Archive for the ‘VIGILÂNCIA ELECTRÓNICA’ Category
INTEROPERABILIDADE SIGNIFICA “CRUZAMENTO DE BASES DE DADOS”
O Ministério da administração Interna decidiu criar uma nova secção para controlar a informação.
Nota: num regime político como por exemplo, uma ditadura, este é o tipo de Ministério mais poderoso que um regime totalitário tem ao seu dispor porque lida com informação sobre as pessoas.
Retirado do portal do Conselho de Ministros, do dia 19 de Março de 2009:
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11. Decreto-Lei que cria a Unidade de Tecnologias de Informação de Segurança
Este Decreto-Lei vem criar a Unidade de Tecnologias de Informação de Segurança (UTIS), como serviço central da administração directa do Estado, dotado de autonomia administrativa, cuja organização e funcionamento será assegurado por pessoal das entidades tuteladas pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
A UTIS tem por missão assegurar a prestação de serviços partilhados aos serviços centrais de natureza operacional e de suporte do MAI, através da contribuição para a permanente modernização dos sistemas de informação, da promoção da interoperabilidade entre as tecnologias de informação e comunicações das estruturas e organismos, da disponibilização de tecnologia de informação e de comunicações de uso comum ou partilhado, da garantia dos níveis de segurança adequados no acesso, comunicação e armazenamento da informação e da racionalização na aquisição e no uso dos meios e recursos tecnológicos disponíveis.
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Em baixo: notícia Dn de 12 de Abril de 2009
1.
Quais são exactamente as tarefas a que se dedicarão os funcionários desta nova unidade, que lida com o cruzamento de bases de dados?
2.
Do cruzamento de informações contidas em bases de dados resulta nova informação.
3.
Para onde vai essa nova informação?
POLÍCIA PODE CONTROLAR POR GPS PESSOAS, SEM MANDATO OU CAUSA PROVÁVEL.
Fonte Portuguesa: Aberto até de madrugada/Carlos Martins
Fonte EUA: Gizmodo.
No anterior post a este chamado “O Erro do Bloco de Esquerda” – sobre um outro assunto, se quisermos, ou sobre este assunto, mas dito e escrito de outra maneira, se também quisermos, escrevia a dada altura o seguinte:
Todas as pessoas, ou pelo menos quase todas, apreciam a tranquilidade de um quotidiano repetido.
Todas as pessoas, ou pelo menos quase todas, gostam de calma e passarinhos a cantar.
…
Porque o problema é que as pessoas apreciam a tranquilidade de um quotidiano repetido, julgando que será assim que algo mudará.
Nunca uma longa sucessão de quotidianos tranquilos repetidos mudou alguma coisa.
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A tranquilidade dos quotidianos repetidos está a ser observada por GPS no Wisconsin.
Hoje o Wisconsin. Amanhã…quem?
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Será que a tranquilidade do quotidiano repetido ainda o é sendo observada por GPS?
SUÉCIA – VIDEOVIGILÂNCIA.
A Suécia, um país bastante mais livre do que Portugal está também em perigo. Mas na Suécia, apesar de tudo, as pessoas manifestam-se contra os ataques à sua liberdade. E reagem!
A 29 de Junho de 2008, o parlamento sueco votou uma lei que estabelecia nova legislação intrusiva de escutas e vigilância sobre os cidadãos suecos, e quem mais na Suécia vivesse, que foi aprovada apesar dos protestos na rua e online.
A lógica anti democrática foi a mesma que já vimos acontecer por cá. O respeito à “linha partidária” que impôs disciplina de voto. Existiam deputados que já tinham posições prévias contra a existência de leis deste teor e que as votaram favoravelmente na mesma.
O assunto estava e está também ligado aos problemas das supostas infracções do direito de autor através de transferência por bit torrent ou outras formas. Foi também previamente acompanhada de uma “campanha” de publicitação e propaganda para preparar a opinião pública.
O pretexto é exactamente o mesmo que nos ultimos anos tem sido sempre apresentado para criar leis destas: a “segurança nacional”. (O ministro sueco da defesa argumentou que se a lei não passasse, as forças suecas no Afeganistão estariam em perigo… pelos donwloads dos talibans, presume-se…)
Em nome da segurança nacional uma entidade chamada “FRA”, National Defense Rádio Agency, passará a escutar e a monitorizar qualquer tráfego telefónico e por correio electrónico, sem necessitar de uma ordem do tribunal para o fazer.
O critério de escuta fica à escolha de quem controlar a “FRA”.
A proposta foi obviamente critica por advogados, membros de sites de bit torrente como o Pirate bay, blogers, e no que é algo de ainda mais hilariante, o chefe da agência de serviços secretos sueca, chamada SAPO, que, com esta lei não tem acesso a dados, sem ordem do tribunal, mas a “FRA” tem acesso a dados apenas por sua própria iniciativa.
Ou seja, os “serviços secretos oficiais”( não consegui perceber se existiam “dois serviços” ou não) não podem aceder directamente a escutas, mas uma entidade, penso que privada, que supostamente irá combater a copía de ficheiros terá acesso a todos os dados dos cidadaos suecos.
Isto é uma tentativa de privatizar a segurança, e rebentar com a lei, como instrumento que rege as regras entre as pessoas numa dada sociedade.
