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BASE DE DADOS DE ARTRITE REUMATÓIDE.
No blog “Bases de dados.Net”, um blog feito, ao que julgo saber, por 3 juristas saiu um post no dia 12 de Fevereiro 2008.
Uma notícia péssima sobre uma base de dados para catalogar doentes com artrite reumatóide.
Quem escreveu o post exulta, sabe-se lá porquê.
Só quem nunca teve qualquer tipo de problema relacionado com artrite reumatóide escreve isto.
Existem ali 3 itens citados, de forma ligeira, sem qualquer “análise critica”.
- “visando garantir a segurança dos doentes”;
- “desenvolver a prática clínica”;
- “e a investigação cientifica”.
Gratuitamente explico porque são os 3 itens mistificações ofensivas da inteligência do mais plácido cidadão.
1. visando garantir a segurança dos doentes.
Desconhecia que doentes sofrendo de artrite reumatóide, estão em “estado de insegurança”. Situação essa que motiva o nosso querido Estado a elaborar bases de dados para “garantir a sua segurança”.
Todos nós conhecemos casos de assaltos feitos por ladrões de artrite reumatóide. É a terceira maior causa de crime em Portugal, apenas superada pelos árbitros de futebol e ladrões de carros.
Para erradicar este flagelo criminal o Estado Português recorreu à ajuda da Europa e já está a publicitar esta iniciativa de combate à insegurança dos doentes de artrite reumatóide.
2. Desenvolver a prática clínica.
Lamento, mas não é.
O objectivo aqui é mais simples: determinar se vale a pena gastar-se dinheiro (e que tipo de gastos) com tratamentos de fisioterapia e outros, em doentes com artrite.
Com uma base de dados, desde logo, são segmentados e separados os doentes com esta doença, que interessa tratar,( e como fingir tratar), dos que não interessa.
O Estado português presta-se, a servir os interesses, por detrás desta recolha de informação, criando legislação, ou favorecendo a criação de informação organizada sobre pormenores extremamente “apetecíveis”, para a medicina privada ou para gestores estatais de hospitais públicos, desejosos de “mostrar serviço” baixando os custos (o doente que se lixe)… o que conseguirão com esta nova “base de dados”…
Corrupção institucionalizada sob a forma de lei, voltada contra todos nós, utilizando a recolha de dados…
O objectivo final é reduzir custos e expulsar doentes clientes, parecendo não o estar a fazer, através do filtro do “desenvolver a pratica clínica”.
3. e a investigação cientifica.
Esta é a mais suja de todas as justificações.
Não há “investigação cientifica” em artrite reumatóide, pela simples razão que aquilo não tem cura.
Nem sequer se sabe bem o que é que a origina.
Este discurso da “investigação cientifica” refere-se ao seguinte.
A) investigação apenas terapêutica; criação de medicamentos que aliviam algo que não tem cura; criação de mercados do “alivio da dor”, comparticipados generosamente pelo Estado.
B) possibilitar analisar os “doentes” e treinar melhor os médicos. O treino será feito utilizando os serviços públicos de saúde ( onde fica o “custo” desse mesmo treino).
C) Para treinar é”necessário material” para treinar. As cobaias serão os doentes do serviço público de saúde que sofrerão as experiências necessárias à curva de aprendizagem da incompetência e da imperícia dos médicos aplicada em cidadãos de mais fracos recursos económicos.
Que não se podem defender em Tribunal ou não querem ir a Tribunal.
O método é o seguinte:
É oferecida, via legislação, uma base de dados, que possibilitará oferecer uma zona imensa de conforto aos magníficos médicos portugueses para estes “treinarem” sem receio de cometerem e serem apontados pelos erros que irão estar à vontade para fazer.
A justificação será a de que ” pouco mais haverá a fazer, o senhor (a) tem artrite reumatóide…isto até não tem cura…”
É aquilo que, na expressão pomposa dos economistas se chama “Curva de aprendizagem”.
Numa fase inicial, nas empresas e indivíduos existe baixo rendimento. E só com o tempo, com a experiência e com a criação de rotinas é que o profissional ou a empresa se tornarão medianamente competentes.
Para melhorar estas competências é necessário juntar o treino especifico.
E só através da especialização plena se tornará o profissional (supostamente) à prova de erro.
Para preparar profissionais “à prova de erro” é necessário cobaias “pobres”. (isto é, que aceitam porque não tem alternativa, ser cobaias…)
Após treinar nas cobaias pobres, o profissional, transferir-se-á para unidades de saúde privadas onde o risco de erros derivado da sua curva de aprendizagem será ínfimo. (Já cometeu a percentagem de erros noutro lado…já foram ( vieram) transferidos do serviço nacional de saúde.)
Cito a poupança e o totalitarismo.
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” Esse subtexto moralizador tem 3 funções:
FUNÇÃO 1. Pedir desculpa pelas desigualdades existentes na sociedade; não as questionando.
FUNÇÃO 2. Defender argumentativamente que os mais pobres e necessitados de uma sociedade são pródigos e incapazes de poupar, porque vivem apenas para o presente e, precisamente por isso, são crianças-adultos imaturas, incapazes de controlar os seus impulsos.
FUNÇÃO 3. O que leva à função 3: os “ricos” são virtuosos opositores ao estilo de vida descrito na função 2 e é por isso que são ricos. “
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FUNÇÃO 1. Pedimos desculpa pelo facto de existir incapacidade de resolver os problemas de artrite reumatóide; é uma fatalidade.
FUNÇÃO 2. Os mais pobres e necessitados de uma sociedade não deverão esperar bons serviços no tratamento de artrite reumatóide. Falta informação. Uma base de dados de doentes com artrite reumatóide visando garantir a segurança dos doentes, possibilitará desenvolver a pratica clínica e a investigação científica.
FUNÇÃO 3. Os ricos são opositores do estilo de saúde praticado no Serviço Nacional de Saúde porque este é mau e semi gratuito. As pessoas não pagam o custo do serviço. Só um serviço de saúde privado garante resultados. Olhem para nós. Não temos problemas desses porque pagamos a nossa saúde (excepto o treino e a criação de raiz de unidades de saúde, ou seja, excepto tudo…).
