DISSIDENTE-X

Posts Tagged ‘PRIVATIZAÇÃO

MEMORANDO DA TROIKA E DO FMI – A PIADA DE MAU GOSTO

leave a comment »

TRADUÇÃO A MARTELO EM BAIXO

Memorando da Troika/ FMI pode ser encontrado Aqui. (Em inglês)

Banco Português de Negócios

2.10. The authorities are launching a process to sell Banco Português de Negócios (BPN) on an accelerated schedule and without a minimum price.

To this end, a new plan is submitted to the EC for approval under competition rules. The target is to find a buyer by the end of July
2011 at the latest.

2.11. To facilitate the sale, the 3 existing special purpose vehicles holding its non-performing and non-core assets have been separated from BPN, and  more assets could be transferred into these vehicles as part of the negotiations with prospective buyers.

BPN is also launching another program of more ambitious cost cutting measures with a view to increase its  attractiveness to investors

Tradução a martelo

2.10 – As autoridades estão a lançar  um processo de venda do banco português de negócios, com um  calendário acelerado e sem um preço mínimo de venda declarado.

Para este fim, um novo plano é submetido à união europeia para ser aprovado à luz da legislação comunitária sobre concorrência.

O objectivo é encontrar um comprador o mais tardar até ao final de Julho de  2001.

2.11 Para facilitar a venda, as 3 companhias subsidiarias/ holdings especiais em que o banco está organizado, mais os seus bens e negócios não essenciais (core business – nota minha)   foram separados do BPN, e mais bens podem ser transferidos para estas “holdings especiais”  como parte das negociações com potenciais clientes.

O BPN está também a lançar projectos mais ambiciosos de redução de custos com vista a aumentar a sua atractividade perante potenciais compradores.

Traduçao da traduçao

1 – o BPN vai ser vendido a preço de banana. Nâo há preço de venda definido.

2 – Para se vender a preço de banana, as regras comunitárias sobre concorrência são deitadas para o lixo.

3- Deitam-se as regras comunitárias sobre concorrência para o lixo, para tentar criar condições para que um  banco português compre aquela porcaria.

4 – As 3 holdings especiais ( special vehicules…) , mais os negócios não essenciais ao banco são separadas do banco – essas são as partes dentro do banco que tem valor; o banco em si mesmo como marca e como negócio está “queimado”.

5- Se, mesmo assim, os potenciais clientes não quiserem comprar encontrar-se-á mais “nata” dentro do banco para oferecer ainda a mais  preço de banana aos potenciais clientes.

6 – As medidas ambiciosas que o banco está a lançar para se tornar ainda  mais atractivo junto de potenciais investidores são despedimentos de trabalhadores (que irão onerar o estado português e a segurança social…).

7- O “desespero” da troika/FMI para despachar esta coisa oferendo-a a troco de preço de banana e no mínimo, suspeito e ideologicamente orientado.

Advertisement

PSP CORRE O RISCO DE SER PRIVATIZADA

leave a comment »

Notícia DN de 13 de Novembro de 2009.

Muito mal está um país quando um representante sindical de uma força policial  (deve-se ou não questionar a existência de um sindicato numa força policial?) tem que vir a público afirmar algumas coisas que são óbvias.

Que uma força de segurança publica não pode nem deve ser privatizada, através dos serviços que é convidada a prestar.

Que uma força de segurança pública, é pública, e como tal, serve o público (a população toda!)

PSP CORRE O RISCO DE SER PRIVATIZADA

O responsável sindical afirma que existe falta de credibilidade associada à polícia por fazer destes  membros de um serviço público; “porteiros” que estão à porta de discotecas a “controlar” entradas”.

Dá ainda o seguinte exemplo:

“…E recorda o caso de um casal de Cascais que pediu à Direcção Nacional da PSP dois polícias, em serviço remunerado, para levarem os filhos à discoteca e os “manterem em segurança”. “O serviço foi recusado. Aqui há que recorrer à segurança privada”, defende….”

Torna-se necessário perceber a mentalidade que está por detrás de duas pessoas que vivem em Cascais, que querem pagar (como se fossem donos exclusivos de um serviço público adstrito a 10 milhões de pessoas…) a forças estatais para estas servirem o hedonismo dançarino dos rebentos precoces…

E acharem normal terem feito o pedido…

Tal é o sinal dos tempos; pessoas que se sentem à vontade para acharem ser normal fazer pedidos destes…

Ø

Duas ideias centrais.

A) a PSP não deve ser privada.

B) Deve ser a segurança privada a fazer certos serviços.

Ø

Independentemente das simpatias pelas solução A, uma terceira ideia é sempre preferível.

