimar por exemplo, a guerra ideológica- política contra o comunismo na URSS, e satélites – onde ele não existia, mas que – agora – já não é questionado; antes abandonado desta forma suave e despercebida.
««« O espaço público, como local de convívio dos cidadãos é também atacado. Deixa de ser possível estar “anónimo na multidão”.

– O sistema do Chip custa 10 euros e é pago pelo utilizador.

Isto recorda-me que na China existe pena de morte e que os condenados à morte pagam a própria bala que o vais matar.

Aqui temos a morte da liberdade por coacção em Chip.

SUÉCIA – VIDEOVIGILÂNCIA.

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A Suécia, um país bastante mais livre do que Portugal está também em perigo. Mas na Suécia, apesar de tudo, as pessoas manifestam-se contra os ataques à sua liberdade. E reagem!

A 29 de Junho de 2008, o parlamento sueco votou uma lei que estabelecia nova legislação intrusiva de escutas e vigilância sobre os cidadãos suecos, e quem mais na Suécia vivesse, que foi aprovada apesar dos protestos na rua e online.

A lógica anti democrática foi a mesma que já vimos acontecer por cá. O respeito à “linha partidária” que impôs disciplina de voto. Existiam deputados que já tinham posições prévias contra a existência de leis deste teor e que as votaram favoravelmente na mesma.

O assunto estava e está também ligado aos problemas das supostas infracções do direito de autor através de transferência por bit torrent ou outras formas. Foi também previamente acompanhada de uma “campanha” de publicitação e propaganda para preparar a opinião pública.

O pretexto é exactamente o mesmo que nos ultimos anos tem sido sempre apresentado para criar leis destas: a “segurança nacional”. (O ministro sueco da defesa argumentou que se a lei não passasse, as forças suecas no Afeganistão estariam em perigo… pelos donwloads dos talibans, presume-se…)

Em nome da segurança nacional uma entidade chamada “FRA”, National Defense Rádio Agency, passará a escutar e a monitorizar qualquer tráfego telefónico e por correio electrónico, sem necessitar de uma ordem do tribunal para o fazer.

O critério de escuta fica à escolha de quem controlar a “FRA”.

A proposta foi obviamente critica por advogados, membros de sites de bit torrente como o Pirate bay, blogers, e no que é algo de ainda mais hilariante, o chefe da agência de serviços secretos sueca, chamada SAPO, que, com esta lei não tem acesso a dados, sem ordem do tribunal, mas a “FRA” tem acesso a dados apenas por sua própria iniciativa.

Ou seja, os “serviços secretos oficiais”( não consegui perceber se existiam “dois serviços” ou não) não podem aceder directamente a escutas, mas uma entidade, penso que privada, que supostamente irá combater a copía de ficheiros terá acesso a todos os dados dos cidadaos suecos.

Isto é uma tentativa de privatizar a segurança, e rebentar com a lei, como instrumento que rege as regras entre as pessoas numa dada sociedade.

Entretanto os protestos continuam, e o assunto que começou nos blogs, passou para os meios de comunicação “normais”; tornou-se “nacional”, onde editoriais de jornais em papel e online, falam constantemente do assunto. O mais irónico da coisa é que o Google, uma empresa notoriamente conhecida por ser pouco adepta de resguardar a privacidade dos seus utilizadores e colectar dados sem autorização, se sentiu “pouco à vontade” e (avisou que iria mudar) mudou os seus servidores. Na notícia do Times online, até dá para que o responsável do Google armado em democrata moralista… diga que aquilo – a nova lei sueca- parece algo que a China ou a Arábia Saudita teriam inventado.

A antiga companhia de telecomunicações sueca, Tella, também mudou. E a Bélgica ameaçou que processava a Suécia, se cidadãos belgas fossem escutados indevidamente.

Entretanto, a polémica continuou a aumentar. Vários meses antes da lei ser aprovada os blogs tinham espaço de difusão limitado. Mas começaram a ter os meios de comunicação com eles, através de petições – uma delas gerou 6.6 milhões de emails de protesto enviados para um dos principais representantes do governo que defende a lei.

Parece Portugal não parece?

