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POLÍCIA PODE CONTROLAR POR GPS PESSOAS, SEM MANDATO OU CAUSA PROVÁVEL.

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Fonte Portuguesa: Aberto até de madrugada/Carlos Martins

Fonte EUA: Gizmodo.

GPS CONTROLA PESSOAS NO WISCONSIN

No anterior post a este chamado “O Erro do Bloco de Esquerda” – sobre um outro assunto, se quisermos, ou sobre este assunto, mas dito e escrito de outra maneira, se também quisermos, escrevia a dada altura o seguinte:

Todas as pessoas, ou pelo menos quase todas, apreciam a tranquilidade de um quotidiano repetido.

Todas as pessoas, ou pelo menos quase todas, gostam de calma e passarinhos a cantar.

Porque o problema é que as pessoas apreciam a tranquilidade de um quotidiano repetido, julgando que será assim que algo mudará.

Nunca uma longa sucessão de quotidianos tranquilos repetidos mudou alguma coisa.

Ø

A tranquilidade dos quotidianos repetidos está a ser observada por GPS no Wisconsin.

Hoje o Wisconsin. Amanhã…quem?

Ø

Será que a tranquilidade do quotidiano repetido ainda o é sendo observada por GPS?

SUÉCIA – VIDEOVIGILÂNCIA.

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A Suécia, um país bastante mais livre do que Portugal está também em perigo. Mas na Suécia, apesar de tudo, as pessoas manifestam-se contra os ataques à sua liberdade. E reagem!

A 29 de Junho de 2008, o parlamento sueco votou uma lei que estabelecia nova legislação intrusiva de escutas e vigilância sobre os cidadãos suecos, e quem mais na Suécia vivesse, que foi aprovada apesar dos protestos na rua e online.

A lógica anti democrática foi a mesma que já vimos acontecer por cá. O respeito à “linha partidária” que impôs disciplina de voto. Existiam deputados que já tinham posições prévias contra a existência de leis deste teor e que as votaram favoravelmente na mesma.

O assunto estava e está também ligado aos problemas das supostas infracções do direito de autor através de transferência por bit torrent ou outras formas. Foi também previamente acompanhada de uma “campanha” de publicitação e propaganda para preparar a opinião pública.

O pretexto é exactamente o mesmo que nos ultimos anos tem sido sempre apresentado para criar leis destas: a “segurança nacional”. (O ministro sueco da defesa argumentou que se a lei não passasse, as forças suecas no Afeganistão estariam em perigo… pelos donwloads dos talibans, presume-se…)

Em nome da segurança nacional uma entidade chamada “FRA”, National Defense Rádio Agency, passará a escutar e a monitorizar qualquer tráfego telefónico e por correio electrónico, sem necessitar de uma ordem do tribunal para o fazer.

O critério de escuta fica à escolha de quem controlar a “FRA”.

A proposta foi obviamente critica por advogados, membros de sites de bit torrente como o Pirate bay, blogers, e no que é algo de ainda mais hilariante, o chefe da agência de serviços secretos sueca, chamada SAPO, que, com esta lei não tem acesso a dados, sem ordem do tribunal, mas a “FRA” tem acesso a dados apenas por sua própria iniciativa.

Ou seja, os “serviços secretos oficiais”( não consegui perceber se existiam “dois serviços” ou não) não podem aceder directamente a escutas, mas uma entidade, penso que privada, que supostamente irá combater a copía de ficheiros terá acesso a todos os dados dos cidadaos suecos.

Isto é uma tentativa de privatizar a segurança, e rebentar com a lei, como instrumento que rege as regras entre as pessoas numa dada sociedade.

Entretanto os protestos continuam, e o assunto que começou nos blogs, passou para os meios de comunicação “normais”; tornou-se “nacional”, onde editoriais de jornais em papel e online, falam constantemente do assunto. O mais irónico da coisa é que o Google, uma empresa notoriamente conhecida por ser pouco adepta de resguardar a privacidade dos seus utilizadores e colectar dados sem autorização, se sentiu “pouco à vontade” e (avisou que iria mudar) mudou os seus servidores. Na notícia do Times online, até dá para que o responsável do Google armado em democrata moralista… diga que aquilo – a nova lei sueca- parece algo que a China ou a Arábia Saudita teriam inventado.

A antiga companhia de telecomunicações sueca, Tella, também mudou. E a Bélgica ameaçou que processava a Suécia, se cidadãos belgas fossem escutados indevidamente.

