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PICOS DE PETRÓLEO: OS MELHORES SECTORES APÓS 6 MESES

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Na Europa.

Após os primeiros 6 meses.

De notar os sectores haelthcare  (cuidados de saúde e derivados), a banca e os indicadores bolsistas “con stat” (um indicador do mercado de “equitys”) isto é, do mercado que consiste nas acções de empresas que vendem ou produzem produtos como comida, produtos de cuidado pessoal, ou para a casa.

O dinheiro circulou para estes lugares.

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Written by dissidentex

02/03/2011 at 10:03

O PETRÓLEO TEM QUE SUBIR

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Uma interessante entrevista, pelo que é dito e pelo que não é dito, por parte de um consultor português que trabalha na área dos petróleos e derivados.

Jornal I, dia 24 de Novembro de 2009.

Para ser rentável procurar novos poços de petróleo é necessário fazer com que este suba até aos 100 dólares por barril.

Consequentemente, o combustível à venda terá que subir.

Consequentemente, qualquer hipótese de retoma económica não acontecerá, uma vez que a economia actual está organizada sob o paradigma dos preços dos combustíveis tendencialmente baixos.

Consequentemente, as pessoas, a maior parte delas, não poderá consumir “normalmente” e isso parará uma retoma económica “normal”.( o “normal português” são miseráveis crescimentos económicos de 1% ao ano, glorificados como “grandes feitos”…

Consequentemente isto irá acontecer, quer sejam em Portugal, os membros do PS a governar, quer sejam os do PSD ou outros.

Consequentemente a política foi derrotada pela economia, e pelas más opções tomadas no passado relativamente recente.

Ø

Este consultor é um bom consultor.

Defende bem os interesses dos seus clientes e defende bem as políticas que potenciam os sítios de onde vem mais possibilidades de negócio e dinheiro a ganhar, para si e para a sua consultora.

Coisa diferente, são as políticas defendidas nesta entrevista visarem defender a generalidade da população e dos seus interesses.

São feitas criticas às energias renováveis (uma tecnologia obsoleta) e são feitos elogios ao Nuclear (uma energia “limpa”), isto segundo o consultor.

Os EUA são “elogiados” ??? por fazerem “regulação do mercado”, segundo o consultor. (Os últimos 10 anos e a crise financeira americana e as suas ramificações também, com a industria do petróleo americana, e as complicações e falcatruas que daí advieram, são convenientemente ignoradas….)

Ø

Como o consultor até é presidente de duas associações de protecção do ambiente,(qual será a real e verdadeira credibilidade das mesmas?) isso fá-lo dizer que deve ser olhado o nuclear como opção e os mitos devem ser desmistificados.

Ø

Existem as habituais criticas ao poder político ( é considerado cobarde por não assumir a opção nuclear) e são referidos como se fossem apenas “pequenos amendoins”, os custos do nuclear.

“”

O nuclear pode não ser caro?

Sim. O investimento primitivo é volumoso, mas os custos operacionais são relativamente baixos.

Mas uma central tem de ser fortemente controlada. Isso não é caro?

Há várias questões. Temos mais de 30 mil barragens construídas em todo o mundo que produzem apenas 7% da energia primária. As menos de 500 centrais nucleares existentes produzem a mesma percentagem de energia. Estou convencido de que os danos causados à Humanidade pela exploração da energia hídrica, o impacto tremendo que as barragens têm tido nos ecossistemas e na biodiversidade é, de longe, superior, ao impacto do nuclear, designadamente em termos de acidentes, perdas de vidas humanas e danos ambientais. “”

Ø

Tradução: as barragens são perigosas, mas o nuclear não é.

E o problema das radiações do nuclear é apenas uma questão de oportunidade e de azar.

“Todos estamos sujeitos à radiação, uns mais do que outros. Obviamente que quem está mais próximo de uma central nuclear pode estar sujeito a mais radiação.””

