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BASE DE DADOS DE ARTRITE REUMATÓIDE.

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No blog “Bases de dados.Net”, um blog feito, ao que julgo saber, por 3 juristas saiu um post no dia 12 de Fevereiro 2008.

BASES DE DADOS ARTIRE REUMATÓIDE- BLOG DADOS PESSOAIS.NET

Uma notícia péssima sobre uma base de dados para catalogar doentes com artrite reumatóide.

Quem escreveu o post exulta, sabe-se lá porquê.

Só quem nunca teve qualquer tipo de problema relacionado com artrite reumatóide escreve isto.

Existem ali 3 itens citados, de forma ligeira, sem qualquer “análise critica”.

  1. “visando garantir a segurança dos doentes”;
  2. “desenvolver a prática clínica”;
  3. “e a investigação cientifica”.

Gratuitamente explico porque são os 3 itens mistificações ofensivas da inteligência do mais plácido cidadão.

1. visando garantir a segurança dos doentes.

Desconhecia que doentes sofrendo de artrite reumatóide, estão em “estado de insegurança”. Situação essa que motiva o nosso querido Estado a elaborar bases de dados para “garantir a sua segurança”.

Todos nós conhecemos casos de assaltos feitos por ladrões de artrite reumatóide. É a terceira maior causa de crime em Portugal, apenas superada pelos árbitros de futebol e ladrões de carros.

Para erradicar este flagelo criminal o Estado Português recorreu à ajuda da Europa e já está a publicitar esta iniciativa de combate à insegurança dos doentes de artrite reumatóide.

PROGRAMA EUROPEU DE ERRADICAÇÃO DA ARTRITE REUMATÓIDE

 

2. Desenvolver a prática clínica.

Lamento, mas não é.

O objectivo aqui é mais simples: determinar se vale a pena gastar-se dinheiro (e que tipo de gastos) com tratamentos de fisioterapia e outros, em doentes com artrite.

Com uma base de dados, desde logo, são segmentados e separados os doentes com esta doença, que interessa tratar,( e como fingir tratar), dos que não interessa.

O Estado português presta-se, a servir os interesses, por detrás desta recolha de informação, criando legislação, ou favorecendo a criação de informação organizada sobre pormenores extremamente “apetecíveis”, para a medicina privada ou para gestores estatais de hospitais públicos, desejosos de “mostrar serviço” baixando os custos (o doente que se lixe)… o que conseguirão com esta nova “base de dados”…

Corrupção institucionalizada sob a forma de lei, voltada contra todos nós, utilizando a recolha de dados…

O objectivo final é reduzir custos e expulsar doentes clientes, parecendo não o estar a fazer, através do filtro do “desenvolver a pratica clínica”.

Uma base de dados com “histórico”, sobre a artrite reumatóide do paciente cliente permite isso.

3. e a investigação cientifica.

Esta é a mais suja de todas as justificações.

Não há “investigação cientifica” em artrite reumatóide, pela simples razão que aquilo não tem cura.

Nem sequer se sabe bem o que é que a origina.

Este discurso da “investigação cientifica” refere-se ao seguinte.

A) investigação apenas terapêutica; criação de medicamentos que aliviam algo que não tem cura; criação de mercados do “alivio da dor”, comparticipados generosamente pelo Estado.

B) possibilitar analisar os “doentes” e treinar melhor os médicos. O treino será feito utilizando os serviços públicos de saúde ( onde fica o “custo” desse mesmo treino).

C) Para treinar é”necessário material” para treinar. As cobaias serão os doentes do serviço público de saúde que sofrerão as experiências necessárias à curva de aprendizagem da incompetência e da imperícia dos médicos aplicada em cidadãos de mais fracos recursos económicos.

Que não se podem defender em Tribunal ou não querem ir a Tribunal.

O método é o seguinte:

É oferecida, via legislação, uma base de dados, que possibilitará oferecer uma zona imensa de conforto aos magníficos médicos portugueses para estes “treinarem” sem receio de cometerem e serem apontados pelos erros que irão estar à vontade para fazer.

A justificação será a de que ” pouco mais haverá a fazer, o senhor (a) tem artrite reumatóide…isto até não tem cura…”

É aquilo que, na expressão pomposa dos economistas se chama “Curva de aprendizagem”.

Numa fase inicial, nas empresas e indivíduos existe baixo rendimento. E só com o tempo, com a experiência e com a criação de rotinas é que o profissional ou a empresa se tornarão medianamente competentes.

Para melhorar estas competências é necessário juntar o treino especifico.

E só através da especialização plena se tornará o profissional (supostamente) à prova de erro.

Para preparar profissionais “à prova de erro” é necessário cobaias “pobres”. (isto é, que aceitam porque não tem alternativa, ser cobaias…)

Após treinar nas cobaias pobres, o profissional, transferir-se-á para unidades de saúde privadas onde o risco de erros derivado da sua curva de aprendizagem será ínfimo. (Já cometeu a percentagem de erros noutro lado…já foram ( vieram) transferidos do serviço nacional de saúde.)

Cito a poupança e o totalitarismo.

———–

” Esse subtexto moralizador tem 3 funções:

FUNÇÃO 1. Pedir desculpa pelas desigualdades existentes na sociedade; não as questionando.

FUNÇÃO 2. Defender argumentativamente que os mais pobres e necessitados de uma sociedade são pródigos e incapazes de poupar, porque vivem apenas para o presente e, precisamente por isso, são crianças-adultos imaturas, incapazes de controlar os seus impulsos.

FUNÇÃO 3. O que leva à função 3: os “ricos” são virtuosos opositores ao estilo de vida descrito na função 2 e é por isso que são ricos. “

———–

FUNÇÃO 1. Pedimos desculpa pelo facto de existir incapacidade de resolver os problemas de artrite reumatóide; é uma fatalidade.

FUNÇÃO 2. Os mais pobres e necessitados de uma sociedade não deverão esperar bons serviços no tratamento de artrite reumatóide. Falta informação. Uma base de dados de doentes com artrite reumatóide visando garantir a segurança dos doentes, possibilitará desenvolver a pratica clínica e a investigação científica.

FUNÇÃO 3. Os ricos são opositores do estilo de saúde praticado no Serviço Nacional de Saúde porque este é mau e semi gratuito. As pessoas não pagam o custo do serviço. Só um serviço de saúde privado garante resultados. Olhem para nós. Não temos problemas desses porque pagamos a nossa saúde (excepto o treino e a criação de raiz de unidades de saúde, ou seja, excepto tudo…).

O discurso à nível simbólico é assim subvertido.

O condicionamento aos cidadãos é assim feito.

Nota1: na artrite reumatóide, e doenças derivadas, a plena especialização no seu tratamento é desencorajada em Portugal.

Nota 2: totalitarismo já não é um ditador mais um gang que o acompanha a criarem um estado policial, sem liberdades civis.

Agora totalitarismo é, arbitrariamente, usando meios tecnológicos, decidir segmentar, de facto, cidadãos, em pequenos pormenores como este.

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SISTEMA QUEIXA ELECTRÓNICA. OS ANTECEDENTES.

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Ontem entrou um artigo sobre a criação, por parte do governo português, de um sítio Internet que facilitava a queixa feita por cidadãos, de forma electrónica; cidadãos que “observassem um crime” poderiam denunciá-lo com toda a facilidade, com total “segurança” que o referido sítio Internet promoveria.

Importa pois, explicar, que esta ideia já teve antecedentes. E campos de treino…

Em 2007, por alturas de Fevereiro, salvo erro, já tinha existido um primeiro teste à passividade dos cidadãos, relativamente a esta questão e outras como esta.

Na altura criou-se um sítio Internet para promover a delação e cultivar o medo e a desconfiança.
A Fundação para a computação cientifica nacional – FCCN – um organismo estatal português decidiu, nessa altura, apoiar uma campanha.

Objectivo oficial: combater a pornografia infantil, a violência , o racismo veiculadas através da Internet.

Objectivo real: criar e desenvolver uma nova geração de denunciadores e delatores – legitimar estas acções como sendo normais e moralmente aceitáveis.

Na senda do progresso e das novas tecnologias, Portugal (tem) terá um site de Internet onde, para fins de treino e aperfeiçoamento destas competências importantíssimas para a vida do país, e para a prossecução da felicidade pessoal dos seus cidadãos, qualquer português será incentivado a delatar e a denunciar de forma consciente e inconsciente.

O sítio Internet em questão pode ser encontrado AQUI.
FCCN -INTERNET SEGURA 1

O sítio em questão apresenta várias características desagradáveis.