Entretanto, a polémica continuou a aumentar. Vários meses antes da lei ser aprovada os blogs tinham espaço de difusão limitado. Mas começaram a ter os meios de comunicação com eles, através de petições – uma delas gerou 6.6 milhões de emails de protesto enviados para um dos principais representantes do governo que defende a lei.

Parece Portugal não parece?

Hoje, terça feira, dia 8 de Julho de 2008, adeptos do partido pirata (na Suécia há um pequeno partido chamado “Partido pirata” que defende o download livre e sem restrições e a não existência de escutas…) farão protestos sob a forma de festas, nas cidades de Malmoe e Estocolmo para celebrar o facto de a Suécia se ter tornado uma “República de Bananas”.

O processo de ataque à democracia é feito por “dentro do sistema” e contra as pessoas e é geral, não só em Portugal. Aqui é que se nota mais.

E nota-se mais porque a “apatia” e o deixa andar dos portugueses demonstram a enorme diferença de atitude cívica e apego à democracia que infelizmente existem neste país.

Verificar a lei de segurança Interna.

SISTEMA QUEIXA ELECTRÓNICA. OS ANTECEDENTES.

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Ontem entrou um artigo sobre a criação, por parte do governo português, de um sítio Internet que facilitava a queixa feita por cidadãos, de forma electrónica; cidadãos que “observassem um crime” poderiam denunciá-lo com toda a facilidade, com total “segurança” que o referido sítio Internet promoveria.

Importa pois, explicar, que esta ideia já teve antecedentes. E campos de treino…

Em 2007, por alturas de Fevereiro, salvo erro, já tinha existido um primeiro teste à passividade dos cidadãos, relativamente a esta questão e outras como esta.

Na altura criou-se um sítio Internet para promover a delação e cultivar o medo e a desconfiança.
A Fundação para a computação cientifica nacional – FCCN – um organismo estatal português decidiu, nessa altura, apoiar uma campanha.

Objectivo oficial: combater a pornografia infantil, a violência , o racismo veiculadas através da Internet.

Objectivo real: criar e desenvolver uma nova geração de denunciadores e delatores – legitimar estas acções como sendo normais e moralmente aceitáveis.

Na senda do progresso e das novas tecnologias, Portugal (tem) terá um site de Internet onde, para fins de treino e aperfeiçoamento destas competências importantíssimas para a vida do país, e para a prossecução da felicidade pessoal dos seus cidadãos, qualquer português será incentivado a delatar e a denunciar de forma consciente e inconsciente.

O sítio Internet em questão pode ser encontrado AQUI.
FCCN -INTERNET SEGURA 1

O sítio em questão apresenta várias características desagradáveis.

É um site onde se poderá fazer “oficialmente” denuncias de conteúdos ilegais. Passo a citar um excerto da noticia lá em cima enlaçada. “No site a ser criado, «jovens e adultos vão poder denunciar conteúdos pedófilos, de violência extrema ou xenófobos, e outros que alegadamente constituam crimes públicos…”

A democracia portuguesa (e europeia) continua o seu alegre caminho multicultural para a censura.
A FCCN prestou-se a ser a cabeça protectora que incentiva todos os denunciantes a obterem uns minutos de glória e a serem legitimizados; todos os ajustes de contas entre pessoas que não gostam umas das outras, e que sabendo que existe isto na Internet se podem denunciar; todas as pequenas irritações passarão a ter cobertura legal.

Até poderão ser feitos cursos de formação profissional com direito a entrega de diploma e tudo para formar profissionais competentes na área da delação. Uma nova industria está a nascer.150 000 delatores em creches - o futuro já começou

Na altura, para fazer o teste à mentalidade totalitária que está aqui camuflada, foi necessário arranjar um pretexto.
O pretexto foi a “pornografia infantil” , a “apologia do racismo” e a apologia da violência”.
Conceitos extremamente escorregadios (excepto a pornografia infantil) e onde cabe tudo e não cabe nada.

Mas é precisamente este “sentido lato” das coisas que coloca em perigo toda a gente e nenhuma gente.
Este blog, por exemplo, quando critica o governo, estará, segundo esta lógica a fazer a apologia da violência contra o governo. Este e outros blogs…

Quanto a Blogs e sítios racistas é o que menos falta há pela Internet portuguesa, estão abertos às dezenas e no entanto, pede-se às pessoas que os denunciem.

( E por “racismo” entendam-se blogs de brancos a atacarem pretos e de pretos atacarem brancos…)

Sem dúvida, porque as autoridades competentes estão demasiado ocupadas a trabalharem em comissões e reuniões de análise para repararem na existência desses mesmos sítios.

