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20 MAIORES INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 2009

Mudança de poder.

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Written by dissidentex

02/07/2009 at 12:36

PORTUGAL PERIFÉRICO

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Um das coisas mais comuns que se aponta à construção europeia é a necessidade que esta ideia  gerou, de definir que a (1) “harmonia territorial” e a (2) “coesão do território” seriam alguns dos valores essenciais para o desenvolvimento europeu, a par de conceitos mais conhecidos como a  democracia, os direitos humanos,etc.

Para tal há que pensar em termos estratégico a nível da Europa, ou até de Portugal.

Como tal é necessário que os decisores políticos pensem nas forças de mudança futuras, que irão influir no espaço e na organização do espaço.

Isto porque as características de um dado território apenas mudam, de forma lenta e continuada, quando bastante tempo passou.

É pois fundamental acelerar ou planear em antecipação. Caso se consiga fazê-lo.

Uma das formas de o fazer é pensar na área de comunicação, encarando como tal nessa área, os transportes – a capacidade de mobilidade de uma dada população num dado sitio ou zona.

Ø

A luta que existe entre decisores divide-se em duas partes:

(A) os que apoiam uma mais forte competitividade global da economia (orientação para a competitividade)

(B) os que apoiam a promoção de equidade e justiça, especialmente num nível local e regional  e  dentro da união europeia isto é ainda mais urgente para países como Portugal que são “periferia”. (orientação para a coesão)

Ø

Para Portugal, é fundamental que seja a ideia da coesão a vingar.(Embora não resolva tudo)

O nosso interesse nacional depende disso. O nosso interesse nacional depende da aplicação de uma lógica orientada para a coesão, sem a qual não conseguiremos sobreviver.

Não temos tamanho, nem escala, para enfrentar uma lógica modelar orientada para uma extrema competitividade europeia.

Não podemos fazer isto que se mostra abaixo:

SARKOZY - GRANDE PARIS

Não temos tamanho nem poder económico para fazer isto. É uma realidade concreta, que discursos bonitos e voluntaristas não conseguem apagar.

Estamos na periferia, afastados do centro europeu.

Num mundo em que se sabe que o numero de empregos a criar – no futuro – será menor, é da natureza das coisas que uma área que faz parte do centro da Europa, os consiga atrair mais facilmente do que uma área que não faz.

É da natureza das coisas que uma área do centro da Europa – melhorada – ainda atrairá mais facilmente mais empregos do que uma periferia.

A “escala” das divergência entre regiões europeias ( o centro e as periferias) terá assim tendência em alargar-se enormemente – mais ainda do que já está.

Um país como Portugal fica “exaurido” de recursos só para pagar um TGV, um aeroporto, uma ponte, que são pequenos empreendimentos, quando comparados com este em França, mas também com outros como os jogos olímpicos de Londres de 2012 ou as constantes requalificações feitas pela Alemanha no seu território.

PRODUTO INTERNO BRUTO EUROPEU ACTUAL

Este é um mapa (não vou indicar a fonte) do produto interno bruto europeu no ano 2000. Quanto mais carregada for a cor, mais alto é o produto interno bruto da área.

Observe-se a “força” (o poder bruto) do centro da Europa (e a correspondente capacidade de atracção de empregos e recursos…)

Repare-se na periferia que dá pelo nome de Portugal.

Embora o produto interno bruto seja apenas um dos critérios de análise em relação a uma sociedade, isto prova, no entanto, como estamos a jogar um jogo, o qual nunca iremos ter hipótese de vencer.

Partimos em larga desvantagem. Nunca a recuperaremos se jogarmos o jogo pelas regras de outros.

É por isso que a França de Sarkozy pode lançar obras gigantes. Tem o seu próprio orçamento de Estado e a sua “enorme escala” e tem países mais pequenos (como Portugal) a ajudarem com contratos para construção de infraestruturas que – após terem sido feitas – continuarão a colocar Portugal numa periferia, onde já está e da qual nunca sairá.

