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KABUL, Atentado terrorista.
Em Portugal o Jornalismo é de qualidade. Frase irónica.
Como é um jornalismo de qualidade fomos informados, nas últimas 3 semanas que, controladores aéreos portugueses tinham descoberto uma tentativa de atentado contra a torre Eiffel. Cita-se, parcialmente, o sempre vigilante DN do dia 12-01-2008:
” Controladores aéreos portugueses a trabalhar na ilha açoriana de Santa Maria interceptaram “comunicações terrestres” onde se falava num “presumível ataque terrorista” contra a Torre Eiffel, em Paris.
Fonte governamental disse ontem ao DN que a informação foi detectada na madrugada de quinta-feira e deverá ter tido origem em radio amadores. “Não foram comunicações aéreas”, assegurou, a estar na origem do alerta enviado às autoridades francesas e noticiado ontem pelo jornal Le Monde. A informação, ouvida em inglês e francês, foi transmitida ao Instituto Nacional de Aviação Civil, que a reencaminhou para a Polícia Judiciária. Foi a PJ, acrescentou a fonte, a contactar com as autoridades francesas.
O teor da intercepção, apesar de ser “vago e confuso”, alarmou a polícia francesa, que se mantém há meses no nível de alerta mais elevado, o vermelho.“
Fomos também informados que dois terroristas paquistaneses iriam praticar atentados à tonelada em Portugal. Cita-se o omnisciente Jornal Público de 20-01-2008.
Também no dia 23 de Janeiro de 2008, o sempre presente e vigilante Diário de noticias afirmava que
” … À parte estes números, irrelevantes, os relatórios estão forrados de múltiplas e variadas referências à prioridade que Portugal dá ao combate no combate ao terrorismo, e também a União Europeia, tanto por via do 11 de Setembro como dos atentados de Madrid (11 de Março de 2004) e de Londres (16 de Julho de 2005). Não há números oficiais em relação à conclusão destes inquéritos.
Mas, não é tão irrelevante a acção da PSP e da GNR relativamente ao número de alertas de bomba. A média é elevadíssima: ambas as forças de segurança responderam, em 2006, a cerca de 1400 suspeitas, ou seja, quatro por dia. Quase todos falsas.
No meio de todos estes alarmes, a PSP detonou três engenhos reais. Um dos casos era o marido que ameaçava matar a esposa tendo-lhe colocado uma bomba lá em casa. A carga explosiva não daria para furar uma parede. Ao que o DN apurou, os outros dois casos foram semelhantes. No total, em 2006, esta força de segurança realizou 1212 buscas, sendo que cerca de metade teve a ver com acções de prevenção relacionadas com visitas diplomáticas a Portugal. A ameaça falsa de bomba ocorreu em 49 escolas.
A GNR efectuou 697 intervenções, tendo percorrido, para o efeito, 87 314 quilómetros. Não há notícia de que tenha detonado um engenho explosivo. Esta força respondeu a 50 alarmes falsos em escolas.| “””
E na capa do Jornal de dia 23 de Janeiro de 2008 dizia-se que:
No futuro iremos ter muitas notícias de atentados terroristas em Portugal. Verdadeiras, falsas, assim-assim, talvez, indícios, possibilidades, conversas com um amigo que ouviu um vizinho a dizer que um amigo que trabalha na polícia soube de um atentado.
No entanto, apesar desta omnisciência e vigilância, quer dos jornais, quer das rádios, quer das televisões, feitas em Portugal, conseguiu-se não vislumbrar, QUE SE NOTASSE, que no dia 14 de Janeiro, um ataque terrorista em Kabul, Afeganistão, ocorreu.
Afeganistão, aquela terra que tem perto de 200 militares portugueses lá colocados numa força de paz.
Atesta a qualidade do jornalismo português e as permanentes campanhas de desinformação e de instilação do medo falando-se de hipóteses, e sub hipóteses e tri hipóteses de atentados. Mas não se falando do que acontece nos reais atentados e nos sítios verdadeiros onde eles ocorrem propriamente.
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No dia 14 de Janeiro de 2008, 4 militantes islâmicos entraram dentro do Hotel Serena em Kabul. É o hotel principal onde as centenas de jornalistas,trabalhadores de organizações humanitárias,professores, pessoal médico, etc.
Um deles fez-se detonar, logo à entrada do Hotel.
Outro, atirou uma granada para dentro da sala que vistoriava as bagagens e o seu conteúdo.
O terceiro, foi atingido a tiro na zona de entradas, o que, ao que parece, fez detonar o colete de bombas suicida que carregava consigo.
O quarto, armado, entrou a disparar para todos os lados, chegando ao Ginásio e à área do SPA – o seu objectivo final. Aí matou a gerente do SPA, uma filipina chamada Zina, e passou ao ginásio onde matou um americano que lá estava. Nos vestiários do Ginásio estava lá o presidente do comité Olímpico Afegão, que foi atacado a tiro, mas conseguiu fugir para a cave.
Neste post AQUI é feita em inglês uma narrativa em primeira mão por uma das pessoas que lá estava no momento do ataque.
Contagem total: 8 mortos.
Mas isto não é um jogo de vídeo.