A PRIVATIZAÇÃO DOS 7% DA GALP – RAZÕES
Com o partido socialista português as coisas são realmente “diferentes”
Primeiro:
espera-se que os mercados financeiros estejam numa enorme crise, como é o caso da recente crise financeira americana e as razões para ela ter acontecido.
Segundo:
Depois faz-se o que é descrito aqui no blog “O país do Burro/Filipe Tourais”
“…O Governo de José Sócrates ressente-se do incómodo de que o Estado tenha em carteira acções de uma empresa que gera lucros chorudos e, depois de ter feito de Américo Amorim o homem mais rico de Portugal (ver gráfico), prepara-se para, novamente, distribuir felicidade com a privatização de mais 7% da mesma empresa. E esses 7% da Galp serão “socializados” por ajuste directo, permitindo a escolha do comprador e favorecimentos no preço, numa altura em que as bolsas estão em forte baixa.”
De facto governar tendo em carteira acções de uma empresa que gera lucros brutais é muito desagradável. Como é desagradável vamos vender a um privado, por ajuste directo.
Terceiro:
O privado compra ao Estado Português por um preço substancialmente inferior, as acções da empresa Galp que ainda restam na posse do Estado. As acções são avaliadas ao preço de mercado e o preço de mercado está baixo. O privado embolsa 400 milhões de euros, isto é, deixa de pagar 400 milhões de euros, isto é paga a menos.
Citando de novo Filipe Tourais:
“…E quanto nos vai custar o negócio? São um pouco mais de 58 milhões de acções. À cotação actual, 12,03 euros, valem cerca de 698,69 milhões de euros. À cotação do máximo de há uns meses, que não é um máximo potencial porque nessa altura as bolsas estavam já em queda acentuada, 19,3 euros, as mesmas acções valiam mais de 1105,25 euros. A diferença é de 406,55 milhões. Uma perda que deverá ser somada aos lucros que o Estado deixa de arrecadar e tem que compensar com mais impostos sobre os contribuintes.”
Este simpático gráfico acima é das cotações da Galp por volta das 13.45 do dia 30 de Setembro de 2008, ao vivo, e ainda tem um preço mais baixo do que aquele indicado pelo Filipe Tourais.
Quando o “negócio” da venda dos 7% for finalmente efectuado, ainda o será numa altura mais estrategicamente escolhida para ser ainda mais baixo e fazer o privado que vai adquirir as acções embolsar, isto é, deixar de gastar na aquisição das mesmas uma valor mais para os 500 milhões de euros do que para os 400 milhões de euros.
E mostra também que no inicio de Janeiro se esta “transacção fosse feita o dinheiro que o Estado português embolsaria, seria substancialmente maior.
De facto o partido socialista é mesmo diferente e outra coisa.
Quarto:
o privado que tem acesso a este generoso negócio é o Sr Américo Amorim, accionista da Galp, (conjuntamente com a empresa italiana, Eni e com a CGD)
e ira ser beneficiado com isto, ficando a gerir um monopólio.
Quinto:
E cito de novo Filipe Tourais:
“…quem, mais uma vez, se insurgiu contra mais esta negociata foi Francisco Louçã. O seu partido, o Bloco de Esquerda, segue com cerca de 10,9% nas sondagens. Quem, mais uma vez, está a conduzir um negócio ruinoso para o Estado e muito proveitoso para um particular – que até vai ter o privilégio de poder escolher – é José Sócrates. O seu partido, o PS, segue destacado na dianteira das intenções de voto dos portugueses com 36,1%.”
Sexto:
São estes os “negócios” da esquerda moderna:
Aviso: este artigo não significa apoio ou desapoio ao BE. Que diga-se de passagem, fez um pedido na assembleia e protestou com uma coisa com a qual eu concordo que se devesse protestar. Estas negociatas do partido socialista e do primeiro ministro.
Written by dissidentex
30/09/2008 às 13:18
Publicado em BOLSA DE VALORES, CORRUPÇÃO, EMPRESAS E MARCAS PORTUGUESAS, GALP, INCOMPETÊNCIA, JOSÉ SÓCRATES, MOVIMENTOS ANTI DEMOCRACIA, NEO LIBERALISMO ECONÓMICO, PAÍSES, PARTIDO SOCIALISTA, PARTIDOS POLÍTICOS, PORTUGAL, Uncategorized
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