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PORTUGAL, ELEIÇÔES DE 5 DE JUNHO DE 2011, VENCEDORES E VENCIDOS
Os vencedores das eleições de 5 de Junho de 2011 são:
Os perdedores das eleições de 5 de Junho são 2011:
O que querem – em pequeno resumo – os vencedores das eleições de 2011:
ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2009 – VENCEDORES E VENCIDOS
VENCEDORES
VENCEDOR 1
Partido socialista.
Obteve uma vitória tanto mais estranha quanto gloriosa. Teve mais votos e conquistou mais câmaras municipais do que as que tinha, manteve a Câmara de Lisboa.
Um partido desgastado por 4 anos e meio de péssima governação, com dois prévios maus resultados nas anteriores eleições europeias e legislativas consegue sobreviver a isso e ter um excelente resultado nas eleições autárquicas, com mais de 2 milhões de votos.
Manteve as principais autarquias que já tinha e conquistou algumas que não esperava (Leiria, Beja) perdendo apenas Faro.
Conquista terreno autárquico ao PCP e ao PSD.
Evita desgaste autárquico derivado da péssima actuação governativa anterior.
Saiu-lhes do céu esta vitória sem perceberem muito bem exactamente porquê isto aconteceu.
E assim chegamos a algo estranho.
Um partido que perde legislativas, mas ganha eleições autárquicas com 15 dias de diferença…
Nota lateral: uma excelente opção do PS foi dada nestas eleições e que ajuda a explicar algumas coisas. Concorrer sozinho sem coligações em todos os lados foi uma boa opção.
Ø
VENCEDOR 2
A inércia e a falta de memória, bem como a falta completa de civismo…
A generalidade dos portugueses na generalidade dos locais esqueceu-se de penalizar – também – o facto de um governo influir nas autarquias – todas – através da orçamentação que exige a estas mesmas câmaras municipais.
Apesar de as eleições autárquicas terem características diferentes de umas eleições legislativas existem responsabilidades do PS enquanto partido de governo na definição de todo o sistema autárquico no que a dinheiros diz respeito.
Teoricamente as Câmaras municipais do PS deveriam ter sido mais penalizadas por isso. Não o foram.
Também os candidatos com problemas criminais ou de outro tipo deveriam ter sido penalizados – TODOS – pelos eleitores. Não o foram.
Como alguém que eu conheço afirma “ a constante tomada de más decisões é constante” parece ser o mote da generalidade dos eleitores portugueses e parece ser o mote de alguns eleitores de alguns conselhos, com especial ênfase em Oeiras e Gondomar, por exemplo.
Dá a nota da falta de “educação cívica” dos eleitores (que, curiosamente, nunca foi algo que a esquerda política pós 25 de Abril 1974 se dignasse a cultivar como aspectos essenciais a promover na cultura cívica e política dos cidadãos…) que votam alegremente em pessoas condenadas a pena de prisão por uma multiplicidade de crimes.
Tendo em conta os estratos sócio económicos da área de Oeiras, por exemplo, percebemos claramente onde se esconde e onde começa a corrupção e a desonestidade…em que classes sociais…
Mas isto até é o normal, no país manicómio em que vivemos.
Por exemplo:
Eleitores que escolhem não votar são atacados por esse acto.
Eleitores que vão votar em pessoas que são acusadas e feita prova em tribunal de que são corruptos e condenados por tal, são glorificados porque fizeram o deu dever democrático.
Quem recusa votar por não querer pactuar com várias coisas é estigmatizado e demonizado.
Quem vota em pessoas notoriamente corruptas é elogiado. (por ter ido votar…)
Esta é a nova medida do politicamente correcto em que a (esta) democracia portuguesa se deixou deixar ficar.
Fiquem felizes assim.
Ø
VENCIDOS
VENCIDO 1
A”DEMOCRACIA PORTUGUESA”.
É “poderosa”, justa e “dá confiança”, uma democracia e um regime democrático que permite que Isaltinos, Fátimas Felgueiras, e Valentins Loureiros concorram a eleições, depois de se ter provado que estas pessoas cometeram crimes.
Dá uma nota de despojamento e serenidade interior por parte de um regime político como este que assim permite que a corrosão democrática continue eficazmente a funcionar.
Com efeito é …… “credível”…… fazer chantagens emocionais sobre os cidadãos fazendo apelos ao voto e contra a abstenção e depois de obter o acto de votar dos cidadãos oferecer-lhes como “prato político a deglutir” uma “sopa de marisco Isaltino” em Oeiras ou pratos do mesmo estilo ou semelhantes, noutros locais.
Políticos julgados e condenados por corrupção são autorizados a concorrer a eleições autárquicas como se nada se passasse.
