DISSIDENTE-X

Archive for the ‘FRANÇA’ Category

SARKOZY, O ANTI DEMOCRATA QUE NÂO QUER REFERENDOS AO TRATADO EUROPEU (se for eleito)

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France’s Sarkozy Rules Out EU Treaty Referendum

PARIS (Reuters) – French President Nicolas Sarkozy said on Monday that if he won re-election he would not hold a national referendum on the new European Union treaty on budget stability and economic governance.

Sarkozy, a conservative, has proposed holding regular referendums on policy if he wins a second term in a two-round presidential election in April and May, but he said it would be difficult to put the EU fiscal compact to a public vote.

“No,” he said, asked by French RTL radio if he would put the treaty to a referendum. “If we’re dealing with a treaty with 200 articles, 250 articles, I can’t see how you’d formulate a clear question.”

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Notícia da comunicação social, dia 27 de Fevereiro de 2012

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Este é o mesmo Sarkozy que gerou uma onda de cartazes anti Sarkozy , (uma vez que a maioria dos franceses está farta deste senhor) inspirados a partir do cartaz de campanha “oficial” de Sarkozy, já aqui descrito.

Como exemplos:

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Fonte

SARKOZY E A CAMPANHA ELEITORAL RIDÍCULA QUE ESTÁ A FAZER…

Nicholas Sarkozy, o medíocre e incompetente político da direita francesa mandou fazer um cartaz eleitoral; de recandidatura às próximas eleições presidenciais francesas.

Não existe nada de substantivo ou de eleitoralmente complexo na campanha publicitária de um presidente totalmente falhado e uma criatura absurda e incompetente. (nem no mandato que passou…)

Tenta-se apenas copiar a técnica da campanha de Mitterrand quando concorreu, salvo erro em 1982, com o seu famoso cartaz ” A Força tranquila”:

Os publicitários que defendem a campanha de Sarkozy já perceberam que o candidato é (foi) um idiota chapado.

Então usam o “mar” na imagem”, a par da cabeça de Sarkozy a perscrutar o horizonte para fazer crer que é um visionário que olha para o futuro… (Técnica que começou à uns 30 anos atrás a ser usada.)

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Imensa gente em França começou a fazer cartazes que gozam com Sarkozy (um pouco à semelhança do que se passou em Portugal com Santana Lopes)

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A França Livre (de Sarkozy) ou “estamos fartos dele…”

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A França “Titanic” celebrando os momentos felizes com a namorada da Alemanha antes do barco se afundar….

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A França transformada em salsicha alemã de tipo “Francforte, jogando com as palavras “France Forte” e aludindo à subserviência de Sarkosy em relação a Alemanha.

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Ou “Sarkozy, Já chega” , misturada com a imagem do afundamento do Costa concórdia. Aludindo ao comportamento do capitão do barco…

SEGURANÇA NAS ESCOLAS: PASTAS REVISTADAS EM FRANÇA OU PROTO TOTALITARISMO?

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Uma das formas de criar uma sociedade totalitária onde as pessoas aceitam ser controladas está perfeitamente explicita nesta noticia do Jornal Expresso (não é por acaso que é dado este destaque, e neste jornal a este tipo de notícia…) em que o Presidente Francês, pretende aumentar controlos nas escolas francesas.

Para fazer tal recorre a um discurso completamente totalitário, demagógico, perverso, que “entala” a esquerda política.

Esta que nunca conseguiu resolver os seus próprios problemas e concepções acerca do que deve ser uma escola e o ensino, e consequentemente “abre” espaço” político e social para que “demagogos” destes produzam um discurso totalmente vazio demagógico e consigam ter êxito na propagação da sua mensagem.

E é o que Sarkozy faz e habilmente.

JORNAL EXPRESSO - SEGURANÇA NAS ESCOLAS 1

Factos: existe uma agressão á facada feita por um aluno de 13 anos  a um professor.

Factos: isso é um caso de polícia simples.

Motivados pelo facto de existir uma opinião pública que”exige” resultados imediatos (essa mesma opinião pública vive numa sociedade cuja economia lhes exige ao trabalharem, que “obtenham resultados imediatos”) e isso leva o Presidente Sarkozy “a fazer o anúncio das novas medidas.

O que deveria preocupar as pessoas aqui é o facto de este senhor ser um mau governante.