O discurso à nível simbólico é assim subvertido.
O condicionamento aos cidadãos é assim feito.
Nota1: na artrite reumatóide, e doenças derivadas, a plena especialização no seu tratamento é desencorajada em Portugal.
Nota 2: totalitarismo já não é um ditador mais um gang que o acompanha a criarem um estado policial, sem liberdades civis.
Agora totalitarismo é, arbitrariamente, usando meios tecnológicos, decidir segmentar, de facto, cidadãos, em pequenos pormenores como este.
PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO.4
Finaliza-se hoje a muito pouco aguardada parte final da série: Plano estratégico de turismo nacional. Esta é a parte 4 onde descobriremos o resto da opção política nacional de transformar 15% da população portuguesa em lacaios semi escravos, nos sectores de turismo e serviços, especialmente o Golfe.
No artigo 1 que se pode encontrar AQUI tínhamos que:
” Como povo, somos vitimas de uma mistificação nacional.
Foi “decidido” internacionalmente; com a ajuda do sentimento de inferioridade, desejo de agradar, recompensas em bens materiais e prestígio, e temor reverencial dos políticos portugueses – da actual classe política – que deveria Portugal aceitar ser pobre, ser um país de “serviços”, um país de turismo, um país de mão de obra apenas qualificada para esses sectores.”
No artigo 2 que se pode encontrar AQUI tínhamos que:
Eram analisadas, respectivamente as partes 1, 2, 3 do Plano estratégico nacional de turismo nas suas mais variadas vertentes, especialmente a questão de transformar 15% da população portuguesa em trabalhadores na área do turismo ( e serviços).
No artigo 3 que se pode encontrar AQUI tínhamos que:
a análise ia da parte 3 até à parte 7 e focava o facto de o Golfe e os resorts serem um “tema de conversa sistemático” dentro do Plano Estratégico Nacional de Turismo com os mais variados objectivos geográficos preenchidos com a criação de campos de golfe por tudo o que era sitio e local.
EM BAIXO: CONCURSO “DESCUBRA AS DIFERENÇAS” ( e ganhe um campo de golfe perto de casa como prémio…)
Neste artigo 4 temos o resto da análise começando pela parte 8 do plano estratégico nacional de turismo…
Na parte 8 do Plano surgem as preocupações com o ambiente. Legislação que não tenha preocupações com o ambiente não é legislação; é de bom tom…
Cita-se e trunca-se uma parte:
Tendo em conta os recentes encerramentos de unidades hospitalares, e tendo em conta o que vem dito nesta resolução, e fazendo uma analogia, concluímos que existem regiões, isto é, pessoas que vivem nessas regiões que são consideradas como não prioritárias, uma vez que estão fora das zonas prioritárias – as dos resorts e do Golfe.
Isto porquê? Porque os recursos são escassos. Se são escassos, e se existe um Plano estratégico de turismo isso significa que irá ser dada primazia em investimentos públicos às áreas turísticas em detrimento das áreas não turísticas. Logo, o dinheiro a ser destinado de forma uniforme para todo o território nacional já não o será,mas apenas terá como prioridades certas áreas…… prioritárias.
color: #000000″> E assim se ataca a coesão nacional alegremente definindo planos estatais estratégicos que DE FACTO isolam populações, servindo para criarem zonas turísticas para as quais os melhores recursos são destinados e outras zonas onde … não existirá nada mais que do que o mínimo dos recursos disponíveis. (Existirão pobres de primeira e pobres de segunda…)
“…Destaca-se a necessidade de assegurar a limpeza e despoluição ao nível do solo, subsolo, água e ar, o controlo dos níveis de ruído, de assegurar boas condições de saneamento e também a eliminação de depósitos de entulho nas margens dos rios em áreas turísticas…”
È-se forçado a concluir que os sítios que não tenham interesse turístico, e tenham más condições de saneamento serão deixados assim, tal qual estão. O ordenamento do território não será um imperativo ético e lógico, antes será apenas feito por interesses turísticos (isto é, dinheiro…).
Na parte do “Plano” designada por parte 9 temos que:
…e que estabeleça parcerias com escolas internacionais de referência e com empresas do sector e que promova actividades de investigação na área da gestão da hospitalidade segundo as melhores práticas internacionais.
Deve ainda ser seleccionada uma escola regional por região que dinamize a geração de conhecimento e ofereça formação turística.
Por fim, é necessário estimular o desenvolvimento curricular e os estágios de alunos de várias áreas disciplinares (por exemplo: arquitectura, gestão, engenharia) no sector do turismo e fomentar a especialização em domínios de interesse para o sector.
Ideia 1:
Como grande parte das escolas de gestão turística hoteleira até estarão ligadas a grupos de hotelaria internacionais, o que aqui está será apenas mais uma forma de “atrelar” a formação turística especificamente aos interesses de formação e de remuneração de futuros empregados a formar, por parte das entidades empregadoras multinacionais.
Ideia 2:
Também gera outra ideia aqui altamente perigosa mas de acordo com a lógica que aqui está.
Trata-se da ideia destinada a baixar – de forma artificialmente controlada – remunerações.
Utilizando a “profusão” de escolas. “Uma escola regional por região…”
Ao final de 5 anos o número de formandos será largamente excedentário no sector; isto é existirá um excesso de oferta de profissionais da área turística.
- Consequentemente os ordenados baixarão.
- Consequentemente teremos inúmeras pessoas que acreditaram em mais uma “oportunidade de formação ” a serem defraudadas por isto mesmo.
- Consequentemente irão existir pessoas fora a emigrarem para fora. As pessoas são parvas mas não totalmente…
Quem fica a ganhar? As cadeias internacionais de hotéis, que por um custo baixo, terão um mercado aberto e profissionais amestrados disponíveis para trabalhar por pouco; o Golfe, os resorts que passarão a ter funcionários altamente qualificados a trabalhar por meia dúzia de cêntimos.