E cito uma parte do post inaugural deste blog:

Como povo, somos vitimas de uma mistificação nacional.

Foi “decidido” internacionalmente; com a ajuda do sentimento de inferioridade, desejo de agradar, recompensas em bens materiais e prestígio, e temor reverencial dos políticos portugueses – da actual classe política – que deveria Portugal aceitar ser pobre, ser um país de “serviços”, um país de turismo, um país de mão de obra apenas qualificada para esses sectores.

CONTROLO DE PORTUGAL PELA NÃO DISCUSSÃO.

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Uma das formas de evitar que exista um verdadeiro debate entre os portugueses, acerca das estruturas do regime caduco e decadente que temos que aturar consiste em afirmar que todos os portugueses tem direito a dar a sua opinião sobre o estado do país.

Dessa forma procura-se diluir as (1) opiniões dos portugueses mais bem informados, dentro das opiniões dos (2) portugueses nada informados. As primeiras opiniões serão assim anuladas pelas segundas opiniões.

Ainda existirá aqui um bónus: quem criticar esta lógica será apelidado de “totalitário, ou de extrema qualquer coisa.

Quem beneficia: serão as forças que querem que o país continue assim como está.

O terreno está assim “preparado” para evitar um debate sério sobre as razões pelas quais continuamos alegremente a caminhar para o abismo – independentemente que qual seja o partido político a governar – perante a apatia geral.

Ø

E como não se “discute” nada não se discute, por exemplo, o porquê de se continuar a veicular uma “mensagem” alegremente optimista acerca das vantagens da União europeia e das vantagens de sermos um dos países que mais depressa segue regras comunitárias.

Que mais depressa e mais amplamente abre os seus mercados a interesses estrangeiros.

Que mais depressa abraça o que quer que seja que venha de fora.

Estas questões e outras passaram à categoria de dogma religioso. Não se discutem.

Mesmo que a realidade esteja a chocar de frente com o dogma religioso.

Pior: quem as tenta discutir é apelidado de “nacionalista perigoso” ou fascista.

Não realidade, não o é, mas é conveniente a quem quer o actual estado das coisas que o seja…

Ø

E como não se discutem dogmas religiosos de cariz político,não sse discute o facto de existir proteccionismo disfarçado ou mais às claras (como em Espanha) não só no comércio local, como no outro.

E nos restantes países europeus.

Ø

Acaso se fizesse isso teria que se discutir como o fazer, para defender a sociedade que dá pelo nome de Portugal.

E uma das formas de fazer isso, por exemplo, é criar legislação comercial que tem dois fins:

(A) impedir por exemplo, a proliferação de centros comerciais e hipermercados.

– Assim consegue-se preservar o comércio local e os empregos que daí derivam;

(B) criar subtil legislação que impeça certos interesses estrangeiros de comerem fatias de mercado nacional.

– Assim se consegue ganhar autonomia estratégica e promover novos mercados nascentes.

Ø

Contrariamente às mensagens dos  vendedores de banha da cobra, normalmente académicos ou mediáticos,  isto acima descrito não é proteccionismo, mas sim sobrevivência e jogo jogado de forma justa, que é aquilo – este tipo de “técnicas” que é usado por todos os países europeus.

Só nós, em Portugal, é que abrimos mercados da forma como os abrimos.

Ø

Nós cá deixamos que esse comércio fosse cilindrado, também por outras razões.

“Políticas, no sentido de “poder”.

Um poder exercido por uma “elite” que vive nas sombras e que quis afastar do jogo o comércio local.

Afastado este, essa elite pôde dominar e constituir-se como quase que a “única empregadora” do país.

O que a coloca em posição de monopólio, ou de “monopsónio” como se queira.
(Um monopsónio é quando apenas existe um único comprador…)

Só um “conjunto de empresas” ligadas a este elite compra força no mercado de trabalho….. e como tal “faz o preço” do mercado de trabalho…… e como tal baixa salários…..

Ou seja, um conjunto de pessoas e de empresas.

