ENERGIA SOLAR, EM ESPANHA ( E PORTUGAL )
Uma companhia espanhola, que derivou do PARK – Palo Alto Research Center, uma unidade de investigação e desenvolvimento da Rank Xerox, está a instalar no Sul de Espanha uma nova central de energia solar de 3 Megawatts. E depois?
E depois, que a companhia espanhola, a SOLFOCUS, defende que utiliza uma nova técnica de construção de painéis. Que utiliza muito menos sílica que os painéis normais até agora produzidos e que, por via disso ajusta melhor a capacidade de receber os raios e, consequentemente, produzir mais energia.

Precisamente pelo uso dessa “técnica” a companhia alega que consegue produzir com mais eficiência em menor custo. Um custo de 50 cêntimos o watt, em vez dos normais 3 dólares o watt – o que um painel solar normal fará e terá de custo.
Seja tal verdade ou não, a realidade é que em Espanha existem empresas (e presumivelmente, o Estado por detrás…) a mexerem-se na produção própria de painéis – energia solar, já a um nível de investigação/produção elevado, e a investirem como objectivo estratégico em investigação e desenvolvimento.

(Nota: repare-se no pormenor delicioso e irónico de na página da Solfocus, o português como língua estar ausente, e o Inglês aparecer debaixo da bandeira americana… revelador)
Em Portugal somos muito mais avançados. Temos projectos turísticos megalómanos sistematizados pelo Governo (não importa qual), com anúncios bombásticos. Objectivo: transformar os portugueses em empregados de mesa e fornecedores de serviços de baixo custo e pouca incorporação de valor, seja em que escala seja medido. Para tal lançam-se investimentos:
- Num lado investiga-se numa tecnologia de ponta para criar mercados.
- No outro lançam-se empregos desqualificados sobre uma população em dificuldade.
- Misturados com empreendimentos turísticos que, supostamente, irão gerar desenvolvimento económico massivo.
A população destas áreas nem percebe a rocha na cabeça que lhes vai acertar.
De inicio e como entrada levarão com especulação imobiliária. Seguido de aumento generalizado de preços, isto é, inflação. Depois sazonalidade de preços e fim d e tranquilidade.
Pelo meio perceberão que o prometido desenvolvimento chegará, mas não será para eles.
No fim quando fizerem as contas, perceberão( alguns) que ficaram mais pobres, mais excluidos.
Razão para tal: porque vêem a riqueza ao lado de casa, mas não a sentem no bolso, e os empregos que foram gerados são de baixa ou média qualificação – nada em industrias de ponta (ou sequer em indústrias do que seja…) ou que gere desenvolvimento de novos mercados.
São apenas condenados a pagar um custo de vida de cidade litoral, mas vivendo no interior.
É uma excelente opção estratégica e política, para criar cidadãos submissos.
Mas não há problema. Ninguém se incomoda com isto. A cidadania submissa é um conceito esotérico. Até um dia…
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