É um site onde se poderá fazer “oficialmente” denuncias de conteúdos ilegais. Passo a citar um excerto da noticia lá em cima enlaçada. “No site a ser criado, «jovens e adultos vão poder denunciar conteúdos pedófilos, de violência extrema ou xenófobos, e outros que alegadamente constituam crimes públicos…”

A democracia portuguesa (e europeia) continua o seu alegre caminho multicultural para a censura.
A FCCN prestou-se a ser a cabeça protectora que incentiva todos os denunciantes a obterem uns minutos de glória e a serem legitimizados; todos os ajustes de contas entre pessoas que não gostam umas das outras, e que sabendo que existe isto na Internet se podem denunciar; todas as pequenas irritações passarão a ter cobertura legal.

Até poderão ser feitos cursos de formação profissional com direito a entrega de diploma e tudo para formar profissionais competentes na área da delação. Uma nova industria está a nascer.150 000 delatores em creches - o futuro já começou

Na altura, para fazer o teste à mentalidade totalitária que está aqui camuflada, foi necessário arranjar um pretexto.
O pretexto foi a “pornografia infantil” , a “apologia do racismo” e a apologia da violência”.
Conceitos extremamente escorregadios (excepto a pornografia infantil) e onde cabe tudo e não cabe nada.

Mas é precisamente este “sentido lato” das coisas que coloca em perigo toda a gente e nenhuma gente.
Este blog, por exemplo, quando critica o governo, estará, segundo esta lógica a fazer a apologia da violência contra o governo. Este e outros blogs…

Quanto a Blogs e sítios racistas é o que menos falta há pela Internet portuguesa, estão abertos às dezenas e no entanto, pede-se às pessoas que os denunciem.

( E por “racismo” entendam-se blogs de brancos a atacarem pretos e de pretos atacarem brancos…)

Sem dúvida, porque as autoridades competentes estão demasiado ocupadas a trabalharem em comissões e reuniões de análise para repararem na existência desses mesmos sítios.

Quanto á pedofilia/pornografia infantil, a única maneira de a apanhar é através de investigações aturadas que, regra geral, não passam por ser feitas pelos participantes em actos de pedofilia que os “denunciem”…

Portanto resta achar que esta ideia foi apenas um ensaio para se criar o sítio da Queixa electrónica ontem mencionado.

Mais um pequeno golpe na liberdade e na democracia que o partido socialista promoveu conscientemente, tudo sempre, sob a capa da segurança…
Note-se, também as “entidades” que “patrocinam” o sítio em questão.

FCCN -INTERNET SEGURA 2- ENTIDADES

Como é necessátrio “dar credibilidade” ao sítio, chama-se entidades em que todos confiem.
Daí aparecer a APAV E O IAC, como “garantes ” da boa vontade e legitimidade das intenções por detrás deste sítio.É também “interessante” que apareça ali o Ministério da educação, aparentemente tão preocupado com a “apologia da violência” na Internet, mas tão pouco preocupado com a violência sobre professores na escolas.
São opções.
Também é interessante que apareça a Microsoft, uma empresa que é tudo, a nível informático, menos sinónimo de segurança em computadores e sítios Internet.

Quem quiser perceber porque é que a Microsoft é tudo a nível informático vai até AQUI e caso não seja intensamente estúpido percebe.
No sítio patrocinado pela FCCN também existe algures a expressão “outros”.Tradução: Outros = Todos.

Nota final 1.

Temos (tivemos em 2006) agora a instituição de um teste, para instituir os primeiros princípios( e delatores) de delação e denuncia através da Internet.

O motivo ( que arrasta todos os outros) : as crianças e a sua protecção.

Nota final 2.

Fico a aguardar que a FCCN patrocine um sítio Internet que proteja as crianças e denuncie conteúdos publicitários que visam fazer chantagem emocional sobre os pais para que estes acedam a comprar certas produtos desnecessários aos seus filhos.

Nota final 3.

Fico a aguardar que a FCCN patrocine um sítio Internet que insista na necessidade de se proibir publicidade especificamente destinada à crianças e que proíba o uso de crianças na publicidade.

Já que o problema primordial parece ser a “preocupação com as crianças”, então convém preocupar mo-nos com todas as dimensões do problema e não só com algumas.

Convenientemente escolhidas a dedo.

SISTEMA QUEIXA ELECTRÓNICA. DENUNCIAS E DELAÇÃO.

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QUEIXAS ELECTRÓNICAS - JORNAL DESTAK- DIA 18 MARÇO

O nosso magnífico governo (e o espírito totalitário que o anima…) criou; isto é, gastou dinheiro para o nosso bem. Alvíssaras.

Criou um sistema em que o cidadão, seja ele qual for, ao que parece, poderá queixar-se electronicamente de qualquer malfeitoria que tenha visto a acontecer ou dela tenha tido conhecimento.

Parece uma boa ideia. Não é.

Quando acedi à página em questão apareceu-me o aviso mostrado em cima, segundo o qual, o certificado electrónico de segurança do sitio em questão não seria válido. Tal demonstra desde logo o trabalho bem feito. Um sítio electrónico que pretende garantir confidencialidade nas queixas feitas por cidadãos, faz com que o nosso navegador de Internet (Firefox) responda: ” é impossível verificar a identidade de queixas electrónicas. mai.gov.pt como sítio de confiança.

(O sitio, em baixo no fundo, tem a indicação que está optimizado para IE7, firefox e opera…)

Ou seja… que nos diz que o sitio em questão até pode não ser …verídico…pode ser uma página duplicada…não originária da fonte nela indicada…

Numa outra interpretação bem humorada poderemos dizer que nenhum governo é de confiança, seja qual for a sua cor política; este avisa-nos disso mesmo; só temos que prestar atenção ao aviso…

Também existem várias dimensões do problema.

Uma delas é o incitamento a delação que isto pode provocar. (Assunto já tratado AQUI numa perspectiva diferente…) O incitamento à desconfiança permanente de todos os cidadãos uns dos outros. Se todos, generalizadamente, começarem a usar isto por tudo e por nada teremos uma mentalidade de delação ainda mais instalada do que já está. E que terá tendência a alimentar-se a si própria.

Esta era a mentalidade que vigorava pré 25 de Abril de 1974.

Vou citar baptista Bastos em 2007, num artigo chamado “socialismo da delação” (mesmo correndo o risco de me chamarem comunista, coisa que não sou…nunca fui.)

“…Quando um governo “socialista” promove a delação como conduta, e consubstancia a infâmia num folheto sórdido, tal acontece porque ainda nos encontramos moralmente enfermos. Logo após Abril, os números do aviltamento sobressaltaram os espíritos mais cândidos: quatro milhões de portugueses com ficha na PIDE, e cerca de quatrocentos mil informadores. Agora, na Socratolândia, propõe-se a setecentas mil pessoas que delatem, sugerindo-lhes que praticam uma acção moralizante quando se trata de procedimento desonroso. Este Governo, incapaz de cortar cerce a raiz da corrupção, avilta-nos a todos, ao acirrar à denúncia. E, ao incorrer no crime de corrupção moral, coloca-se na zona da delinquência que propugna punir.”

PORTUGAL PRECISA RECUPERAR 150000 MIL DELATORES

Outra dimensão é o próprio sistema conceptual que está por detrás.

Supostamente,

existem forças de segurança subdivididas nos seus mais variados departamentos e meios que,

teoricamente,

deveriam fazer este trabalho de recolher informação; “vigiar e monitorizar ” a existência de crimes e preveni-los.

Verifica-se que não. Verifico que terão que ser os cidadãos a fazer o trabalho das forças de segurança denunciando os hipotéticos ou reais crimes que assolam a pátria.

Afinal, para que é que existem forças de segurança? Se são os cidadãos convidados a fazer o trabalho delas?

Numa outra linha de análise, poderão espíritos sensíveis contra argumentar que ” certas percentagens de crime até desceram” em Portugal desde há 14 anos para cá.

No entanto o governo que nos garante que as percentagens de crime desceram é o mesmo governo que incentiva à criação de mecanismos como estes…visando denunciar outras certas percentagens de crime que … não desceram?

Então algo está a falhar?

Ou os objectivos passam por um outro tipo de controlo?

É um mistério…retire as conclusões quem quiser…acerca da securitização e da instituição de um Estado de segurança tentacular, mais forte controlo das pessoas, mais incentivo aos cidadãos a espiarem-se e denunciarem-se uns aos outros…

Depois existe a notícia Destak, que confirma desde a abertura, o uso massificado para a “técnica da denúncia”: 140 denuncias até Março 2008, das quais apenas 48 foram consideradas como sendo crimes.

Das duas, uma.

  1. Ou existiu um filtro muito apertado retirando da classificação de crime, uma série de denuncias;
  2. ou eram apenas denuncias feitas para “lixar o próximo” ou movidas por um qualquer pânico repentino.

Fosse qual fosse a situação isto não é bom.QUEIXAS ELECTRÓNICAS - 2

Entra-se no referido sitio e olhando para o menu do restaurante, existe uma lista de crimes e infracções que podem ser denunciadas.

Há aqui pérolas fantásticas.