Tradução: os pobres e a população em geral que se lixem. Levam com centrais onde for necessário colocá-las…

GUERRA DO IRAQUE. CUSTOS FINANCEIROS. (4)

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No primeiro artigo intitulado “Guerra do Iraque. Custos financeiros. (1)”

– falou-se do custo do petróleo antes da guerra começar;

– do custo directo da guerra, ao mês, para o governo americano – 12 biliões de dólares

– da privatização de sectores da guerra e de como isso encareceu e aumentou o orçamento de guerra dos EUA.

No segundo artigo intitulado “Guerra do Iraque. Custos financeiros (2)”

– falou-se dos downstram costs – os custos já não derivados directamente dos primeiros custos pagos logo á cabeça.

– falou-se da manutenção diferida do material de guerra – equipamento que não é substituido tão depressa quanto é “gasto”

– falou-se do elevado rácio de baixas/mortes, da ordem dos 15/1.

– falou-se dos empréstimos feitos pelos EUA para financiar a guerra, e de como a Guerra é financiada através exclusivamente, de empréstimos

– Falou-se da segurança social e dos custos futuros que virão a ser gastos com as pessoas que virão ou ficarão danificadas com a Guerra do Iraque.

No terceiro artigo intitulado “A Guerra do Iraque. Custos financeiros. (3)”.

– Falou-se dos aspectos financeiros a ter conta numa eventual retirada do Iraque;

– O tempo que duraria a retirada;

– As muitas outras dimensões financeiras da ocupação do Iraque;

– vários outros tipos de custos indirectos

– Efeitos macroeconómicos na economia americana.

Hoje – parte 4 e ultima: impacto da guerra no Iraque e noutras partes do mundo.

Especificamente, saber se se consegue apurar quanto custou ao Iraque em termos económicos e humanos o lançamento desta guerra.

Stiglitz diz que sim, que se consegue saber – e que os dados são péssimos:

  1. 4 Milhões de deslocados.
  2. 2 Milhões de Iraquianos que fugiram do país.
  3. 50% dos médicos ou foram mortos ou saíram do país.
  4. A taxa de desemprego é de 25%
  5. O fornecimento de electricidade não está ainda ao nível do que estava antes da Guerra começar – em 2003 – nível esse que, por sua vez não era extraordinariamente avançado…

Para Stiglitz a taxa de mortalidade ainda é o que mais define o estado lamentável do Iraque e desta Guerra.

Stiglitz afirma que existiram dois estudos feitos sobre este assunto, analisando o que era o Iraque antes e o que é agora. Apesar de ambos serem diferentes na sua metodologia e nas conclusões consegue-se perceber e ambos o demonstram que a taxa de mortalidade;

triplicou.

Mas mostram também outra coisa. Que o numero de mortes como resultado de toda a confusão – ausência de médicos em numero suficiente, ausência de electricidade em funcionamento e outro tipo de perturbações semelhantes – tudo isso – gerou só no período até Junho de 2006 – que é até onde os estudos chegam, é um total de 450 000 mortos no Iraque.

Não derivados exclusivamente da Guerra, note-se, mas das consequências da mesma.

Mas como nota Stiglitz, 2007 foi o ano mais violento de todos e que os estudos ainda não contemplam. Portanto o numero é mais para cima…

Penso que isto dá uma ideia da catástrofe que esta guerra representa.

Privatização.

Muitos sectores da administração: americana venderam a ideia de que a Guerra custaria menos, se após ocupação do Iraque, (o Aftermath) se privatizasse todo o tecido produtivo do Iraque. E impostos de taxa única e restante lengalenga neoliberal…

Em quase todas as áreas sucedeu isso. Stiglitz nota que tal também aconteceu, porque “a ideia de privatização foi enfiada pela garganta abaixo” do semi democrático governo iraquiano. Ou seja, porque o Iraque, não tem de facto um governo democrático (numa situação de quase guerra civil e combates nas ruas, ocupado por uma força estrangeira, como é que um governo pode ter sido eleito de forma democrática?)

Stiglitz acha que, liberalizaram mais rapidamente do que seria desejável…

Stiglitz nota também, por exemplo, que nos EUA, toda as pessoas estão preocupadas com os efeitos da globalização e dos acordos NAFTA relativamente ao que isto custa em empregos aos americanos.