Afastar as causas  económicas que deram origem ao (1) mercado da segurança privada e à (2) descredibilização da polícia.

Isto é, afastar o neoliberalismo económico da esfera pública.

CENÁRIOS E TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS – 3

leave a comment »

PARTE 3

A LISTAGEM COMPLETA DOS ARTIGOS ENCONTRA-SE NA PÁGINA DA BARRA LATERAL CHAMADA Z-CENÁRIOS

SUPER TENDÊNCIAS PARA OS PRÓXIMOS 20 ANOS

MICRO ANÁLISE SOCIAL E ECONÓMICA.

Processo de longo termo analisando os processos em espectro largo e de grandes tendências, ao nível social, e económico a nível mundial.

1. WEB 2.0. A Vida tona-se digital. O estilo de vida dos humanos, de uma pequena parte deles torna-se “digitalizado”. O conceito de web 2.0 torna-se abrangente. A lógica de trabalho é a seguinte:

  • Padrões abertos interoperáveis por diferentes sistemas de software e tendencialmente gratuitos.
  • Participação dos utilizadores no desenvolvimento destes padrões.
  • Participação intensa dos utilizadores no uso dos produtos/software derivados destes padrões.
  • Descentralização quer da criação dos padrões, que dos utilizadores – podem estar situados geograficamente em qualquer lugar do planeta
  • Colaboração entre grupos de utilizadores/criadores de padrões no desenvolvimento e aplicação da tecnologia.
  • Tecnologia criada em módulos.
  • Controlo cada vez mais acentuado do utilizador sobre a tecnologia (ex:Blogs)
  • Identidade própria e muito definida capaz de chamar a atenção dos outros utilizadores/criadores.

Toda esta lógica aberta, descentralizada, participativa, leva alguns dos utilizadores a preferirem novos meios de comunicação para que lhes seja fornecida a informação de que necessitam ou desejam.

A tendência será a de resistir/ignorar os órgãos de comunicação “institucionais” e preferir obter informação através de redes mais informais, os novos meios de comunicação.

Utilizadores produzem conteúdo através de:

  • Texto
  • Imagem
  • Vídeo
  • meios de comunicação interactivos
  • tecnologias e arquitecturas virtuais
  • Realidades virtuais? ( WEB 3.0 ?), derivadas do aumento da capacidade de processamento dos computadores e criação de hologramas virtuais?
  • Passagem do Ciber café para a sala virtual (Web 3.0 ? ) assente em hologramas de imagem que criam mundos imaginários ou cenários pré formatados ? (onde o utilizador vive vidas?)

Interacção entre o conteúdo gerados pelo utilizador e as:

  • ligações enviadas para os outros sítios de outros utilizadores.
  • clicks em artigos,vídeos, imagens…
  • Etiquetagem (tags) dos conteúdos para melhor se chegar a eles.
  • classificação/rankings de conteúdos.
  • Redes sociais e a influência/interacção das mesmas quer entre si, quer na capacidade de influenciarem utilizadores – terceiros e o poder político/administrativo.

Problemas:

  • Os Estados ou associações de Estados tenderão a promover a censura disfarçada exercendo coacção sobre o conteúdo gerado pelos utilizadores e sobre o tipo de conteúdo, procurando empurrar os utilizadores para áreas inócuas.
  • Tentativa de regular cada vez mais os conteúdos por parte dos Estados, limitando a criatividade.
  • Tentativa de aplicar taxas financeiras sobre conteúdos. Os impostos usados como arma política.

Resultados:

– Recomendações personalizadas

– O mais interessante é encontrado ( é por isso que este blog não é encontrado)

– Ideia de inteligência colectiva (mas apenas para os que participam neste fenómeno)

– O conceito de Web 2.0 (ou 3.0 ?) torna-se um estilo de vida digital; o virtual torna-se real (até mesmo psicologicamente).

– Criação de negócios e de mundos de negócio virtuais apenas existentes na Internet ou num qualquer mundo digitalizado a inventar.

2. Tecnologia que converge.

Aumento da informação disponível com o aumento da capacidade das bases de dados, do relacionamento entre os dados que se consegue obter e da capacidade de processamento leva a uma maior informação disponível.

Que possibilita o surgimento e o aumento de investigação e desenvolvimento em novas tecnologias como a miniaturização, que deu origem à nanotecnologia.

Elementos chave de convergência:

  • Informação disponível e capacidade de processamento da mesma;
  • Nano tecnologia.

