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TIROTEIO EM LOURES.

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Há uns 10 anos atrás, na localidade onde eu vivia, existia um grande descampado. Ocupado por 50 barracas de ciganos. Alguns já lá viviam desde há mais de 30 anos. Outros (a grande maioria) tinham sido “realojados” ao abrigo da política oficial de corrupção.

É uma política que consiste na construção duma estrada ou um conjunto de matacões de cimento num local qualquer vazio, e a câmara municipal – em nome do “progresso” e da “pátria” – faz um acordo em que a empresa privada ou empresas privadas que irão construir pagam as indemnizações a oferecer aos desalojados da terra em questão.

Que não são proprietários, note-se. Depois os desalojados embolsam cada um à cabeça 50 ou 60 mil euros e vão para próxima terra vazia onde esperam pacientemente pela nova vaga de construção, corrupção e pelas novas indemnizações a receber por sairem de um sitio que não é, nem nunca foi, sua propriedade.

Todos ganham com isto e há quem diga – espíritos adversos que não amam a pátria – que até no meio deste montante de dinheiro todo, as personagens da(s) câmara(s) municipal(is) embolsam uma parte da indemnização por terem viabilizado com celeridade administrativa estes negócios.

Tudo normal na corruptulandia.

A dois prédios de distância do descampado que existia, um vizinho meu tinha um cão.

Um buldogue ou lá o que era aquilo. Um animal que ele, pacientemente, passeava todos os dias de trela muito curta. O buldogue era um animal um bocado mal disposto quando passava ao pé de ciganos. Era um gosto que o buldogue tinha – o eterno segredo do seu desejo de odiar – ladrar a ciganos e ameaçar saltar-lhes às goelas.

Nunca ninguém treinou o buldogue para isto; era apenas uma aversão natural que o buldogue tinha. Um buldogue xenófobo presume-se.

O meu vizinho, tinha-o sempre preso por trela curta.

Um dia, o meu vizinho discutiu com um cigano habitante do descampado, por causa do cão, e começou a ter problemas com vários dos outros ciganos.

Ameaças que lhe eram feitas, tentativas de o atacarem, que o cão parava porque constituía uma arma de dissuasão, riscos propositados no carro, provocações contastes, quer desse cigano, quer de outros, ameaças de morte quer a ele quer ao cão, provocações constantes ao cão irritando ainda mais o animal quando ele o estava a passear, etc. E isto feito perante testemunhas, muitas vezes.

Perante o avolumar da situação, o meu vizinho fez aquilo que qualquer cidadão normal de um país normal faria: apresentou queixa na polícia relativamente às ameaças do membro da minoria étnica que deseja ser integrado na sociedade, lhe estava constantemente a fazer.

Passado sensivelmente um ano ( o tempo voa e é bem verdade..) recebeu uma carta em tom ameaçador, originária da Procuradoria Geral da República. Solicitava-se em tom de veludo hostil, a sua comparência nas respectivas instalações em Lisboa na Rua da Escola Politécnica.

No dia marcado, à hora prevista – 2 horas da tarde – chegou pontualmente. A digníssima magistrada responsável pelo processo apenas o recebeu uns 4o minutos depois da hora marcada.

A digníssima magistrada tinha-o convocado a ele e ao cigano com o qual existia a divergência. As partes em litigo. O cigano não compareceu.

A digníssima magistrada informou-o em tom ameaçador que ele tinha que pagar uma multa de valor já avultado por ter provocado altercações na via pública com o já referido cigano. Que tal não podia ser. Que a pátria exercia o seu “Ius Imperium” através da pessoa da digníssima magistrada.

O meu vizinho, uma criatura dotada de alguma dose de paciência, mas que a esgotou precisamente nesse dia, informou a digníssima magistrada – uma garota ai de uns 30 anos de idade biológica, mas claramente de um ano de idade psicológica, que não só não pagaria multa alguma em tempo algum, como a informou que ele é que tinha apresentado queixa, por várias vezes na esquadra local da PSP; ele é que tinha comparecido ao encontro com a Procuradoria, ele é que era efectivamente o lesado e era ele quem estava a ser ameaçado de forma perigosa pelo outro senhor.

A digníssima magistrada não percebeu esta mensagem que o meu vizinho lhe fez o favor de explicar.

E o meu vizinho saiu deste magnífico encontro com a voz da representante da pátria voltando para casa porque iria entrar no seu emprego por volta das seis da tarde.

Chegou a casa por volta das 5 horas da tarde, acompanhado pelo pai.

Nos arredores da mesma, o cigano com quem tinha a ligeira altercação, e que tinha faltado ao encontro em Lisboa, aproximou-se a rir, retirou uma arma de dentro da roupa e disparou um tiro à queima roupa a menos de um metro de distancia do meu vizinho – em plena rua – com imensas testemunhas, ferindo-o gravemente.

Parece que se fosse mais desviado dois centímetros teria perfurado o estômago e o meu vizinho teria morrido.

As forças da lei e da ordem foram convocadas.

Duas horas depois, as forças da lei e da ordem apareceram, apesar de a esquadra de polícia se situar a um quilometro de distância do local e tomaram conta da ocorrência. Verificaram que o cigano atirador tinha-se refugiado na sua própria barraca.

As forças de segurança fizeram um heroico cerco desde as 7 horas da noite até às 10 horas da noite, e após deliberação unanime, concluiram que não era possível apreender o suspeito.

A razão era a seguinte: não tinham mandado de captura ?!?!?!?!? para capturar alguém que tinha disparado um tiro sobre um terceiro em pleno dia com testemunhas e como tal era impossível fazer um assalto nessas condições.

E desmobilizaram.

O meu vizinho ficou dois meses no hospital em recuperação.

O cigano autor dos disparos pegou na sua carrinha, na sua mulher e nos filhos, e mudou-se para a bela cidade de Setúbal, para casa de uns parentes – ou foi oferta da câmara local- isso não ficou esclarecido.

O meu vizinho explicou-me porque sabia isto. As forças de segurança informaram-no que sabiam qual era a morada onde estava o cigano atirador.

Questionados sobre o porquê de não o irem prender, ninguém soube responder, ou faltava um mandato de captura.

A restante “comunidade” fez uns protestos e declarou que estava a ser discriminada por ser cigana.

Actualmente em Loures, está-nos a ser dado ver a “continuação” de casos como este que eu descrevo aqui, embora numa área geográfica diferente e já na versão “ciganos já estão não em barracas, mas em bairros sociais e continuam a fazer a mesma m*rda que faziam quando estavam em barracas, contando para isso com a complacência das autoridades – coisa que geralmente, só acontece quando o PS está no poder”.

Só mesmo um governo com pensamento anormal, é que pode considerar uma caso destes como sendo algo anormal, quando não é, porque estas situações (com alguma menor intensidade…) estão sempre a ocorrer por todo o lado.

Não se sabe é que ocorrem, pela simples razão que não são filmadas, como esta foi, mas ocorrem.

A técnica para ignorar isto por parte do PS é assobiar para o ar.

A técnica dos ciganos é a vitimização contando com o beneplácito da imprensa e a chantagem em busca de mais subsídios e mais indemnizações.

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