Diz Stiglitz, fazendo o paralelo comparativo, que podemos imaginar o que seria isso, essa mesma situação aplicada ao iraquianos, após o fim da Guerra caso não tivessem continuado os combates…

Isto porque ao estar-se a dizer que se irá completamente abrir um mercado a quem consiga competir com quem está nesse mercado, já é difícil competir para quem está dentro do mercado; e tem uma economia em que a electricidade funciona e a população está em estado razoável.

Aqui falou-se em abrir o mercado, a uma população no estado em que está, sem electricidade, médicos,etc e diz-se – tomem lá o “mercado livre”.

É que isso iria mesmo minar os negócios iraquianos submetidos a concorrência de empresas estrangeiras muito mais fortes. (Do ponto de vista dos neo liberais EUA, o objectivo era mesmo esse;”arrendar gratuitamente”, passe a ironia, um mercado do tamanho geográfico da França com 35 milhões de consumidores…)

O Petróleo.

Curiosamente, o Petróleo não foi privatizado, precisamente porque existiram enormes pressões da comunidade internacional dizendo que em caso de guerras, certo tipo de recursos naturais como o petróleo não poderiam ser privatizados.

Os EUA recuaram e isto é interessante porque demonstra que os EUA estão de facto fracos e tiveram medo da intensa pressão internacional relativamente a este assunto e ela aconteceria efectivamente se tivessem privatizado o petróleo.

A situação nos EUA – há ou não recessão.

Existem duas doutrinas em Wall Street neste momento. A doutrina divide-se, sobre se será ou não mau para os EUA.

  1. Uma doutrina são só profetas da desgraça e dizem que vem aí o inferno (Gloom and Doom);
  2. Outra doutrina afirma que isto é só uma recessãozinha que passa já para a semana.

Stiglitz afirma ser mais da escola “Gloom-Doom e pensa que esta é a crise mais grave nos ultimo quarto de século.

Porque começa no sistema financeiro.

Mas claramente ele acha que o sistema financeiro não funciona bem.

Nota o problema da crise do “Sub Prime”, e nota os problemas existentes de inadequados sistemas de concessão empréstimos, de fechar os olhos a empréstimos que não deveriam ser feitos, de ocultar mais dados relativamente à solidez ou não do crédito (se há muito ou pouco crédito mal parado…), e que tudo isto acontece não só nos mercados de empréstimos mas noutros locais da economia.

Menciona que proximamente (a entrevista foi feita em Março de 2008) “2 million foreclousures” (ou seja, 2 milhões de hipotecas serão resgatadas relacionadas com compras de casas ou sítios comerciais…)

E pelo menos até Março de 2009 – também por causa das eleições americanas,não será possível existir um entendimento entre o novo Presidente, seja qual for, e todas estas instituições no que toca a definir como se pagarão dividas

.

A assimetria da informação.

Stiglitz nota a ironia da situação. Os EUA orgulhavam-se de serem um país com “transparência ” na forma como construiam as suas empresas, os negócios e como o “mercado” funcionava.

Nas crises financeiras de 19997/98, em termos mundiais, aos governos asiáticos foram dados sermões arrogantes por parte da entidades americanas sobre a falta de transparência.

Mas actualmente nota-se que existem, nos EUA, produtos financeiros extraordinariamente complicados, que ninguém tem bem a noção do que são ou não são conjugados com más praticas de fazer negócio.

  • Na assimetria de informação, em principio existem duas partes e uma delas tem muito maior informação que a outra podendo assim obter vantagens. (Assimetria de informação é a área de estudos no qual Stiglitz se especializou e pelo qual ganhou o prémio Nobel.9

Aqui ao que parece e se conclui, parece que existe actualmente no mercado americano uma assimetria de informação bizarra em que ninguém sabe nada ou dispõe da informação necessária para conseguir saber alguma coisa.

Stiglitz acha que o que o que aconteceu foi que os donos da hipotecas originárias sabiam um pouco mais do que as pessoas a quem venderam e essas pessoas sabiam que essas hipotecas eram maus produtos e que quem comprava viria no futuro a ter dificuldades em fazer os pagamentos mas – mesmo assim venderam.