Que tem os mesmos interesses todas e que se reúnem regularmente ou até falam por sinais de fumo; foi-lhes dado o poder de “dizer” quais são os preços e os salários.

Isto ao mesmo tempo que estão resguardados da concorrência externa.

Tem o melhor de dois mundos: capitalismo pré industrial ao nível dos salários a pagar e monopolismo colonialista ao nível da concorrência comercial e de mercado.

Ø

Nós temos o melhor do inferno.

Apesar de podermos dar opinião sobre o estado do país.

PODER, DEMOCRACIA, GERAÇÕES.

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  1. Daniel Marques said, on Julho 5th, 2008 at (Modificar)

    Este país não foi feito para jovens. Não há sequer oferta nem espaços adequados. Uns amigos meus estrangeiros, que passaram uns meses em Portugal, tiveram dificuldades em encontrar algo tão simples como espaços adequados para andar de skate e patins em linha. Algo tão simples como isto e que no país de origem estão habituados a praticar em espaços adequados. Depois as pessoas queixam-se que os jovens andam de skate nos passeios, etc. Isto tem uma definição: exclusão social!

    Em Sintra, há uns tempos, o presidente de junta já falecido, lembrou-se de instalar rampas para skates e patins em linha num jardim. Quem caiu em cima foram os idosos a reclamar. Ora, com um terreno livre do outro lado da estrada, o que custava arranjar aquele espaço para desportos radicais? Em vez disso vê-se os comerciantes a reclamar dos skates passarem pelas portas dos seus estabelecimentos. Querem que os jovens se metam onde? Em casa a jogar playstation para não incomodar ninguém?

    Se eu quiser fazer ponto de cruz, ouvir o relato de futebol em onda média ou jogar dominó, não me faltam espaços adequados, inclusivamente mesas já com tabuleiros de xadrez e damas.

Na caixa de comentários do artigo “Recenseamento eleitoral automático”, o Daniel Marques escreveu o que está acima, sendo que o artigo era relacionado com a “novidade” de o recenseamento eleitoral passar a estar automatizado para fazer entrar automaticamente 300. 000 jovens nas listas eleitorais.

Veja-se o que está em baixo, discutido por membros da nossa “elite”, respectivamente Joaquim Aguiar, Politólogo e analista político de direita, Diogo Pires Aurélio, professor do IST e de direita profunda, Manuel Vilaverde Cabral , uma pessoa pseudo de esquerda, sociólogo, que pelas alturas deste livro tinha muito tempo de antena nas rádios e televisões, e foi director da Biblioteca nacional ( ultimamente virou de lado e apoia um presidencialismo forte e musculado) e José Tribolet, também de direita profunda.

São o tipo de pessoas que pertencem á geração que está retratada mais abaixo no texto que cito, e são pessoas das quais duvido que acreditem no sistema democrático. Uma delas proferiu o que está em baixo.

Em 1998, uma editora na altura recente chamada “Livros e leituras” lançou um livro que foi o resultado de um encontro entre 4 pessoas que se juntaram para discutir o conceito de poder e o conceito de saber.

O diálogo foi gravado e depois passado a livro.

O livro aborda muitas coisas e dois dos intervenientes( para não dizer 3 deles) são (na entrevista) claramente neoliberais económicos e defendem uma série de cosias que demoravam muito a explicar aqui.

Na parte de sociedade e demografia existem algumas coisas curiosas que passo a transcrever:

Página 68:

Conhecemos, objectivamente, a demografia democrática da Europa e sabemos que há uma coligação fechada de duas gerações que nasceram nos anos 20 e nos anos 40, contra a geração que nasceu nos anos 70. Repares-e que a demografia da democracia nada tem a ver com esquerda ou direita. É uma variável rígida e que condiciona a agenda política da mudança.

A geração de 70 atravessa as dificuldades que se sabe:não consegue trabalho, não consegue ter casa, não consegue casar.

Mas à partida tem muito mais que nós tivemos:carro, Internet, biblioteca, país dispostos a tudo,etc. A geração de 70 tem mais do que nós tivemos, só não consegue reproduzir.