Quanto á pedofilia/pornografia infantil, a única maneira de a apanhar é através de investigações aturadas que, regra geral, não passam por ser feitas pelos participantes em actos de pedofilia que os “denunciem”…

Portanto resta achar que esta ideia foi apenas um ensaio para se criar o sítio da Queixa electrónica ontem mencionado.

Mais um pequeno golpe na liberdade e na democracia que o partido socialista promoveu conscientemente, tudo sempre, sob a capa da segurança…
Note-se, também as “entidades” que “patrocinam” o sítio em questão.

FCCN -INTERNET SEGURA 2- ENTIDADES

Como é necessátrio “dar credibilidade” ao sítio, chama-se entidades em que todos confiem.
Daí aparecer a APAV E O IAC, como “garantes ” da boa vontade e legitimidade das intenções por detrás deste sítio.É também “interessante” que apareça ali o Ministério da educação, aparentemente tão preocupado com a “apologia da violência” na Internet, mas tão pouco preocupado com a violência sobre professores na escolas.
São opções.
Também é interessante que apareça a Microsoft, uma empresa que é tudo, a nível informático, menos sinónimo de segurança em computadores e sítios Internet.

Quem quiser perceber porque é que a Microsoft é tudo a nível informático vai até AQUI e caso não seja intensamente estúpido percebe.
No sítio patrocinado pela FCCN também existe algures a expressão “outros”.Tradução: Outros = Todos.

Nota final 1.

Temos (tivemos em 2006) agora a instituição de um teste, para instituir os primeiros princípios( e delatores) de delação e denuncia através da Internet.

O motivo ( que arrasta todos os outros) : as crianças e a sua protecção.

Nota final 2.

Fico a aguardar que a FCCN patrocine um sítio Internet que proteja as crianças e denuncie conteúdos publicitários que visam fazer chantagem emocional sobre os pais para que estes acedam a comprar certas produtos desnecessários aos seus filhos.

Nota final 3.

Fico a aguardar que a FCCN patrocine um sítio Internet que insista na necessidade de se proibir publicidade especificamente destinada à crianças e que proíba o uso de crianças na publicidade.

Já que o problema primordial parece ser a “preocupação com as crianças”, então convém preocupar mo-nos com todas as dimensões do problema e não só com algumas.

Convenientemente escolhidas a dedo.

SISTEMA QUEIXA ELECTRÓNICA. DENUNCIAS E DELAÇÃO.

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QUEIXAS ELECTRÓNICAS - JORNAL DESTAK- DIA 18 MARÇO

O nosso magnífico governo (e o espírito totalitário que o anima…) criou; isto é, gastou dinheiro para o nosso bem. Alvíssaras.

Criou um sistema em que o cidadão, seja ele qual for, ao que parece, poderá queixar-se electronicamente de qualquer malfeitoria que tenha visto a acontecer ou dela tenha tido conhecimento.

Parece uma boa ideia. Não é.

Quando acedi à página em questão apareceu-me o aviso mostrado em cima, segundo o qual, o certificado electrónico de segurança do sitio em questão não seria válido. Tal demonstra desde logo o trabalho bem feito. Um sítio electrónico que pretende garantir confidencialidade nas queixas feitas por cidadãos, faz com que o nosso navegador de Internet (Firefox) responda: ” é impossível verificar a identidade de queixas electrónicas. mai.gov.pt como sítio de confiança.

(O sitio, em baixo no fundo, tem a indicação que está optimizado para IE7, firefox e opera…)

Ou seja… que nos diz que o sitio em questão até pode não ser …verídico…pode ser uma página duplicada…não originária da fonte nela indicada…

Numa outra interpretação bem humorada poderemos dizer que nenhum governo é de confiança, seja qual for a sua cor política; este avisa-nos disso mesmo; só temos que prestar atenção ao aviso…

Também existem várias dimensões do problema.

Uma delas é o incitamento a delação que isto pode provocar. (Assunto já tratado AQUI numa perspectiva diferente…) O incitamento à desconfiança permanente de todos os cidadãos uns dos outros. Se todos, generalizadamente, começarem a usar isto por tudo e por nada teremos uma mentalidade de delação ainda mais instalada do que já está. E que terá tendência a alimentar-se a si própria.

Esta era a mentalidade que vigorava pré 25 de Abril de 1974.

Vou citar baptista Bastos em 2007, num artigo chamado “socialismo da delação” (mesmo correndo o risco de me chamarem comunista, coisa que não sou…nunca fui.)