Como sejam o “Roubo” ou o “Casamento de conveniência” ou os “danos contra a natureza”. Já nem esmiúço o resto…

Exemplo 1.

Sou roubado. Dirijo-me à esquadra de polícia mais próxima para participar. As pessoas tomam nota da queixa, dizem que não podem fazer nada e o assunto é arquivado daí a um ano ou dois.

Mas… agora… com a queixa electrónica isto será concerteza resolvido?!?!

Presencialmente, não é resolvido por queixa. Mas electronicamente, denunciado por um terceiro, será resolvido?

Exemplo 2.

O casamento de conveniência é brilhante.

O Estado português é que tem por obrigação, controlar isso. Suponho até que é por isso que existe registo civil de casamento, notários, bilhetes de identidade e verificações que se farão à posteriori….etc…

Aqui é dito aos cidadãos para irem dizer ao Estado, electronicamente, que outros cidadãos estão casados por conveniência. Por exemplo, imigrantes?

Ora porque é que eu hei-de arranjar chatices com terceiros denunciando-os por estarem a fazer uma ilegalidade que não me afecta a mim directamente?

Ah… tá bem, é porque devo ser um cidadão patriota… e cívico e ajudar o partido socialista no governo…

Isto são, aliás algumas das consequências da “incrivelmente mal feita política de imigração”. Incapaz a “esquerda moderna” de definir uma política de imigração com pés e cabeça, vem agora incentivar a que portugueses, presume-se, denunciem casamentos estranhos de estrangeiros ou de portugueses com estrangeiros…com o fim de arranjar a nacionalidade portuguesa ( europeia).

Era mais simples e mais barato alterar a política de imigração.

Mas depois… onde se iam arranjar ótarios para pagar a sumptuosidade da elite portuguesa através dos descontos que fazem e como se ia encharcar o mercado de trabalho com pessoas a quem é oferecido 400 euros de ordenado? Ou seja, como se conseguiria continuar a manter a política de deflação de salários?

Exemplo 3.

Outra engraçada, entre muitas outras, é a da poluição aparecer na lista das possíveis queixas electrónicas.

Todos os dias vemos inúmeros exemplos de poluição a ser feita. Basta olhar para os autocarros da Carris.

Deverei eu fazer queixa online da Carris? É uma dúvida que me atormenta…

E será essa queixa resolvida? Como? Proibindo-se autocarros de circular?

E poluição estética?

Continuando…

No espírito da administração aberta (coisa que a actual não é, antes pelo contrário) neste fantástico sitio de queixas electrónicas existe também uma zona (não, não é a zona do Stalker…) que nos manda para a legislação.

Isto é extremamente útil. A senhora Joaquina que vive em “Janelas Rombas de Cima” a quem alguém despeja 1 tonelada de lixo durante a noite no seu quintal ficará certamente agradecida por poder ir à Internet, ao Portal das queixas electrónicas, consultar o Código Penal…

Este é o estilo de pseudo administração aberta que este governo tenta incentivar…

QUEIXAS ELECTRÓNICAS - 3

Existe contudo sempre algo mais espantoso. Na imagem que se vê em cima do lado direito em cima existe “um mecanismo de camuflagem” ( esconda a sua visita) que impede que alguém perceba a nossa intenção de apresentar queixa.

Ao testar esta estrambólica página cliquei no referido subterfúgio da invisibilidade.

Fui dar ao portal do Sapo. ?!?!?!?!

Eu estava à espera de ir dar aos subterrâneos de um castelo medieval e fui dar ao portal sapo… Ok, nem sequer vou tentar perceber o estranho mecanismo retorcido que aqui está…

Mas o pior de toda esta lógica está para vir e demonstra a desonestidade destas pessoas, deste sistema, até mesmo para um leigo como eu, em informática.

Este site tem uma política de privacidade. Transcrevo uma parte, a das informações:

————-

“”” Que Informações recolhemos?

Recolhemos vários tipos de informação, dependendo de como usa o sistema.
Quando faz o registo da queixa, recolhemos o seu nome, morada, endereço electrónico, número de telefone e número de documento de identificação, entre outros.
Não é mantido qualquer histórico de apresentação de queixas.
Também poderemos recolher informação sobre a sua utilização do site para fins de análise com o objectivo de melhorar a sua experiência no site.

Exemplos da informação que poderemos recolher e analisar incluem o endereço do protocolo da Internet (IP), usado para ligar o seu computador à Internet; informação acerca do computador e da ligação, tal como o tipo e a versão do browser, o sistema operativo e a plataforma e a ligação para, através e desde o sistema, incluindo a data e a hora.”””

—————-

Chamo a atenção para o que está sublinhado. e para a conversa escorregadia que aqui está.

A azul está a conversa encriptada. Podiam dizer caso fossem minimamente sérios, que inserem cookies no computador de quem visita a página em vez desta conversa de chacha. É isso que ali está a azul.

O que significa que controlam, de facto, a identidade de quem faz a denuncia.

A parte a azul claro basicamente significa que tudo o que um computador debita para um fornecedor de acesso à Internet e respectivo servidor, é verificado/gravado por estes senhores. Data e hora.

O que permite exactamente saber-se quem e onde, foi feita a denuncia. Tendo em conta que este país é um queijo cheio de buracos, saber-se-á sempre quem foi.

Também é dito que não se mantém histórico de queixas. Por escrito, não. Electronicamente fica gravado em dados digitais (que podem ser imprimidos ou copiados). Isso é destruído? Ou não? E quem tem acesso?

Agora imagine-se o seguinte e cru exemplo: denuncia-se um casamento de conveniência de uma prostituta com um membro da máfia russa ou similar.

Alguém ingénuo e mal informado denuncia isso. Arrisca-se a acabar baleado precisamente porque, entre muitas coisas, o próprio sistema electrónico de denuncias deixa rastos demasiado visíveis para que não sejam detectados.

Isto, ao mesmo tempo, que “garantem confidencialidade na apresentação da queixa.”

Não sei se isto é pura estupidez e irresponsabilidade ou apenas sacanice…

Tenho algumas dificuldades em perceber como é que se garante confidencialidade de apresentação de uma queixa estando ao mesmo tempo a gravar IP´s de computador e restante situação descrita.

Estamos pois, perante um conceito novo: a anonimidade conhecida.

PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO.4

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Finaliza-se hoje a muito pouco aguardada parte final da série: Plano estratégico de turismo nacional. Esta é a parte 4 onde descobriremos o resto da opção política nacional de transformar 15% da população portuguesa em lacaios semi escravos, nos sectores de turismo e serviços, especialmente o Golfe.

No artigo 1 que se pode encontrar AQUI tínhamos que:

” Como povo, somos vitimas de uma mistificação nacional.

Foi “decidido” internacionalmente; com a ajuda do sentimento de inferioridade, desejo de agradar, recompensas em bens materiais e prestígio, e temor reverencial dos políticos portugueses – da actual classe política – que deveria Portugal aceitar ser pobre, ser um país de “serviços”, um país de turismo, um país de mão de obra apenas qualificada para esses sectores.”

No artigo 2 que se pode encontrar AQUI tínhamos que:

Eram analisadas, respectivamente as partes 1, 2, 3 do Plano estratégico nacional de turismo nas suas mais variadas vertentes, especialmente a questão de transformar 15% da população portuguesa em trabalhadores na área do turismo ( e serviços).

No artigo 3 que se pode encontrar AQUI tínhamos que:

a análise ia da parte 3 até à parte 7 e focava o facto de o Golfe e os resorts serem um “tema de conversa sistemático” dentro do Plano Estratégico Nacional de Turismo com os mais variados objectivos geográficos preenchidos com a criação de campos de golfe por tudo o que era sitio e local.

EM BAIXO: CONCURSO “DESCUBRA AS DIFERENÇAS” ( e ganhe um campo de golfe perto de casa como prémio…)

25 de abril  - dia da liberdade

25 de abril  - dia da liberdade - e do golfe livreNeste artigo 4 temos o resto da análise começando pela parte 8 do plano estratégico nacional de turismo…

Na parte 8 do Plano surgem as preocupações com o ambiente. Legislação que não tenha preocupações com o ambiente não é legislação; é de bom tom…

Cita-se e trunca-se uma parte:

“…A existência de hospitais e outros serviços de saúde, nas regiões definidas como prioritárias, com capacidade adequada para dar resposta à procura originada pelos fluxos turísticos é um elemento decisivo para a capacidade de atracção sustentada de mercados mais diferenciados. O planeamento da oferta de serviços de saúde deve atender também aos objectivos agora definidos.”

Tendo em conta os recentes encerramentos de unidades hospitalares, e tendo em conta o que vem dito nesta resolução, e fazendo uma analogia, concluímos que existem regiões, isto é, pessoas que vivem nessas regiões que são consideradas como não prioritárias, uma vez que estão fora das zonas prioritárias – as dos resorts e do Golfe.

