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O PETRÓLEO TEM QUE SUBIR
Uma interessante entrevista, pelo que é dito e pelo que não é dito, por parte de um consultor português que trabalha na área dos petróleos e derivados.
Jornal I, dia 24 de Novembro de 2009.
Para ser rentável procurar novos poços de petróleo é necessário fazer com que este suba até aos 100 dólares por barril.
Consequentemente, o combustível à venda terá que subir.
Consequentemente, qualquer hipótese de retoma económica não acontecerá, uma vez que a economia actual está organizada sob o paradigma dos preços dos combustíveis tendencialmente baixos.
Consequentemente, as pessoas, a maior parte delas, não poderá consumir “normalmente” e isso parará uma retoma económica “normal”.( o “normal português” são miseráveis crescimentos económicos de 1% ao ano, glorificados como “grandes feitos”…
Consequentemente isto irá acontecer, quer sejam em Portugal, os membros do PS a governar, quer sejam os do PSD ou outros.
Consequentemente a política foi derrotada pela economia, e pelas más opções tomadas no passado relativamente recente.
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Este consultor é um bom consultor.
Defende bem os interesses dos seus clientes e defende bem as políticas que potenciam os sítios de onde vem mais possibilidades de negócio e dinheiro a ganhar, para si e para a sua consultora.
Coisa diferente, são as políticas defendidas nesta entrevista visarem defender a generalidade da população e dos seus interesses.
São feitas criticas às energias renováveis (uma tecnologia obsoleta) e são feitos elogios ao Nuclear (uma energia “limpa”), isto segundo o consultor.
Os EUA são “elogiados” ??? por fazerem “regulação do mercado”, segundo o consultor. (Os últimos 10 anos e a crise financeira americana e as suas ramificações também, com a industria do petróleo americana, e as complicações e falcatruas que daí advieram, são convenientemente ignoradas….)
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Como o consultor até é presidente de duas associações de protecção do ambiente,(qual será a real e verdadeira credibilidade das mesmas?) isso fá-lo dizer que deve ser olhado o nuclear como opção e os mitos devem ser desmistificados.
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Existem as habituais criticas ao poder político ( é considerado cobarde por não assumir a opção nuclear) e são referidos como se fossem apenas “pequenos amendoins”, os custos do nuclear.
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O nuclear pode não ser caro?
Sim. O investimento primitivo é volumoso, mas os custos operacionais são relativamente baixos.
Mas uma central tem de ser fortemente controlada. Isso não é caro?
Há várias questões. Temos mais de 30 mil barragens construídas em todo o mundo que produzem apenas 7% da energia primária. As menos de 500 centrais nucleares existentes produzem a mesma percentagem de energia. Estou convencido de que os danos causados à Humanidade pela exploração da energia hídrica, o impacto tremendo que as barragens têm tido nos ecossistemas e na biodiversidade é, de longe, superior, ao impacto do nuclear, designadamente em termos de acidentes, perdas de vidas humanas e danos ambientais. “”
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Tradução: as barragens são perigosas, mas o nuclear não é.
E o problema das radiações do nuclear é apenas uma questão de oportunidade e de azar.
““Todos estamos sujeitos à radiação, uns mais do que outros. Obviamente que quem está mais próximo de uma central nuclear pode estar sujeito a mais radiação.””
Tradução: os pobres e a população em geral que se lixem. Levam com centrais onde for necessário colocá-las…
NEO LIBERALISMO ECONÓMICO E A DECADÊNCIA PROGRAMADA
Em 1990 escutei um senhor chamado Arlindo Alegre Donário, Sub secretário de estado da segurança social do primeiro governo de maioria absoluta (1987-1991) do actual Presidente da República – que dá pelo nome de Cavaco Silva, não sei se alguém conhece?
É aquele senhor que fala e se comporta como se nunca tivesse sido primeiro ministro durante 10 anos (1985-1995).
O senhor Donário, quando questionado sobre o que aconteceria às empresas portuguesas da área têxtil, mas não só, submetidas as liberalizações dos mercados, que seriam totalmente abertos no ano 2000 e com as consequências dos acordos que alegremente se assinam e se assinaram pelos sucessivos governos portugueses, respondeu que a grande maioria delas – umas 90% delas – iriam fechar.