República que não se dá ao respeito é uma república morta…
Ø
VENCIDO 2
PSD
Um partido bastante estranho onde se perdeu a noção de qualquer realidade concreta. Como herdeiros de algum Salazarismo embora nunca o admitam, herdaram também alguma noção de grandeza imperial que, não corresponde à realidade.
É apenas isso que explica os discursos de dirigentes do Psd na noite eleitoral afirmando com o peito cheio de ar que ” somos um grande partido com uma enorme implantação autárquica”.
E depois?
Ganhar 30 ou 40 câmaras municipais que tem por exemplo 4 ou 5 mil eleitores ou até menos, é uma “enorme implantação autárquica?”
E quanto à qualidade do que se ganha?
Estalinismo económico, colectivismo e subsidiocracia, que é aquilo que na generalidade das Câmaras municipais do PSD se passa são traços de “uma grande partido com grande implementação autárquica?”
É que não coincide este discurso e esta pratica com o discurso feito pelo PSD para ganhar legislativas em que os apelos ao neo liberalismo e às privatizações de áreas publicas são constantes.
Perderam, além disso, votos e câmaras para o PS. E no entanto “ganharam” as eleições nos discursos dos seus lideres…
Outro erro estratégico tremendo do PSD, foi permitir que o partido de demagogos betinhos chamado CDS entrasse em coligações com o PSD. Foi um magnifico balão de oxigénio dado (oferecido) ao CDS, precisamente o partido que quer “comer” eleitorado ao PSD.
Enfim, é um partido que vive lá em cima, na nuvem numero 9, tentando ocupar esse espaço de lunaticismo com pundunor…
Ø
VENCIDOS 3
o BE
Um partido de criaturas tenrinhas e ternas, mas também, cheio de oportunistas e arrivistas tinha que levar um soco nos cornos em eleições autárquicas.
E levou.
É necessário que as vedetas intelectuais que andam de cachimbo e só lhes falta trazerem um livro de J.P Sartre debaixo do braço, para parafrasear uma pessoa que conheço, deixem de aparecer nos locais e alturas “culturais” em que dá jeito aparecerem e metam a cara nos locais – no poder local.
Mas isso não é parte da cultura esquerda caviar do Bloco de esquerda. E como é óbvio levaram na cabeça. Os resultados do Bloco são ridículos, mas isso deve-se à vários factos, especialmente ao facto de o Bloco não ter nenhuma ideia de como apresentar uma mensagem que penetre em eleitorado local. (Promover o consumo responsável de charros junto desse target demográfico constituído por camponeses de 70 anos no interior de Portugal é atirar ligeiramente ao lado…)
Também se deve ao facto de o Bloco não ter percebido a natureza volátil do seu próprio eleitorado e já ter começado a adquirir os tiques arrogantes e autocráticos dos outros partidos “normais” , tendo já começado a achar que os votos que teve são seus e cativos.
Este resultado é uma verdadeira amostragem d o que vale o bloco:150 mil votos. Não os 500 mil das ultimas legislativas.
Deveria talvez ser dessa “base” que ali se deveria começar a pensar.
Isso, e mandar fora os arrivistas (quer os que tem cachimbo, quer os outros…)
O BE também deveria sair fora do negócio das tautologias. Vir dizer que “temos muito que trabalhar no poder local é uma evidencia”. Porquê? Pensavam que não?
Cresçam e apareçam e não fumem muitas substancias psicotrópicas…senão ficam na nuvem 10 ao lado da nuvem 9 do PSD…
Ø
Vencido 4
O CDS.
Para disfarçar o facto de saber que iria perder, o CDS engendrou (com a gentil colaboração do PSD uma táctica engenhosa: coligar-se em inúmeros locais com o PSD, exigindo pela coligação um quinhão de lugares bastante generoso.
ASSIM SE GARANTIA PREVIAMENTE, que no discurso eleitoral uma vitória seria dita. Subiriam sempre à boleia. Promoveriam isso após.
Isto foi feito para não mostrar que o agrupamento de interesses dos ricos (conhecido por CDS- pp) NO FUNDO não tem implantação autárquica nenhuma. Para lá de umas coisas residuais…aqui e acolá.
Agora, e com este subterfúgio, as clientelas eleitorais do CDS estão salvaguardadas – os seus “homens” estão colocados no “terreno”.
Perdem, mas colocam as toupeiras no terreno a trabalhar para o futuro…
Ø
VENCIDO 5
O PCP.
O PCP voltou a aguentar-se e teria sido um dos vencedores da noite acaso não tivesse perdido a Câmara de Beja. Isso desequilibrou um pouco a relação de perdas/ganhos e desequilibrou a favor da atribuição de uma derrota.
