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MEMORANDO DA TROIKA E DO FMI – O BPN E OS SEUS DEMÓNIOS…
Para este fim, um novo plano é submetido à união europeia para ser aprovado à luz da legislação comunitária sobre concorrência.
O objectivo é encontrar um comprador o mais tardar até ao final de Julho de 2001.
2.11 Para facilitar a venda, as 3 companhias subsidiarias/ holdings especiais em que o banco está organizado, mais os seus bens e negócios não essenciais (core business – nota minha) foram separados do BPN, e mais bens podem ser transferidos para estas “holdings especiais” como parte dasnegociações com potenciais clientes.
O BPN está também a lançar projectos mais ambiciosos de redução de custos com vista a aumentar a sua atractividade perante potenciais compradores.
Ø
De uma conversa com diabos financeiros e dos seus lacaios….
Advogado do diabo: Devo ser sincero. A seriedade deste programa depende de quem fica responsável pelos veículos especiais com activos tóxicos…
Demónio Aprendiz malcriado: mas vendem aquela porcaria a quem? E vendem sem um preço mínimo? Agora que o bem está completamente desvalorizado e o comprador, qualquer ele seja, caso compre escolhe a seu belo prazer…
Lacaio subserviente: e o comprador pode até não decidir comprar esta coisa, mestres…
Advogado do diabo: um dos problemas e vigarices deste tipo de esquemas que os humanos corruptos adicionaram ao problema é que neste tipo de situação costuma ser a entidade que fica com o banco “limpo”; a mesma que o tornou um mau produto financeiro e comercial.
Lacaio subserviente: E também por ser a mesma que o tornou um mau produto e aceita abater os produtos financeiros tóxicas das outras entidades associadas num plano de gestão para “revitalizar.
Advogado do diabo: Neste caso especifico quem geria o banco foi afastado e por isso este tipo de acordo é impossível.
Demónio Aprendiz malcriado: Para o venderem qualquer otário comprador (sem responsabilidades nisto) não quer o resto do pacote. Ingratos, por não quererem comprar uma porcaria…
Advogado do diabo: tecnicamente é isso que se faz sempre, meu pequeno demónio aprendiz malcriado, apenas a adaptação à realidade é que é pouco clara ou mesmo ocultada.
Demónio Aprendiz malcriado: tudo bem, mestre, mas aquilo não vale nada neste momento. Mesmo que se separe partes partes daquilo, o tóxico está sempre ali…
Lacaio subserviente: o problema é que em 3 anos de confusão o valor publico do BPN é zero… a marca não vale nada.
Mestre, mesmo que seja possível dissociar os activos tóxicos torna-se complicado a qualquer otário comprador voltar a lançar a marca ou mesmo um qualquer suicida comprador que opte por usar a marca nos mesmos balcões e serviços.
Advogado do diabo: exactamente.
Só uma empresa de suicidas ou alguma que tenha mercado garantido para aquilo – por exemplo uma empresa muito grande que meta para lá as suas aplicações financeiras e os ordenados dos seus trabalhadores e mesmo assim… enfim…
Lacaio subserviente: sim mas tinha que ter interesse em estar na banca… quantas existirão?
Demónio Aprendiz malcriado: nenhum. O único que eu conheço em Portugal é a sonae mas tiveram esses devaneios há mais de 20 anos quando o dono era um empresário com fome de negócios e espírito de inovação. Não o conformado que é agora…
Advogado do diabo: talvez até queira… não estou a par… mas de qualquer forma, sobra sempre a questão sobre quem é o designado “burro” que vai quem vai comer o prejuízo dos activos tóxicos e a resposta parece ser o estado. A não ser que aceitem por outro tipo de contrapartidas associadas à venda. Contrapartidas altamente favoráveis…
Lacaio subserviente: Não sabemos dizer-lhe , Mestre. Os nossos demónios inferiores que negociaram o memorando não conseguiram impor com essa precisão tal hipótese. Dava demasiado nas vistas, mestre…
Temos que os enganar, dizendo-lhes que o acordo é bom, mestre….
O que eles não sabem é que o acordo é bom para nós, mestre…
Advogado do diabo: pelo que vi, só pelas noticias das nossas agências de noticias fabricadas por nós, parece que o que está escrito é algo vago e ambíguo, como nós ordenamos.
Demónio coxo zombeteiro: Por isso não se sabe o que vai ser feito concretamente ou sequer a situação real do banco. Gozamos com os humanos daquele país e eles gostam…
Advogado do diabo: Parece-vos que é vago e ambíguo mas está relacionado com outras coisas cozinhadas aqui no nosso pequeno inferno….