Mas por debaixo deste conceito de securitização do produto tal situação, criou uma vantagem: dispersou o produto (as hipotecas) pelo mundo todo, baixando o risco do mesmo.

Mas criou uma outra nova desvantagem enorme: criou uma nova assimetria da informação.

Porque a pessoa /empresa que cobrou a hipoteca já não era a pessoa/empresa que a tinha originado.

Debaixo do termo de “securitização” esta multiplicidade de donos e vendedores criou um novo rasto de donos e novas informações assimétricas entre novos donos. (O problema existe, mas é “transferido” para dentro de múltiplas camadas de inúmeros donos e empresas…)

Problema a longo prazo.

A divida dos Estados Unidos é uma divida internacional- a erosão do dólar.

A América tem estado a pedir emprestado 800 biliões de dólares por ano – para sustentar a guerra, a crise habitacional, fazer injecções de dinheiro na economia (Pump the economy) etc.

E em poupanças que nos EUA não se estão a fazer – originando pedidos de empréstimos, bem como porque os EUA tem estado a viver acima do seus meios

Tudo isso – acumulado – está a dar cabo da confiança (Uma enorme falta de confiança) dos americanos enquanto consumidores.

Antes, o que sucedia.

No passado países ou empresas estavam na disposição de emprestar aos EUA a taxas de juros mais baixas do que aquelas que os EUA estavam dispostos a emprestar a esses mesmos países ou empresas. (Os EUA – país por si só – funcionavam como uma super garantia…mesmo que o dinheiro não existisse.)

Actualmente quase todos os países estão muito menos dispostos a emprestar aos EUA a taxas de juros baixas ou caso estejam exigem garantias mais fortes de pagamento da divida.

Dai as reservas monetárias estarem a fugir,saindo do dólar e a passarem para o euros e para o Yen.

Está a acontecer uma clara saída do dólar para outras moedas.

As principais consequência.

  1. O padrão de vida dos americanos terá que descer.
  2. Não se poderá, nos EUA, continuar a viver acima das possibilidades.
  3. Terão que se começar a pagar as dividas em vez de as pagar passando-as para gerações posteriores.

Stiglitz afirma que “poderemos continuar a jogar com o futuro dos nossos filhos”, passando-lhes as dividas para eles, mas que isto significará que a divida deles será ainda mais e mais difícil de pagar do que é a actual a ser paga pela geração actual.

(Qualquer semelhança – a escala portuguesa – com os TGV`s e com os aeroportos e demais planos tecnológicos é pura coincidencia…)

(Qualquer semelhança com a política idiota que tem vindo a ser feita nos últimos 20 anos em Portugal com obras faraónicas que levam a lugar nenhum é pura coincidência…)

ARTIGO DIVIDIDO EM QUATRO PARTES TERMINOU.

GUERRA DO IRAQUE.CUSTOS FINANCEIROS. (2)

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No primeiro artigo intitulado “Guerra do Iraque. Custos financeiros. (1)”

– falou-se do custo do petróleo antes da guerra começar;

– do custo directo da guerra, ao mês, para o governo americano – 12 biliões de dólares

– da privatização de sectores da guerra e de como isso encareceu e aumentou o orçamento de guerra dos EUA.

Continuação:

Os custos directos actuais da guerra do Iraque: 12 biliões de dólares por mês.

Acresce a isso os custos indirectos derivados de varias causas. Os custos indirectos calcula stiglitz e a sua equipa devem ascender por mês a 25 biliões de dólares.

São os “downstream costs” – “os custos ao longo da corrente” – aqueles que aparecem, já não derivados directamente dos primeiros custos pagos logo á cabeça.

  • custos com os veteranos da guerra;
  • custos com as baixas/pensões dadas a desmobilizados que tenham sido feridos;
  • Reparação e substituição de equipamentos que tenham sido danificados ou desgastados pelo uso.

Este tipo de custos, provavelmente, duplicam o valor por, mês de 12, para 24 biliões de dólares (Só no Iraque).