Porquê?

Porque só “reage” e não age. Parte-se do principio que este problema ou outros semelhantes já existiam antes do acontecimento. Sarkozy, não agiu. Agora aproveitou a oportunidade e reagiu.

É melhor agir do que reagir.

E aproveitou a oportunidade para quê?

Para lançar uma série de medidas demagógicas e completamente a puxar para o totalitarismo, sob o pretexto da “segurança”. (sempre este pretexto…)

(A) os pórticos para detecção de metais. (Estilo semelhante  ao que se passa nos EUA)

(B) Multas para os pais que deixem os filhos levar armas para a escola.

Os pórticos são uma maneira simbólica de equiparar os alunos a terroristas – o mesmo que se passa em aeroportos…(há uma associação de ideias imediata…)

As multas são uma “forma fiscal ” e de intimidação para com os cidadãos. Um “panóptico” fiscal que aqui está.

Mas alguém acredita que um pai que tem um filho que leva facas para a escola e dá facadas em professores consegue controlar esse mesmo filho de forma eficaz? Já perdeu o controlo há muito tempo…

Consequentemente a multa não VAI resolver nada, excepto para os cofres do estado francês…

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Sarkozy é também esperto e usa o discurso da vitimização e das “lágrimas de crocodilo”, nesta frase:

Claro que é lamentável ter-se chegado aqui, mas como agir de outro modo num tal contexto?

E porque é que é lamentável ter-se chegado aqui? Quais as causas? E só existem estas soluções ou apenas existem estas soluções porque são estas a soluções que Sarzozy e a direita conservadora proto totalitária que se esconde por detrás dele quer aplicar?

Em seguida Sarkozy quer “dar uma facada ideológica na esquerda”,um “beijo de morte” e diz o seguinte:

“A tranquilidade dos estabelecimentos escolares é uma condição absolutamente fundamental para a igualdade de oportunidades”,…”

Fala em “tranquilidade”, uma palavra cuidadosamente usada para ser a palavra substituta da palavra “ordem” uma palavra que sempre foi “associada” à direita política e depois usa a expressão “igualdade de oportunidades”, que é uma expressão sempre usada pela esquerda política em todos os lados quando critica a direita.

O “negócio” político e social que Sarkozy está a propor aos franceses, e por interposta condição, a direita política propõe a todos os cidadãos é muito simples.

Trocar “liberdade” (tranquilidade) por ordem coerciva muito dura para “depois” ser oferecida como recompensa pela “troca” a…… “igualdade de oportunidades”.

Mas… na realidade, ambas as condições não estão em causa aqui. Ainda existe liberdade e ainda existe o principio da igualdade de oportunidades.

Caso se aceite a lógica de Sarkozy/da direita conservadora, deixa-se de ter “duas  coisas” (liberdade e igualdade de oportunidades) e passa-se só a ter a “promessa “de ter uma coisa (a igualdade de oportunidades)

No fundo o que este homem propõe é uma troca cujo resultado é zero para os cidadãos.

Como é possível aceitar um negócio em que temos “duas coisas” e passamos apenas a ter a promessa de uma coisa? Qual é o ganho aqui?

Quando o caso que despoleta esta habilidade, é apenas um caso de polícia. O aluno comete um crime, deve ser processado por isso, e posteriormente preso.

Sarkozy usa a oportunidade para “alterar” todo um sistema e torná-lo menos democrático.

JORNAL EXPRESSO - SEGURANÇA NAS ESCOLAS 2

Para reforçar mais ainda esta tentativa de instaurar uma lógica de resolução de um problema adoptando medidas totalitárias, Sarkozy usa uma técnica “norte americana”que nos tem sido enfiada pelas goelas abaixo desde sempre.

A invocação de um”perigo externo”.

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Cita-se Planeta americano, um post do Dissidente-x, á propósito do capítulo 6 desse livro, analisado nesse post.

” No capitulo 6 – A paixão pelo medo – Verdu descreve a total tesão pelo medo que os americanos têm e que é potenciada até às extremas pela imprensa. A ideia psicológica subjacente a tudo isto é a de que os EUA estão colocados numa posição de perigo; em que forças humanas ou sobrenaturais ameaçam, atacam e espiam a população. Existe um conceito muito presente ” o disaster never sleeps/ o desastre nunca dorme. Medo, supra medo, injecções de medo umas atrás das outras. Ou seja, o medo e a sua exploração são as imagens de marca daquela sociedade.”

