Tipo de post: descrição da sistematização da perseguição e estigmatização a utilizadores de Internet. Demonstração de como o conceito de cidadania está a ser atacado de forma subterrânea pelos que o deveriam defender. De como a ordem jurídica e as forças estatais de aplicação da força organizada estão a ser desvirtuadas para não aplicarem força organizada a combater o crime, mas sim a desvirtuarem o conceito de crime e de perseguição ao mesmo, promovendo os interesses de empresas privadas. De como se transforma a sua actuação de geral e universal, para especifica e dirigida a grupos de cidadãos em inferioridade técnica e de conhecimentos, para se poderem defender, quer do Estado, quer de corporações provadas e dos seus interesses.
Como se faz: criando uma ( s ) ferramenta, perigosa, que dissemina (m) um tipo de programa perigoso para os computadores de qualquer pessoa: o Spyware. Com características especificas. Ou perseguindo utilizadores-criadores de Bittorrents. Ou oferecendo ” benesses ” de vigilância ao FBI. Ou alterando constituições. Ou instilando notícias que veiculam o medo.
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Para ” proteger os direitos de autor “, existe nos Estados Unidos uma sinistra organização. Chama-se MPAA. É a nova inquisição dos tempos modernos, com tiques fundamentalistas, profundamente anti democrática e invasiva. Info online de 26 de Novembro de 2007:
” SÃO PAULO – A MPAA criou uma ferramenta para universidades suspeita de atuar como spyware.
A polêmica começou no início de novembro, quando a MPAA (Motion Picture Association of America), entidade que representa os estúdios de Hollywood, disponibilizou uma ferramenta para monitorar redes em universidades.
A MPAA avalia que as bibliotecas de faculdades americanas são centros de intenso tráfego de arquivos protegidos, em função da boa qualidade de conexão nas universidades e do anonimato de quem utiliza as máquinas.
Para restringir o que considera pirataria, a MPAA desenvolveu um toolkit em código aberto para instalar nos PCs de universidades americanas. A MPAA entrou em contato com 25 universidades dos Estados Unidos oferecendo o kit.
A ferramenta, diz a MPAA, monitora a quantidade de dados trafegada na rede e em cada PC usando programas de torrent e conexões P2P.
Segundo a MPAA, o aplicativo gera relatórios que não identificam qual usuário baixou qual conteúdo, mas dá para a TI das universidades informações para que ela monitore se seus PCs estão usando torrent demais e, assim, identifiquem possíveis usos irregulares de suas redes.
Uma das universidades convidadas a aderir à ferramenta, a University of Pennsylvania, na Filadélfia, analisou o código e considerou o aplicativo perigoso.
Segundo os especialistas da Pennsylvania, existem códigos que permitiram identificar que tipo de conteúdo está sendo baixado em cada PC e, mais grave, documentar quais foram os sites e conteúdos visitados pelos usuários. A MPAA nega que deseje espionar estudantes.
Felipe Zmoginski, do Plantão INFO”
Clicando na ligação da ferramenta ( toolkit MPAA) dá erro e “file not found”. A ” ferramenta” ao que parece foi retirada, ou não aceite pelas Universidades.
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A invasão continua é o vírus chega ( chegou) à Europa. O governo alemão prevê conceber um projecto e gastar dinheiro para criar um spyware especial. Para que este, se possa introduzir nos computadores e detectar, via teclado dos mesmos, quais as frases e usos que os utilizadores mais fazem , quais os sites que mais acedem, o que fazem. Cito o Blog Quintus em 2 de Novembro de 2007:
” O “Spyware” alemão seria introduzido nestes computadores suspeitos através do envio de uma mensagem de correio electrónico com um anexo contendo o “Spyware” e parece ser muito idêntico na forma e nos objectivos ao já existente CIPAV do FBI…
… Este novo projecto é uma forma do governo de Merkel de contornar a decisão judicial de Fevereiro deste ano onde a Justiça alemã esclareceu que era ilegal a investigação à distãncia de um computador de um suspeito, mas agora… Que o Spyware se introduz e que passa a capturar dados localmente, formalmente já não existe uma “inspecção à distância”…
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Ainda na livre e democrática América da tarte de maça e do sonho americano, o FBI, criou um software chamado “Cipav”. No blog Quintus surge a situação descrita da seguinte maneira:
” … O Tribunal do Estado autorizou o FBI a usar esse tipo de software – geralmente usado por hackers, spammers e por cibercriminosos – já que “os utilizadores da Internet” não podiam esperar que certo tipo de dados sobre a sua presença na Internet pudessem permanecer anónimos”. O FBI terá enviado o “FBIware” para uma conta anónima na popular rede social MySpace, …”
O programa, descrito num tribunal de Washington por um agente do FBI descreve o produto como um “computer and internet address verifier” (CIPAV). Um artigo da Wired News (ver AQUI). As características do Spyware do FBI são confidenciais… Mas sabe-se que consegue recolher no computador infectado os seguintes dados:
- O endereço TCP/IP
- O MAC address de todas as placas de rede instaladas
- Uma lista dos portos abertos TCP e UDP
- Uma lista de todos os executáveis que estão a correr
- A versão do sistema operativo, assim como o seu número de série
- O Internet Browser e a sua versão
- O nome do utilizador logado e a sua empresa registada
- O último URL visitado
Todos estes dados são recolhidos pelo Spyware e enviados para um computador do FBI na Virginia.