Isto porquê? Porque os recursos são escassos. Se são escassos, e se existe um Plano estratégico de turismo isso significa que irá ser dada primazia em investimentos públicos às áreas turísticas em detrimento das áreas não turísticas. Logo, o dinheiro a ser destinado de forma uniforme para todo o território nacional já não o será,mas apenas terá como prioridades certas áreas…… prioritárias.
color: #000000″> E assim se ataca a coesão nacional alegremente definindo planos estatais estratégicos que DE FACTO isolam populações, servindo para criarem zonas turísticas para as quais os melhores recursos são destinados e outras zonas onde … não existirá nada mais que do que o mínimo dos recursos disponíveis. (Existirão pobres de primeira e pobres de segunda…)

Note-se ainda o seguinte:

“…Destaca-se a necessidade de assegurar a limpeza e despoluição ao nível do solo, subsolo, água e ar, o controlo dos níveis de ruído, de assegurar boas condições de saneamento e também a eliminação de depósitos de entulho nas margens dos rios em áreas turísticas…”

È-se forçado a concluir que os sítios que não tenham interesse turístico, e tenham más condições de saneamento serão deixados assim, tal qual estão. O ordenamento do território não será um imperativo ético e lógico, antes será apenas feito por interesses turísticos (isto é, dinheiro…).

Na parte do “Plano” designada por parte 9 temos que:

TURISMO 9 - PLANOESTRATÉGICO NACIONAL
…e que estabeleça parcerias com escolas internacionais de referência e com empresas do sector e que promova actividades de investigação na área da gestão da hospitalidade segundo as melhores práticas internacionais.
Deve ainda ser seleccionada uma escola regional por região que dinamize a geração de conhecimento e ofereça formação turística.
Por fim, é necessário estimular o desenvolvimento curricular e os estágios de alunos de várias áreas disciplinares (por exemplo: arquitectura, gestão, engenharia) no sector do turismo e fomentar a especialização em domínios de interesse para o sector.

Ideia 1:
Como grande parte das escolas de gestão turística hoteleira até estarão ligadas a grupos de hotelaria internacionais, o que aqui está será apenas mais uma forma de “atrelar” a formação turística especificamente aos interesses de formação e de remuneração de futuros empregados a formar, por parte das entidades empregadoras multinacionais.

Ideia 2:
Também gera outra ideia aqui altamente perigosa mas de acordo com a lógica que aqui está.
Trata-se da ideia destinada a baixar – de forma artificialmente controlada – remunerações.
Utilizando a “profusão” de escolas. “Uma escola regional por região…”
Ao final de 5 anos o número de formandos será largamente excedentário no sector; isto é existirá um excesso de oferta de profissionais da área turística.

  1. Consequentemente os ordenados baixarão.
  2. Consequentemente teremos inúmeras pessoas que acreditaram em mais uma “oportunidade de formação ” a serem defraudadas por isto mesmo.
  3. Consequentemente irão existir pessoas fora a emigrarem para fora. As pessoas são parvas mas não totalmente…

Quem fica a ganhar? As cadeias internacionais de hotéis, que por um custo baixo, terão um mercado aberto e profissionais amestrados disponíveis para trabalhar por pouco; o Golfe, os resorts que passarão a ter funcionários altamente qualificados a trabalhar por meia dúzia de cêntimos.

Ou seja, uma forma semi moderna de escravatura.
Qual é o interesse disto para o país?
Absolutamente nenhum.500 000 BOLAS DE GOLFE EM CRECHES ATÉ 2009
Na parte 10 entramos na:

10 — Promoção e distribuição
Implementar uma abordagem inovadora na promoção e distribuição. No que respeita à promoção e distribuição, existe necessidade de inovar e de comunicar uma proposta de valor diferenciada, actuando em segmentos alvo por mercado emissor. É fundamental um maior enfoque no canal Internet e na gestão pró-activa da relação com os prescritores. A prioridade de promoção deve ser o destino Portugal.

“…na comunicação dos seus elementos diferenciadores—«clima e luz», «história, cultura e tradição», «hospitalidade» e «diversidade concentrada».

Estão a ver ( os poucos gatos que lerem isto) como somos todos estúpidos que nem uma porta? (Até existem as palavras “enfoque ” e prescritores…só falta a palavra “Vitualhas” para isto ser alta literatura…)

Diz-se no Plano em “abordagem inovadora”. E depois desce-se duas ou três linhas e diz-se “comunicação dos seus elementos diferenciadores.

Ou seja, o sol de Portugal é diferente do sol de Espanha, porque é um elemento diferenciador, assim dito no Plano estratégico de turismo nacional. Diria mesmo mais: só aqui é que há sol diferenciado… Já agora: o que é que será diversidade concentrada?

PARTIDO DE RESISTENCIA ANTI-PRÓ GOLFE E ANTI CRICKETEntretanto e continuando a descer ( nesta resolução é tudo a descer…) na resolução 53/2007 que dá origem a estes 4 posts/artigos surge, a necessidade de dar a ganhar dinheiro a terceiros e de exacerbar a vaidade auto promocional dos nossos governantes, assessores, etc…manifesta-se…

“…O conjunto de meios (mix) de promoção deve reflectir a necessidade de atingir o consumidor final, o que deve ser feito através de comunicação directa, mas também
através de prescritores. Para a promoção directa ao consumidor final, para além do canal Internet, devem ser privilegiados os canais especializados (por exemplo:revistas temáticas, canais de televisão especializados), e utilizada uma abordagem inovadora e oportuna (por exemplo: promovendo a presença de Portugal em filmes ou em programas televisivos de grande notoriedade e divulgando a presença de personalidades mediáticas em Portugal).”

Tudo evidentemente, coisas baratas e inovadoras. É absolutamente inovador promover Portugal em filmes ou programas televisivos; ninguém no mundo inteiro faz isso, só nós…temos o exclusivo e esta ideia…

Santa paciência …

Gosto também neste plano do amontoado de expressões inglesas ao longo do mesmo: Mix´S, workshops, open spaces, marketings, todos coabitam numa alegre confusão…anglofónica…

Observe-se mais adiante ainda que :

“…A eficácia e eficiência da estratégia é monitorizada com base em indicadores para avaliar o impacto de cada acção e aperfeiçoar o conjunto de meios (mix) de promoção de cada mercado. Portugal deve ainda ter uma participação activa nas organizações internacionais de turismo, bem como procurar o desenvolvimento do relacionamento institucional com os países de língua portuguesa

Ah ganda Mix, que tens direito a estar em dois lados e ser citado duas vezes…

Na parte 11 entre muita conversa para encher chouriços e morcelas temos que:
“…Por outro lado, deve ser revisto o processo de licenciamento turístico, assegurando um licenciamento de projectos turísticos transparente e ágil, em particular para os projectos com maior potencial de criação de valor para o turismo, nomeadamente através da integração e simplificação da legislação reguladora do acesso e exercício da actividade turística, da revisão de prazos processuais e mecanismos de decisão, e da criação de «via-rápida» para projectos de alto valor acrescentado, sem prejuízo do cumprimento da legislação em vigor e da sua adequada inserção ambiental e territorial.

Tradução: os grandes projectos de turismo, presumivelmente internacionais serão decididos rapidamente, provavelmente em conselho de ministros, que é para serem rapidamente aprovados, fazer-se a propaganda do costume relacionada com os “empregos” que irão ser criados, e demais demagogia do mesmo tipo e lamber as botas depressa aos estrangeiros investidores…

ALGARVE EXTRA 1

ALGARVE EXTRA 2

NOTA: ESTE É UM CARTOON FEITO POR RUI PIMENTEL PARA O JORNAL SEMANÁRIO “O JORNAL” EM E PUBLICADO NA EDIÇÃO DE 4 DE SETEMBRO DE 1992. A PARTE A AZUL FUI EU QUE ACRESCENTEI BEM COMO A FOTOGRAFIA DO SENHOR … ACHO QUE SE PERCEBE…..O AR RASTEJANTE DA PARTE DE BAIXO DO CARTOON COM A SEGUNDA CABEÇA DO FUNCIONÁRIO LACAIO…

E em seguida passamos para o item IV deste plano onde está, resumida toda a lengalenga anterior do plano estratégico nacional de turismo.

PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO- O FIM

Como se vê na imagem:

“atrair investidores de referência internacional”

” uma cultura de excelência de serviço no sector do turismo”

“reforçando a componente de hospitalidade por parte da população”

“o objectivo é o desenvolvimento de uma cultura nacional de turismo”

sendo para isso necessário demonstrar a importância do turismo para a economia nacional e os seus efeitos positivos etc e tal.

Tradução: formação de lacaios dóceis e hospitaleiros que ganhem pouco e trabalhem muito para os investidores internacionais.