Hoje, terça feira, dia 8 de Julho de 2008, adeptos do partido pirata (na Suécia há um pequeno partido chamado “Partido pirata” que defende o download livre e sem restrições e a não existência de escutas…) farão protestos sob a forma de festas, nas cidades de Malmoe e Estocolmo para celebrar o facto de a Suécia se ter tornado uma “República de Bananas”.

O processo de ataque à democracia é feito por “dentro do sistema” e contra as pessoas e é geral, não só em Portugal. Aqui é que se nota mais.

E nota-se mais porque a “apatia” e o deixa andar dos portugueses demonstram a enorme diferença de atitude cívica e apego à democracia que infelizmente existem neste país.

Verificar a lei de segurança Interna.

LIDL, VIGILÂNCIA ELECTRÓNICA

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Artigo do Blog Devaneios desintéricos acerca de empresas alemãs,especialmente de uma que conhecemos bem em Portugal.

Através de uma compilação de várias histórias, verificamos que o novo totalitarismo já não se manifesta através de um ditador e da sua corte de amigos e apoiantes, mas sim através da vigilância electrónica.

Transcreve-se uma parte e acrescenta-se um artigo do Jornal Global de 1 de Abril DE 2008, 3 dias depois da data da reportagem ligada do The Times online:, não assinado e não transcrito de nenhum outro jornal( o Global recorta notícias de outros lados), especificando que a administração do Lidl, pediu desculpa. No artigo do Times Online existe uma descrição do comportamento dos detectives- ex-Stasi que vigiavam os funcionários e as recomendações deles em relação a funcionários que lá estavam.

Estavam porque alguns foram entretanto despedidos através da recomendação de não renovação de contrato.

A vigilância electrónica (e ainda por cima ilegal) ainda por cima, serve para causar problemas a pessoas na sua vida privada e no seu trabalho.

” Saber que a sociedade comercial Lidl, multinacional alemã do sector dos supermercados, espia regularmente os trabalhadores dos seus estabelecimentos na Alemanha e noutros países do leste europeu, detendo um conhecimento chocantemente pormenorizado (v.g. saber quem não paga as contas da TV cabo) das suas vidas pessoais constitui um facto susceptível de chocar qualquer consciência minimamente alertada para os direitos cívicos de cada indivíduo;

Que agora seja descoberto que a Deutsche Telecom (congénere germânica da “nossa” PT) tem vindo a recorrer sistematicamente à espionagem de trabalhadores, administradores, membros de sindicatos e jornalistas para “evitar fugas de informação” que possam debilitar a situação financeira da sociedade no mercado bolsista, não poderá deixar de igualmente nos impressionar;

Como não poderá deixar nos perturbar o facto de agora se saber que Deutsche Bahn, a “CP alemã”, é suspeita de espiar a vida pessoal dos seus próprios gestores, recorrendo não raras vezes, e por exemplo, a escutas telefónicas naturalmente ilegais;

Imensamente mais alarmante, contudo, é saber que os três casos estão ligados entre si pela presença de uma empresa de “investigações secretas privadas” -a Network Deutschland – que utiliza o know-how dos seus membros: nada mais nada menos que ex-agentes da polícia política da Alemanha de Leste, a pouco recomendável STASI – Ministerium für Staatssicherheit.

A História Política tem atestado a dinâmina de permanente reabilitação e reinvenção dos métodos totalitários. Mas, por paradoxal que possa parecer, tal reabilitação tem pouco de inovador, mais a mais quando se evidencia, de forma tão límpida e cristalina, que o Capitalismo modierno, fazendo uso dos mesmos métodos totalitários, não consegue ser muito melhor que o Comunismo mais abjecto.

Sobre comunismo e Stasi mais abjecto verificar o artigo “A vida dos outros” sobre um filme feito na Alemanha à propósito de escutas e vigilância electrónica durante o comunismo.

Agora os rejeitados de outrora são reciclados e recuperados pelo capitalismo actual para atacar a democracia.

Quanto à hipocrisia do pedido de desculpas, é de notar o “à vontade” com que se pede desculpas, mas, presumívelmente, continua-se a fazer o mesmo.

