DISSIDENTE-X

O PSD, VÍTOR GASPAR E O DESVIO COLOSSAL DO SUBSÍDIO DE NATAL

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou perante o Conselho Nacional do PSD que o Governo encontrou um “desvio colossal em relação às metas estabelecidas” para as contas públicas.

De acordo com um dos elementos presentes na reunião do Conselho Nacional do PSD, que decorre num hotel de Lisboa, Passos Coelho reiterou que o Executivo não se vai queixar da “herança” do PS, mas não deixou de fazer uma observação sobre o estado das contas públicas portuguesas.

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Pedro Passos Coelho, declarações à comunicação social, dia 13 de Julho de 2011.

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Um dia depois:

«A expressão “desvio colossal”, de acordo com a informação que eu julgo ter sobre o assunto, deve-se a uma… — como hei-de dizer? — omissão de palavras que foram usadas entre “desvio” e “colossal”. Isto é: foi usada a expressão “desvio”, foram ditas algumas palavras após as quais apareceu “colossal”. Fazendo a eliminação das palavras intermédias fica: “desvio colossal”.

A minha interpretação da frase entre “desvio” e “colossal” é que foram detectados ‘desvios’ e que a consolidação orçamental nos vai exigir um trabalho ‘colossal’. Esta versão é da minha pura responsabilidade. Eu não tenho nenhuma informação autêntica sobre as palavras que terão sido proferidas entre “desvio” e “colossal”. Mas esta versão agrada-me particularmente.

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Vítor Gaspar, ministro das finanças, declarações à comunicação social, conferência de

imprensa, dia 14 de Julho de 2011.

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Esta conferência de imprensa teve vários objectivos.

(1) Retirar carga negativa do “cargo” ministro das finanças; (2) criar uma aura de mistério sobre o senhor que é ministro para lhe (tentar) criar credibilidade junto da opinião pública; (3) criar confusão sobre as ideias económicas do senhor em jornalistas e restante publico; (4) ajudar a construir a aura deste ministro aquando da apresentação de medidas absolutamente neoliberais e agressivas para com a população (desviando a atenção das mesmas)  (5) e apresentar uma narrativa cujo único objectivo da mesma é criar confusão e baralhar, inserindo elementos de humor cínico e hipocrisia  no contexto em que foi criada, para deixar eventuais críticos sem reacção.

(Como bónus adicional, coloca o primeiro ministro numa posição de fragilidade ainda maior do que já está; em que um simples ministro corrige as declarações públicas de um primeiro ministro quando normalmente costuma ser o contrário que se verifica…)

( Com excepção ao que se passou em relação ao primeiro ministro… ) A manobra de criação de uma carga positiva pró ministro das finanças e de criação de confusão relativamente ao que pensar-se acerca do ministro das finanças e do governo, falhou.

Continuem a tentar e continuem a falhar… e irão falhar nesta guerra de propaganda.