Página 70

As três gerações que se seguíram ao longo do século -dos anos 20, dos anos 40 e dos anos 70 – tem perspectivas radicalmente opostas em termos de política de financiamento, as duas primeiras jogam numa perspectiva de endividamento:os que vierem depois que paguem. A terceira inclina-se para uma óptica de fiscalidade, que supõe o máximo rigor nas contas.

Mas o grave é que a geração do rigor é, justamente, a que menos hipóteses tem de influenciar resultados eleitorais. Porque numericamente é minoritária. Porque inclui toda uma faixa de juventude que não perfez ainda os 18 anos de idade.

Donde, quando sentem ameaçadas as suas prerrogativas, as duas primeiras gerações tem motivação para votar e direito de o fazer; para uma boa parte da terceira pode haver a motivação, mas não há o direito.”

Quem afirma isto é o senhor Joaquim Aguiar, um conselheiro e eminência parda, de direita pura e desde sempre grande apoiante de Cavaco Silva.

As duas primeiras gerações criaram “isto” e é por isso que, como o Daniel põe a questão lá em cima, este país não foi feito para os jovens.

É apenas uma questão de demografia eleitoral. Mas como as coisas estão a descambar totalmente, os guardiões do sistema político, necessitam DESESPERADAMENTE que os “jovens” votem e se interessem pelo sistema.

O que está em cima também ajuda a explicar a política completamente louca de imigração que este país tem vindo a adoptar.

Não porque quem a promove esteja genuinamente preocupado com o país, mas sim está preocupado com:

a) a sua própria segurança material e dos seus familiares;

B) com os votos da sua clientela;

C) com a estabilidade política desta República podre e corrupta.

A conversa do senhor Aguiar em várias partes… então… é espantosa. A geração tem montes de coisas mas não consegue produzir.Pois não. O que leva à pergunta: qual é o interesse de se terem coisas que não se podem usar?

No sítio marketing de busca, o António Dias faz uma pergunta filosófica absolutamente pertinente logo no incio do sitio, referindo-se á nobre arte do SEO:

“Se o seu website existir na internet e ninguém o encontrar, o site existe mesmo? Tem a certeza?”

O que me leva á pergunta:

Se à partida tiver mais do que nós tivemos:carro, internet, biblioteca, país dispostos a tudo,etc, sua geração existe mesmo ? Tem a certeza? Consegue reproduzir?

Alguém encontra esta geração? (Pergunto porque também faço parte dela)

O que é mais espantoso nisto é que o senhor Aguiar fez parte do grupo de conselheiros dos 10 anos de Governo do senhor Cavaco Silva onde a “mudança para melhor” aconteceu e sempre para pior.

O Daniel Marques faz a pergunta: querem que os jovens se metam onde?

Neste momento já não são só os jovens. O “ideal” seria que os consumidores existissem para pagar impostos e consumir mas tivessem morridos metade delas no que toca aos problemas exposto quer no comentário do Daniel Marques, quer no que eu cito.

Quem quiser tirar conclusões – o excerto do livro que cito é de 1998 – acerca da falta de estratégia e da política de saltos em frente sem se saber bem onde se vai aterrar dos sucessivos governos democráticos que as tire.

Nota: isto não significa que eu apoie um regime ditatorial, mas penso que o que está acima deixa ver o muito que está mal e o porquê de as coisas em Portugal serem o que são. É uma questão eleitoral exclusivamente motivada pela ganancia de uma parte de uma geração, que não só prejudica os seus pares etários, como prejudica as gerações seguintes.

Para disfarçar, fala de reformas e mudanças. Mas nunca são as mudanças das políticas acima, nem de estratégia de poder e de organização do país.

É também por isso que é preciso trazer 300.000 jovens para a sociedade via recenseamento eleitoral. Primeiro foram “afastados” , agora são re-atraídos porque o sistema está a rebentar e a ideia de coesão nacional perdeu-se para certos estratos da população.

Written by dissidentex

05/07/2008 at 17:23