Qual é o interesse disto para o país?
Absolutamente nenhum.

10 — Promoção e distribuição
Implementar uma abordagem inovadora na promoção e distribuição. No que respeita à promoção e distribuição, existe necessidade de inovar e de comunicar uma proposta de valor diferenciada, actuando em segmentos alvo por mercado emissor. É fundamental um maior enfoque no canal Internet e na gestão pró-activa da relação com os prescritores. A prioridade de promoção deve ser o destino Portugal.
“…na comunicação dos seus elementos diferenciadores—«clima e luz», «história, cultura e tradição», «hospitalidade» e «diversidade concentrada».
Estão a ver ( os poucos gatos que lerem isto) como somos todos estúpidos que nem uma porta? (Até existem as palavras “enfoque ” e prescritores…só falta a palavra “Vitualhas” para isto ser alta literatura…)
Diz-se no Plano em “abordagem inovadora”. E depois desce-se duas ou três linhas e diz-se “comunicação dos seus elementos diferenciadores.
Ou seja, o sol de Portugal é diferente do sol de Espanha, porque é um elemento diferenciador, assim dito no Plano estratégico de turismo nacional. Diria mesmo mais: só aqui é que há sol diferenciado… Já agora: o que é que será diversidade concentrada?
Entretanto e continuando a descer ( nesta resolução é tudo a descer…) na resolução 53/2007 que dá origem a estes 4 posts/artigos surge, a necessidade de dar a ganhar dinheiro a terceiros e de exacerbar a vaidade auto promocional dos nossos governantes, assessores, etc…manifesta-se…
“…O conjunto de meios (mix) de promoção deve reflectir a necessidade de atingir o consumidor final, o que deve ser feito através de comunicação directa, mas também
através de prescritores. Para a promoção directa ao consumidor final, para além do canal Internet, devem ser privilegiados os canais especializados (por exemplo:revistas temáticas, canais de televisão especializados), e utilizada uma abordagem inovadora e oportuna (por exemplo: promovendo a presença de Portugal em filmes ou em programas televisivos de grande notoriedade e divulgando a presença de personalidades mediáticas em Portugal).”
Santa paciência …
Gosto também neste plano do amontoado de expressões inglesas ao longo do mesmo: Mix´S, workshops, open spaces, marketings, todos coabitam numa alegre confusão…anglofónica…
Observe-se mais adiante ainda que :
“…A eficácia e eficiência da estratégia é monitorizada com base em indicadores para avaliar o impacto de cada acção e aperfeiçoar o conjunto de meios (mix) de promoção de cada mercado. Portugal deve ainda ter uma participação activa nas organizações internacionais de turismo, bem como procurar o desenvolvimento do relacionamento institucional com os países de língua portuguesa
Ah ganda Mix, que tens direito a estar em dois lados e ser citado duas vezes…
Na parte 11 entre muita conversa para encher chouriços e morcelas temos que:
“…Por outro lado, deve ser revisto o processo de licenciamento turístico, assegurando um licenciamento de projectos turísticos transparente e ágil, em particular para os projectos com maior potencial de criação de valor para o turismo, nomeadamente através da integração e simplificação da legislação reguladora do acesso e exercício da actividade turística, da revisão de prazos processuais e mecanismos de decisão, e da criação de «via-rápida» para projectos de alto valor acrescentado, sem prejuízo do cumprimento da legislação em vigor e da sua adequada inserção ambiental e territorial.
Tradução: os grandes projectos de turismo, presumivelmente internacionais serão decididos rapidamente, provavelmente em conselho de ministros, que é para serem rapidamente aprovados, fazer-se a propaganda do costume relacionada com os “empregos” que irão ser criados, e demais demagogia do mesmo tipo e lamber as botas depressa aos estrangeiros investidores…
NOTA: ESTE É UM CARTOON FEITO POR RUI PIMENTEL PARA O JORNAL SEMANÁRIO “O JORNAL” EM E PUBLICADO NA EDIÇÃO DE 4 DE SETEMBRO DE 1992. A PARTE A AZUL FUI EU QUE ACRESCENTEI BEM COMO A FOTOGRAFIA DO SENHOR … ACHO QUE SE PERCEBE…..O AR RASTEJANTE DA PARTE DE BAIXO DO CARTOON COM A SEGUNDA CABEÇA DO FUNCIONÁRIO LACAIO…
E em seguida passamos para o item IV deste plano onde está, resumida toda a lengalenga anterior do plano estratégico nacional de turismo.
Como se vê na imagem:
“atrair investidores de referência internacional”
” uma cultura de excelência de serviço no sector do turismo”
“reforçando a componente de hospitalidade por parte da população”
“o objectivo é o desenvolvimento de uma cultura nacional de turismo”
sendo para isso necessário demonstrar a importância do turismo para a economia nacional e os seus efeitos positivos etc e tal.
Tradução: formação de lacaios dóceis e hospitaleiros que ganhem pouco e trabalhem muito para os investidores internacionais.
Maneiras de o fazer: pressupõe a lavagem ao cérebro da população falando em “”cultura nacional de turismo” e acenando com os benefícios positivos da mesma mandando a cenoura do “ambiente e da melhoria da qualidade de vida” das populações como sendo os supostos bens que viremos a ter com a cultura nacional de turismo.
O post onde isto foi desvendado pode-se encontrar AQUI
PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO. 3
Na parte 1, que pode ser encontrada AQUI, tínhamos as impressões iniciais do PLANO.
- O turismo como uma área decisiva…
Na parte 2 que pode ser encontrada AQUI tínhamos a lógica por detrás do plano estratégico nacional de turismo relacionada com as 2 primeiras partes do mesmo, subdividida a análise.
A parte 4 (e última) pode ser encontrada AQUI
e Hoje temos as linhas orientadoras para as regiões… e restante desde o ponto 3 até ao ponto 7 deste grandioso plano de golfe nacional de turismo
Estão a ver? É um portfolio… cheio de adjectivos e objectivos, um “vasto programa” encharcado de imensas coisas a fazer… depois essas imensas coisas são segmentadas em “partes e aspectos” que são mesmo para realizar e para os quais há campanhas e dinheiro, e outras partes e aspectos que apenas estão dentro do plano para “encher” e fazer tamanho e dar a ideia que isto é um plano integrado para todo o pais.
