Archive for Março 2011
PEDRO PASSOS COELHO E O IVA – EM 2010 E EM 2011
“Os impostos indirectos tratam todos pela mesma medida, tanto pobres como ricos, razão porque são, nesse aspecto, mais injustos. É essa, aliás, a razão porque eu nunca concordei em taxar cada vez mais os impostos indirectos, nomeadamente o IVA. Ele vale 20% para quem tem muito como para quem tem pouco”.
Pedro Passos Coelho, no livro “Mudar”, editado em 2010.
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“Se ainda vier a ser necessário algum ajustamento, a minha garantia é de que seria canalizado para os impostos sobre o consumo, e não para impostos sobre o rendimento das pessoas”.
Pedro Passos Coelho, 25 de Março de 2011, em Bruxelas.
O FMI E OS SEUS MÉTODOS
JOSEPH STIGLITZ – WIKIPÉDIA
“…O FMI, geralmente, só tem no local um único “representante residente”, com poderes limitados. Seus planos, de modo geral, são ditados por Washington e redigidos durante as rápidas missões de altos dirigentes. Desde que descem do avião, mergulham nos números do Ministério das Finanças e do Banco Central. Hospedam-se confortavelmente em hotéis de cinco estrelas das capitais.”
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“…Não se deve ver o desemprego como uma simples estatística, como uma “enumeração de cadáveres” – vítimas não intencionais da guerra contra a inflação ou pelo pagamento aos bancos ocidentais. Os desempregados são pessoas de carne e osso, têm famílias, e todas essas vidas são dolorosamente afetadas, às vezes destruídas, pelas medidas econômicas que os especialistas estrangeiros recomendam, ou impõem – no caso do FMI.”
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“…Do alto de um hotel de luxo, impõem-se, sem piedade, políticas sobre as quais se pensaria duas vezes caso se conhecessem os seres humanos cujas vidas vão ser arrasadas.”
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Mas foi ao ir à Etiópia, um dos países mais pobres do mundo, em março de 1997, apenas um mês após haver assumido minhas funções no Banco Mundial, que, de repente, mergulhei no espantoso universo político-aritmético do FMI.
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O social ou o financeiro?
Se a Suécia conceder uma ajuda financeira à Etiópia, para que construa escolas, a lógica do FMI impõe conservar o dinheiro na forma de reservas.
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O presidente declarou-me que não havia lutado durante dezessete anos para ter um burocrata internacional a lhe dizer que não podia construir escolas e hospitais
A lógica do FMI coloca um problema evidente: implica que, se obtiver ajuda para realizar alguma coisa, um país pobre nunca poderá gastar o dinheiro. Se, por exemplo, a Suécia conceder uma ajuda financeira à Etiópia para que construa escolas, a lógica do FMI impõe a esta última conservar esse fundo em suas reservas. (…)
Mas não é para isso que os doadores internacionais concedem ajuda. Na Etiópia, os doadores, que trabalhavam independentemente e não tinham nenhuma obrigação para com o FMI, queriam que novas escolas e novos hospitais fossem construídos, o que era também a intenção do governo. Meles não mediu suas palavras: declarou-me que não havia lutado ferrenhamente, durante dezessete anos, para ter um burocrata internacional a lhe dizer que não podia construir escolas e hospitais para seu povo quando havia conseguido que doadores financiassem sua construção.
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Entregar o sistema bancário, para “maior eficiência”
Queriam que a Etiópia não só abrisse seus mercados financeiros à concorrência ocidental como também que cindisse seus bancos em vários pedaços
O FMI queria mais que a mera abertura do sistema bancário à concorrência estrangeira. Pretendia “fortalecer” o sistema financeiro, criando um mercado de adjudicação para as obrigações do Tesouro do Estado etíope – reforma que, por mais desejável que pudesse ser em inúmeros países, não tinha nada a ver com o nível de desenvolvimento da Etiópia.
Também queria que esta “liberalizasse” seu mercado financeiro, isto é, deixasse as forças do mercado determinarem livremente as taxas de juros – o que os Estados Unidos e a Europa ocidental não fizeram até a década de 70, época em que seus mercados, e o necessário aparelho de regulação, eram infinitamente mais desenvolvidos.
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A Etiópia tinha excelentes motivos para resistir ao FMI, quando este exigia que “abrisse” seu sistema bancário. Tinha visto o que se passara em um de seus vizinhos da África oriental – o Quênia – que havia cedido. O FMI insistira para que esse país “liberalizasse” o mercado financeiro, persuadido de que a concorrência entre os bancos iria provocar a queda das taxas de juro. Os resultados foram catastróficos.
A medida fez-se acompanhada pelo crescimento muito rápido de bancos de negócios indígenas, numa época em que a legislação bancária e a fiscalização dos bancos eram inadequadas, com os resultados previsíveis: quatorze falências somente nos anos 1993 e 1994. Na prática, as taxas não caíram, mas aumentaram. O governo etíope, compreensivelmente, foi cuidadoso.
PUBLICIDADE (FALSA) – UM DOS POLVOS A ELIMINAR
Ignacio Ramonet – (01/05/2001)
PUBLICIDADE (Propaganda – aditamento meu)
“O polvo da publicidade”
“… Tentacular, asfixiante e opressiva, ela sabe utilizar os melhores trunfos da sedução, e mobilizar todos os recursos do desejo. Mas sob ela, o luxo torna-se uma necessidade, e é preciso perpetuar uma existência devotada a desafios alienados e desumanizados…”
“…Ao mesmo tempo um veículo ideológico e uma técnica de persuasão, a publicidade tem a capacidade de saber utilizar os melhores trunfos da sedução, mobilizando todos os recursos da estratégia do desejo, sob todas as formas.”
“Sua aparência risonha e seu entusiasmo simpático a tornam agradável, ou aceitável, para a maioria das pessoas.”
“E ainda fazem passar por chato quem lembra, simplesmente, que sob aquela aparência externa atraente, a publicidade é, quase sempre, pura propaganda, uma autêntica máquina de guerra ideológica a serviço de um modelo de sociedade que tem por base o capital, o mercado, o comércio e o consumo.”
“E da própria política, que a ela recorre maciçamente durante as campanhas eleitorais.”
“Pois não se pode esquecer que a publicidade parasita a principal e maior de todas as artes: o comportamento dos seres humanos.”
PICOS DE PETRÓLEO: OS MELHORES SECTORES APÓS 6 MESES
Na Europa.
Após os primeiros 6 meses.
De notar os sectores haelthcare (cuidados de saúde e derivados), a banca e os indicadores bolsistas “con stat” (um indicador do mercado de “equitys”) isto é, do mercado que consiste nas acções de empresas que vendem ou produzem produtos como comida, produtos de cuidado pessoal, ou para a casa.
O dinheiro circulou para estes lugares.