Estas duas forças motivadoras dão um impulso tremendo em áreas como a:

  • medicina
  • produção e custo de energia
  • novos materiais e ligas de materiais (a junção de diferentes materiais para criar um novo)

Alguns problemas:

– Aumento dos custos de acesso, especialmente de entrada nestas novas tecnologias, tornado-as inicialmente muito difíceis de implementar para áreas ou países médios

– Difícil extensão das mesmas a toda uma população, logo origina uma sociedade dual, dividida entre os 20% que terão e os 80% que não terão acesso.

– Politicamente, as novas tecnologias e o marketing (a venda das mesmas como soluções…) irão contribuir para uma maior stress (fim dos sistemas) sobre os sistemas democráticos e contribuirão para a solidificação de projectos anti democráticos( Ex: China)

– Nos países Ocidentais tentativas existirão, visando criar uma flexibilidade adaptativa, sempre adaptativa entre as ideias de democracia/nova tecnologia, apresentadas como sendo ambas não incompatíveis, se se optar pela “solução” de deixar a nova tecnologia florescer sem qualquer tipo de regulamentação.

– Maior ( tendência de) corrupção dos responsáveis políticos que oscilarão entre a privatização total do sistema social ou a criação de um sistema assente numa escravatura democrática que não será assim chamada, mas utilizará os métodos da escravatura reciclados e adaptados a uma sociedade digital.

– Ideia de “Privatopia” (Uma sociedade inteiramente privada apresentada como uma utopia de liberdade realizada, acessível a todos; sendo que todos – neste contexto – serão apenas os que podem pagar – uma minoria).

  • Elementos chave da convergência ( os elementos que convergem nas disciplinas/áreas do futuro):

Nano tecnologia (miniaturização da tecnologia) com áreas da química e da física, conjugadas também ou separadamente com a biologia.

Exemplos Positivos: Pequenos robots introduzidos no corpo Humano para realizarem operações internas com menor probabilidade de invasão do paciente, possibilitando menor estrago e mais rápida recuperação

Exemplos negativos: Pequenos robots introduzidos no corpo humano para realizarem operações de espionagem – o micro robot funciona como um aparelho de escuta/análise das acções do seu hospedeiro humano, e pode servir para o matar por ordem de quem controla o aparelho miniaturizado.

Problemas políticos adicionais:

Qual o uso que, quer democracias, quer Estados totalitários estarão dispostos a fazer destas tecnologias, por exemplo, no caso de existir um excesso de população sério,que imponha stress e dificuldades sobre a produção de alimentos, ou sobre as reservas de agua potável, ou sobre a produção de energia?

Quem se disporá a usar a nano tecnologia como arma contra a sua própria população visando diminui-lá e como isso será ou não será tacticamente e estrategicamente combinado com o adversário, visando ao mesmo tempo não criar disrupções nos mercados económicos? Promovendo assim reduções faseadas e controladas das populações em excesso?

Continua

GUERRA DO IRAQUE. CUSTOS FINANCEIROS. (4)

leave a comment »

No primeiro artigo intitulado “Guerra do Iraque. Custos financeiros. (1)”

– falou-se do custo do petróleo antes da guerra começar;

– do custo directo da guerra, ao mês, para o governo americano – 12 biliões de dólares

– da privatização de sectores da guerra e de como isso encareceu e aumentou o orçamento de guerra dos EUA.

No segundo artigo intitulado “Guerra do Iraque. Custos financeiros (2)”

– falou-se dos downstram costs – os custos já não derivados directamente dos primeiros custos pagos logo á cabeça.

– falou-se da manutenção diferida do material de guerra – equipamento que não é substituido tão depressa quanto é “gasto”

– falou-se do elevado rácio de baixas/mortes, da ordem dos 15/1.

– falou-se dos empréstimos feitos pelos EUA para financiar a guerra, e de como a Guerra é financiada através exclusivamente, de empréstimos

– Falou-se da segurança social e dos custos futuros que virão a ser gastos com as pessoas que virão ou ficarão danificadas com a Guerra do Iraque.

No terceiro artigo intitulado “A Guerra do Iraque. Custos financeiros. (3)”.

– Falou-se dos aspectos financeiros a ter conta numa eventual retirada do Iraque;

– O tempo que duraria a retirada;

– As muitas outras dimensões financeiras da ocupação do Iraque;

– vários outros tipos de custos indirectos

– Efeitos macroeconómicos na economia americana.

Hoje – parte 4 e ultima: impacto da guerra no Iraque e noutras partes do mundo.

Especificamente, saber se se consegue apurar quanto custou ao Iraque em termos económicos e humanos o lançamento desta guerra.