O que é engraçado nesta resolução é que o “Algarve” aparece sempre em primeiro lugar… em todas as definições; é a região que aparece sempre à cabeça deste plano… Porque será?
No Algarve, e como somos todos estúpidos incluindo os turistas estrangeiros, verificamos pela resolução, que existe uma definição e uma tendência para apresentar o Algarve e o seu produto “sol e mar” como sendo algo de especial em Portugal.
E como só em Portugal o “Sol e Mar” são especiais, e diria mesmo mais; só aqui é que existe “Sol e Mar”os turistas estrangeiros verão isso ( não verão nada de especial nos outros sítios onde existe “Sol e Mar”, só aqui…) e virão para cá porque o plano nacional estratégico de turismo assim o diz, assim o determina.
Por lei decreta-se que o produto “Sol e Mar” é melhor do que o produto “Sol e Mar” de outros lados.
Se eu fosse dado a grandes filosofias diria que é um imperativo categórico…
Como já se vê e se retira da imagem acima no Algarve temos:
- sol
- mar
- golfe
- turismo de negócios.
Tudo coisas que não existem no Algarve actualmente… Foi preciso chegar o PS 2005 ao poder para nos abençoar com a boa nova e estas coisas passarem a existir.
Passemos a Lisboa.
Alínea B) Aqui temos:
… produtos circuitos turísticos (touring) cultural e paisagístico, estadias de curta duração em cidade (city break) e, em menor grau, pelo turismo de negócios. O golfe deve contribuir para a redução da sazonalidade. Lisboa possui ainda boas condições para o sol e mar, o turismo náutico, o turismo de natureza, a saúde e bem-estar e a gastronomia e vinhos.
- Existe Deus que para os crentes está em todo o lado.
- Existe o Google que no mundo digital parece que está em todo o lado.
E no plano nacional estratégico de Turismo nacional existe um Deus próprio e particular chamado Golfe uma entidade omnisciente que aparece em todos os lados…
Alínea C)
Esta alínea é dedicada à Madeira, o país independente que temos a cargo.
e … mas que grande surpresa ….
“… Os produtos turismo de negócios e turismo náutico (cruzeiros) devem contribuir para a redução da sazonalidade. É também alargado o conjunto (portfolio) de produtos, apostando na saúde e bem-estar, conjuntos turísticos (resorts) integrados e turismo residencial (Porto Santo) e golfe.
Confesso que não estava à espera do Golfe… (ironia) nem dos resorts…
Alínea D)
A cidade do porto.
…são as estadias de curto prazo em cidade (city break), o circuito turístico (touring) cultural e paisagístico e o turismo de natureza.
Tradução: não há nada para oferecer no Porto, ( ou seja Golfe e resorts) é uma cidade abandonada turistícamente, então avança-se para a conversa redonda: paisagem, natureza, etc, complementada com vinhos e gastronomia ( não copiei tudo senão ficava longo). Ou seja: está aqui para encher… o Porto foi deixado morrer à sua sorte…
Alínea E)
Dedicada à parte Centro do País.
Esta é outra zona que foi deixada morrer em termos industriais-agrícolas. Temos a conversa da treta do costume – paisagem, gastronomia, resorts, turismo residencial, etc, e:
...conjuntos turísticos (resorts) integrados e turismo residencial, golfe, saúde e bem-estar e gastronomia e vinhos. De destacar ainda a importância de oportunidades de vendas cruzadas (cross-selling) com as regiões de Lisboa e Porto e Norte para aumentar o número de turistas estrangeiros.
E temos o novo Deus omnipotente e omnipresente: o Golfe.
A fantástica quantidade de campos de golfe e de agua necessária para eles não é mencionada, isto num país que tem problemas de seca no verão…por exemplo…
Note-se também a questão da “saúde e bem estar”. Isto é uma conversa camuflada destinada à promover lares de terceira idade para portugueses pobres ou indigentes ou para cidadãos de classe média alta, consoante os tipos de lares e o poder de compra. É uma zona que servirá de depósito de lixo humano – assim considerado.
Ou seja, em termos de análise de subdivisão de trabalho aplicada a este país, a zona centro é o depósito de unidades de saúde de rectaguarda- de criação de uma zona de “velhos”, de uma zona pobre, com bolsas de riqueza nela contidas, mais o respectivo caciquismo autárquico e político local…
A alínea F)
é dedicada aos Açores. Citemos:
“…Nos Açores, a aposta prioritária para o crescimento de curto prazo são os produtos turismo de natureza e circuito turístico (touring) cultural e paisagístico, apoiados pelos produtos turismo náutico e saúde e bem-estar.
O golfe, enquanto produto complementar, reforça a proposta de valor global do destino.”
Nesta altura importa voltar a fazer uma pequena lição de teologia:
Ou seja, são as três entidades que parece estarem em todo o lado…
Na alínea G)
dedicada ao Alentejo temos que:
“…entre um ambiente tranquilo e uma região de animação turística, com diversas actividades ao ar livre. Assim, o produto chave da região é o circuito turístico (touring) cultural e paisagístico, secundado pelo sol e mar. O golfe, o turismo náutico, a saúde e bem-estar…
Mais palavras para quê?
Passemos à parte 4 desta resolução:
Na parte 4 desta resolução parece que temos pólos e são 6 ao contrário das lições de Geografia que dizem que são dois:
A) Douro
Devem ser desenvolvidos “…três produtos turísticos—circuito turístico (touring) cultural e paisagístico (inclui os cruzeiros fluviais), gastronomia e vinhos e turismo de natureza.”
