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AS CONSEQUÊNCIAS DA DESINFORMAÇÃO SOBRE O COPYRIGHT

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«1992, o ano em que o Congresso Americano aprovou o Audio Home Recording Act, parece marcar o ponto em que as editoras que fazem lobby pelo copyright abandonaram a estratégia do Legal vs. Ilegal.

O objectivo destas editoras é convencer os nossos políticos a criarem uma lei de copyright total (sem excepções) e eterno. Ao mesmo tempo, desdobram-se em campanhas de propaganda com o objectivo de tentar convencer os cidadãos e autores que os cidadãos têm MENOS direitos do que os que a lei realmente dá.

Num ano recente, a primeira coisa que víamos quando nos aproximavamos da Feira do Livro de Lisboa era uma faixa enorme a dizer “Diga não à cópia”. Eu tenho livros com a mesma frase impressa.
As editoras e associações gestoras de direitos têm-se desdobrado em campanhas que têm como objectivo denegrir vocábulos como “cópia”, “fotocópia” ou “downloads”.

Recentemente, a APEL lançou um “estudo” sobre a dimensão da cópia ilegal de livros no Ensino Superior e Profissional em Portugal. Nesse “estudo”, a APEL descreve sete métodos de cópia e classifica-os a todos como ilegais.

Se confrontarmos o “estudo” com o Código de Direito de Autor e Direitos Conexos Português, verificamos que apenas dois (dos sete) métodos descritos são manifestamente ilegais.

No sumário executivo deste estudo (pág.12), é dito
“Apenas 3% dos estudantes dizem desconhecer a lei da proibição da fotocópia;”

Isto é absolutamente extraordinário: 97% dos estudantes inquiridos afirmam conhecer uma lei que não existe! Não existe em Portugal nenhuma lei com o título ou o tema “proibição da fotocópia”. As fotocópias não são proibidas em Portugal. Mal de nós se assim fosse porque isso significaria que tínhamos perdido o direito à cópia privada.

O estudo refere ainda por várias vezes a “lei da proibição da cópia integral”, que também não existe: quando o cidadão faz uma cópia privada pode fazer a cópia integral da obra.

Quando vocês passam um CD para o formato mp3, para o poderem ouvir no vosso leitor de mp3, estão a fazer uma cópia privada e têm todo o direito de fazer uma cópia integral. Nem faria sentido que vocês só pudessem passar uma parte do CD para mp3!

As únicas situações em que a lei restringe a cópia integral são aquelas em que a lei permite também a distribuição e disponibilização ao público dessa cópia. E é por permitir a distribuição e disponibilização ao público que a lei faz esta restrição e nunca por ser uma cópia.

Mas muitas vezes acontece (e eu já presenciei isto) um aluno ir à biblioteca requisitar um livro, dirigir-se a uma loja de fotocópias, pedir para fazerem uma cópia e dizerem-lhe que só podem fotocopiar x páginas ou x% do livro. Mas a lei não impõe nenhum limite à cópia privada.

Esta desinformação é muito útil às editoras e sociedade de gestão de direitos: se conseguirem convencer os cidadãos de que estes têm menos direitos do que os que realmente têm, quando conseguirem convencer os políticos a retirarem estes direitos da lei, os cidadãos não se vão queixar, pois acham que já não tinham esses direitos de qualquer maneira.

Esta propaganda tem e terá também efeitos práticos terríveis: nos últimos dias um conjunto de autores conseguiu deitar abaixo um site que facilitava o empréstimo de livros digitais legal.

O Lendink era um site que ajudava pessoas que compraram livros digitais na Amazon ou na Barnes & Noble a encontrar outras pessoas que quisessem emprestar os seus livros digitais. Quando isto acontecia, os utilizadores eram redireccionados para os sites da Amazon e Barnes & Noble onde o empréstimo era efectuado.

Alguns autores começaram a dizer no Twitter que não tinham dado autorização para empréstimo dos seus livros (o que é mentira porque deram essa autorização quando assinaram o contrato com a Amazon ou a Barnes & Noble), que o Lendink era um site pirata, que permitia o “roubo”, etc, numa caça às bruxas execrável.