Demónio Aprendiz malcriado: que também são vagas e ambíguas, como nós queremos…
Demónio coxo zombeteiro: É por isso que mandamos os nossos lacaios negociadores inserir valores de reduções de despesa vindos não se sabe de onde, como magia negra.
Lacaio subserviente: e economicamente está ali descrito uma recessão altamente lesiva para os humanos daquela terra. Mas é caos o que queremos…
Demónio coxo zombeteiro: queremos subir o IVA e alterar escalões do imposto.
Lacaio subserviente: sim e vai ser feito, mestre…
Advogado do diabo: sim, mas no geral nada daquilo tem alguma coerência – como nós queremos. E não vejo os valores que são postos no negócio do BPN como sendo totalmente exequíveis… que é o que nos interessa…
Demónio Aprendiz malcriado: o que parece faltar é definir a chave do arranque económico. Após tudo aplicado não se sabe muito bem o que irá dinamizar o mercado. Nem parece existir um esforço nesse sentido. São idiotas ou fazem de propósito por acreditarem nisso?
Advogado do diabo: a não ser que se tenham tentado tornar criativos e isto seja “reaganomics”…. nesse caso é melhor juntar três avé marias por dia.
Demónio coxo zombeteiro: invocar regras do nosso inimigo mortal Deus” para rejeitar a reaganomics, é blasfémia, ò advogado…apesar de a reaganomics ser uma blasfémia também…. Nem nós aprovamos algo tão destrutivo…
MEMORANDO DA TROIKA E DO FMI – A PIADA DE MAU GOSTO
TRADUÇÃO A MARTELO EM BAIXO
Memorando da Troika/ FMI pode ser encontrado Aqui. (Em inglês)
Banco Português de Negócios
2.10. The authorities are launching a process to sell Banco Português de Negócios (BPN) on an accelerated schedule and without a minimum price.
To this end, a new plan is submitted to the EC for approval under competition rules. The target is to find a buyer by the end of July
2011 at the latest.
2.11. To facilitate the sale, the 3 existing special purpose vehicles holding its non-performing and non-core assets have been separated from BPN, and more assets could be transferred into these vehicles as part of the negotiations with prospective buyers.
BPN is also launching another program of more ambitious cost cutting measures with a view to increase its attractiveness to investors
Tradução a martelo
2.10 – As autoridades estão a lançar um processo de venda do banco português de negócios, com um calendário acelerado e sem um preço mínimo de venda declarado.
Para este fim, um novo plano é submetido à união europeia para ser aprovado à luz da legislação comunitária sobre concorrência.
O objectivo é encontrar um comprador o mais tardar até ao final de Julho de 2001.
2.11 Para facilitar a venda, as 3 companhias subsidiarias/ holdings especiais em que o banco está organizado, mais os seus bens e negócios não essenciais (core business – nota minha) foram separados do BPN, e mais bens podem ser transferidos para estas “holdings especiais” como parte das negociações com potenciais clientes.
O BPN está também a lançar projectos mais ambiciosos de redução de custos com vista a aumentar a sua atractividade perante potenciais compradores.
Traduçao da traduçao
1 – o BPN vai ser vendido a preço de banana. Nâo há preço de venda definido.
2 – Para se vender a preço de banana, as regras comunitárias sobre concorrência são deitadas para o lixo.
3- Deitam-se as regras comunitárias sobre concorrência para o lixo, para tentar criar condições para que um banco português compre aquela porcaria.
4 – As 3 holdings especiais ( special vehicules…) , mais os negócios não essenciais ao banco são separadas do banco – essas são as partes dentro do banco que tem valor; o banco em si mesmo como marca e como negócio está “queimado”.
5- Se, mesmo assim, os potenciais clientes não quiserem comprar encontrar-se-á mais “nata” dentro do banco para oferecer ainda a mais preço de banana aos potenciais clientes.
6 – As medidas ambiciosas que o banco está a lançar para se tornar ainda mais atractivo junto de potenciais investidores são despedimentos de trabalhadores (que irão onerar o estado português e a segurança social…).
7- O “desespero” da troika/FMI para despachar esta coisa oferendo-a a troco de preço de banana e no mínimo, suspeito e ideologicamente orientado.
OS BANQUEIROS PORTUGUESES E O FMI
29 Outubro (DE 2011) – “Entrada do FMI em Portugal representa perda de credibilidade”
26 Janeiro DE 2011 – “Portugal não precisa do FMI”
31 Março – “por que é que Portugal não recorreu há mais tempo ao FMI”
Santos Ferreira (MBCP):
12 Janeiro – “Portugal deve evitar o FMI”
2 Fevereiro – “Portugal deve fazer tudo para evitar recorrer ao FMI”
4 Abril – “Ajuda externa é urgente e deve pedir-se já”
Ricardo Salgado (BES):
25 Janeiro – “não recomendo o FMI para Portugal”
29 Março – “Portugal pode evitar o FMI”
5 Abril – “é urgente pedir apoio .. já”
Ø
Compilação feita pela comunicação social, num raro momento de independência – blog sem embargo – dia 7 de Abril de 2010.