Nota: Estão a ver: diz-se três produtos e escrevem-se 5 produtos…
O “Porto” aqui passa a chamar-se “Douro”
e ainda:
“…Ao nível da oferta, deve ser promovida a instalação de hotéis de referência adequados a uma procura com elevado poder de compra, bem como a oferta de serviços de apoio ao turista;”
Sempre hotéis de luxo, sempre industrias não produtivas de nada, e que apenas geram empregos que parecem qualificados e não o são…
B) Serra da estrela: aqui quer-se fazer um mercado de neve com “resorts…( suponho que a neve portuguesa seja especial comparada com as outras neves de outros sítios…)
C) um circuito turístico do Oeste deve desenvolver-se.
O Oeste era uma zona agrícola e industrial. Agora é uma zona turística. E cite-se:
“…O pólo turístico do Oeste deve tornar-se a prazo num interessante destino de turismo residencial na Europa, dotado de uma oferta hoteleira e de serviços de qualidade assente no potencial da região, mas sem massificação. Devem ser estabelecidas prioridades em relação ao desenvolvimento de três produtos turísticos: complexos turísticos resorts) integrados e turismo residencial, golfe e circuito turístico (touring) cultural e paisagístico.”
Tradução: O golfe sempre o golfe…. alguém reparou na quantidade de agua que vai ser precisa?
Alguém reparou que esta enorme quantidade de agua vai por uma tremenda pressão sobre o fornecimento de agua e que por via disso, a tendência será de aumentar preços e privatizar a agua para que depois ela exista primordialmente para sustentar o golfe?
Tradução 2: turismo residencial. Isso significa que se evoluirá para uma situação em que se procurará atrair reformados do norte da Europa para virem viver para cá. Daí a conversa de “mas sem massificação”.
Massificação lembra os kasbah´s , que horror… É preciso é criar uma área especial e reservada… uma zona neutra e semi despovoada para criar guetos culturais e habitacionais, uma versão do ” condomínio fechado “ urbano, mas aqui aplicada a toda uma região. Um pouco à semelhança do que acontece na região algarvia do Alvor…
Os portugueses sentir-se-ão como convidados na própria casa.
Esta política não augura nada de bom, no que toca ao despertar de movimentos nacionalistas…
Nessa altura os “democratas de esquerda” (e alguns de direita) proporão uma fronda de cidadãos contra os malandros de extrema direita( ou da extrema esquerda ou o que aparecer…), esquecendo-se, convenientemente, que tem sido a implementação de políticas destas, sistematicamente, que levam as coisas para o sítio onde elas estão…
É da natureza humana existirem conflitos quando se põem lado a lado pessoas muito ricas oriundas de um país “estrangeiro” e outras pessoas naturais de um país a serem na sua maioria pobres e ou vistas e tratadas como cidadãos de terceira categoria.
A inveja levanta sempre a sua feia cabeça e os sentimentos latentes e verdadeiros de discriminação surgem e disseminam-se.
D) o pólo turístico do alqueva.
O pólo agrícola do alqueva – aquilo para o qual a barragem foi construída não está, saiu de férias…
fornecer agua à agricultura ao que parece não é uma prioridade.
Talvez porque na realidade a barragem nunca tivesse sido concluída para isso mesmo.
Mas esse foi o pretexto usado.
Passa-se a citar:
“…por exemplo, o maior espelho de água da Europa e a proximidade de Évora, cidade património mundial—que permitem um forte desenvolvimento económico e uma melhoria da imagem de Portugal como destino. O Alqueva, que deve ver o seu desenvolvimento turístico associado às potencialidades do rio Guadiana, tem condições para desenvolver uma oferta de qualidade de circuito turístico (touring) cultural e paisagístico, complexos turísticos (resorts)integrados e turismo residencial (incluindo golfe)…”
Deus do Golfe , eu te abençoo… pela tua constante omnipresença nesta resolução… salvé, Deus do Golfe…
E) alínea destinada ao litoral alentejano.
e para variar a refeição:
“…O Litoral Alentejano possui um conjunto de recursos que permitem apostar no sol e mar, circuitos turísticos (touring) cultural e paisagístico, golfe e complexos turísticos (resorts) integrados e turismo residencial,
É extraordinário a quantidade de campos de golfe e resorts turísticos previstos nesta resolução em todas as áreas do país… extraordinário. Não me canso de o citar…
F) Porto santo
“…Tendo em conta as potencialidades turísticas do pólo, devem ser estabelecidas prioridades em relação ao desenvolvimento de três produtos turísticos: sol e mar, circuito turístico (touring) cultural e paisagístico e golfe.
Após os pólos, passemos ao número 5 deste plano de golfe nacional de turismo
O numero 5 deste plano tem a ver com as acessibilidades aéreas.
Adequar aeroportos e as suas ligações, correlacionar isso com museus, apostar em museus do fado e do azulejo. (Mais tarde , suponho em museus do Golfe…)
Tudo “coisas” que dão origem a empregos altamente qualificados como já se vê…(ironia); é uma parte do plano que está aqui apenas para encher; não tem quaisquer medidas nela previstas e apenas consiste em generalidades e banalidades umas atrás das outras.
Não mete Golfe… daí ser curta a retórica da parte em questão…
Os “eventos”
Esta é a ideia mais desastrosa que há.
Todos nós nos recordamos do estouro de dinheiro que aconteceu com os dois últimos eventos…
Não só nos recordamos do estouro de dinheiro como temos a proposta extraordinária de “mais eventos”
Estão a ver como é fixe gastar o dinheiro de impostos?
A cada década fazer um a dois eventos.
Proponho que não fiquemos por aqui, sejamos mais ambiciosos: a cada dois meses organizar uma Expo e um europeu.
Não faço a coisa por menos.
Isto é a completa irresponsabilidade a governar e a definir objectivos.
É “isto” que temos que aturar do pessoal política corrupto que temos.
O dinheiro para sustentar este proxenetismo vem de onde?
- Isso não interessa.
- É preciso é organizar “Eventos”.
- Isto é a auto proclamada esquerda democrática no seu pior…
- e o seu pior é sempre mau.
Passemos à parte 7 do plano:
A parte 7 do plano é um conjunto de banalidades cheias de profunda estupidez, um discurso harmonioso cheio de lugares comuns acerca da literatura portuguesa e outras tretas.
