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EXPOSIÇÃO DARWIN – GULBENKIAN – 13 FEVEREIRO DE 2009
O que está em baixo são as imagens em exclusivo para este blog, dos convites da exposição Gulbenkian sobre Darwin. Frente e costas.
( Extraordinário! Após este marco fenomenal, já posso fechar o blog – nada mais resta a atingir…)
Obtive estes convites quando contactei um soldado de um exercito morto que conheço que mos facultou. Porque era uma exposição que “estava muito gira”.
E como estava muito “gira” fui até lá no dia designado.
E o estado do que é Portugal estava ali em todo o seu esplendor. Ou deverei escrever esterco?
Algumas das pessoas mais idiotas e superficiais que representam efectivamente o que é a sociedade portuguesa pavoneavam-se.
Das poucas pessoas que ali estavam para efectivamente, ver a exposição, eu era uma delas.
O resto eram os costumeiros mirones que aparecem nestas alturas e pedem convites que lhes são dados para fazerem isso mesmo: aparecerem.
Sendo a Gulbenkian um Estado dentro do Estado tal é normal. Também é normal, nas cerimónias de Estado, aparecer um alto dignitário da igreja (expressão irónica) para “benzer a coisa”.
Excepto em exposições sobre Darwin. Nota a recordar…
E como a Gulbenkian é verdadeiramente um Estado dentro do Estado, os cortesãos apareceram vindos de todos os lados.
Desde o ministro da cultura rodeado de gente, a “jornalistas da cultura”; “estilo fashion”, a meninas de escolas particulares ainda vestidas com a farda…
Mas deu para observar “clinicamente” a fauna e flora do local. Senhoria de 40 anos a quererem parecer ter 25, com vestidos de noite e colares de pérolas, gente altamente bem vestida que se notava que estava ali para “aparecer”;resplandecente, tipos que pareciam ser do Bloco de esquerda, que tinham o aspecto por contraste dos anteriores referidos (vi um com um cabelo à Marco Paulo, esse nacional cançonetista dos anos 80, e com o bónus de ter um bigode, uma das figuras mais ridículas e estranhas que já vi na minha vida) e tudo isto, misturado com o pessoal “queque” e cheio de pergaminhos que vem assistir a concertos de música clássica.
Uma salada russa incongruente…
Uma jovem “na moda” conseguia ter uma saia e um resto de corpo, cuja roupas tinham 6 tonalidades de cor diferentes, mala que levava excluída, e mala essa que ainda tinha mais duas cores diferentes.
Uma abacaxi-manga-maracujá com pernas…
Uma fauna heterogénea e heteroclítica, ortorómbica e triclínica…
Ø
E como sempre em Portugal uma exposição que deveria começar a ser inaugurada às 7 horas da tarde começou perto das nove da noite.
Antes, pelas 4 horas da tarde, começou a existir um “beberete” , um lanche cocktail, um “get together” para que a fauna pseudo cultural pudesse aceder os faustos do império decadente.
Depois veio o rei mor deste espectáculo chacina.
O senhor Aníbal Cavaco silva, uma pessoa que de cultura nada tem, próximo da Opus dei, a organização anti Darwin por excelência, que conseguiu ocupar numa visita privada a exposição, conseguiu ocupar, escrevia, quase uma hora.
E o que era para começar à 7 da noite deu para eu percebesse, o porquê de não ter começado, quando sai do local as 8.15 da noite e vi a “comitiva a sair“. Iria começar quase perto das 9 da noite.
1500 pessoas aglomeravam-se como se fossem saldos, uma qualquer black friday do corte inglês, para entrar numa porta pequenina, à vez, para irem ver a exposição, que era vista em 5, talvez 10 minutos e saiam para a rua por uma outra porta da Gulbenkian.
E quando eram 9 e 5 minutos da noite perante o vislumbre de 200, talvez 300 pessoas ainda em espera para entrarem para a exposição, uma das pessoas que mais destoava daquele ambiente (isto é, eu) saiu nos seus ténis cinzentos e de casaco verde camuflado, para a rua, para ir apanhar o autocarro mais mais próximo (que horror, que proletário…) e ir para casa.
É verdade. Não vi exposição nenhuma e estive à espera dela…quase duas horas inteiras.
Ok, não me enganam mais.
Quando os exércitos de burocratas mortos se manifestam em viagens com séquito atrasado, verificamos que existem diferentes gradações na burocracia, e diferentes graus de competência na corrupção do sistema.
Mas deu para ver as peças de porcelana à venda do Amadeo de Sousa Cardoso – 5 chávenas, 60 euros, ou os pin´s sobre o darwinismo, 1.5 euros… e outras maravilhosas coisas mais, excepto o Elefante vindo da Índia, lá pelos idos de 500 e o livro de Darwin que deu origem a isto tudo…
Mas garantem-me que a exposição vale a pena.
De facto vale, mas a inaugurações em Portugal – de “cultura cultural”- não vou mais.
E como classificar as senhoras que se equilibravam em saltos de 20 centímetros e conseguiam andar com cara séria?