A VIDA DOS OUTROS. FILME.

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Em 2006, foi feito um filme alemão chamado Das leben der anderen/A vida dos outros. Apenas conhecido em Portugal em 2007. É um excelente filmeA VIDA DOS OUTROS - 1 sobre totalitarismo, sobre uma sociedade totalitária. Não uma sociedade totalitária qualquer, mas sim a da RDA, já no período do final da mesma, nos anos 80 do século 20.

O filme pode e deve ser interpretado como uma critica ao socialismo real (também conhecido como comunismo…), mas deverá ser também interpretado com uma outra análise dupla. Quer ao (1) poder como conceito e ao uso que dele se faz e de como são facilmente corrompidas as pessoas em lugares de poder, e, noutra análise, no (2) lançamento de pistas hipotéticas para se perceber como se deve – em sociedade – tentar conter mesmo esse totalitarismo.

A história é muito interessante pelos problemas que coloca. Antes da queda do muro de Berlim a polícia secreta alemã fazia escutas sobre os seus cidadãos. Quais os pretextos para tal?

Quase nenhuns ou em alternativa pretextos inventados apenas movidos pelo desejo de uma qualquer pessoa dentro do sistema e não da lei vigente na terra e aplicável a todos.

Só por aqui está espelhado a completa corrupção do sistema comunista. No caso do alemão, de forma ainda mais especial, uma vez que este era a fina flor do comunismo de inspiração soviética; ou seja ainda “funcionava” melhor (dentro da lógica distorcida e retorcida de se considerar que uma sociedade comunista totalitária funciona melhor que outra sociedade comunista totalitária) que o que lhe deu origem, a URSS.

Um agente da polícia secreta – da Stasi – ao conduzir uma escuta sobre um escritor alemão e sobre a sua namorada, actriz de cinema, fica obcecado com isso, com “a vida dos outros”, sendo que os outros poderiam também ser metaforicamente considerados como “a população”.

Um escritor de talento, em ambas as Alemanhas, Georg Dreyman, e perfeito crente da sociedade onde vivia e estava, namora com Christa Maria Sealand (CMS), a melhor actriz do teatro alemão.

A VIDA DOS OUTROS - 5

CMS, representa, numa explicação que se queira adoptar, metafóricamente, o pior de nós; a ansiedade excessiva que nos controla os nosso actos, a cedência aos nossos piores instintos quando pressionados, a tendência para a deslealdade e a traição aos outros e a nós próprios.

CMS, tem ainda outro problema, que é, diga-se de passagem, um problema duplo em termos comparativos com a sociedade portuguesa. O (1) de existirem pessoas que não conseguem determinar qual é o seu real valor quer profissional, quer pessoal, porque a sociedade está assim estruturada, e (2) isso são características inerentes a sociedades totalitárias.

No filme, CMS, não sabe e não tem a noção do real talento que tem, e por isso tem imenso medo. Como tem medo, e precisamente pela dimensão do medo que tem, não quer perder a posição que tem naquela sociedade, e “vende-se” ao ministro Bruno Hempf, o prototipo do político asqueroso e totalitário; pensando que, pelo facto de aceitar fazer sexo com o ministro e devido ao “Poder” que este tem, isso lhe garantirá não ser removida para a prateleira do teatro. (Ou pior…)

A VIDA DOS OUTROS - 5

No meio disto, o capitão Anton Grubitz quer ser promovido. Com o apoio do Ministro Bruno Hempf e dos restantes círculos políticos dá ao agente da Stasi, seu ex -colega de escola, o agente Gerd Wiesler, a tarefa de montar uma específica operação de escutas electrónicas visando confirmar a traição (hipotética) do dramaturgo Dreyman.

Isto é o objectivo “oficial” , o objectivo oficioso é também a lógica distorcida aquele sistema e os desejos pessoais , a prepotência, o nepotismo e a corrupção do ministro Bruno Hempf que quer ter para si para usar à vontade CMS, a acrtiz estrela do teatro alemão.

A história é simples ao nível do argumento e linear. Observando de um nível pessoal, como drama, é um triangulo amoroso. (Ministro Hempf, Actriz CMS, Dramaturgo Dreyman.