Um exemplo de poesia jurídica dali retirado:
“…A história e cultura portuguesas, a literatura e a música devem ser plataformas de diálogo que enriquecem e incentivam a leitura do conteúdo de museus, monumentos, conjuntos e sítios das diferenciadas áreas rurais e aéreas urbanas.
É ainda necessário aumentar interesse dos turistas estrangeiros na história e cultura portuguesas, por exemplo, pela disponibilização dos monumentos para a fruição pública optimizada, como lugares de encontro e celebração dos eventos e acontecimentos de carácter histórico, artístico e cultural.”
Estão a ver?
Plataformas de dialogo.
Estão a ver?
Fruição pública optimizada.
É também necessário aumentar o interesse dos turistas estrangeiros na pátria.
O facto de os estrangeiros terem tanto interesse por isto como se tem por bosta de cavalo é algo de somenos importância na grandiloquência deste grande plano quinquenal... nacional de turismo.
E é claro que o objectivo é outro ou seja, mexer nos horários de museus e companhia limitada e justificar com os “estrangeiros”turistas:
” A visita deve ser transformada numa experiência, tornando o turista num elemento activo, devendo-se para isso integrar a oferta—por exemplo, a criação e o reforço de rotas temáticas—e apostar nos museus que apresentem conteúdos distintivos—por exemplo, museus do fado e do azulejo.
Finalmente, é importante implementar, através dos bens culturais (museus e monumentos) e da paisagem disponíveis, âncoras de desenvolvimento regional, apostando na sua promoção integrada e sustentada através da criação de rotas, itinerários e circuitos.
O conceito da riqueza da gastronomia portuguesa deve ser reforçado, criando pratos de referência a nível nacional, utilizando nomeadamente os produtos de qualidade certificada, e fomentando e promovendo a qualidade dos estabelecimentos de restauração, preparando
os restaurantes para a recepção de turistas internacionais.”
É interessante verificar que existe um discurso sistemático na sociedade proveniente das empresas e de políticos destinado a incentivar-se a baixar salários.
Portanto não se vê como é que se pagarão salários decentes a profissionais qualificados para que estes transformem “o turista num elemento activo”, entre outras coisas…
Nada, mas nada se diz acerca de produção de produtos nacionais.
Só de serviços e turismo com diferenciação e “acrescento de valor”.
Ou seja, um país minúsculo vai apostar reservas de dinheiro e investimentos para formar lacaios com formação técnica e profissional para serem bons serviçais semi indiferenciados e prestarem serviços ao turista- essa nova quimera a alcançar.
Amanha: em princípio sairá o resto desta vigarice travestida de plano de turismo estratégico nacional, que me deu um asco enorme de analisar.
PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO. 2
Plano estratégico nacional de Turismo. Resolução 57/2007 (continuação)
Pode ser encontrada AQUI a primeira entrada.
A terceira parte deste post pode sempre ser encontrada AQUI
A quarta parte (e última) desta magnifica série encadernada pode ser encontrada AQUI
Parte 1 do Plano.
É dito na resolução que “o turismo representa 11% do Pib nacional”. Em seguida passa-se para o wishfull thinking. Seguido da traição, da mentira e da decepção. O objectivo é passar para 15% do Pib nacional.
Parte 2 do Plano.
Na parte dois afirma-se que “Portugal deve ser um dos maiores destinos na Europa”
A expressão deve ser é cientifica. Deve ser porque sim. Afirma-se que deve constituir um dos destinos de maior crescimento da Europa baseado em “crescimento de valor” (oferecido ao turista) e mais uma série de mistificações do mesmo estilo.
Cita-se uma parte deste programa totalitário/de humor
” O desenvolvimento do turismo deve estar baseado na qualificação e competitividade da oferta, alavancado na excelência ambiental e urbanística, na formação dos recursos humanos e na dinâmica e modernização empresarial.”
” A proposta de valor de Portugal aposta nos factores que mais nos diferenciam de outros destinos concorrentes—«clima e luz», «história, cultura e tradição», «hospitalidade» e «diversidade concentrada»—e em elementos que qualificam Portugal para o leque de opções dos turistas—«autenticidade moderna», «segurança» e «qualidade competitiva».”
A azul carregado estão os verdadeiros objectivos: a formação de uma força de trabalho de serviçais nativos + betão e construção civil.
Agora vem a PARTE EXTREMAMENTE GRAVE DESTE PLANO.
Portugal ambiciona crescer anualmente o número de turistas em 5% — ultrapassando os 20 milhões de turistas estrangeiros em 201 5— e as receitas em cerca de 9%—superando os 15 mil milhões de euros. Desta forma, o turismo contribui positivamente para o desenvolvimento económico do País, representando, em 2015, mais de 15% do PIB e 15% do emprego nacional.
A nível mundial o turismo é dominado por 4 grandes cadeias internacionais de hotéis, todas elas multinacionais.
15% do PIB nacional estará – tendencialmente – nas mãos de 4 cadeias de hotéis internacionais.
15% do emprego de portugueses (ou outros), será no sector turístico. A maior percentagem de emprego será em empregos de qualificação menor.
Estão pessoas, cidadãos portugueses, neste momento, a estudar para tirarem cursos superiores.
Depois 15% do emprego disponível (do pouco emprego disponível) será na área do turismo.
Observe-se que:
- empregados de hotel e ajudantes de manutenção de campos de golfe são profissões de pouco valor acrescentado;
- a pressão sobre as reservas de agua e no meio ambiente será imensa com estes desejos de Pib´s de 15% e 15% do emprego;
Não me alistei neste país para que ele fosse desenvolvido para criar uma economia de turismo e serviços.
As poucas pessoas que lerem isto alistaram-se para serem membros de um país que tem como objectivo formar em exclusivo empregados de mesa sofisticados que acrescentem valor?
Parte 3 do Plano.
Na parte 3 deste plano existe ” uma estratégia ambiciosa e inovadora”.
