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PANASONIC E A GAIVOTA

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No Japão, não se brinca em serviço. Especialmente a Matsushita Corporation, mais conhecida pela marca “Panasonic”. A Panasonic é o emblema comercial de uma empresa que sempre se especializou em fazer “cópia” (mas bem feita) do que a Sony, principalmente, acabava de inventar. Normalmente, 6 meses depois, de algo estar feito já a Panasonic/Matsushita o fazia e comercializava.

Mas a Matsushita/Panasonic, não é só “cópias” bem feitas. No centro tecnológico em Tóquio, este foi construido com o seguinte:

” Equipamento”
● Solar light generation system made of integrated building materials
● Illumination system, Hybrid Tower Kazekamome, with the use of wind and solar power generation
● Garbage disposal system
● Rainwater utilization system
● Exhibitory performance with fuel cells

Pouca coisa…

Também existe, dentro do centro Panasonic de Tóquio, e numa das páginas da empresa, um menu de casa ecológica a ser desenvolvido pela Matsushita

ECOCASAPANASONIC

E em frente ao Panasonic Center de Tóquio (presumivelmente por influencia da Matsushita, acrescento eu, especulativamente…) existe a “Gaivota” ou “uma Gaivota”.

GAIVOTA- LUZES DE RUA

A “Gaivota” é uma lâmpada que produz energia provinda do vento e da energia solar. Ou seja, os vulgares “candeeiros de rua”, mas aqui já numa versão futurista e amiga do ambiente. Durante o dia, geram energia a partir do sol, armazenam-na numa bateria colocada na base do poste que sustenta a estrutura; e com essa energia armazenada, iluminam à noite; continuando, no entanto, ao mesmo tempo, a gerar energia derivada do vento nocturno.

É uma clara tentativa de maximizar a utilidade e o custo deste “objecto” e po-lo plenamente funcional aproveitando o mais que exista para ser aproveitado, quer durante o dia ( sol) quer durante a noite ( vento ). Recursos que são grátis e potencialmente infinitos. Nesta “ligação de onde está a notícia original, existe um vídeo de um minuto que mostra a geringonça em questão, a funcionar. Bastante silenciosa, por sinal…

Já em, Portugal este país profundamente original, e que eu amo profundamente, esta semana soube-se uma novidade relativa ao primeiro ministro português, José Sócrates, que fez um curso de engenharia em 1994 na Universidade Independente com muito mérito ao domingo, e tem realizado uma magnifica ( merda) acção como primeiro ministro.

Nos anos 80, imbuido dos seus recentes conhecimentos como engenheiro técnico de um curso politécnico ou lá o que era, e querendo espantar-nos a todos produziu, isto é, assinou como responsável técnico, os projectos de engenharia de magnificas coisas como esta:

 

CASAS DE JOSÉ SÓCRATES

Só os calhaus e os camelos idiotas é que não vislumbram aqui os primeiros laivos da Eco House da Matsushita/ Panasonic. Só os adversos e invejosos é que não observam o embrião de uma “Gaivota”; o magnifico poste de iluminação que simboliza à época, aquilo que a actual “Gaivota” da Matsushita “simboliza para os dias de hoje.

No entanto, penso que o poste de há 20 anos tinha mais vantagens técnicas, ou como se diz agora – usabilidade – em relação à actual “Gaivota Panasonic”: ao cair sobre a casa substitui, com vantagem; as gruas usadas para fazer demolição de prédios.

Daqui se vê o génio visionário do homem que actualmente governa Portugal, e que, com muita pena minha, abandonou a criação destas obras de arte para ir governar o país.

Ficamos assim privados de ver ainda mais destas obras de significado simbólico inexplicável de arte, que os meros mortais não conseguem compreender. Pelo menos, eu, realmente, não consigo…

Mas o Jornal Público, não querendo privar-nos destas visões idílicas, amavelmente, publica em Slides uma visão completa da obra inacabada do mestre, e mostra-nos o que poderia ter sido um génio a despontar – acaso não tivesse interrompido uma fulgurante carreira de estratega arquitectónico para ser político profissional.

Se a Panasonic não andasse distraída nos anos 80 a copiar o Walkman da Sony, teria reparado neste homem.

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Written by dissidentex

03/02/2008 at 15:39

ECOLOGIA, Eco sistema de Vallecas.

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Em Madrid, está-se, nos dias que correm… a construir uma estrutura chamada “Eco Boulevard de Vallecas”. Vallecas é um bairro da cidade de Madrid, bastante conhecido, onde milita a equipa de futebol do Rayo Vallecano (segunda divisão espanhola).

ECOBOULEVARDDEVALLECAS1

A ideia é criar um embrião, um prototipo de projectos arquitectónicos e urbanísticos, baseados na “pesquisa e desenvolvimento” e no design que influi sobre o meio; contrapondo essa ideia ao “design passivo” de edifícios. O design passivo é uma arte muito desenvolvida em Portugal, com a proliferação de caixotes de cimento, quadrados, amontoados uns nos outros que caracterizam o pitoresco deste magnifico sitio a que todos nós nos orgulhamos muito de pertencer.

A ideia deste ecossistema é criar uma área sustentável e sem originar problemas ambientais, não só no que à poluição diz respeito, mas também, à visão do que deverá ser uma estrutura moderna que não fira os olhos quando a olhamos. Uma visita à página da empresa responsável pelo conceito e ao blog revela que o design é rei.

ECOBOULEVARDDEVALLECAS2

A estrutura é completamente auto suficiente, gerando toda a energia necessária para se auto sustentar através de painéis solares.

A estrutura é feita de materiais reciclados.

O projecto resultou de um concurso público criado pela Câmara municipal de Madrid, em 2004. Era pedido aos concorrentes ao mesmo, aos designers, que criassem um local ao ar livre que transformasse o espaço e a visão do mesmo ao redor da nova arquitectura a construir.

O projecto foi feito também, com a ajuda de um programa europeu, chamado “Environment Life” ou “Life program”. E foi a Urban ecosystems que ganhou a competição com este projecto.

Cada uma das torres de construção tem características de “arvores de ar” e visa condicionar o ambiente envolvente. Como são construidas agora, mas as verdadeiras arvores à volta demorarão vários anos a crescer; a própria construção deverá ter ela mesma, vegetação e arvores lá inseridas. Para assim funcionarem como “evaporadores – transpiradores” e baixarem a temperatura, criando espaços mais condicionados e com temperaturas mais baixas 10 graus.

ECOBOULEVARDDEVALLECAS3

  1. Para as poucas pessoas que lerem isto, seria interessante que fizessem a comparação com a Câmara Municipal de Lisboa.
  2. E que façam a comparação, com o discurso ecológico português, quer do actual governo, quer de um qualquer outro governo de outro partido político.
  3. E que olhem para as restantes magnificas cidades portuguesas e respectivos arredores e subúrbios.
  4. E retirem conclusões, acerca da competência e da capacidade da elite portuguesa em, supostamente, gerir este país ecologicamente e não só.
  5. De caminho, retirem também conclusões acerca da capacidade dos gabinetes de arquitectura portugueses e do seu design e criatividade e comparem com isto.

ADENDA: Post Ecossistema da Damaia Amadora

Written by dissidentex

22/01/2008 at 22:03