O valor de 12 biliões de dólares , em estimativas por alto, feitas pela equipa de Stiglitz, triplicou desde o inicio da guerra.

No inicio, há 5 anos, por mês, directamente, custaria a guerra, 3/4 biliões de dólares por mês.

Razões:

Stiglitz aponta uma das razões: a manutenção diferida.

Ou seja, manutenção de material programada para certas datas e que não é/foi cumprida, fazendo com que o equipamento se desgastasse ainda mais depressa do que seria normal. E aumentando ainda mais exponencialmente os custos, precisamente, quando mais atrasada é a manutenção de coisas mecânicas, mais defeitos, exponencialmente, começam a surgir.

Ou equipamento ao qual não foi, de todo, feita a sua manutenção.

É todo um encadeamento de peças e equipamentos que se desgasta e já não só apenas aquela especifica peça que se deveria reparar, e que evitaria o desgaste de – vamos supor ” 10 peças.

O equipamento é usado, mais depressa, do que é substituido.

O mais estranho, aponta Stiglitz, é o facto de o departamento responsável pelo orçamento do Pentágono, ter aumentado os seus custos/ o orçamento, nuns 4/5 biliões de dólares, mas sem incluir nessas contas o gasto directo no Iraque e no Afeganistão. Isto tem claramente a ver, com uma tentativa de “fazer percepcionar” aos olhos do público americano que os gastos não aumentaram tanto quanto, de facto, aumentaram.

Stiglitz aponta para certas razões para que esses gastos considerados “normais” ocorram.

  • O facto de se ter que pagar mais para recutratr soldados, agora, do que se estava a fazer no inicio da guerra,
  • o facto de ter que se pagar bónus mais altos.
  • o facto de a guerra não ser popular e o tratamento péssimo que foi dado a veteranos, dificultando os novos recrutamentos,
  • o equipamento de protecção que não foi fornecido aos soldados( coletes anti bala, etc)

Quanto aos políticos democratas, que querem sair do Iraque, Stiglitz aponta o facto de ainda não terem bem percebido que 3/4 do gasto de 16 biliões de dólares apens e só, vai para o Iraque.

Outras razões:

Esta guerra custa ainda mais porque, como Stiglitz o explica, o rácio de baixas/ mortes é de 15 para 1.

Ou seja, existem 15 feridos, para cada uma morte. Em guerras anteriores do EUA, o rácio era de 2/1 ou 3/!, sendo que os números 2 e 3 são os feridos e o 1, as mortes.

Isto aumenta tremendamente os custos sob todos os aspectos. Que se manifestam num rácio de gastos por país, em 90% Iraque, 10% Afeganistão.

Quando se passam às baixas militares, é Stiglitz questionado se é fácil obter os números de baixas militares?

Este responde que não, não é fácil:

Tal como em outras áreas, a administração Bush pôs todos os obstáculos.

Não se consegue saber em termos de baixas quais é que são as reais.

Porquê?

O que fazem é publicar o numero total de mortes; mas quando se chega àos ferimentos aí só são publicados os feridos hostis(inimigos), e é a administração que define o que é acção hostil e quem nela foi ferido.

Exemplo:

um comboio militar que vai contra uma mina. O primeiro veiculo explode e existem vitimas norte americanas, por exemplo. Contam como vitimas.

O segundo veiculo que por hipótese, trave, mas não vá a tempo de parar e choque com o primeiro veiculo daí resultando ou feridos ou mortos, já não é considerado como tendo tido vitimas derivadas do conflito, mas sim é considerado como sendo um acidente de viação.

Isto, obviamente “baixa” as baixas de guerra directamente atribuíveis à mesma.

O rácio de não acções hostis é maior do que o numero de acções hostis, 7/1., mas o total é 15/1,

Empréstimos:

Para pagar os 16 biliões/mês (ou 25 consoante se faça as contas contando com o Afeganistão) ) os EUA tem que pedir emprestado. Isso é (irá ser)passado às posteriores gerações para carregar a divida e pagá-la.