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Entretanto os protestos continuam, e o assunto que começou nos blogs, passou para os meios de comunicação “normais”; tornou-se “nacional”, onde editoriais de jornais em papel e online, falam constantemente do assunto. O mais irónico da coisa é que o Google, uma empresa notoriamente conhecida por ser pouco adepta de resguardar a privacidade dos seus utilizadores e colectar dados sem autorização, se sentiu “pouco à vontade” e (avisou que iria mudar) mudou os seus servidores. Na notícia do Times online, até dá para que o responsável do Google armado em democrata moralista… diga que aquilo – a nova lei sueca- parece algo que a China ou a Arábia Saudita teriam inventado.
A antiga companhia de telecomunicações sueca, Tella, também mudou. E a Bélgica ameaçou que processava a Suécia, se cidadãos belgas fossem escutados indevidamente.
Entretanto, a polémica continuou a aumentar. Vários meses antes da lei ser aprovada os blogs tinham espaço de difusão limitado. Mas começaram a ter os meios de comunicação com eles, através de petições – uma delas gerou 6.6 milhões de emails de protesto enviados para um dos principais representantes do governo que defende a lei.
Parece Portugal não parece?
Hoje, terça feira, dia 8 de Julho de 2008, adeptos do partido pirata (na Suécia há um pequeno partido chamado “Partido pirata” que defende o download livre e sem restrições e a não existência de escutas…) farão protestos sob a forma de festas, nas cidades de Malmoe e Estocolmo para celebrar o facto de a Suécia se ter tornado uma “República de Bananas”.
O processo de ataque à democracia é feito por “dentro do sistema” e contra as pessoas e é geral, não só em Portugal. Aqui é que se nota mais.
E nota-se mais porque a “apatia” e o deixa andar dos portugueses demonstram a enorme diferença de atitude cívica e apego à democracia que infelizmente existem neste país.
Verificar a lei de segurança Interna.
LIDL, VIGILÂNCIA ELECTRÓNICA
Artigo do Blog Devaneios desintéricos acerca de empresas alemãs,especialmente de uma que conhecemos bem em Portugal.
Através de uma compilação de várias histórias, verificamos que o novo totalitarismo já não se manifesta através de um ditador e da sua corte de amigos e apoiantes, mas sim através da vigilância electrónica.
Transcreve-se uma parte e acrescenta-se um artigo do Jornal Global de 1 de Abril DE 2008, 3 dias depois da data da reportagem ligada do The Times online:, não assinado e não transcrito de nenhum outro jornal( o Global recorta notícias de outros lados), especificando que a administração do Lidl, pediu desculpa. No artigo do Times Online existe uma descrição do comportamento dos detectives- ex-Stasi que vigiavam os funcionários e as recomendações deles em relação a funcionários que lá estavam.
Estavam porque alguns foram entretanto despedidos através da recomendação de não renovação de contrato.
A vigilância electrónica (e ainda por cima ilegal) ainda por cima, serve para causar problemas a pessoas na sua vida privada e no seu trabalho.
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” Saber que a sociedade comercial Lidl, multinacional alemã do sector dos supermercados, espia regularmente os trabalhadores dos seus estabelecimentos na Alemanha e noutros países do leste europeu, detendo um conhecimento chocantemente pormenorizado (v.g. saber quem não paga as contas da TV cabo) das suas vidas pessoais constitui um facto susceptível de chocar qualquer consciência minimamente alertada para os direitos cívicos de cada indivíduo;
Que agora seja descoberto que a Deutsche Telecom (congénere germânica da “nossa” PT) tem vindo a recorrer sistematicamente à espionagem de trabalhadores, administradores, membros de sindicatos e jornalistas para “evitar fugas de informação” que possam debilitar a situação financeira da sociedade no mercado bolsista, não poderá deixar de igualmente nos impressionar;
Como não poderá deixar nos perturbar o facto de agora se saber que Deutsche Bahn, a “CP alemã”, é suspeita de espiar a vida pessoal dos seus próprios gestores, recorrendo não raras vezes, e por exemplo, a escutas telefónicas naturalmente ilegais;
Imensamente mais alarmante, contudo, é saber que os três casos estão ligados entre si pela presença de uma empresa de “investigações secretas privadas” -a Network Deutschland – que utiliza o know-how dos seus membros: nada mais nada menos que ex-agentes da polícia política da Alemanha de Leste, a pouco recomendável STASI – Ministerium für Staatssicherheit.
A História Política tem atestado a dinâmina de permanente reabilitação e reinvenção dos métodos totalitários. Mas, por paradoxal que possa parecer, tal reabilitação tem pouco de inovador, mais a mais quando se evidencia, de forma tão límpida e cristalina, que o Capitalismo modierno, fazendo uso dos mesmos métodos totalitários, não consegue ser muito melhor que o Comunismo mais abjecto.
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Sobre comunismo e Stasi mais abjecto verificar o artigo “A vida dos outros” sobre um filme feito na Alemanha à propósito de escutas e vigilância electrónica durante o comunismo.
Agora os rejeitados de outrora são reciclados e recuperados pelo capitalismo actual para atacar a democracia.
Quanto à hipocrisia do pedido de desculpas, é de notar o “à vontade” com que se pede desculpas, mas, presumívelmente, continua-se a fazer o mesmo.