Posts Tagged ‘REVISTA LER’
O COMPUTADOR MAGALHÃES, OS INTELECTUAIS E A REVISTA LER
(1) Para se conseguirem audiências convida-se uma pessoa conhecida, das artes e das letras, da academia.
(2) Põe-se a imagem dessa pessoa na capa da revista para a qual se convidou uma pessoa conhecida das artes e das letras, da academia.
(3) Faz-se uma entrevista a essa pessoa conhecida, oriunda das artes e das letras da academia, e retira-se uma frase que a pessoa conhecida disse. Uma frase bombástica ou aparentemente bombástica que chamará a atenção de quem a veja na capa e depois queira adquirir a revista.
A frase é ” O Magalhães é o maior assassino da leitura em Portugal”.
(4) E assim se alcança o efeito pretendido: notoriedade.
Importa notar que o conteúdo da mensagem de António Barreto é “contra” uma lógica de mercantilização e de alienação que o uso do (computador) Magalhães criará numa sala de aula. Também é contra a lógica “de mercado” e de marketing chico esperto da direcção editorial da revista Ler.
Isto num puro domínio da “ética” e dos princípios…bem entendido.
E a revista não nos desmente, antes confirma.
Ao lado do titulo com a imagem de António Barreto e a frase
” O Magalhães é o maior assassino da leitura em Portugal”.
está a frase
“…os intelectuais:podemos acreditar neles”?
Ø
Barreto é a doença e o antídoto de si mesmo. É simultaneamente apresentado na capa desta revista como uma “voz de autoridade” e ao mesmo tempo é rotulado de ” intelectual, ao qual se planta a duvida de não ser (em) credíveis para podermos neles acreditar.
Ora… se António Barreto é visualmente apresentado com o suposto ar mitológico imaginado do que será um “ar intelectual” (um tipo velho, de barbas, de ar sábio, com um livro na mão) para corroborar a imagem e a frase relacionada com o Magalhães;
ao lado de António Barreto surge uma frase a atacar os intelectuais. A comparação e o paralelismo é óbvio…
Eis como se faz um exercício desonesto pseudo cultural e se desvaloriza uma opinião “bombástica” para a qual se trabalhou para se obter, apenas para ao lado dessa opinião bombástica, estar uma frase a destruir.
Numa simples capa esta revista atacou mais a leitura, ao destruir desta forma assassina e “silenciosa”, a critica de António Barreto ao computador e ao ideal de sociedade que está por detrás da ideia, do que mil Magalhães a trabalharem em várias salas de aula.
Artigo relacionado com “Computador Magalhães e como este ajuda a destruir a escola”
Written by dissidentex
09/03/2009 at 18:26
Publicado em ANTÓNIO BARRETO, COMPUTADOR MAGALHÃES, PSEUDO CULTURA
Tagged with ANTÓNIO BARRETO, COMPUTADOR MAGALHÃES, PSEUDO CULTURA, REVISTA LER