Ver-se-á se no futuro esta tendência se mantém – a perda progressiva, ou se conseguem aguentar-se ou até subir eleitoralmente.
Mais uma vez é um partido que defende uma ideologia que está obsoleta e morreu, mas que o sistema político português sempre cultivou com carinho.
Assim pode o PCP ser apresentado como “a ameaça” , o papão que se deve combater. Enquanto os cidadãos combatem o papão, não olham para as isaltinadas, nem as felgueiradas, nem as Valentim loureiradas e quejandos do mesmo estilo.
É precisamente por isso que este partido foi sempre artificialmente mantido: nunca ninguém governou em Portugal de forma a criar condições para que os portugueses considerassem desnecessário votar neste partido.
E serve para distrair de outras coisas, mais importantes.
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS: VENCEDORES E VENCIDOS
VENCEDORES DAS ELEIÇÕES.
Vencedor 1: (o verdadeiro vencedor das eleições e quem está a derrotar o regime…)
A abstenção eleitoral.
Continua a subir, com calma e segurança, até chegar suavemente ao ponto em que o regime se tornará insustentável, e deixará espaço político TOTALMENTE aberto para que as forças que o querem destruir e subverter o possam eficazmente e totalmente fazer.
Pelo meio temos os políticos de opereta mais os analistas regimentais televisivos a desculpabilizar o problema, e sem saberem exactamente porque acontece.
E acontece porque existem pessoas que compreenderam que votem ou não votem são as pessoas do dinheiro e a “economia” que decidem, de facto, como irá o país ser governado.
Logo para quê votar? Logo para quê fingir-se acreditar estar a existir escolha verdadeira e real?
Questões que os abstencionistas colocam…a si mesmos…
Ø
Vencedor 2 (O verdadeiro vencedor das eleições nos partidos)
Paulo Portas e o CDS.
Um político demagogo, hipócrita, patologicamente mentiroso, estruturalmente ineficaz e incompetente, que apenas consegue apelar aos piores medos das pessoas, induzindo-lhes (sempre) mais medo; conseguiu ter um salto eleitoral expressivo.
As pessoas do dinheiro, as pessoas muito ricas estão imensamente satisfeitas com esta subida de Paulo Portas e do CDS.
A democracia está evidentemente mais corroída, porque agora teremos um trombone demagógico mediático a zurrar nas televisões e nos jornais despejando demagogias em directo ou em diferido.
Fazendo chantagens emocionais demagógicas a todo o tempo.
É absolutamente péssimo que quase 600 mil pessoas, tenham decido votar neste partido político que apenas defende os interesses dos muito ricos.
Um partido que deveria apenas ter um horizonte eleitoral de 50 a 100 mil pessoas (e estou a ser generoso) consegue transcender a sua base real de apoio e fazer parecer que vale verdadeiramente mais do que aquilo que vale.
Temos que, no entanto, dar os parabéns às embalagens de demagogia e ao conteúdo que Paulo Portas e o CDS conseguiram vender a esses extasiados 600 mil.
Prova-se que a marca de demagogia, apelos irracionais ao medo, jogar com os piores medos das pessoas que são a imagem de marca desta pequena seita política, mas foram no entanto eficazmente vendidas e promovidas por Paulo Portas e pelo CDS, com um êxito assinalável.
Demonstração que as forças que se opõem a esta pequena seita tem muito que aprender para combater a demagogia proto totalitária de Paulo Portas e amigos.
Ø
Vencedor 3
O partido comunista português.
O partido sarcófago, que está em estado de ligação à maquina desde 1989 conseguiu manter-se
(essa é a sua vitória e o seu objectivo para a época político desportiva…) à tona e ainda subiu votos (mais 30 mil) e deputados (mais 1).
Nada mau para quem está lá nos fundos, completamente emparedado entre globalização, alterações da ordem política e social, queda do comunismo real, etc.
São as vantagens de ter um “líder avó simpático”, de apenas jogar para se manter no nicho de mercado que ocupa (o verdadeiro objectivo político) e beneficiar de incompetências várias de outros.
E tem sido assim que tem sido menosprezados por outros (imprensa incluída…),mas continuam a manter-se à tona, e até a manterem-se mais à tona, desta vez.
Parabéns à democracia portuguesa: pela lógica das coisas este partido já deveria ter deixado de existir, mas actores dentro deste sistema continuam a manter vivas as condições para que este partido exista…( resta perguntar porquê…)
Ø
DERROTADOS DAS ELEIÇÕES.
Derrotado 1
O partido socialista.
Um partido que apenas tem dois objectivos políticos é sempre um partido limitado.