Maneiras de o fazer: pressupõe a lavagem ao cérebro da população falando em “”cultura nacional de turismo” e acenando com os benefícios positivos da mesma mandando a cenoura do “ambiente e da melhoria da qualidade de vida” das populações como sendo os supostos bens que viremos a ter com a cultura nacional de turismo.

PAULO GUINOTE-EDUCAR-MESTRADO DE GOLFE

O post onde isto foi desvendado pode-se encontrar AQUI

PARTIDO SOCIALISTA actual e ALA CAVAQUISTA DO PSD. OS OLIGARCAS

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Após três décadas de democracia, estamos a assistir a uma reconfiguração do poder político. Essa reconfiguração assenta em dois pilares: o actual PS e a ala cavaquista do PSD. Incapazes de segurarem este arremedo de estado social, essas duas facções do poder tecnoburocrático uniram-se para procederem à maior transferência de riqueza de que há memória nas últimas três décadas.
Essa transferência de riqueza é absolutamente crucial para a manutenção dos privilégios dos oligarcas. Os professores, por serem 140000 e por estarem sistematicamente divididos enquanto grupo profissional, foram os escolhidos para a realização desse processo de transferência de riqueza.
Dentro de meia dúzia de anos, dois terços dos professores não passarão do meio da carreira e estarão condenados a trabalharem até aos 65 anos (ou mais) com um salário inferior ao de um sargento. Para que essa transferência de riqueza se realize sem sobressaltos para os oligarcas, é necessário que o poder político limite ou anule a liberdade de expressão nos espaços e organismos públicos.
A escola pública tem sido um espaço de eleição para o exercício das liberdades. Com ameaças de processos disciplinares, exacerbação dos conflitos entre professores titulares e não titulares e uma política oficiosa de guardar segredo sobre tudo o que se passa nas escolas, o poder político foi criando as condições ideológicas e repressivas para que essa transferência de riqueza se continue a fazer de forma doce.
O objectivo é fazer parecer essa transferência como natural, de modo a que as próprias vítimas do processo de pauperização e proletarização a aceitem como inevitável.
Se lerem A Política de Aristóteles, está lá tudo o que é preciso saber sobre o processo de perversão da democracia e a sua transformação em oligarquia. Em Portugal, esse processo está em marcha.

Post retirado deste blog, conhecido via As minhas histórias

Frases chave deste post:

1.

…duas facções do poder tecnoburocrático uniram-se para procederem à maior transferência de riqueza de que há memória nas últimas três décadas.

2.

Essa transferência de riqueza é absolutamente crucial para a manutenção dos privilégios dos oligarcas.

3.

Os professores, … foram os escolhidos para a realização desse processo de transferência de riqueza.

4.

Para que essa transferência de riqueza se realize … é necessário que o poder político limite ou anule a liberdade de expressão nos espaços e organismos públicos.

5.

O objectivo é fazer parecer essa transferência como natural, de modo a que as próprias vítimas do processo de pauperização e proletarização a aceitem como inevitável.

———————

OLIGARCA/ OLIGARQUIA:

Aquele ou aqueles que defendem que o Poder, dentro de uma sociedade, deve estar concentrado num pequeno número de pessoas.

O poder político, social, económico geram( deverão gerar) uma consonância de objectivos entre aqueles que detém estas 3 características de poder na sociedade.

O sistema ideal do ponto de vista do (s) Oligarcas(s) é simultaneamente ter aspectos de uma teocracia, uma plutocracia e uma autocracia.

A) a Plutocracia é um sistema em que o Poder é exercido pelos mais ricos.

B) Autocracia é um poder exercido como “um governo por si próprio”. O poder é dado por “Deus” e é absoluto, irresponsável, ilimitado. O poder do autocrata não conhece limites excepto, os dele próprio e os divinos.

C) A Teocracia é o poder conduzido e o governo orientado por um líder ou grupo que se apresenta como sendo uma sacerdote ou que governa segundo a inspiração de uma divindade. Já existe uma derivação disto; a Clerocracia.

O actual governo tem características disto bastante vincadas e legisla de acordo com esta lógica.

Sobre este assunto AQUI já se tinha falado, embora sob uma lógica algo diferente

PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO. 3

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Na parte 1, que pode ser encontrada AQUI, tínhamos as impressões iniciais do PLANO.

  • O turismo como uma área decisiva…

Na parte 2 que pode ser encontrada AQUI tínhamos a lógica por detrás do plano estratégico nacional de turismo relacionada com as 2 primeiras partes do mesmo, subdividida a análise.

A parte 4 (e última) pode ser encontrada AQUI

e Hoje temos as linhas orientadoras para as regiões… e restante desde o ponto 3 até ao ponto 7 deste grandioso plano de golfe nacional de turismo

PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO- AS REGIÕES

Estão a ver? É um portfolio… cheio de adjectivos e objectivos, um “vasto programa” encharcado de imensas coisas a fazer… depois essas imensas coisas são segmentadas em “partes e aspectos” que são mesmo para realizar e para os quais há campanhas e dinheiro, e outras partes e aspectos que apenas estão dentro do plano para “encher” e fazer tamanho e dar a ideia que isto é um plano integrado para todo o pais.

O que é engraçado nesta resolução é que o “Algarve” aparece sempre em primeiro lugar… em todas as definições; é a região que aparece sempre à cabeça deste plano… Porque será?

No Algarve, e como somos todos estúpidos incluindo os turistas estrangeiros, verificamos pela resolução, que existe uma definição e uma tendência para apresentar o Algarve e o seu produto “sol e mar” como sendo algo de especial em Portugal.

E como só em Portugal o “Sol e Mar” são especiais, e diria mesmo mais; só aqui é que existe “Sol e Mar”os turistas estrangeiros verão isso ( não verão nada de especial nos outros sítios onde existe “Sol e Mar”, só aqui…) e virão para cá porque o plano nacional estratégico de turismo assim o diz, assim o determina.

Por lei decreta-se que o produto “Sol e Mar” é melhor do que o produto “Sol e Mar” de outros lados.

Se eu fosse dado a grandes filosofias diria que é um imperativo categórico…

Como já se vê e se retira da imagem acima no Algarve temos:

  1. sol
  2. mar
  3. golfe
  4. turismo de negócios.

Tudo coisas que não existem no Algarve actualmente… Foi preciso chegar o PS 2005 ao poder para nos abençoar com a boa nova e estas coisas passarem a existir.

Passemos a Lisboa.

Alínea B) Aqui temos:

… produtos circuitos turísticos (touring) cultural e paisagístico, estadias de curta duração em cidade (city break) e, em menor grau, pelo turismo de negócios. O golfe deve contribuir para a redução da sazonalidade. Lisboa possui ainda boas condições para o sol e mar, o turismo náutico, o turismo de natureza, a saúde e bem-estar e a gastronomia e vinhos.

  • Existe Deus que para os crentes está em todo o lado.
  • Existe o Google que no mundo digital parece que está em todo o lado.

E no plano nacional estratégico de Turismo nacional existe um Deus próprio e particular chamado Golfe uma entidade omnisciente que aparece em todos os lados…

Alínea C)

Esta alínea é dedicada à Madeira, o país independente que temos a cargo.

e … mas que grande surpresa ….

“… Os produtos turismo de negócios e turismo náutico (cruzeiros) devem contribuir para a redução da sazonalidade. É também alargado o conjunto (portfolio) de produtos, apostando na saúde e bem-estar, conjuntos turísticos (resorts) integrados e turismo residencial (Porto Santo) e golfe.

Confesso que não estava à espera do Golfe… (ironia) nem dos resorts…

Alínea D)

A cidade do porto.

…são as estadias de curto prazo em cidade (city break), o circuito turístico (touring) cultural e paisagístico e o turismo de natureza.

Tradução: não há nada para oferecer no Porto, ( ou seja Golfe e resorts) é uma cidade abandonada turistícamente, então avança-se para a conversa redonda: paisagem, natureza, etc, complementada com vinhos e gastronomia ( não copiei tudo senão ficava longo). Ou seja: está aqui para encher… o Porto foi deixado morrer à sua sorte…

Alínea E)

Dedicada à parte Centro do País.

Esta é outra zona que foi deixada morrer em termos industriais-agrícolas. Temos a conversa da treta do costume – paisagem, gastronomia, resorts, turismo residencial, etc, e:

...conjuntos turísticos (resorts) integrados e turismo residencial, golfe, saúde e bem-estar e gastronomia e vinhos. De destacar ainda a importância de oportunidades de vendas cruzadas (cross-selling) com as regiões de Lisboa e Porto e Norte para aumentar o número de turistas estrangeiros.

E temos o novo Deus omnipotente e omnipresente: o Golfe.

A fantástica quantidade de campos de golfe e de agua necessária para eles não é mencionada, isto num país que tem problemas de seca no verão…por exemplo…

Note-se também a questão da “saúde e bem estar”. Isto é uma conversa camuflada destinada à promover lares de terceira idade para portugueses pobres ou indigentes ou para cidadãos de classe média alta, consoante os tipos de lares e o poder de compra. É uma zona que servirá de depósito de lixo humano – assim considerado.