(…) Este mês foi o Lendink, amanhã pode ser um site vosso. Não abdiquem dos vossos direitos, nem se deixem enganar: a lei portuguesa está disponível para toda a gente ler.»

Paula Simões (10/08/2012)

Via “O Peso e a Leveza”

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Written by dissidentex

11/08/2012 at 14:22

CANADÁ: PROTESTOS SISTEMÁTICOS HÁ MAIS DE 100 DIAS CONTRA UMA LEI QUE CRIMINALIZA AS MANIFESTAÇÕES. O JORNALISMO AMARELO PORTUGUÊS NÃO REPAROU

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Parece que existem primaveras de protesto que são mais divulgadas do que outras. Dá jeito a existência de censura.

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No Canadá, protesta-se há mais de 100 dias porque o governo canadiano decidiu implementar uma lei ( bill 78 ) que proíbe o protesto através de manifestação pública.

ESTA LEI RESTRINGE A LIBERDADE DE LIVRE MANIFESTAÇÃO, PROTESTO, DE PIQUETES DE GREVE JUNTO OU EM UNIVERSIDADES E EM QUALQUER LUGAR DO QUEBEQUE SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DA POLÍCIA. ESTA LEI TAMBÉM COLOCA RESTRIÇÕES SOBRE O DIREITO DOS EMPREGADOS NA QUE TRABALHEM NA ÁREA DA EDUCAÇÃO  A FAZEREM GREVE. AQUI

Numa democracia, quando se cria uma lei, ela deve ter como características principais, a generalidade e abstracção – visando (tendencialmente) regular todos os casos para todas as pessoas envolvidas  nos casos  a regular.

No Quebeque esta lei foi feita apenas como resposta aos crescentes e legítimos protestos dos estudantes canadianos relativamente a propinas e ao seu aumento, uma lei específica alvejando um especifico grupo.

Isso é o que os governos sem legitimidade democrática ou totalitários fazem para afrontarem e intimidarem a sua população .

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A lei foi criada para atacar os movimentos e associações de estudantes e os seus protestos pelo facto de as propinas no Canadá terem sido aumentadas brutalmente ao mesmo tempo que eram aplicadas medidas de austeridade no país.

No estado do Quebeque as coisas foram ainda piores dado que ali o endividamento das famílias é ainda maior do que no resto do país.

Isto ao mesmo tempo que um governo canadiano corrupto e com tiques totalitários aumenta os seus gastos em matéria militar.

Vídeo explicativo legendado em português,onde Andrew Gavin Marshall explica a situação de forma detalhada.

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Transcrição do dialogo do segundo vídeo, em Inglês, AQUI
O jornalismo amarelo português tem falta de comparência a este assunto.

 

ESCOLAS PRIVADAS, corrupção e acesso ao poder.

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 Esquerda republicana- 29 de Julho de 2007.

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“””A qualidade do ensino, por si só, não é determinante para o sucesso dos estudantes na vida profissional. Por exemplo, uma coisa importante nas escolas privadas são os amigos.A possibilidade de controlar com quem é que os nossos filhos se dão é uma vantagem importantíssima na educação deles.

Nos anos do Cavaquismo, um amigo meu, a trabalhar numa empresa financeira qualquer, perguntou a um banqueiro amigo do pai porque é que o banco dele tenha deixado sair um determinado gestor (que segundo o meu amigo era extraordinariamente competente e tinha acabado de começar a trabalhar na empresa dele).O banqueiro respondeu que o gestor em questão “era de baixa extracção”. O meu amigo riu-se e perguntou se ainda fazia sentido nos anos oitenta ser-se snob no mundo dos negócios. O banqueiro respondeu-lhe que havia pessoas que eram de confiança – “dos nossos” – e pessoas que não eram de confiança.Por exemplo – dizia o banqueiro – a seguir ao 25 de Abril, uma data de trabalhadores de longa data tinham-se identificado com a revolução e não hesitaram em atacar os interesses do banco e das empresas da família dele.Lugares de responsabilidade deviam ser dados a “pessoas de confiança, com os mesmos valores que nós.””””

Written by dissidentex

18/12/2007 at 10:28