Como é um partido limitado a apenas ter dois objectivos políticos, ganhar eleições desta forma é-lhes e sabe-lhes sempre como sendo uma grande vitória – não aspiram a mais…
No entanto, para um partido político cujos responsáveis “gritaram” durante 4 anos e meio que estavam a governar bem, muito bem e que nunca ninguém alguma vez governou tão bem em toda a história do Universo conhecido e desconhecido, torna-se estranho ter menos meio milhão de votos e menos 25 deputados.
Pobres portugueses ingratos que chamados a cumprir um ritual semi inútil de 4 em 4 anos, mesmo assim não souberam reconhecer a magnificência governativa do Partido socialista.
Deviam ser açoitados…
Ø
Derrotado 2.
O partido social democrata.
Perdeu em quase toda a linha. Perdeu à direita, perdeu para o PS, perdeu em todas a frentes, perdeu na percepção que o eleitorado deixa de ter deste partido como sendo um partido de poder.
E do que se estava à espera, com a líder que o partido tinha, com os jotas a cheirar a leite de Cascais que o partido tinha a apoiá-lo, com a ausência de ideias e conteúdos programáticos que tivessem qualquer lógica ou fizessem qualquer sentido; só mesmo os próprios acreditavam que iriam ganhar.
Quando se mandam importar substancias psicotrópicas de lugares exóticos como o Afeganistão – deve ter sido isso que aconteceu com os líderes dos PSD – e se experimenta as mesmas; deve ter sido isso que aconteceu, a realidade tem sempre uma cor de rosa diferente.
Agora vão passar os próximos dois anos em estado de guerra interna, e a oferecerem-se ao PS para gerirem isto em estado de Bloco Central, (para “salvar o país…) enquanto não entram em funções os neoliberais do partido…
Ø
Derrotado 3
O Bloco de esquerda.
Apesar de terem duplicado o número de deputados e terem obtido mais 200 mil votos são um dos derrotados.
Prova-se em face dos resultados que o BE deveria ( acaso tivesse sido ousado para tal e não estivesse infestado de oportunistas e arrivistas que apenas querem obter poder e notoriedade, sem mexerem uma palha para tal, deixando Louçâ sozinho a levar com o bafo anti BE da comunicação social, e dos outros 3 partidos…como sucedeu na ultima semana de campanha eleitoral) ter obtido mais votos e chegado perto dos 12% (ou mais) e não ficar encostados nos 9.8%.
Podem decidir auto enganar-se e ficarem altamente satisfeitos pela “duplicação da votação” e deputados (bla,bla), mas a realidade dos factos diz que levaram um soco nos cornos do pior adversário que poderiam ter levado o soco: o CDS-PP.
(Comparativamente) Isso significa que a marca da demagogia do BE passa menos no eleitorado do que a marca da demagogia do CDS e isso – do ponto de vista do BE – deveria ser considerado como algo de muito preocupante.
Ficar em 4º lugar atrás do CDS, é humilhante, desprestigiante, ridículo, e coloca o BE a ter que supostamente “negociar” guerras e combate ideológico à distância com o CDS, mas colocado nas mesmos patamares de “valer o mesmo peso eleitoral” que a seita Portas.
Qualquer esperança que o BE retirasse do seu programa político algumas ideias lunáticas que lá estão terminou aqui.
Para Portugal é péssimo, porque dá mais força a radicalismos imbecis de sinal contrário em choque uns com os outros, que em vez de começarem a parecer ser mais fortes do que são ( como até aqui) agora são efectivamente mais fortes.
De forma que o concurso de imbecilidades demagógicas vai começar. O CDS parte à frente…
São também derrotados de outra forma: nem sequer o BE conta como parceiro de coligação. A margem de manobra política está assim condicionada e não lhes permite pressionar o PS dessa forma.
Ø
Derrotado 4
José Sócrates.
Será exigido a este senhor que “negoceie” política e consensos. Isso é estruturalmente e psicologicamente algo de adverso para a lógica autocrática deste senhor que a dada altura perderá a calma e começará a vitimizar-se.
Também a aura de “pretty boy” desapareceu, o que significa que o “poder” e a ideia que dali emana dele sobre o resto dos carneiros socialistas é mais fraca e ténue.
Ø
Cavaco Silva
Este semi cadáver político viu as suas hipóteses de ser eleito de forma clara daqui a um ano serem seriamente ameaçadas por estes resultados e pelas intrigalhadas em que se decidiu meter nos últimos tempos ( caso das escutas).
Agora será alvo de uma guerra de atrito político e a sua posição deixou de ser a toda a prova. Como sempre foi um aprendiz de Maquiavel ( consta que não o tinha lido há uns anos…) tal status apenas coincide com a parvoíce política em que se meteu.
Mas defender o país nunca foi exactamente o objectivo deste senhor…