Posts Tagged ‘BIOLOGIA’
CENÁRIOS E TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS – 4
PARTE 4
A LISTAGEM COMPLETA DOS ARTIGOS ENCONTRA-SE NA PÁGINA DA BARRA LATERAL CHAMADA Z-CENÁRIOS
♦
SUPER TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS
MICRO ANÁLISE SOCIAL E ECONÓMICA.
Processo de longo termo analisando os processos em espectro largo e de grandes tendências, ao nível social, e económico a nível mundial.
1. Biologia como força da ciência que lidera a evolução – mais o conceito da junção de várias disciplinas (biologia ↔quimica).
A aprendizagem feita a partir da natureza. Objectivo: mimetizar a natureza. Reflectir-se em aplicações práticas.
Exemplos.
A) observação do voo dos pássaros (águias) para determinar o melhor padrão de voo em caças de combate e melhorar a aerodinâmica da construção/movimento das asas (o exemplo mais recente é o F22 americano que é o caça de combate que mais depressa e rápido curva no ar)
B) estudo dos gatos ( dos felinos) para desenvolver uma cura para a SIDA.
A observação de plantas e animais é a chave usando -se a biologia para isso. Possíveis curas para doenças ou problemas físicos serão procuradas através da replicação de formas de comportamento dos organismos que possam ser adaptáveis com êxito para os humanos.
Problemas:
- A natureza é muito complexa.
- Tendência a “atalhar” nesta procura para obviar aos enormes custos de investigação e desenvolvimento.
- Produtos podem provocar malformações genéticas irreversíveis.
- Serviços derivados que alterem profundamente o modo de organização social.
Biónica. O renascimento da Biónica, uma ideia muito em voga nos anos 70. Origem da ideia nos anos 40.
A biónica vista como uma “extensão” mecânica ou electrónica mais desenvolvida do que actualmente. Ideia futurista de criação de um órgão mecânico/electrónico ou ambos capaz de suprir e subtitituir um orgão humano. As aplicações primárias serão obviamente na medicina. Diferente do conceito actual de próteses que apenas são encaradas como meros auxiliares mecanicos.
Problema:
– Criação de industrias, quer civis quer militares, de produtos biónicos para a área militar. Criação de exércitos inteiramente biónicos. Possibilidade de evolução para um híbrido tecnológico a meio caminho entre o computador dotado da inteligência artificial e o “homem biónico”, capaz de compreender e raciocinar autonomamente, embora de formas ainda limitadas.
– Ditaduras que se poderão perpetuar nos seus espaços internos mesmo perante revoluções que congreguem a maior parte da população contra os ditadores – as tropas biónicas dotadas de suficiente inteligência mas reduzida autonomia intelectual consideram lógico servir o Estado totalitário.
– A complacência das democracias perante a biónica usada como arma acontecerá?.
Inteligência em “enxame (Swarm).
Um utilizador/cidadão funciona, já não hierarquicamente, horizontalmente/verticalmente ou em rede, mas em “enxame, o que é algo diferente de uma rede. Simultaneamente retira de outros o que precisa, e outros retiram dele o que dele precisam, numa lógica de partilha comunitária, mas individual.
Vantagens: o custo, a rapidez, a partilha, a interdependência democrática, liberdade de uso e fruição de informação e serviços, o acesso rápido à mesma em qualquer lugar do mundo, por qualquer pessoa que o possa fazer – interoperabilidade entre todos com todos e todos os serviços.
Desvantagens: ataca as estruturas de poder actuais, (ataca a democracia (e o totalitarismo) como sistema?) fortemente hierarquizadas e baseadas no poder de apenas de alguns (a elite política/económica?) sobre todos os outros, promove a exclusão de quem não domina no mínimo a técnica conceptual, tendência para o anarquismo virtual.
Outras notas: põe em causa profundamente quer os modelos totalitários actuais, quer os democráticos.
Outras notas: tendência a tornar-se esta “forma”, o paradigma da organização social. Os conhecimentos sociais, a interacção entre as pessoas processa-se baseada em graus de confiança que são determinados pelo “enxame” e já não pessoalmente ou por outros meios de comunicação/interacção.