“…Quando um governo “socialista” promove a delação como conduta, e consubstancia a infâmia num folheto sórdido, tal acontece porque ainda nos encontramos moralmente enfermos. Logo após Abril, os números do aviltamento sobressaltaram os espíritos mais cândidos: quatro milhões de portugueses com ficha na PIDE, e cerca de quatrocentos mil informadores. Agora, na Socratolândia, propõe-se a setecentas mil pessoas que delatem, sugerindo-lhes que praticam uma acção moralizante quando se trata de procedimento desonroso. Este Governo, incapaz de cortar cerce a raiz da corrupção, avilta-nos a todos, ao acirrar à denúncia. E, ao incorrer no crime de corrupção moral, coloca-se na zona da delinquência que propugna punir.”

PORTUGAL PRECISA RECUPERAR 150000 MIL DELATORES

Outra dimensão é o próprio sistema conceptual que está por detrás.

Supostamente,

existem forças de segurança subdivididas nos seus mais variados departamentos e meios que,

teoricamente,

deveriam fazer este trabalho de recolher informação; “vigiar e monitorizar ” a existência de crimes e preveni-los.

Verifica-se que não. Verifico que terão que ser os cidadãos a fazer o trabalho das forças de segurança denunciando os hipotéticos ou reais crimes que assolam a pátria.

Afinal, para que é que existem forças de segurança? Se são os cidadãos convidados a fazer o trabalho delas?

Numa outra linha de análise, poderão espíritos sensíveis contra argumentar que ” certas percentagens de crime até desceram” em Portugal desde há 14 anos para cá.

No entanto o governo que nos garante que as percentagens de crime desceram é o mesmo governo que incentiva à criação de mecanismos como estes…visando denunciar outras certas percentagens de crime que … não desceram?

Então algo está a falhar?

Ou os objectivos passam por um outro tipo de controlo?

É um mistério…retire as conclusões quem quiser…acerca da securitização e da instituição de um Estado de segurança tentacular, mais forte controlo das pessoas, mais incentivo aos cidadãos a espiarem-se e denunciarem-se uns aos outros…

Depois existe a notícia Destak, que confirma desde a abertura, o uso massificado para a “técnica da denúncia”: 140 denuncias até Março 2008, das quais apenas 48 foram consideradas como sendo crimes.

Das duas, uma.

  1. Ou existiu um filtro muito apertado retirando da classificação de crime, uma série de denuncias;
  2. ou eram apenas denuncias feitas para “lixar o próximo” ou movidas por um qualquer pânico repentino.

Fosse qual fosse a situação isto não é bom.QUEIXAS ELECTRÓNICAS - 2

Entra-se no referido sitio e olhando para o menu do restaurante, existe uma lista de crimes e infracções que podem ser denunciadas.

Há aqui pérolas fantásticas.

Como sejam o “Roubo” ou o “Casamento de conveniência” ou os “danos contra a natureza”. Já nem esmiúço o resto…

Exemplo 1.

Sou roubado. Dirijo-me à esquadra de polícia mais próxima para participar. As pessoas tomam nota da queixa, dizem que não podem fazer nada e o assunto é arquivado daí a um ano ou dois.

Mas… agora… com a queixa electrónica isto será concerteza resolvido?!?!

Presencialmente, não é resolvido por queixa. Mas electronicamente, denunciado por um terceiro, será resolvido?

Exemplo 2.

O casamento de conveniência é brilhante.

O Estado português é que tem por obrigação, controlar isso. Suponho até que é por isso que existe registo civil de casamento, notários, bilhetes de identidade e verificações que se farão à posteriori….etc…

Aqui é dito aos cidadãos para irem dizer ao Estado, electronicamente, que outros cidadãos estão casados por conveniência. Por exemplo, imigrantes?

Ora porque é que eu hei-de arranjar chatices com terceiros denunciando-os por estarem a fazer uma ilegalidade que não me afecta a mim directamente?

Ah… tá bem, é porque devo ser um cidadão patriota… e cívico e ajudar o partido socialista no governo…

Isto são, aliás algumas das consequências da “incrivelmente mal feita política de imigração”. Incapaz a “esquerda moderna” de definir uma política de imigração com pés e cabeça, vem agora incentivar a que portugueses, presume-se, denunciem casamentos estranhos de estrangeiros ou de portugueses com estrangeiros…com o fim de arranjar a nacionalidade portuguesa ( europeia).

Era mais simples e mais barato alterar a política de imigração.