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A técnica de Sarkozy é muito parecida com o acima descrito. Especialmente quando “invoca” um desastre escolar na Alemanha – um recente tiroteio numa escola.

O mais famoso tiroteio das escolas conhecido mundialmente foi o do liceu de Columbine, nos EUA. Sarkozy prefere falar do tiroteio alemão, uma situação em que  “forças humanas ou sobrenaturais ameaçam, atacam e espiam a população.” (para citar a partir do excerto acima)

Isto é, “alemães” os tradicionais inimigos franceses… (Pode não ser nada, mas em Columbine morreram muito mais pessoas que na Alemanha…)

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E o representante dos sindicatos diz qual é realmente o problema:

” o que se vê diariamente não são as armas, mas a má criação, os insultos e a violência ligeira. O verdadeiro trabalho é educativo, com pessoal adequado.”

Também o que se vê diariamente é isto abaixo mostrado, retirado daqui:

30 ANOS DE EVOLUÇÃO DO ENSINO

Ou seja, uma completa inversão de valores que transforma necessariamente adolescentes em pessoas insuportáveis de aturar.

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Já em Portugal, não temos Sarkozy. Temos a “esquerda” “oficial”, ” normativa”, conservadora e reverente a fazer os mesmos papeis que Sarkozy faz em França. Exemplo retirado daqui:

E de repente … gente que apregoa a sua filiação na esquerda, que enche a boca com o PS – aqui entendido como Partido Socialista – gente que apregoa a superioridade do dito Partido na luta contra a ditadura, acha que sim, que deve passar a haver câmaras e gravadores nas salas de aula, que os bons professores não se importarão por certo de ser gravados e os que se importarem serão, por definição, maus professores, incompetentes, quiçá criminosos…

Written by dissidentex

01/06/2009 at 11:15

A FRANÇA E OS DOWNLOADS

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A França aprovou uma lei que é contra o que é designado como sendo pirataria na Internet. Imagem em baixo derivada do excelente blog “Notas ao Café”.

BLOG NOTAS AO CAFÉ - DOWNLOADS EM FRANÇA

Criminoso do lado esquerdo da imagem: “estou orgulhoso de partilhar esta cela contigo,miúdo…”

Criminoso do lado direito da imagem: ” Talvez eu mude o tipo de crimes que cometo e comece a partilhar ficheiros no Pirate bay, para ser finalmente reconhecido como um verdadeiro criminoso…”

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Sobre o Pirate Bay já tínhamos falado neste post, em 16 de Fevereiro de 2009.

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Sobre este assunto as coisas dão devidamente explicadas neste post do blog Hopes and Dreams chamado “Direitos de autor, protecção económica ou liberdade de acesso” de que transcrevo uma parte:

Acabou de ser aprovada em França, pela maioria Sarkozy, uma lei que criminaliza os utilizadores de Internet que efectuem downloads ilegais, com a punição de permanecerem impossibilitados de usar o serviço durante o ano. Os utilizadores continuam a pagar o serviço sem que o possam utilizar e tudo isto é decidido num processo administrativo, sem a intervenção de um juiz.

Os fornecedores de Internet controlam os sites visitados pelos clientes e caso tenha lugar algum download, são enviados 2 avisos, após os quais o cliente é automaticamente considerado culpado. Ora isto é chamada inversão do ónus da prova, o indivíduo é imediatamente declarado culpado e ele próprio terá de provar o contrário. Democrático, não?

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Resta também ainda acrescentar que o “controle dos sites” que é feito – segundo a lógica desta lei – aos utilizadores se traduz em informação, informação essa que vale “dinheiro” e que vale poder para um qualquer Estado ou grupo de interesses económicos poderem subsequentemente ganhar dinheiro ou mais poder com isso – com a aquisição dessa mesma informação.

PORTUGAL PERIFÉRICO

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Um das coisas mais comuns que se aponta à construção europeia é a necessidade que esta ideia  gerou, de definir que a (1) “harmonia territorial” e a (2) “coesão do território” seriam alguns dos valores essenciais para o desenvolvimento europeu, a par de conceitos mais conhecidos como a  democracia, os direitos humanos,etc.