Perigo: o enxame, ser (tornar-se) unificado a nível de pensamento; todos pensam da mesma maneira julgando que pensam todos diferente uns dos outros. Isolamento social da vida real na rua. Choques psicológicos entre camadas da população confrontadas com a “rua” vs mundo virtual do enxame. Mundo observado por meio de aparelhos electrónicos e ideias electrónicas.
Defesa: uma ditadura tem dificuldades em controlar um enxame, mesmo com um pensamento unificado por detrás. O enxame é criativo e tendencialmente anárquico não gostando de controlos.
2. A inteligencia vista com algo “omnipresente ” – existindo ou estando em todo o lado, acessivel. A inteligência como um fantasma sempre presente. (The ghost in the machine)
- A integração da tecnologia- inteligência será o pós modelo (actual) de computador de secretaria.
- O pós modelo actual será intensificado até ao infinito e marketizado como o futuro: apresenta-se aos nossos olhos como o computador portátil -uma versão melhorada do computador de secretária.
- O paradigma será a (quando?) saída do actual sistema pós moderno- versão de entrada mais intensificada pela versão portátil
Métodos:
- Em vez de se ir ao computador de secretária buscar informação qualquer produto/aparelho doméstico interagirá quer entre si, quer com o utilizador e fornecerá a informação.
- Aparelhos caseiros interagirão entre si para medirem a biométrica do utilizador – os seus dados vitais.
- A temperatura da casa e as horas a que deve ou não deve comer, e quais os alimentos a tomar serão geridos de forma omnipresente.
- A iluminação será ajustada ao utilizador ou a grupos de utilizadores de um dado espaço.
- Rápido avanço na investigação e desenvolvimento em “sistemas que sentem o seu meio ambiente”.
Ex: telefones que “sentem” a chamada para o utilizador e agem ligando para o telefone geograficamente mais próximo do utilizador.
Problemas:
- Privacidade impossível estando dentro da “rede”/”enxame”.
- Usos militares para suportar regimes (democráticos ou não) que exerçam estrito controlo sobre os seus cidadãos, vigiando-os mesmo em casa.
- Possibilidade da guerra tecnológica de alta intensidade a que só alguns países-áreas terão acesso, colocando os outros em regime de instabilidade e “fora do sistema”.
- Aumento das guerras de baixa intensidade em países fora do sistema tecnológico (Ex África)
Pode-se afirmar que:
A) a revolução nas tecnologias da informação continua(rá) (puxada por sistemas pós computador de mesa, por exemplo)
B) A inteligência omnipresente gerará “novos interfaces de comunicação (novas formas e símbolos visuais de se encarar algo ou algum gesto como… “comunicação”) e novas superfícies ( canais de distribuição, no léxico do marketing e da grande distribuição) onde se “jogam” interacções sociais, profissionais, sexuais,etc.
C) desenvolvimento mais acentuado das ciências “neuro” (neurológicas), da inteligência artificial( criação de robots) e da robótica como disciplina plenamente aceite.
D) conceito de sociedade transparente e assente na mais completa vigilância (mesmo sobre pensamentos?).
Problemas:
- Confusão entre a maioria dos utilizadores menos preparados para os novos ambientes e interfaces de comunicação
- Possibilidade de adulteração e experimentação não autorizada nas áreas neurais criando pessoas disfuncionais, com problemas neurológicos ou com problemas psicológicos devido a terem sido submetidas, voluntariamente ou involuntariamente a experiências- chamem-se de “mercado ou não”.
- Sociedade de vigilância, onde todos os dados da vida de uma pessoa são gravados por maquinas e armazenados em bases de dados, para uso futuro.
- Etiquetagem electrónica de pessoas.
- Etiquetagem de pensamentos e sonhos de pessoas e “classificação” dos mesmos.
- Sentimentos fortes de alienação na maior parte da sociedade e total quebra de contacto com a realidade física possibilitando a aceitação do controlo virtual.
- Assimetrias sociais e económicas que poderão gerar “zonas físicas de exclusão”.
Continua