Ø
Os astrólogos são mais confiáveis.
A usurpação de funções entre as profissões de astrólogo e banqueiro não devia ser permitida por lei.
O FMI E OS SEUS MÉTODOS
JOSEPH STIGLITZ – WIKIPÉDIA
“…O FMI, geralmente, só tem no local um único “representante residente”, com poderes limitados. Seus planos, de modo geral, são ditados por Washington e redigidos durante as rápidas missões de altos dirigentes. Desde que descem do avião, mergulham nos números do Ministério das Finanças e do Banco Central. Hospedam-se confortavelmente em hotéis de cinco estrelas das capitais.”
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“…Não se deve ver o desemprego como uma simples estatística, como uma “enumeração de cadáveres” – vítimas não intencionais da guerra contra a inflação ou pelo pagamento aos bancos ocidentais. Os desempregados são pessoas de carne e osso, têm famílias, e todas essas vidas são dolorosamente afetadas, às vezes destruídas, pelas medidas econômicas que os especialistas estrangeiros recomendam, ou impõem – no caso do FMI.”
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“…Do alto de um hotel de luxo, impõem-se, sem piedade, políticas sobre as quais se pensaria duas vezes caso se conhecessem os seres humanos cujas vidas vão ser arrasadas.”
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Mas foi ao ir à Etiópia, um dos países mais pobres do mundo, em março de 1997, apenas um mês após haver assumido minhas funções no Banco Mundial, que, de repente, mergulhei no espantoso universo político-aritmético do FMI.
Ø
O social ou o financeiro?
Se a Suécia conceder uma ajuda financeira à Etiópia, para que construa escolas, a lógica do FMI impõe conservar o dinheiro na forma de reservas.
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O presidente declarou-me que não havia lutado durante dezessete anos para ter um burocrata internacional a lhe dizer que não podia construir escolas e hospitais
A lógica do FMI coloca um problema evidente: implica que, se obtiver ajuda para realizar alguma coisa, um país pobre nunca poderá gastar o dinheiro. Se, por exemplo, a Suécia conceder uma ajuda financeira à Etiópia para que construa escolas, a lógica do FMI impõe a esta última conservar esse fundo em suas reservas. (…)
Mas não é para isso que os doadores internacionais concedem ajuda. Na Etiópia, os doadores, que trabalhavam independentemente e não tinham nenhuma obrigação para com o FMI, queriam que novas escolas e novos hospitais fossem construídos, o que era também a intenção do governo. Meles não mediu suas palavras: declarou-me que não havia lutado ferrenhamente, durante dezessete anos, para ter um burocrata internacional a lhe dizer que não podia construir escolas e hospitais para seu povo quando havia conseguido que doadores financiassem sua construção.
Ø
Entregar o sistema bancário, para “maior eficiência”
Queriam que a Etiópia não só abrisse seus mercados financeiros à concorrência ocidental como também que cindisse seus bancos em vários pedaços
O FMI queria mais que a mera abertura do sistema bancário à concorrência estrangeira. Pretendia “fortalecer” o sistema financeiro, criando um mercado de adjudicação para as obrigações do Tesouro do Estado etíope – reforma que, por mais desejável que pudesse ser em inúmeros países, não tinha nada a ver com o nível de desenvolvimento da Etiópia.
Também queria que esta “liberalizasse” seu mercado financeiro, isto é, deixasse as forças do mercado determinarem livremente as taxas de juros – o que os Estados Unidos e a Europa ocidental não fizeram até a década de 70, época em que seus mercados, e o necessário aparelho de regulação, eram infinitamente mais desenvolvidos.
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A Etiópia tinha excelentes motivos para resistir ao FMI, quando este exigia que “abrisse” seu sistema bancário. Tinha visto o que se passara em um de seus vizinhos da África oriental – o Quênia – que havia cedido. O FMI insistira para que esse país “liberalizasse” o mercado financeiro, persuadido de que a concorrência entre os bancos iria provocar a queda das taxas de juro. Os resultados foram catastróficos.
A medida fez-se acompanhada pelo crescimento muito rápido de bancos de negócios indígenas, numa época em que a legislação bancária e a fiscalização dos bancos eram inadequadas, com os resultados previsíveis: quatorze falências somente nos anos 1993 e 1994. Na prática, as taxas não caíram, mas aumentaram. O governo etíope, compreensivelmente, foi cuidadoso.