Ou seja, em termos de análise de subdivisão de trabalho aplicada a este país, a zona centro é o depósito de unidades de saúde de rectaguarda- de criação de uma zona de “velhos”, de uma zona pobre, com bolsas de riqueza nela contidas, mais o respectivo caciquismo autárquico e político local…

A alínea F)

é dedicada aos Açores. Citemos:

“…Nos Açores, a aposta prioritária para o crescimento de curto prazo são os produtos turismo de natureza e circuito turístico (touring) cultural e paisagístico, apoiados pelos produtos turismo náutico e saúde e bem-estar.

O golfe, enquanto produto complementar, reforça a proposta de valor global do destino.”

Nesta altura importa voltar a fazer uma pequena lição de teologia:

DEUSES

Ou seja, são as três entidades que parece estarem em todo o lado…

Na alínea G)

dedicada ao Alentejo temos que:

“…entre um ambiente tranquilo e uma região de animação turística, com diversas actividades ao ar livre. Assim, o produto chave da região é o circuito turístico (touring) cultural e paisagístico, secundado pelo sol e mar. O golfe, o turismo náutico, a saúde e bem-estar…

Mais palavras para quê?

Passemos à parte 4 desta resolução:

Na parte 4 desta resolução parece que temos pólos e são 6 ao contrário das lições de Geografia que dizem que são dois:

POLOS - 6

A) Douro

Devem ser desenvolvidos “…três produtos turísticos—circuito turístico (touring) cultural e paisagístico (inclui os cruzeiros fluviais), gastronomia e vinhos e turismo de natureza.”

Nota: Estão a ver: diz-se três produtos e escrevem-se 5 produtos…

O “Porto” aqui passa a chamar-se “Douro”

e ainda:

“…Ao nível da oferta, deve ser promovida a instalação de hotéis de referência adequados a uma procura com elevado poder de compra, bem como a oferta de serviços de apoio ao turista;”

Sempre hotéis de luxo, sempre industrias não produtivas de nada, e que apenas geram empregos que parecem qualificados e não o são…

B) Serra da estrela: aqui quer-se fazer um mercado de neve com “resorts…( suponho que a neve portuguesa seja especial comparada com as outras neves de outros sítios…)

C) um circuito turístico do Oeste deve desenvolver-se.

O Oeste era uma zona agrícola e industrial. Agora é uma zona turística. E cite-se:

“…O pólo turístico do Oeste deve tornar-se a prazo num interessante destino de turismo residencial na Europa, dotado de uma oferta hoteleira e de serviços de qualidade assente no potencial da região, mas sem massificação. Devem ser estabelecidas prioridades em relação ao desenvolvimento de três produtos turísticos: complexos turísticos resorts) integrados e turismo residencial, golfe e circuito turístico (touring) cultural e paisagístico.”

Tradução: O golfe sempre o golfe…. alguém reparou na quantidade de agua que vai ser precisa?
Alguém reparou que esta enorme quantidade de agua vai por uma tremenda pressão sobre o fornecimento de agua e que por via disso, a tendência será de aumentar preços e privatizar a agua para que depois ela exista primordialmente para sustentar o golfe?

Tradução 2: turismo residencial. Isso significa que se evoluirá para uma situação em que se procurará atrair reformados do norte da Europa para virem viver para cá. Daí a conversa de “mas sem massificação”.

Massificação lembra os kasbah´s , que horror… É preciso é criar uma área especial e reservada… uma zona neutra e semi despovoada para criar guetos culturais e habitacionais, uma versão do ” condomínio fechado “ urbano, mas aqui aplicada a toda uma região. Um pouco à semelhança do que acontece na região algarvia do Alvor…

Mais tarde ou mais cedo as assimetrias de rendimentos e o sentimento de humilhação dos naturais em relação a estrangeiros tenderão a aumentar.

Os portugueses sentir-se-ão como convidados na própria casa.
Esta política não augura nada de bom, no que toca ao despertar de movimentos nacionalistas…

Nessa altura os “democratas de esquerda” (e alguns de direita) proporão uma fronda de cidadãos contra os malandros de extrema direita( ou da extrema esquerda ou o que aparecer…), esquecendo-se, convenientemente, que tem sido a implementação de políticas destas, sistematicamente, que levam as coisas para o sítio onde elas estão…

É da natureza humana existirem conflitos quando se põem lado a lado pessoas muito ricas oriundas de um país “estrangeiro” e outras pessoas naturais de um país a serem na sua maioria pobres e ou vistas e tratadas como cidadãos de terceira categoria.

A inveja levanta sempre a sua feia cabeça e os sentimentos latentes e verdadeiros de discriminação surgem e disseminam-se.

D) o pólo turístico do alqueva.

O pólo agrícola do alqueva – aquilo para o qual a barragem foi construída não está, saiu de férias

fornecer agua à agricultura ao que parece não é uma prioridade.

Talvez porque na realidade a barragem nunca tivesse sido concluída para isso mesmo.

Mas esse foi o pretexto usado.

Passa-se a citar:

“…por exemplo, o maior espelho de água da Europa e a proximidade de Évora, cidade património mundial—que permitem um forte desenvolvimento económico e uma melhoria da imagem de Portugal como destino. O Alqueva, que deve ver o seu desenvolvimento turístico associado às potencialidades do rio Guadiana, tem condições para desenvolver uma oferta de qualidade de circuito turístico (touring) cultural e paisagístico, complexos turísticos (resorts)integrados e turismo residencial (incluindo golfe)…”

Deus do Golfe , eu te abençoo… pela tua constante omnipresença nesta resolução… salvé, Deus do Golfe…

E) alínea destinada ao litoral alentejano.

e para variar a refeição:

“…O Litoral Alentejano possui um conjunto de recursos que permitem apostar no sol e mar, circuitos turísticos (touring) cultural e paisagístico, golfe e complexos turísticos (resorts) integrados e turismo residencial,

É extraordinário a quantidade de campos de golfe e resorts turísticos previstos nesta resolução em todas as áreas do país… extraordinário. Não me canso de o citar…

F) Porto santo

“…Tendo em conta as potencialidades turísticas do pólo, devem ser estabelecidas prioridades em relação ao desenvolvimento de três produtos turísticos: sol e mar, circuito turístico (touring) cultural e paisagístico e golfe.

GOLFE 1- PORTUGALAMIGO

Após os pólos, passemos ao número 5 deste plano de golfe nacional de turismo

O numero 5 deste plano tem a ver com as acessibilidades aéreas.
Adequar aeroportos e as suas ligações, correlacionar isso com museus, apostar em museus do fado e do azulejo. (Mais tarde , suponho em museus do Golfe…)

Tudo “coisas” que dão origem a empregos altamente qualificados como já se vê…(ironia); é uma parte do plano que está aqui apenas para encher; não tem quaisquer medidas nela previstas e apenas consiste em generalidades e banalidades umas atrás das outras.

Não mete Golfe… daí ser curta a retórica da parte em questão…

Passemos à parte 6 do plano:

Os “eventos”

Esta é a ideia mais desastrosa que há.

Todos nós nos recordamos do estouro de dinheiro que aconteceu com os dois últimos eventos…

PLANO DE TURISMO -PARTE 6 -EVENTOS

Não só nos recordamos do estouro de dinheiro como temos a proposta extraordinária de “mais eventos”
Estão a ver como é fixe gastar o dinheiro de impostos?

A cada década fazer um a dois eventos.

Proponho que não fiquemos por aqui, sejamos mais ambiciosos: a cada dois meses organizar uma Expo e um europeu.

Não faço a coisa por menos.

Isto é a completa irresponsabilidade a governar e a definir objectivos.
É “isto” que temos que aturar do pessoal política corrupto que temos.

O dinheiro para sustentar este proxenetismo vem de onde?

  1. Isso não interessa.
  2. É preciso é organizar “Eventos”.
  3. Isto é a auto proclamada esquerda democrática no seu pior…
  4. e o seu pior é sempre mau.

Passemos à parte 7 do plano:

A parte 7 do plano é um conjunto de banalidades cheias de profunda estupidez, um discurso harmonioso cheio de lugares comuns acerca da literatura portuguesa e outras tretas.

Um exemplo de poesia jurídica dali retirado:

“…A história e cultura portuguesas, a literatura e a música devem ser plataformas de diálogo que enriquecem e incentivam a leitura do conteúdo de museus, monumentos, conjuntos e sítios das diferenciadas áreas rurais e aéreas urbanas.
É ainda necessário aumentar interesse dos turistas estrangeiros na história e cultura portuguesas, por exemplo, pela disponibilização dos monumentos para a fruição pública optimizada, como lugares de encontro e celebração dos eventos e acontecimentos de carácter histórico, artístico e cultural.”