Toda a guerra é financiada externamente.

Porquê?

– Stiglitz chega a conclusão que, em termos normais, uma guerra será paga com 1/3 dos impostos cobrados ou no máximo 2/3 dos impostos cobrados por um país, o que sempre sucedeu na história do EUA.

Aqui, nesta guerra, sucede o oposto.

Não só não é isso que se passa, como é a primeira vez, (e Stiglitz aponta o mundo também como exemplo), em que um país não só baixa os impostos para ir para uma guerra como na pratica toda a guerra – todos os 16 biliões de dólares mês( ou 24/5 conforme se quiser fazer as contas de acordo com os exemplos anteriores) é inteiramente pago pelo resto do mundo através de empréstimos feitos aos EUA.

Empréstimos esses, obviamente, que os EUA tem que pagar e estão a pagar juros e juros de juros dos mesmos.

Todo o custo desta guerra foi pedido emprestado.

Estranho, mas é assim.

40% desses pedidos de emprestimo tem origem fora dos EUA. ( China, e Japão, principalmente, mas também a Europa…)

Stiglitz afirma que é a primeira guerra desde a guerra da revolução americana, que os EUA se voltaram para países estrangeiros para financiarem a luta.

O mais estrambólico disto é que o que é cobrado em impostos actualmente nos Estados Unidos nem sequer cobre os juros a pagar, daí ter-se que pagar juros sobre juros.

Como tal a dívida acumula: Stigltiz estima que em 2017 a divida nacional americana será 2 triliões de dólares mais alta do que é hoje.

Confesso a minha dificuldade em apreender a vastidão destes números…

e chega Stiglitz a ideia que até ao infinito, os EUA pagarão de divida anual 100 biliões de dólares em pagamento dos empréstimos e correspondentes juros, isto até ao infinito. (Não tem data de termo de pagamento dados os astronómicos valores envolvidos…)

Stiglitzz diz que até mesmo um país rico “brinca com números destes” por sua conta e risco, e que o melhor a fazer é pensar-se no que teria sido possível fazer com uma outra aplicação do dinheiro.

A segurança social:

Stiglitz afirma que por !/6 do valor da guerra do Iraque, seria possível pagar os problemas americanos de segurança social e po-la em ordem durante os próximos 75 anos.

Os custos:

directamente custa 6.6 biliões de dólares + 5,6 biliões em custos com pagamentos de juros e juros de juros, pensões a veteranos, seguros etc- tudo custos “externos” ao envolvimento directo e ao pagamento primário.

Custos futuros com as pessoas que virão danificadas da guerra:mentalmente e fisicamente.

( Dá-se o exemplo da anterior guerra do Iraque em que quem pagou a conta do custo á frente” foram os “aliados do Estados Unidos (especialmente o Japão e a Arábia Saudita…”))

39% dos soldados são elegíveis para serem dispensados;

44% dos soldados candidataram-se a pensões;

39% dos soldados; do total de efectivos, receberam-na;

Com base na experiência da primeira guerra do Golfo, mesmo ainda nos dias de hoje, stão os EUA ainda a pagar em pensões (disability payments) a veteranos que nela participaram 4 biliões de dólares / ano.

Ora esta 2ª guerra não é uma guerra de 30 dias- isto dá uma ideia ainda maior dos custos.

Estimou-se em;

630 biliões de dólares o que se pagou em custos de pensões para os veteranos da guerra do golfo 1.

Continua.

NOTA: ESTE ARTIGO, O ANTERIOR E OS PRÓXIMOS SÃO FEITOS COM BASE NUMA ENTREVISTA DE JOSEPH STIGLITZ, ONDE ELE FALA SOBRE O LIVRO, CUJA CAPA É MOSTRADA EM CIMA , NÃO É FEITA DIRECTAMENTE SOBRE O LIVRO.