O realizador do filme insere a política, como um dos elementos motivadores do triangulo, mas querendo com isso mostrar outras coisas. A censura inerente ao regime e a intensa corrupção burocrática do mesmo.

Dreyman, o dramaturgo tem sucesso, mesmo que publique na Alemanha do oeste, a antiga RFA. Namora com CMS, a melhor actriz. Apoia o sistema. Tanto êxito” burguês gera “inveja” e gera proeminência que não pode ser tolerada pelo regime e gera cobiça do ministro Hempf.

Este apoiado nos desejos de subida de carreira do capitão Grubitz ordena escutas na casa de Dreyman. Grubitz, chama Wiesler, o melhor agente para este montar a operação. Wiesler vai até ao sótão do prédio de Dreyman, instala lá o equipamento embora previamente os microfones de escuta tenham sido colocados dentro dos interruptores da casa de Dreyman, e começa a escutar em busca de “conversas comprometedoras” de Dreyman com dramaturgos, artistas, o que fosse, que eram suspeitos ou estavam na lista negra do regime.

Wiesler, o exemplo do polícia dos serviços secretos – eficiente, frio, insensível começa aos poucos e poucos a transformar-se ao escutar a “vida dos outros”.

A VIDA DOS OUTROS - 3Duas cenas ilustram esta transformação. (1) Wiesler é-nos apresentado estando a dar cursos de formação, não do fundo social europeu :mrgreen: mas de futuros agentes da Stasi.

Está numa sala com alunos e explica-lhes porque é que no filme que lhes está a mostrar, onde se vê um opositor ao regime a ser interrogado este está a mentir. Através de técnicas de interrogação duras.

Um dos alunos interrompe-o e diz algo como” mas isso não é muito duro?”. Sem se perturbar, Wiesler vai explicar que não, mas ao mesmo tempo que o faz, marca uma cruz no nome do aluno, no papel que tinha à sua frente, e onde estavam os nomes de todos os alunos. Era uma má classificação para esse aluno.

A cena de interrogatório é objectivamente de uma violência psicológica tremenda sobre o interrogado.

(2) Quando se dirige com a sua equipa da Stasi a casa do Dreyman, para instalar os microfones, a vizinha da frente de Dreyman, nota a agitação. Prudentemente,olha pelo óculo da porta, não abrindo a porta. Wiesler dada a sua eficácia e sensibilidade para este tipo de coisas, percebe o facto e toca á porta.
A senhora abre e Wiesler imediatamente lhe diz para estar calada e não mencionar a ninguém o que acabou de ver, tratando a senhora pelo nome dela, e insinuando de uma forma terrível, que a filha dela poderá ter problemas no acesso à Universidade de medicina, caso desobedeça aquela ordem.

Este é o protótipo do funcionário burocrático Cyborg, destituído de sentimentos e apenas eficácia. Wiesler está convencido que Dreyman é um subversivo em relação ao Estado e que mais tarde ou mais cedo o apanhará nas escutas.

Á medida que vai escutando Wiesler altera-se e começa a perceber o drama da vida de Dreyman e toda a lógica de corrupção em que está metido. Percebe que Dreyman é alguém genuinamente “bom”, e não subversivo, e que são apenas os interesses políticos de topo do ministro Hempf e as maquinações do seu ex-colega de Escola Grubitz que estão a criar uma situação para que Dreyman seja “eliminado” não fisicamente mas moralmente e psicologicamente.

A dada altura, Wiesler fascina-se com o que ouve, querendo escutar mais; começa a adulterar relatórios sobre as conversas de Dreyman omitindo pormenores que sabia que poderiam ser considerados como desfavoráveis para este, mesmo sendo coisas inócuas, e no final safa de problemas Dreyman, e prejudica-se a si próprio.