Estão a ver?CARTAZ GOLFE-POVO-MFA
Plataformas de dialogo.
Estão a ver?
Fruição pública optimizada.

É também necessário aumentar o interesse dos turistas estrangeiros na pátria.

O facto de os estrangeiros terem tanto interesse por isto como se tem por bosta de cavalo é algo de somenos importância na grandiloquência deste grande plano quinquenal... nacional de turismo.

E é claro que o objectivo é outro ou seja, mexer nos horários de museus e companhia limitada e justificar com os “estrangeiros”turistas:

” A visita deve ser transformada numa experiência, tornando o turista num elemento activo, devendo-se para isso integrar a oferta—por exemplo, a criação e o reforço de rotas temáticas—e apostar nos museus que apresentem conteúdos distintivos—por exemplo, museus do fado e do azulejo.
Finalmente, é importante implementar, através dos bens culturais (museus e monumentos) e da paisagem disponíveis, âncoras de desenvolvimento regional, apostando na sua promoção integrada e sustentada através da criação de rotas, itinerários e circuitos.
O conceito da riqueza da gastronomia portuguesa deve ser reforçado, criando pratos de referência a nível nacional, utilizando nomeadamente os produtos de qualidade certificada, e fomentando e promovendo a qualidade dos estabelecimentos de restauração, preparando
os restaurantes para a recepção de turistas internacionais.”

É interessante verificar que existe um discurso sistemático na sociedade proveniente das empresas e de políticos destinado a incentivar-se a baixar salários.

Portanto não se vê como é que se pagarão salários decentes a profissionais qualificados para que estes transformem “o turista num elemento activo”, entre outras coisas…

Nada, mas nada se diz acerca de produção de produtos nacionais.
Só de serviços e turismo com diferenciação e “acrescento de valor”.

Ou seja, um país minúsculo vai apostar reservas de dinheiro e investimentos para formar lacaios com formação técnica e profissional para serem bons serviçais semi indiferenciados e prestarem serviços ao turista- essa nova quimera a alcançar.

Amanha: em princípio sairá o resto desta vigarice travestida de plano de turismo estratégico nacional, que me deu um asco enorme de analisar.

PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO. 2

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Plano estratégico nacional de Turismo. Resolução 57/2007 (continuação)

Pode ser encontrada AQUI a primeira entrada.

A terceira parte deste post pode sempre ser encontrada AQUI

A quarta parte (e última) desta magnifica série encadernada pode ser encontrada AQUI

Parte 1 do Plano.

É dito na resolução que “o turismo representa 11% do Pib nacional”. Em seguida passa-se para o wishfull thinking. Seguido da traição, da mentira e da decepção. O objectivo é passar para 15% do Pib nacional.

Parte 2 do Plano.

Na parte dois afirma-se que “Portugal deve ser um dos maiores destinos na Europa”

A expressão deve ser é cientifica. Deve ser porque sim. Afirma-se que deve constituir um dos destinos de maior crescimento da Europa baseado em “crescimento de valor” (oferecido ao turista) e mais uma série de mistificações do mesmo estilo.

Cita-se uma parte deste programa totalitário/de humor

” O desenvolvimento do turismo deve estar baseado na qualificação e competitividade da oferta, alavancado na excelência ambiental e urbanística, na formação dos recursos humanos e na dinâmica e modernização empresarial.”

” A proposta de valor de Portugal aposta nos factores que mais nos diferenciam de outros destinos concorrentes—«clima e luz», «história, cultura e tradição», «hospitalidade» e «diversidade concentrada»—e em elementos que qualificam Portugal para o leque de opções dos turistas—«autenticidade moderna», «segurança» e «qualidade competitiva».”

A azul carregado estão os verdadeiros objectivos: a formação de uma força de trabalho de serviçais nativos + betão e construção civil.

Agora vem a PARTE EXTREMAMENTE GRAVE DESTE PLANO.

Portugal ambiciona crescer anualmente o número de turistas em 5% — ultrapassando os 20 milhões de turistas estrangeiros em 201 5— e as receitas em cerca de 9%—superando os 15 mil milhões de euros. Desta forma, o turismo contribui positivamente para o desenvolvimento económico do País, representando, em 2015, mais de 15% do PIB e 15% do emprego nacional.

A nível mundial o turismo é dominado por 4 grandes cadeias internacionais de hotéis, todas elas multinacionais.

15% do PIB nacional estará – tendencialmente – nas mãos de 4 cadeias de hotéis internacionais.

15% do emprego de portugueses (ou outros), será no sector turístico. A maior percentagem de emprego será em empregos de qualificação menor.

Estão pessoas, cidadãos portugueses, neste momento, a estudar para tirarem cursos superiores.

Depois 15% do emprego disponível (do pouco emprego disponível) será na área do turismo.

Observe-se que:

  • empregados de hotel e ajudantes de manutenção de campos de golfe são profissões de pouco valor acrescentado;
  • a pressão sobre as reservas de agua e no meio ambiente será imensa com estes desejos de Pib´s de 15% e 15% do emprego;

Não me alistei neste país para que ele fosse desenvolvido para criar uma economia de turismo e serviços.

As poucas pessoas que lerem isto alistaram-se para serem membros de um país que tem como objectivo formar em exclusivo empregados de mesa sofisticados que acrescentem valor?

Parte 3 do Plano.

Na parte 3 deste plano existe ” uma estratégia ambiciosa e inovadora”.

Portugal irá apostar na captação de mercados…

Vejamos quais:

a) Mercados estratégicos—Portugal, Reino Unido, Espanha, Alemanha e França;
b) Mercados a desenvolver—países escandinavos, tália, Estados Unidos da América, Japão, Brasil, Holanda, Irlanda e Bélgica;
c) Mercados de diversificação—Áustria, Suíça, Rússia, Canadá, Polónia, República Checa, Hungria e China.

Portugal é um mercado estratégico para Portugal. Serão os empregados de mesa portugueses sofisticados que irão gastar os 500 euros de ordenado em férias turísticas? Dentro do país?

Os níveis de consumo de agua irão explodir. Uma possível solução será “privatizar a agua”. Para “racionalizar a gestão”. Mas o que interessa perceber é porque é que os níveis de consumo irão explodir… Observe-se o que é dito a seguir:

Os mercados estratégicos são alvo de um elevado esforço de promoção, assegurando uma contribuição absoluta significativa para o turismo e estimulando um crescimento relativo na época baixa (Outubro a Maio) superior ao da época alta.

Tradução: “venham para cá jogar Golfe que não está a chover”. A agua ( futuramente) a privatizar é paga pelos ótarios portugueses. Depois de pagarem a agua irão servir os golfistas à mesa…algumas mulheres portuguesas irão servir os Golfistas na cama…

Nos mercados a desenvolver também se ambiciona um crescimento absoluto relevante, sendo dada prioridade de promoção ao destino Portugal (em todos os mercados) e às regiões/produtos de maior contribuição para o turismo (em todos os mercados europeus), a par da redução da sazonalidade em mercados onde esta seja mais acentuada.

Tradução: coisas como esta baixo embora aqui alterada…

PORTUGALWESTCOAST2

Nos mercados de diversificação (o 3ºda lista) não há grande investimento.

Ponto seguinte. Nome de código:

“Estratégia de produtos”

Consolidar e desenvolver 10 produtos turísticos estratégicos

Aqui vemos a razão transformar-se em traição em pleno esplendor.

* a) O produto sol e mar deve ser requalificado, com prioridade no Algarve, e deve haver uma aposta no desenvolvimento de actividades que reforcem a proposta de valor para o turista;

Tradução 1: mais construção civil, hotéis, resorts, investimento público massivo para fazer favores a privados, desregulamentação na concessão de licenças e alvarás… Depois estes irão pagar impostos em off-shores…

Tradução 2: não há pagamento de portagens; uma vez que isso é uma proposta de valor para o turista…

b) Para desenvolver o circuito turístico (touring) cultural e paisagístico é necessário, entre outros, criar rotas temáticas (como por exemplo: património mundial, monumentos, sítios e paisagens culturais, rotas religiosas desenvolvidas em torno de Fátima …”

Tradução 1: dinheiro despejado sobre certas zonas-autarquias…assim calam-se e não contestam…

Tradução 2: Continuar a sustentar a Igreja católica – com endosso de apoio a Fátima; em troca esta cala-se e prega o conformismo como forma de vida.