Stiglitz diz que sim, que se consegue saber – e que os dados são péssimos:

  1. 4 Milhões de deslocados.
  2. 2 Milhões de Iraquianos que fugiram do país.
  3. 50% dos médicos ou foram mortos ou saíram do país.
  4. A taxa de desemprego é de 25%
  5. O fornecimento de electricidade não está ainda ao nível do que estava antes da Guerra começar – em 2003 – nível esse que, por sua vez não era extraordinariamente avançado…

Para Stiglitz a taxa de mortalidade ainda é o que mais define o estado lamentável do Iraque e desta Guerra.

Stiglitz afirma que existiram dois estudos feitos sobre este assunto, analisando o que era o Iraque antes e o que é agora. Apesar de ambos serem diferentes na sua metodologia e nas conclusões consegue-se perceber e ambos o demonstram que a taxa de mortalidade;

triplicou.

Mas mostram também outra coisa. Que o numero de mortes como resultado de toda a confusão – ausência de médicos em numero suficiente, ausência de electricidade em funcionamento e outro tipo de perturbações semelhantes – tudo isso – gerou só no período até Junho de 2006 – que é até onde os estudos chegam, é um total de 450 000 mortos no Iraque.

Não derivados exclusivamente da Guerra, note-se, mas das consequências da mesma.

Mas como nota Stiglitz, 2007 foi o ano mais violento de todos e que os estudos ainda não contemplam. Portanto o numero é mais para cima…

Penso que isto dá uma ideia da catástrofe que esta guerra representa.

Privatização.

Muitos sectores da administração: americana venderam a ideia de que a Guerra custaria menos, se após ocupação do Iraque, (o Aftermath) se privatizasse todo o tecido produtivo do Iraque. E impostos de taxa única e restante lengalenga neoliberal…

Em quase todas as áreas sucedeu isso. Stiglitz nota que tal também aconteceu, porque “a ideia de privatização foi enfiada pela garganta abaixo” do semi democrático governo iraquiano. Ou seja, porque o Iraque, não tem de facto um governo democrático (numa situação de quase guerra civil e combates nas ruas, ocupado por uma força estrangeira, como é que um governo pode ter sido eleito de forma democrática?)

Stiglitz acha que, liberalizaram mais rapidamente do que seria desejável…

Stiglitz nota também, por exemplo, que nos EUA, toda as pessoas estão preocupadas com os efeitos da globalização e dos acordos NAFTA relativamente ao que isto custa em empregos aos americanos.

Diz Stiglitz, fazendo o paralelo comparativo, que podemos imaginar o que seria isso, essa mesma situação aplicada ao iraquianos, após o fim da Guerra caso não tivessem continuado os combates…

Isto porque ao estar-se a dizer que se irá completamente abrir um mercado a quem consiga competir com quem está nesse mercado, já é difícil competir para quem está dentro do mercado; e tem uma economia em que a electricidade funciona e a população está em estado razoável.

Aqui falou-se em abrir o mercado, a uma população no estado em que está, sem electricidade, médicos,etc e diz-se – tomem lá o “mercado livre”.

É que isso iria mesmo minar os negócios iraquianos submetidos a concorrência de empresas estrangeiras muito mais fortes. (Do ponto de vista dos neo liberais EUA, o objectivo era mesmo esse;”arrendar gratuitamente”, passe a ironia, um mercado do tamanho geográfico da França com 35 milhões de consumidores…)

O Petróleo.

Curiosamente, o Petróleo não foi privatizado, precisamente porque existiram enormes pressões da comunidade internacional dizendo que em caso de guerras, certo tipo de recursos naturais como o petróleo não poderiam ser privatizados.

Os EUA recuaram e isto é interessante porque demonstra que os EUA estão de facto fracos e tiveram medo da intensa pressão internacional relativamente a este assunto e ela aconteceria efectivamente se tivessem privatizado o petróleo.

A situação nos EUA – há ou não recessão.

Existem duas doutrinas em Wall Street neste momento. A doutrina divide-se, sobre se será ou não mau para os EUA.

  1. Uma doutrina são só profetas da desgraça e dizem que vem aí o inferno (Gloom and Doom);
  2. Outra doutrina afirma que isto é só uma recessãozinha que passa já para a semana.

Stiglitz afirma ser mais da escola “Gloom-Doom e pensa que esta é a crise mais grave nos ultimo quarto de século.

Porque começa no sistema financeiro.

Mas claramente ele acha que o sistema financeiro não funciona bem.

Nota o problema da crise do “Sub Prime”, e nota os problemas existentes de inadequados sistemas de concessão empréstimos, de fechar os olhos a empréstimos que não deveriam ser feitos, de ocultar mais dados relativamente à solidez ou não do crédito (se há muito ou pouco crédito mal parado…), e que tudo isto acontece não só nos mercados de empréstimos mas noutros locais da economia.