Dreyman, que era um genuíno apoiante do regime, a dada altura e devido ao evoluir da situação e de várias histórias paralelas no filme:

– um amigo de Dreyman, o encenador de teatro Jerska, suicida-se, porque estava há uma série de anos na lista negra sendo impedido de trabalhar;

– um outro dramaturgo chamado Paul Hauser, em completa dissidência com o regime e cheio de impaciência pelo que se está a passar sempre que se encontra com Dreyman, pica-lhe o juízo moendo-lhe a cabeça e incitando-o a não desculpabilizar e a não colaborar com “aquilo”

(Qualquer semelhança com o que se está a passar em Portugal actualmente é pura coincidência…)

– o facto de ter percebido que CMS, a sua namorada andava a dormir com o ministro Hempf. A repressão política, artística, social era usada de modo instrumental para adquirir os favores sexuais dos artistas- é isto que se percebe.

Dreyman, descobre e explica-lhe que ela não tem de fazer “aquilo” porque ela tem talento e não preicsa de o fazer. CMS, cruelmente e com completa frustração à flor da pele conjugada com ansiedade responde que “também dormes com eles todos os dias”. Ela confronta-o -em resposta- com a infidelidade física dela (forçada ou não é para decidir quem vê o filme…) replicando que ele também se vende moralmente…

Como esta é a descrição de umaA VIDA DOS OUTROS - 2 sociedade onde existe vigilância; essa mesma vigilância que se aplica sobre a quase totalidade dos cidadãos de formas difusas, origina vários fenómenos.

A chantagem e as ameaças directas ou veladas sobre os cidadãos. Daqui até à delação e aos sentimentos de que, ” denunciar o outro” é bom, vai apenas um passo…

A delação, (também conhecida por denúncia) ao ser desta forma aceite, passa a ser mais um bem: assegura (A) Ou a sobrevivência, (B) ou a manutenção do estatuto político, ou (C) serve de moeda de troca.

Dreyman, decide fazer alguma coisa, (é a gota que enche o copo e o transborda, após ter percebido que CMS se vendia ao ministro…) quando o seu grande amigo, o encenador Jerska se suicida. Dreyman, decide denunciar o sistema RDA. Escreve um artigo a ser publicado no Ocidente, no Der Spiegel alemão, onde explica a técnica do suícidio na Alemanha de Leste.

Menciona no artigo que o departamento estatístico alemão de leste tudo sabe, de todas as estatísticas, mas não publica as de suicídio, e mais ainda, desde 1977, que as publicou pela ultima vez. A palavra suicídio é banida – impronunciável e impublicável – passando o assassínio a ter a designação oficial de “auto assassinato”.

Isto desencadeia uma perseguição das autoridades para saberem quem é que escreveu o artigo e as suspeitas recaem sobre Dreyman, mas não são provadas. CMS, mediante coacção e intimidação acaba por implicar Dreyman – o seu namorado – em troca de o seu estatuto se manter inalterado.

A Stasi surge , através do capitão Grubitz e da sua equipa em casa de Dreyman, para apreender a máquina de escrever indetectável que Dreyman usou para escrever o artigo e que estava escondida num determinado sitio da casa de Dreyman.

Delatada por CMS.

A Stasi não encontra a máquina, porque Wiesler, o agente da Stasi que escutava as conversas, apagou o rasto de provas e retirou a máquina do lugar.

Na sequência disto CMS acaba por morrer atropelada num acidente, ao sair da STASI e após ter vendido a alma, e ido até à casa de Dreyman, deixando quer Dreyman, quer o próprio Wiesler inconsoláveis, e fazendo o capitão Grubitz perceber que Wiesler tinha manipulado a informação das escutas e protegido Dreyman.

Que Wiesler tinha protegido a “vida dos outros”.

Este, pelas circunstâncias tinha sido levado a proteger aqueles que lhe cabia vigiar e tinha-se “humanizado”.

Nota: Podemos aqui fazer uma critica reflexiva alternativa. E afirmar que esta lógica pode ser vista como uma tentativa de suavizar o agente da Stasi, que apenas foi “metido na engrenagem da maquina” e que era tão inocente quanto as vitimas que aterrorizava. Que a culpa era do “sistema”,n ão das pessoas. Bom, as pessoas fazem parte do sistema…

O que leva à questão de se perceber que só a denúncia de sistema totalitários, de que tipo forem deve ser um imperativo ético e que a resistencia e a recusa de colaboração com o sistema são armas.