As alíneas C) e D) são a área casino/casa de meninas para aviar/negócios/eventos

c) No que diz respeito a estadias de curta duração em cidade (city break), é necessário melhorar a acessibilidade a Lisboa e ao Porto, assim como a experiência dos turistas, …

“…sendo ainda importante implementar calendários de animação local e de eventos;”

Efeitos disto no emprego:

Eventos de curta duração = recibos verdes = trabalhadores sem quaisquer direitos e só deveres = a pessoas mal pagas e sem qualquer segurança = semi -escravos…

Melhorar acessibilidades:

Gastar dinheiro a construir mais estradas e autoestradas para satisfazer o lobby da construção civil.

d) O produto turismo de negócios assume especial importância pelo volume de viagens que representa…

Tradução: volume de viagens = a mais estradas e auto estradas = fellatio feito à construção civil… o que irá originar o aumento da atractividade de “certas profissões” como prostituição…

e) No turismo de natureza, Portugal deve intervir para reduzir os défices a nível infra-estrutural, de serviços, de experiência, de conhecimentos (know-how) e da capacidade competitiva das empresas que operam neste domínio….

Tradução: alínea que apenas existe para encher. Não há nesta alínea qualquer medida prevista; apenas remissões para decretos lei e restantes banalidades retóricas…

f) Portugal deve desenvolver infra-estruturas de suporte para o turismo náutico, permitindo a «invernagem activa», investir nas condições de atracagem na construção de portos de abrigo ao longo da costa portuguesa;

Tradução: construir marinas para iates de luxo. Pagas pelos contribuintes portugueses (os mesmos que estão à espera de uma consulta no médico de família dois meses, quando tem médico de família atribuído…). Turismo para ricos e abastados que nada desenvolve realmente quer em emprego qualificado, quer em receitas para o país. Estas marinas provavelmente serão “privatizadas” para “melhorar a gestão”.

Portugal deve desenvolver infra estruturas portuárias que lhe permitam competir com portos de mar como Roterdão e ganhar quota de mercado no transporte de mercadorias que entram na Europa?

Claro que não….

g) Portugal pode ambicionar tornar-se um destino de saúde e bem-estar (wellness destination), devendo apostar prioritariamente nos Açores e na Madeira para o desenvolvimento de ofertas distintivas;

Tradução: reformados velhinhos da Europa, mas ricos, virem para cá. Os hospitais privados e residências privadas de luxo, com médicos treinados pelos serviço nacional de saúde já estão a começar a produzir os seus efeitos, bem como a privatização e redução de pontos de venda ( isto é, hospitais) a serem geridos por privados já está aí.

Benefícios para o comum cidadão português? Nenhum. Apenas pagou a conta…

* h) Portugal deve consolidar a forte projecção internacional como destino de golfe,sendo o destino de referência a nível europeu;

Se repararam no * ; só à terceira página da resolução 57/2007 aparece a alínea que fala de campos de golfe. Bem disfarçada. E na alínea “H”. Seria “normal e juridicamente lógico na construção do decreto lei, que o conteúdo da alínea “A” estivesse próximo do conteúdo da alínea “H”. Sei lá… assim de repente … que estivesse na alínea a seguir…

Mas… surpresa…não está…uma oportuna “deficiência da técnica legislativa…ocorre aqui…

Os campos de Golfe gastam muita agua. Por isso é que os contribuintes portugueses pagaram ISTO.

i) Os conjuntos turísticos (resorts) integrados e turismo residencial são importantes no desenvolvimento do turismo, principalmente nas regiões com menor expressão turística como o Alentejo e o Oeste;

Tradução: a alínea I aparece à seguir a alínea de Golfe (H) para baralhar. Que não se pense que o interesse é só Golfe no Algarve, mas sim desenvolvimento também nas regiões do Alentejo e do Oeste. Assim os tolos ficam enganados…e o plano parece uma coisa harmoniosa… e destinada ao país todo.

j) Portugal pode tornar-se um destino de excelência do produto gastronomia e vinhos, beneficiando das condições do Douro, património mundial, e do Alentejo património cultural e natural.

Repare-se na expressão “pode tornar-se”.

Proponho uma solução alternativa. “Um ovo pode ser um ovo”. Em vez de “um ovo é um ovo”. Estão a ver? Pode ser… é uma alínea com funções, a saber:

Retórica de chacha, criar confusão jurídica e palavrosa, e dar a ideia,dada a construção do tempo verbal que irá ser feita qualquer coisa. Só que, medidas concretas, não existem , definidas… na alínea…

Esta alínea tem também a mesma função da alínea I. Misturar-se no “conjunto” de alíneas retirando importância e visibilidade ao Golfe…como assunto a que se preste atenção…

Ou seja, o Golfe e “coisas associadas a ele é que são “o sumo” deste decreto lei. O resto está para encher…

Em baixo: wikcionário

Substantivo

con.lu.io masculino (plural: conluios)

  1. maquinação ou conspiração para prejudicar outrem;
  2. arranjo;
  3. combinação;
  4. combinação entre duas ou mais pessoas pela qual acordam enganar ou defraudar outra pessoa ou instituição com vista a obter bens ou serviços.

Amanhã: linhas orientadoras para as regiões

PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO.

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PLANO NACIONAL DE TURISMO 1

No dia 4 de Abril de 2007 ( data do diploma; pode não ter saido nesse dia exacto…) foi publicada uma resolução do conselho de ministros. Misturada, no meio de outras resoluções, como sejam a certificação de queijos e o regulamento de pesca ao cerco surge formosa e segura, uma resolução sobre turismo. A resolução é a 53/2007. Por resolução entenda-se que os ministros / primeiro ministro assim resolveram fazer.

É o que resolveram? Transcrevem-se pedaços de poesia legislativa da referida.

… o turismo como uma área decisiva para o desenvolvimento sustentável a nível ambiental, económico e social.”

“O turismo é um sector estratégico prioritário para o País e deve dar um contributo significativo, nomeadamente através do aumento das receitas externas, para a cobertura do défice da nossa balança comercial e para o combate ao desemprego. “

Continuando:

Para tal, o Governo definiu como objectivos estratégicos o aumento da contribuição do turismo para o PIB nacional e para o emprego qualificado e a dinamização do turismo interno, elementos cruciais para a melhoria da qualidade de vida dos Portugueses.

Este texto é truncado. Antes destas partes que eu citei existe um discurso patriótico redondo exaltando a coesão nacional, a melhoria da qualidade de vida e restante jargão retórico.

Simbolizam, basicamente, pagar-se impostos extremamente altos, pagar-se serviços antes públicos, mas no futuro a serem totalmente privados, e continuar a sustentar uma estrutura estatal arcaica, cheia de cargos públicos políticos e respectivos assessores com generosos ordenados, em paralelo com negócios privados de lucros garantidos em regime disfarçado de monopólio, como é aquele que orienta as magníficas empresas portuguesas.

Definem-se 5 pilares principais.

” Para responder aos desafios estratégicos enunciados, o Plano Estratégico Nacional do Turismo define cinco eixos de intervenção

  1. território, destinos e produtos;
  2. marcas e mercados;
  3. qualificação de recursos;
  4. distribuição e comercialização;
  5. e inovação e conhecimento.”

Depois dos 5 pilares, mas não os da sabedoria, designa-se a burocracia que irá desenvolver este grandioso e vasto programa. O instituto de turismo de Portugal.

A coisa tem que ter nome: Plano estratégico nacional de turismo.

TURISMO1

Em seguida, e fazendo uma derivação, importa definir “traição”, citando a Wikipédia.

Traição:

Traição, como uma forma de decepção ou repúdio da prévia suposição, é o rompimento ou violação da presunção do contrato social (verdade ou da confiança) que produz conflitos morais e psicológicos entre os relacionamentos individuais, entre organizações ou entre indivíduos e organizações. Geralmente a traição é o ato de suportar o grupo rival, ou, é uma ruptura completa da decisão anteriormente tomada ou das normas presumidas pelas outros.

Em seguida cita-se uma parte do post inaugural deste tugúrio chamado Dissidente-x.

Como povo, somos vitimas de uma mistificação nacional.

Foi “decidido” internacionalmente; com a ajuda do sentimento de inferioridade, desejo de agradar, recompensas em bens materiais e prestígio, e temor reverencial dos políticos portugueses – da actual classe política – que deveria Portugal aceitar ser pobre, ser um país de “serviços”, um país de turismo, um país de mão de obra apenas qualificada para esses sectores.

Os políticos portugueses – aquilo a que se chama “a elite”, decidiu trair.

Trair é o nome do jogo.

Para trair com eficácia é necessário desmantelar todas as áreas que impliquem investimento de dinheiro formando pessoas extremamente qualificadas em áreas que não estas acima descritas.

Pelo meio, alguns dos sectores destas áreas a transformar serão, nalguns casulos e nichos específicos, retirados da concorrência internacional e “oferecidos” aos privados portugueses para que estes continuem a produzir mau serviço, mas com lucros altos garantidos e quotas de mercado asseguradas.

Uma falsa concorrência.

AQUI percebe-se melhor o resto lendo até ao fim. ( Quanto a este post … continua… amanhã…)

A parte 2 deste post encontra-se AQUI

A parte 3 deste post encontra-se AQUI

A parte 4 (e última) deste post encontra-se AQUI