O FBIware é perfeitamente legal (nos EUA) e está protegido por uma sentença do Tribunal de Apelos dos EUA segundo o qual este tipo de vigilância que não captura o conteúdo de comunicações pode ser usado sem mandato judicial, já que os utilizadores da Internet “não podem esperar razoavelmente manter secretos este tipo de dados”.
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Num passeio pela avenida da memória, já em 2001 tinham existido rumores ou mais que isso acerca da colaboração da Symantec – uma empresa que produz antivírus e produtos do mesmo estilo relativamente ao facto de, aparentemente ou supostamente, a Symantec ter produzido uma ferramenta que possibilitasse ( possibilitou … ) o FBI de ter acesso aos computadores pessoais que tivessem produtos da Symantec instalados. Tendo a ferramenta instalada a Symantec criaria uma programação que não a actualizaria (à ferramenta) de forma a “retirar ” essa ferramenta – esse Keylogger – deixando-o estar e parecendo fazer legitimamente parte dos programas ( instruções de programação) de antivírus. Cito uma fonte internacional:
“” Eric Chien, chief researcher at Symantec’s antivirus research lab, said
that provided a hypothetical keystroke logging tool was used only by the
FBI, then Symantec would avoid updating its antivirus tools to detect such
a Trojan. The security firm is yet to hear back from the FBI on its
enquiries about Magic Lantern but it already has a policy on the matter.
“If it was under the control of the FBI, with appropriate technical
safeguards in place to prevent possible misuse, and nobody else used it –
we wouldn’t detect it,” said Chien. “However we would detect modified
versions that might be used by hackers.””””
A Symantec negou sempre isto, mas não convenceu…
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Como o controlo sobre o que os utilizadores fazem não é suficiente ou pelo menos aparenta não ser suficiente, a justiça americana encarrega-se de “dar legitimidade” sob um outro ponto de vista. Um americano – com um sistema Linux – geria um site de bittorrents, que distribuiu uma cópia do filme Star Wars 3, foi condenado. A condenação obrigou-o a passar a usar Windows em vez de Linux. Noticia Info de Abril:
“”” SÃO PAULO – Administrador do site EliteTorrents só poderá usar micros com Windows, pois polícia irá monitorar suas atividades. Scott McCausland confessou que foi o responsável pela distribuição do filme “Star Wars III – A vingança dos Sith” dias antes da estréia do longa nos cinemas. Como punição, a polícia da Virgínia, nos Estados Unidos,
condenou McCausland a cinco meses de prisão e o uso obrigatório de um software de monitoramento online.
Ocorre que o tal software só tem versão para Windows, e McCausland não poderá usar
computadores sem a ferramenta da polícia instalada.
“O fato de ser monitorado não é o que me incomoda, o maior problema é que terei que reestruturar minha vida com um sistema operacional diferente e com programas diferentes, e isso vai me forçar a comprar programas”, disse o americano ao portal
TorrentFreak.
“Estou desempregado e ninguém vai querer me empregar depois de eu ter ficado com a ficha suja”, concluiu o condenado.”””
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O que é que usar um sistema operativo diferente tem a ver directamente com a condenação por transmitir uma cópia de uma filme? Qual é a proporcionalidade da pena -a que é que corresponde uma coisa à outra? Nada, mas ajustiça americana é constituida por bons cidadãos americanos que protegem o produto que é deles, isto é o sistema
operativo Windows. Mesmo que tal seja feito com a capa da “legitimidade da rule of law”.
Não só a privacidade está a começar a ser ameaçada, como começam a ser ameaçados os direitos de se usar o software que se queira usar. As pessoas ao que parece, concordam com isto. Como se pode ver através dos mapas da “Privacy International”, que podem ser encontrados AQUI .

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Na página onde se encontram estes mapas podemos ver uma classificação por países, onde o cantinho ridículo que dá pelo nome de Portugal aparece sempre a amarelo …… Em baixo através do post a seguir, percebe-se porquê …

No caminho tortuoso que decorre deste post, chegamos a 04 de Novembro de 2007, onde no Blog Esquerda Republicana:
- «Instado a comentar – enquanto ex-ministro da Justiça e da Administração Interna – a recente polémica em torno das escutas telefónicas, António Costa foi peremptório: “Sempre entendi que as escutas devem ser de tal forma excepcionais que não deve haver escutas fora de processo-crime”. “Tenho visto no PS e no PSD muitas pessoas entendendo que se devia rever a Constituição para habilitar os serviços de informação a realizar escutas telefónicas. A minha opinião pessoal sempre foi contrária e não mudei de opinião nos últimos três meses”, sublinhou.» (SIC)
É urgente que comecem a chover críticas ao projecto totalitário de Alberto Costa para escutar as conversas telefónicas de quem não está acusado de crime algum – fim para o qual o Ministro da Justiça até está disposto a rever a Constituição. Se nada for feito, com o argumento do «terrorismo internacional» acabaremos por permitir que os serviços de informações comecem a escutar sindicalistas e políticos da oposição. E se no governo actual é o membro do Opus Dei Pedro Silva Pereira quem tem a tutela directa desses serviços (o que, em si, já é inquietante), num futuro governo poderá ser um qualquer clone de Paulo Portas a ter o direito constitucional, inaugurado pelo «socialista» Alberto Costa, de escutar tudo e todos, sem que haja sequer autorização judicial.
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