Portugal irá apostar na captação de mercados…
Vejamos quais:
a) Mercados estratégicos—Portugal, Reino Unido, Espanha, Alemanha e França;
b) Mercados a desenvolver—países escandinavos, tália, Estados Unidos da América, Japão, Brasil, Holanda, Irlanda e Bélgica;
c) Mercados de diversificação—Áustria, Suíça, Rússia, Canadá, Polónia, República Checa, Hungria e China.
Portugal é um mercado estratégico para Portugal. Serão os empregados de mesa portugueses sofisticados que irão gastar os 500 euros de ordenado em férias turísticas? Dentro do país?
Os níveis de consumo de agua irão explodir. Uma possível solução será “privatizar a agua”. Para “racionalizar a gestão”. Mas o que interessa perceber é porque é que os níveis de consumo irão explodir… Observe-se o que é dito a seguir:
Tradução: “venham para cá jogar Golfe que não está a chover”. A agua ( futuramente) a privatizar é paga pelos ótarios portugueses. Depois de pagarem a agua irão servir os golfistas à mesa…algumas mulheres portuguesas irão servir os Golfistas na cama…
Nos mercados a desenvolver também se ambiciona um crescimento absoluto relevante, sendo dada prioridade de promoção ao destino Portugal (em todos os mercados) e às regiões/produtos de maior contribuição para o turismo (em todos os mercados europeus), a par da redução da sazonalidade em mercados onde esta seja mais acentuada.
Tradução: coisas como esta baixo embora aqui alterada…
Nos mercados de diversificação (o 3ºda lista) não há grande investimento.
Ponto seguinte. Nome de código:
“Estratégia de produtos”
Consolidar e desenvolver 10 produtos turísticos estratégicos
Aqui vemos a razão transformar-se em traição em pleno esplendor.
* a) O produto sol e mar deve ser requalificado, com prioridade no Algarve, e deve haver uma aposta no desenvolvimento de actividades que reforcem a proposta de valor para o turista;
Tradução 1: mais construção civil, hotéis, resorts, investimento público massivo para fazer favores a privados, desregulamentação na concessão de licenças e alvarás… Depois estes irão pagar impostos em off-shores…
Tradução 2: não há pagamento de portagens; uma vez que isso é uma proposta de valor para o turista…
b) Para desenvolver o circuito turístico (touring) cultural e paisagístico é necessário, entre outros, criar rotas temáticas (como por exemplo: património mundial, monumentos, sítios e paisagens culturais, rotas religiosas desenvolvidas em torno de Fátima …”
Tradução 1: dinheiro despejado sobre certas zonas-autarquias…assim calam-se e não contestam…
Tradução 2: Continuar a sustentar a Igreja católica – com endosso de apoio a Fátima; em troca esta cala-se e prega o conformismo como forma de vida.
As alíneas C) e D) são a área casino/casa de meninas para aviar/negócios/eventos
c) No que diz respeito a estadias de curta duração em cidade (city break), é necessário melhorar a acessibilidade a Lisboa e ao Porto, assim como a experiência dos turistas, …
“…sendo ainda importante implementar calendários de animação local e de eventos;”
Efeitos disto no emprego:
Eventos de curta duração = recibos verdes = trabalhadores sem quaisquer direitos e só deveres = a pessoas mal pagas e sem qualquer segurança = semi -escravos…
Melhorar acessibilidades:
Gastar dinheiro a construir mais estradas e autoestradas para satisfazer o lobby da construção civil.
d) O produto turismo de negócios assume especial importância pelo volume de viagens que representa…
Tradução: volume de viagens = a mais estradas e auto estradas = fellatio feito à construção civil… o que irá originar o aumento da atractividade de “certas profissões” como prostituição…
e) No turismo de natureza, Portugal deve intervir para reduzir os défices a nível infra-estrutural, de serviços, de experiência, de conhecimentos (know-how) e da capacidade competitiva das empresas que operam neste domínio….
Tradução: alínea que apenas existe para encher. Não há nesta alínea qualquer medida prevista; apenas remissões para decretos lei e restantes banalidades retóricas…
f) Portugal deve desenvolver infra-estruturas de suporte para o turismo náutico, permitindo a «invernagem activa», investir nas condições de atracagem na construção de portos de abrigo ao longo da costa portuguesa;
Tradução: construir marinas para iates de luxo. Pagas pelos contribuintes portugueses (os mesmos que estão à espera de uma consulta no médico de família dois meses, quando tem médico de família atribuído…). Turismo para ricos e abastados que nada desenvolve realmente quer em emprego qualificado, quer em receitas para o país. Estas marinas provavelmente serão “privatizadas” para “melhorar a gestão”.
Portugal deve desenvolver infra estruturas portuárias que lhe permitam competir com portos de mar como Roterdão e ganhar quota de mercado no transporte de mercadorias que entram na Europa?
Claro que não….
g) Portugal pode ambicionar tornar-se um destino de saúde e bem-estar (wellness destination), devendo apostar prioritariamente nos Açores e na Madeira para o desenvolvimento de ofertas distintivas;
Tradução: reformados velhinhos da Europa, mas ricos, virem para cá. Os hospitais privados e residências privadas de luxo, com médicos treinados pelos serviço nacional de saúde já estão a começar a produzir os seus efeitos, bem como a privatização e redução de pontos de venda ( isto é, hospitais) a serem geridos por privados já está aí.