Ali,no filme, a “redenção” do agente da Stasi decorre da “comparação” que este faz entre o comportamento dos seus chefes – um comportamento abjecto e asqueroso – e a visão dos valores mais puros que ele ia escutando e percebendo ao escutar as suas vítimas. (A dada altura, entra dentro da casa de Dreyman, quando este não está, para lhe roubar um livro de poemas de Berthold Brecht para “assimilar” esse mesmo comportamento das suas vitimas, como se, através do acto do roubo do bem( livro) do outro (Dreyman) e da leitura do mesmo; Wiesler, o agente da Stasi, se pudesse “purificar”.

É um acto de desespero simbólico pessoal dele.

√ DIÁLOGO EM INGLÊS DEFININDO A TIPOLOGIA DOS ARTISTAS SUBVERSIVOS – manual de uso da Stasi ( O NÚMERO 4) E OS MÉTODOS A USAR.

Did you know that there are just five types of artists?

Your guy, Dreyman, is a Type 4, a “hysterical anthropocentrist.” Can’t bear being alone, always talking, needing friends. That type should never be brought to trial. They thrive on that. Temporary detention is the best way to deal with them. Complete isolation and no set release date. No human contact the whole time, not even with the guards. Good treatment, no harassment, no abuse, no scandals, nothing they could write about later. After 10 months, we release.

Suddenly, that guy won’t cause us any more trouble. Know what the best part is? Most type 4s we’ve processed in this way never write anything again. Or paint anything, or whatever artists do. And that without any use of force. Just like that. Kind of like a present.

Derivado do que ali está em cima, em inglês – que “muitos dos artistas de tipo 4 que a Stasi processava desta maneira nunca mais escreveriam, o mesmo acontece à personagem Dreyman. Cheio de desgosto e remorsos pelo facto de CMS ter morrido e nunca tendo tido a certeza de que teria sido ela que o teria traído entregando -o à Stasi, mas ao mesmo tempo não querendo acreditar nisso, Dreyman, não escreve,

Cai o Muro de Berlim em Novembro de 1989,e após a queda, Dreyman estánum teatro a ver ser representada a sua peça – peça essa que tinha sido uma das que ele tinha escrito especificamente para CMS e que esta tinha representado.

Dreyman não aguenta a memória da antiga namorada e si para a entrada da sala do teatro. Está lá também, o ex-ministro Bruno hempf. Trocam palavras e Dreyman pergunta a Hempf porque é que ele nunca foi vigiado.

Hempf, diz-lhe que está enganado e que ele foi severamente vigiado. Dreyman acaba afastando-se profundamente chocado e agastado com as pessoas de um regime que apoiou.

Mas isso traz-lhe a curiosidade de saber como foi vigiado. Vai ao museu da memória e pede o seu processo.

A VIDA DOS OUTROS - 4 Fica espantado com o enorme tamanho do mesmo, e começa a ler. Fica logo espantado com o tamanho do seu processo. E começa a perceber que CMS foi a delatora que o traiu; que os relatórios das escutas sobre ele não diziam o que se tinha efectivamente passado, que as escutas tinham sido ordenadas pelo ministro Hempf e que uma misteriosa personagem com o nome de código ” HGW XX/7 ” era o responsável por não lhe ter acontecido nada.

Pede para ver quem era HGW XX/7 e reconhece Wiesler. Este caído em desgraça após o caso Dreyman trabalhava na secção da Stasi destinada a abrir a correspondência de todos os alemães. Após a queda do muro de Berlim era carteiro.

Dreyman, que nada tinha escrito até aí, começa a escrever, e escreve um livro chamado “Sonata a um homem bom” – o nome de um livro que o seu amigo Jerska, o encenador que se tinha suicidado, ou auto assassinado para usar a terminologia RDA, lhe tinha oferecido. No prefácio do livro, nos agradecimentos está “Para HGW XX/ 7 , um homem bom” .

É a essa frase que se refere o que está la em cima em inglês ” do you like it gift wrapped? No, it is for me”.

É Wiesler / HGW XX /7 a adquirir o livro de Dreyman, o novo romance que este tinha finalmente conseguído escrever.

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