E que isso geraria imenso desemprego. ( Dito num tom despreocupado)
Isto aconteceu em 1990.
Já antes dessa data a situação do país tinha sido desenhada para dar um certo resultado.
O que está a acontecer agora e a explodir a céu aberto é apenas a visualização da dimensão de uma traição.
A situação, de acordo com os dados que eu, modesto cidadão disponho, irá piorar enormemente, porque fomos colocados, como país e como cidadãos numa posição de ultra periferia, de sitio semi totalitário e, terra de ninguém, completamente abandonada onde nada será investido.
A classe política/económica portuguesa a troco de aceitar vender o país, também porque é absolutamente incompetente para o gerir de forma séria e eficaz, viu ser-lhe concedida a manutenção de uma espécie de casulo de poder e de relativo fluir de dinheiro.
Situação confortável onde estar relativamente subtraída à concorrência internacional destinando aos portugueses o acto de fazerem o papel de escravos dóceis e bem comportados a quem apenas será permitido os privilégios habituais dos escravos.
Que são viver em casa de segunda qualidade e pagá-la a preços exorbitantes, ter alguma comida, sexo, prazeres de alienação vulgarizados como futebol, música e religião, espectáculos de cor e luz e……mais nada.
É também por isso que temos actualmente – Maio de 2008, este folclore relacionado com a selecção nacional como teremos no futuro festarolas semelhantes.
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Cito o senhor José Medeiros Ferreira, na minha opinião, um ilustre Maquiavel de sofá, membro do partido socialista e membro do actual estado de coisas, pseudo democrata que pactua com a censura de caixas de comentários em blogs, em 16 de Dezembro de 2005, no blog Bichos-Carpinteiros:
” Referi no programa televisivo Prós e Contras que Portugal teria tendência a especializar-se na realização de eventos internacionais que exponenciassem o cluster do turismo e dos serviços.Pois a UEFA acaba de atribuir à Federação Portuguesa de Futebol a organização do Campeonato Europeu de sub-21, a realizar entre fins de Maio e princípios de Junho do próximo ano.Lá voltaremos a ter estádios cheios, hoteis com elevado grau de ocupação, comércio solicitado numa época intermédia.
Alguém tem alguma coisa contra?”
O tom totalitário da ultima frase é notável. Apresenta-se uma situação desta forma e depois coloca-se a pergunta “- alguém tem alguma coisa contra”.
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Voltando atrás;ás festarolas: Isto é ainda mais grave, num país que não tem indústria, não tem pescas, não tem agricultura, não tem uma única actividade produtiva seja ela qual for que se veja.
É aliás por isso que nos é dito propagandeado para irmos viver de turismo e serviços.
- Plano estratégico nacional de turismo 1
- Plano estratégico nacional de turismo 2
- Plano estratégico nacional de turismo 3
- Plano estratégico nacional de turismo 4
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Cito André freire no jornal Público de 2-10-2006, referindo-se à direita neo liberal que na altura grasnava através de um pseudo projecto de marketing político/comunicação social, chamado “Compromisso Portugal” e cito uma parte onde o senhor Freire explica exactamente o que esta direita neo liberal e anti democrática quer. Que se entenda a dimensão do que ela quer.
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“…Não sei de que cartola tiraram a ideia de reduzir 200 mil funcionários públicos pois, conforme noticiava o PÚBLICO (24/9/06), segundo os dados do Eurostat os 14,3% de funcionários públicos portugueses (face à população activa) estão dentro da média da UE (dados de 2002)! Há um excesso de despesas com o sector público que é preciso reduzir, com certeza. Mas tal dever-se-á mais a uma gestão ineficiente e a problemas na estruturação das carreiras, que aliás estão a ser alvo de reformas.”
” Além disso, tais senhores pretendem fazer o Estado recuar na saúde e na educação para que o capital privado possa expandir-se em áreas relativamente protegidas da concorrência internacional e, ainda por cima, com financiamento público garantido. Ou seja, um recorrente desejo de investimentos privados com pouca exposição à competição internacional e, ainda por cima, protegidos pelo financiamento estatal… Mas se, como frequentemente nos dizem, o país deveria exportar mais, quem iria depois fazê-lo, já que os privados se querem virar sobretudo para o mercado (social) interno? O Estado? ”
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