GUERRA DO IRAQUE. CUSTOS FINANCEIROS.(1)

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GUERRA DO IRAQUE. CUSTOS FINANCEIROS.(2)

GUERRA DO IRAQUE. CUSTOS FINANCEIROS.(3)

GUERRA DO IRAQUE. CUSTOS FINANCEIROS.(4)

INTRODUÇÃO

Joseph Stiglitz, em conjunção com outros autores e pesquisadores, prémio Nobel de economia, decidiu escrever e publicar um livro, onde analisa a Guerra do Iraque.

Especificamente os custos da mesma, quer os custos indirectos, quero os directos. Menciona, também, os “custos colaterais” que a Guerra terá, bem como os custos que as gerações futuras irão pagar por esta guerra. Não só as gerações americanas.

NOTA PRÉVIA: Antes da Guerra começar, a actual administração americana estimou o custo da guerra em 50 a 60 biliões de dólares.

Actualmente, a administração já menciona o número de 600 biliões de dólares – uma ordem de grandeza 10 vezes maior.

Stiglitz afirma que custará 3 triliões de dólares; isto apenas numa estimativa conservadora e não contando com um conjunto de custos “exteriores” à guerra.

—–

Nos dias de hoje, ( hoje, por exemplo, dia 18 de Maio de 2008 ) o custo mensal da Guerra do Iraque aos norte americanos é de 12 BILIÕES de dólares.

Fazendo, por hipótese uma retirada militar agora, ela duraria sempre dois anos. Multiplique-se 12 biliões x 12 meses x 2 anos…

—–

(1) Começa-se pelo petróleo.

Antes da guerra começar o preço do petróleo era de 25 dólares o barril. Nos dados a que tive acesso para fazer este artigo é dado o preço (em Março) de 100 dólares o barril. Actualmente, o preço está perto dos 120 dólares, o barril.

Stiglitz não defende a opinião de inúmeros peritos que dizem que a subida do preço só se deve contabilizar como tendo relação directa coma guerra nos valores de 5 a 10 dólares. Stiglitz acha que isso é falso e que a relação de uma coisa com a outra é muito maior; isto é, muito do actual preço é, realmente alto, devido à guerra.

Faz as contas a uma subida de 25 dólares para 100 dólares e critica ideia dos apenas 5 a 10 dólares de aumento nisto devido à guerra. Não por exemplo de 25 dólares para 120 dólares. Em qualquer dos casos é uma cenário irrealista, e Stiglitz aponta e bem isso.

Outras razões:

  • aspectos peculiares do mercado de petróleo.
  • agitação no médio oriente que fez subir os preços por causa da guerra.
  • quando existe aumento da procura, os países produtores reduzirem os seus stocks de petróleo.

(2) Custo directo da Guerra para o governo americano:

– Como estão os livros de contabilidade do Pentágono?

Stiglitz e o resto da sua equipa optaram por fazer uma estimativa conservadora. Um das razões prende-se com o seguinte.

As contas do Pentágono estão completamente nas lonas. O próprio diz que se as contas fossem as de uma empresa, o “CFO” – o chefe financeiro da mesma seria preso ou responsabilizado e as contas nunca seriam autorizadas pela SEC, a entidade reguladora dos mercados e das empresas. Portanto optou-se, na análise às mesmas, por extrapolar e sempre para menos gastos e não para mais.

Os responsáveis pelas contas, falharam as auditorias anuais desde que a Guerra começou – há 5 anos, estamos a entrar no sexto ano de Guerra.

Como se começou por financiar a Guerra?

Através de uma medida chamada “Emergency appropriations”- que é, se bem percebi, a existência de pedidos por parte do Presidente dos EUA ao senado para que este votem aquilo que em Portugal, seria um “orçamento extraordinário”. Extraordinário, no sentido em que se irá gastar mais dinheiro do que aquele que é orçamentado, digamos, para um ano fiscal.

A técnica usada foi ir pedindo ou fazendo às pinguinhas “orçamentos extraordinários e pedidos extraordinários ao ponto em que nem os membros do Congresso americano fazem bem ideia de quanto custa (estava a custar) a guerra.

Stiglitz aponta a existência de 24 “contas” separadas e diferentes nos últimos 5 anos. Ou seja 24 orçamentos.

4.5 vezes mais ou menos, por ano, nos EUA, é corrigido o orçamento.