Mas depois… onde se iam arranjar ótarios para pagar a sumptuosidade da elite portuguesa através dos descontos que fazem e como se ia encharcar o mercado de trabalho com pessoas a quem é oferecido 400 euros de ordenado? Ou seja, como se conseguiria continuar a manter a política de deflação de salários?

Exemplo 3.

Outra engraçada, entre muitas outras, é a da poluição aparecer na lista das possíveis queixas electrónicas.

Todos os dias vemos inúmeros exemplos de poluição a ser feita. Basta olhar para os autocarros da Carris.

Deverei eu fazer queixa online da Carris? É uma dúvida que me atormenta…

E será essa queixa resolvida? Como? Proibindo-se autocarros de circular?

E poluição estética?

Continuando…

No espírito da administração aberta (coisa que a actual não é, antes pelo contrário) neste fantástico sitio de queixas electrónicas existe também uma zona (não, não é a zona do Stalker…) que nos manda para a legislação.

Isto é extremamente útil. A senhora Joaquina que vive em “Janelas Rombas de Cima” a quem alguém despeja 1 tonelada de lixo durante a noite no seu quintal ficará certamente agradecida por poder ir à Internet, ao Portal das queixas electrónicas, consultar o Código Penal…

Este é o estilo de pseudo administração aberta que este governo tenta incentivar…

QUEIXAS ELECTRÓNICAS - 3

Existe contudo sempre algo mais espantoso. Na imagem que se vê em cima do lado direito em cima existe “um mecanismo de camuflagem” ( esconda a sua visita) que impede que alguém perceba a nossa intenção de apresentar queixa.

Ao testar esta estrambólica página cliquei no referido subterfúgio da invisibilidade.

Fui dar ao portal do Sapo. ?!?!?!?!

Eu estava à espera de ir dar aos subterrâneos de um castelo medieval e fui dar ao portal sapo… Ok, nem sequer vou tentar perceber o estranho mecanismo retorcido que aqui está…

Mas o pior de toda esta lógica está para vir e demonstra a desonestidade destas pessoas, deste sistema, até mesmo para um leigo como eu, em informática.

Este site tem uma política de privacidade. Transcrevo uma parte, a das informações:

————-

“”” Que Informações recolhemos?

Recolhemos vários tipos de informação, dependendo de como usa o sistema.
Quando faz o registo da queixa, recolhemos o seu nome, morada, endereço electrónico, número de telefone e número de documento de identificação, entre outros.
Não é mantido qualquer histórico de apresentação de queixas.
Também poderemos recolher informação sobre a sua utilização do site para fins de análise com o objectivo de melhorar a sua experiência no site.

Exemplos da informação que poderemos recolher e analisar incluem o endereço do protocolo da Internet (IP), usado para ligar o seu computador à Internet; informação acerca do computador e da ligação, tal como o tipo e a versão do browser, o sistema operativo e a plataforma e a ligação para, através e desde o sistema, incluindo a data e a hora.”””

—————-

Chamo a atenção para o que está sublinhado. e para a conversa escorregadia que aqui está.

A azul está a conversa encriptada. Podiam dizer caso fossem minimamente sérios, que inserem cookies no computador de quem visita a página em vez desta conversa de chacha. É isso que ali está a azul.

O que significa que controlam, de facto, a identidade de quem faz a denuncia.

A parte a azul claro basicamente significa que tudo o que um computador debita para um fornecedor de acesso à Internet e respectivo servidor, é verificado/gravado por estes senhores. Data e hora.

O que permite exactamente saber-se quem e onde, foi feita a denuncia. Tendo em conta que este país é um queijo cheio de buracos, saber-se-á sempre quem foi.

Também é dito que não se mantém histórico de queixas. Por escrito, não. Electronicamente fica gravado em dados digitais (que podem ser imprimidos ou copiados). Isso é destruído? Ou não? E quem tem acesso?

Agora imagine-se o seguinte e cru exemplo: denuncia-se um casamento de conveniência de uma prostituta com um membro da máfia russa ou similar.

Alguém ingénuo e mal informado denuncia isso. Arrisca-se a acabar baleado precisamente porque, entre muitas coisas, o próprio sistema electrónico de denuncias deixa rastos demasiado visíveis para que não sejam detectados.

Isto, ao mesmo tempo, que “garantem confidencialidade na apresentação da queixa.”

Não sei se isto é pura estupidez e irresponsabilidade ou apenas sacanice…

Tenho algumas dificuldades em perceber como é que se garante confidencialidade de apresentação de uma queixa estando ao mesmo tempo a gravar IP´s de computador e restante situação descrita.

Estamos pois, perante um conceito novo: a anonimidade conhecida.