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GERAÇÂO À RASCA: UM ANO DEPOIS PERCEBE-SE QUE FOI UM MOVIMENTO DE PERFEITOS TONTOS SEM QUALQUER ÉTICA OU PRINCÍPIOS

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Faz hoje um ano que aconteceu uma manifestação de um movimento de protesto.

Um ano depois, as razões para protestar são ainda mais patentes e definidas.

E onde estão os revolucionários de sofá e de passeio nas ruas?

Essa imensa mole humana de arrotadores de palavras de ordem, qual delas mais disparatada?

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“Está paralisada pelo medo e pela estupefacção”, responde Joaquin Estefanía, ex-director do diário espanhol El País, para quem o medo foi transformado numa arma de controlo social (ver entrevista na página ao lado).

Dizendo-se “atónita com tanta passividade” portuguesa, a historiadora Irene Flunsel Pimentel concorda que as pessoas estão “amedrontadas, aterrorizadas e desorientadas, sobretudo porque não vêem nenhuma luz ao fundo do túnel”. “As que ainda têm emprego têm medo de o perder mas também não sabem muito bem o que fazer”, explica, para, no jogo das diferenças com as reacções à crise nos outros países, atirar culpas à herança deixada por Salazar. “A Espanha e a Grécia tiveram tremendas guerras civis, com milhares de mortos, e isso acaba por se inscrever no código genético das populações. Nós tivemos um ditador que viveu sempre com o apoio de uma parte da população, não se pode dizer que subsistiu apenas através da repressão. Não havia liberdade, mas havia aquela pessoa que zelava pela nossa segurança, que não nos deixava cair na miséria total e que nos habituou a pensar que os outros é que mandam em nós”.

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Notícia parcial da comunicação social,  sobre o mundo cor de rosa dos cornos mansos portugueses, um ano depois,dia 12 de Março de 2012.

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Este conjunto de pessoas não protesta nem protestou contra a injustiça; protesta pela inexistência de lugares e oportunidades dentro do sistema .

Este conjunto de pessoas não protesta nem protestou contra a corrupção , os tachos, os favorzinhos, os lugares para os amigos,a cultura de esquemas; apenas protestou porque não há tacho para eles nem lugar à escolha, não há “esquema” para eles porque os recursos foram reduzidos.

Este conjunto de pessoas não protesta nem protestou contra a corrupção, porque a corrupção nunca os incomodou, desde que existisse um lugarzinho corrupto para eles, para os amigos deles e para a classe social/profissional em que acham que se enquadram, e que acham que é melhor do que as restantes.

Este conjunto de pessoas não protesta nem protestou porque achava que existia um “amparo” para a maioria da população (da classe deles…) e eles próprios estavam colocados dentro dessa suposta maioria da população;  mal começaram a viver a experiência de que não existia lugar cómodo para si mesmos, soltaram a sirene da indignação falsa.

Hipócritas, para não dizer mais.

Medíocres cívicos.

Este conjunto de pessoas não protesta nem protestou contra a corrupção, corporizada nos abusos de poder em democracia, não se indigna com os flagrantes casos de corrupção, não se indignam com a pratica corrente da mesma, tolerada por todos, a corrupção rasteira que os próprios também já fizeram, tolerada por todos

Este conjunto de pessoas não protesta nem protestam pelo facto de as coisas já serem injustas nesta sociedade  há pelo menos 30 anos; apenas ficou incomodada quando isso lhe tocou a eles e aos amigos em larga escala.

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Este conjunto de pessoas ficou indignado em 2011 porque a gamela da corrupção transbordou e atingiu-os, levando-os para as franjas dos lugares e para a sociedade onde não tem direitos, só deveres.

Foi-lhes por isso, muito fácil corporizarem os descontentamento naquela abstrusa coisa que era primeiro ministro em 2011. Foram tão úteis nessa tarefa…

Contudo nunca se incomodaram com a restante maioria silenciosa de pessoas que já tinha os mesmos problemas desde há mais de 30 anos. E isso deveu-se ao facto de esta gente olhar como ”  beatiful people ” que foi , no fundo educada para achar  – hedonistas de merda mimados – que são “socialmente superiores as restantes classes de pessoas que vivem neste país.

Enquanto existiram tachos para estes mimados vaidosos ridículos e lugares, os abusos do poder politico e económico passavam-lhes ao lado.

Enquanto existiram tachos e lugares a autonomia dos cidadãos como tema não lhes  interessava.

Enquanto a corrupção os não atingia fortemente, nem sequer lhes interessava o que se estava a passar noutros quadrantes da sociedade portuguesa.

Agora que já atingiram o orgasmo da contestação no ano de 2011, voltaram a ser os mesmos hedonistas de merda que sempre foram.

Não desejam romper com nada, nem sequer mentalmente; não desejam mudança verdadeira, não desejam coisa nenhuma.

Apenas um “lugarzinho” oferecido.

Apenas um lugar, porque acham que são ungidos de Deus.

E como está escrito na imagem: revolucionários?

Ir a uma manifestação é uma revolução?

Queimaram uma oportunidade, mas também para isso foi o movimento desenhado.

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Written by dissidentex

12/03/2012 at 14:44