Menciona que proximamente (a entrevista foi feita em Março de 2008) “2 million foreclousures” (ou seja, 2 milhões de hipotecas serão resgatadas relacionadas com compras de casas ou sítios comerciais…)

E pelo menos até Março de 2009 – também por causa das eleições americanas,não será possível existir um entendimento entre o novo Presidente, seja qual for, e todas estas instituições no que toca a definir como se pagarão dividas

.

A assimetria da informação.

Stiglitz nota a ironia da situação. Os EUA orgulhavam-se de serem um país com “transparência ” na forma como construiam as suas empresas, os negócios e como o “mercado” funcionava.

Nas crises financeiras de 19997/98, em termos mundiais, aos governos asiáticos foram dados sermões arrogantes por parte da entidades americanas sobre a falta de transparência.

Mas actualmente nota-se que existem, nos EUA, produtos financeiros extraordinariamente complicados, que ninguém tem bem a noção do que são ou não são conjugados com más praticas de fazer negócio.

  • Na assimetria de informação, em principio existem duas partes e uma delas tem muito maior informação que a outra podendo assim obter vantagens. (Assimetria de informação é a área de estudos no qual Stiglitz se especializou e pelo qual ganhou o prémio Nobel.9

Aqui ao que parece e se conclui, parece que existe actualmente no mercado americano uma assimetria de informação bizarra em que ninguém sabe nada ou dispõe da informação necessária para conseguir saber alguma coisa.

Stiglitz acha que o que o que aconteceu foi que os donos da hipotecas originárias sabiam um pouco mais do que as pessoas a quem venderam e essas pessoas sabiam que essas hipotecas eram maus produtos e que quem comprava viria no futuro a ter dificuldades em fazer os pagamentos mas – mesmo assim venderam.

Mas por debaixo deste conceito de securitização do produto tal situação, criou uma vantagem: dispersou o produto (as hipotecas) pelo mundo todo, baixando o risco do mesmo.

Mas criou uma outra nova desvantagem enorme: criou uma nova assimetria da informação.

Porque a pessoa /empresa que cobrou a hipoteca já não era a pessoa/empresa que a tinha originado.

Debaixo do termo de “securitização” esta multiplicidade de donos e vendedores criou um novo rasto de donos e novas informações assimétricas entre novos donos. (O problema existe, mas é “transferido” para dentro de múltiplas camadas de inúmeros donos e empresas…)

Problema a longo prazo.

A divida dos Estados Unidos é uma divida internacional- a erosão do dólar.

A América tem estado a pedir emprestado 800 biliões de dólares por ano – para sustentar a guerra, a crise habitacional, fazer injecções de dinheiro na economia (Pump the economy) etc.

E em poupanças que nos EUA não se estão a fazer – originando pedidos de empréstimos, bem como porque os EUA tem estado a viver acima do seus meios

Tudo isso – acumulado – está a dar cabo da confiança (Uma enorme falta de confiança) dos americanos enquanto consumidores.

Antes, o que sucedia.

No passado países ou empresas estavam na disposição de emprestar aos EUA a taxas de juros mais baixas do que aquelas que os EUA estavam dispostos a emprestar a esses mesmos países ou empresas. (Os EUA – país por si só – funcionavam como uma super garantia…mesmo que o dinheiro não existisse.)

Actualmente quase todos os países estão muito menos dispostos a emprestar aos EUA a taxas de juros baixas ou caso estejam exigem garantias mais fortes de pagamento da divida.

Dai as reservas monetárias estarem a fugir,saindo do dólar e a passarem para o euros e para o Yen.

Está a acontecer uma clara saída do dólar para outras moedas.

As principais consequência.

  1. O padrão de vida dos americanos terá que descer.
  2. Não se poderá, nos EUA, continuar a viver acima das possibilidades.
  3. Terão que se começar a pagar as dividas em vez de as pagar passando-as para gerações posteriores.

Stiglitz afirma que “poderemos continuar a jogar com o futuro dos nossos filhos”, passando-lhes as dividas para eles, mas que isto significará que a divida deles será ainda mais e mais difícil de pagar do que é a actual a ser paga pela geração actual.

(Qualquer semelhança – a escala portuguesa – com os TGV`s e com os aeroportos e demais planos tecnológicos é pura coincidencia…)

(Qualquer semelhança com a política idiota que tem vindo a ser feita nos últimos 20 anos em Portugal com obras faraónicas que levam a lugar nenhum é pura coincidência…)

ARTIGO DIVIDIDO EM QUATRO PARTES TERMINOU.