Stiglitz aponta ainda o facto de “estes orçamentos extraordinários ” não serem alvo de escrutínio, nem sequer dentro da administração , nem de órgão fora dela, por exemplo auditores independentes.

( 3) Stiglitz aponta imediatamente 3 resultados ou danos colaterais disto:

  1. corrupção
  2. excesso de preços cobrados por fornecedores ao estado americano
  3. Más praticas negociais a fazer contratos.

—–

(4) Antes da guerra começar foi vendida a ideia de que, para lhe reduzir os custos e criar eficiência na mesma (seja lá o que for que eficiência numa guerra queira dizer…) , seria necessário “privatizar” sectores da guerra antes feitos pelo exército norte americano.

E sub contratar esses serviços a empresas privadas norte americanas. Para obter eficiência e ganhos de produtividade, reduzindo no geral os custos. Esta é a teoria que se vendeu.

O que leva a questão lateral de se saber quem afinal está em guerra:; se o EUA, ou algumas empresas…mas adiante…

Stiglitz diz que o que aconteceu foi o oposto, não existiram reduções de preços nem de custos.

Dá dois exemplos disso mesmo

1.

(A) guardas privados exercendo funções de segurança em zonas perigosas, receberão 400 mil dólares.

(B) Um guarda “estatal” , isto é, pertencente ao exercito receberá, no máximo, nas mesmas condições, 60 mil dólares.

2.

O governo norte americano requere às empresas sub contratadas para fazer as mais variadas tarefas que estas se responsabilizem pelas pensões que se receberão por se ter participado na guerra, bem como pelas pensões a eventualmente receber por ferimentos ou morte de trabalhadores ou membros de forças militares privadas a trabalhar no Iraque. Ou seguros de vida beneficiando terceiros.

As empresas privadas que fariam isso, por exemplo, companhias de seguros, recusam isto a estas pessoas em face do óbvio risco de terem que pagar prémios de seguro altíssimos. Consequentemente estas pessoas não tem seguro nem prémios pagos.

Quem se irá – isto é, foi – responsabilizar por estes seguros e pensões? O governo norte americano que acaba por se responsabilizar pelos gastos- por estes gastos.

(5) O gasto é assim duplicado, não só na questão destes mercenários privados ganharem 3 ou 4 vezes mais que os seus colegas equivalentes no exército como, a uma outra escala ainda maior, todos estes seguros e prémios tem que ser assumidos pelo governo dos EUA, isto é pelos contribuintes americanos, isto é, indrectamente, por quem empresta dinheiro aos EUA.

É o governo americano que acaba a pagar os seguros privados destas pessoas através de companhias de seguros privadas e de contratos feitos pelas mesmas só nestas condições.

Isto obviamente, porque se uma pessoa for ferida ou morta em combate, a companhia de seguros não paga, porque existe uma clausula de exclusão disso mesmo. (Então, para que serve o seguro logo desde o início, se vem com esta clausula de exclusão?)

Conclusão:

Não só o governo americano através do orçamento de Estado acaba a pagar o prémio de seguro logo à partida do mesmo ser celebrado – a pronto pagamento, como depois tem que pagar os benefícios do segurado que este tem direito a receber.

Tirando o facto de as companhias de seguros estarem no meio disto como intermediários a receber, não se vê qual é a lógica disto, a não ser que se veja que isto nada mais é do que negócio e corrupção.

Em Portugal quem defende a guerra do Iraque defende isto.

Como é óbvio a maior parte das pessoas no Iraque acaba por se magoar derivado à “acção hostil do inimigo”que é o nome da tal “clausula de exclusão” que as companhias meteram nas apólices para não pagar…

Ou seja, o governo americano não só paga o contrato mais caro, a estas empresas privadas,para que estas forneçam serviços, como paga, os custos dos prémios de seguros destas empresas privadas e dos seus funcionários, que antes, tinham sido, na pratica, recusados, através de clausulas de exclusão, para cobrir esses mesmos custos. Ou seja não só pagam algo mais caro, como o pagam duplamente.

CONTINUA.