Benefícios para o comum cidadão português? Nenhum. Apenas pagou a conta…
* h) Portugal deve consolidar a forte projecção internacional como destino de golfe,sendo o destino de referência a nível europeu;
Se repararam no * ; só à terceira página da resolução 57/2007 aparece a alínea que fala de campos de golfe. Bem disfarçada. E na alínea “H”. Seria “normal e juridicamente lógico na construção do decreto lei, que o conteúdo da alínea “A” estivesse próximo do conteúdo da alínea “H”. Sei lá… assim de repente … que estivesse na alínea a seguir…
Mas… surpresa…não está…uma oportuna “deficiência da técnica legislativa…ocorre aqui…
Os campos de Golfe gastam muita agua. Por isso é que os contribuintes portugueses pagaram ISTO.
i) Os conjuntos turísticos (resorts) integrados e turismo residencial são importantes no desenvolvimento do turismo, principalmente nas regiões com menor expressão turística como o Alentejo e o Oeste;
Tradução: a alínea I aparece à seguir a alínea de Golfe (H) para baralhar. Que não se pense que o interesse é só Golfe no Algarve, mas sim desenvolvimento também nas regiões do Alentejo e do Oeste. Assim os tolos ficam enganados…e o plano parece uma coisa harmoniosa… e destinada ao país todo.
j) Portugal pode tornar-se um destino de excelência do produto gastronomia e vinhos, beneficiando das condições do Douro, património mundial, e do Alentejo património cultural e natural.
Repare-se na expressão “pode tornar-se”.
Proponho uma solução alternativa. “Um ovo pode ser um ovo”. Em vez de “um ovo é um ovo”. Estão a ver? Pode ser… é uma alínea com funções, a saber:
Retórica de chacha, criar confusão jurídica e palavrosa, e dar a ideia,dada a construção do tempo verbal que irá ser feita qualquer coisa. Só que, medidas concretas, não existem , definidas… na alínea…
Esta alínea tem também a mesma função da alínea I. Misturar-se no “conjunto” de alíneas retirando importância e visibilidade ao Golfe…como assunto a que se preste atenção…
Ou seja, o Golfe e “coisas associadas a ele é que são “o sumo” deste decreto lei. O resto está para encher…
Em baixo: wikcionário
Substantivo
con.lu.io masculino (plural: conluios)
-
- maquinação ou conspiração para prejudicar outrem;
- arranjo;
- combinação;
- combinação entre duas ou mais pessoas pela qual acordam enganar ou defraudar outra pessoa ou instituição com vista a obter bens ou serviços.
Amanhã: linhas orientadoras para as regiões
PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE TURISMO.
No dia 4 de Abril de 2007 ( data do diploma; pode não ter saido nesse dia exacto…) foi publicada uma resolução do conselho de ministros. Misturada, no meio de outras resoluções, como sejam a certificação de queijos e o regulamento de pesca ao cerco surge formosa e segura, uma resolução sobre turismo. A resolução é a 53/2007. Por resolução entenda-se que os ministros / primeiro ministro assim resolveram fazer.
É o que resolveram? Transcrevem-se pedaços de poesia legislativa da referida.
“… o turismo como uma área decisiva para o desenvolvimento sustentável a nível ambiental, económico e social.”
“O turismo é um sector estratégico prioritário para o País e deve dar um contributo significativo, nomeadamente através do aumento das receitas externas, para a cobertura do défice da nossa balança comercial e para o combate ao desemprego. “
Continuando:
Para tal, o Governo definiu como objectivos estratégicos o aumento da contribuição do turismo para o PIB nacional e para o emprego qualificado e a dinamização do turismo interno, elementos cruciais para a melhoria da qualidade de vida dos Portugueses.
Este texto é truncado. Antes destas partes que eu citei existe um discurso patriótico redondo exaltando a coesão nacional, a melhoria da qualidade de vida e restante jargão retórico.
Simbolizam, basicamente, pagar-se impostos extremamente altos, pagar-se serviços antes públicos, mas no futuro a serem totalmente privados, e continuar a sustentar uma estrutura estatal arcaica, cheia de cargos públicos políticos e respectivos assessores com generosos ordenados, em paralelo com negócios privados de lucros garantidos em regime disfarçado de monopólio, como é aquele que orienta as magníficas empresas portuguesas.
Definem-se 5 pilares principais.
” Para responder aos desafios estratégicos enunciados, o Plano Estratégico Nacional do Turismo define cinco eixos de intervenção
- território, destinos e produtos;
- marcas e mercados;
- qualificação de recursos;
- distribuição e comercialização;
- e inovação e conhecimento.”
Depois dos 5 pilares, mas não os da sabedoria, designa-se a burocracia que irá desenvolver este grandioso e vasto programa. O instituto de turismo de Portugal.
A coisa tem que ter nome: Plano estratégico nacional de turismo.
Em seguida, e fazendo uma derivação, importa definir “traição”, citando a Wikipédia.
Traição, como uma forma de decepção ou repúdio da prévia suposição, é o rompimento ou violação da presunção do contrato social (verdade ou da confiança) que produz conflitos morais e psicológicos entre os relacionamentos individuais, entre organizações ou entre indivíduos e organizações. Geralmente a traição é o ato de suportar o grupo rival, ou, é uma ruptura completa da decisão anteriormente tomada ou das normas presumidas pelas outros.
Em seguida cita-se uma parte do post inaugural deste tugúrio chamado Dissidente-x.
Como povo, somos vitimas de uma mistificação nacional.
Foi “decidido” internacionalmente; com a ajuda do sentimento de inferioridade, desejo de agradar, recompensas em bens materiais e prestígio, e temor reverencial dos políticos portugueses – da actual classe política – que deveria Portugal aceitar ser pobre, ser um país de “serviços”, um país de turismo, um país de mão de obra apenas qualificada para esses sectores.
Os políticos portugueses – aquilo a que se chama “a elite”, decidiu trair.
Trair é o nome do jogo.
Para trair com eficácia é necessário desmantelar todas as áreas que impliquem investimento de dinheiro formando pessoas extremamente qualificadas em áreas que não estas acima descritas.
Pelo meio, alguns dos sectores destas áreas a transformar serão, nalguns casulos e nichos específicos, retirados da concorrência internacional e “oferecidos” aos privados portugueses para que estes continuem a produzir mau serviço, mas com lucros altos garantidos e quotas de mercado asseguradas.
Uma falsa concorrência.
AQUI percebe-se melhor o resto lendo até ao fim. ( Quanto a este post … continua… amanhã…)
A parte 2 deste post encontra-se AQUI
A parte 3 deste post encontra-se AQUI
A parte 4 (e última) deste post encontra-se AQUI