Para tal há que pensar em termos estratégico a nível da Europa, ou até de Portugal.

Como tal é necessário que os decisores políticos pensem nas forças de mudança futuras, que irão influir no espaço e na organização do espaço.

Isto porque as características de um dado território apenas mudam, de forma lenta e continuada, quando bastante tempo passou.

É pois fundamental acelerar ou planear em antecipação. Caso se consiga fazê-lo.

Uma das formas de o fazer é pensar na área de comunicação, encarando como tal nessa área, os transportes – a capacidade de mobilidade de uma dada população num dado sitio ou zona.

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A luta que existe entre decisores divide-se em duas partes:

(A) os que apoiam uma mais forte competitividade global da economia (orientação para a competitividade)

(B) os que apoiam a promoção de equidade e justiça, especialmente num nível local e regional  e  dentro da união europeia isto é ainda mais urgente para países como Portugal que são “periferia”. (orientação para a coesão)

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Para Portugal, é fundamental que seja a ideia da coesão a vingar.(Embora não resolva tudo)

O nosso interesse nacional depende disso. O nosso interesse nacional depende da aplicação de uma lógica orientada para a coesão, sem a qual não conseguiremos sobreviver.

Não temos tamanho, nem escala, para enfrentar uma lógica modelar orientada para uma extrema competitividade europeia.

Não podemos fazer isto que se mostra abaixo:

SARKOZY - GRANDE PARIS

Não temos tamanho nem poder económico para fazer isto. É uma realidade concreta, que discursos bonitos e voluntaristas não conseguem apagar.

Estamos na periferia, afastados do centro europeu.

Num mundo em que se sabe que o numero de empregos a criar – no futuro – será menor, é da natureza das coisas que uma área que faz parte do centro da Europa, os consiga atrair mais facilmente do que uma área que não faz.

É da natureza das coisas que uma área do centro da Europa – melhorada – ainda atrairá mais facilmente mais empregos do que uma periferia.

A “escala” das divergência entre regiões europeias ( o centro e as periferias) terá assim tendência em alargar-se enormemente – mais ainda do que já está.

Um país como Portugal fica “exaurido” de recursos só para pagar um TGV, um aeroporto, uma ponte, que são pequenos empreendimentos, quando comparados com este em França, mas também com outros como os jogos olímpicos de Londres de 2012 ou as constantes requalificações feitas pela Alemanha no seu território.

PRODUTO INTERNO BRUTO EUROPEU ACTUAL

Este é um mapa (não vou indicar a fonte) do produto interno bruto europeu no ano 2000. Quanto mais carregada for a cor, mais alto é o produto interno bruto da área.

Observe-se a “força” (o poder bruto) do centro da Europa (e a correspondente capacidade de atracção de empregos e recursos…)

Repare-se na periferia que dá pelo nome de Portugal.

Embora o produto interno bruto seja apenas um dos critérios de análise em relação a uma sociedade, isto prova, no entanto, como estamos a jogar um jogo, o qual nunca iremos ter hipótese de vencer.

Partimos em larga desvantagem. Nunca a recuperaremos se jogarmos o jogo pelas regras de outros.

É por isso que a França de Sarkozy pode lançar obras gigantes. Tem o seu próprio orçamento de Estado e a sua “enorme escala” e tem países mais pequenos (como Portugal) a ajudarem com contratos para construção de infraestruturas que – após terem sido feitas – continuarão a colocar Portugal numa periferia, onde já está e da qual nunca sairá.

E cito uma parte do post inaugural deste blog:

Como povo, somos vitimas de uma mistificação nacional.

Foi “decidido” internacionalmente; com a ajuda do sentimento de inferioridade, desejo de agradar, recompensas em bens materiais e prestígio, e temor reverencial dos políticos portugueses – da actual classe política – que deveria Portugal aceitar ser pobre, ser um país de “serviços”, um país de turismo, um país de mão de obra apenas qualificada para esses sectores.

HIPERMERCADOS CARREFOUR NA CHINA. E O APPESEAMENT…

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SUPERMERCADOS CARREFOUR -BBC- CONQUISTA DE MERCADO-CHINA(1) No ano de 2007, notícia BBC, os hipermercados Carrefour, tiveram problemas na China. Sendo o segundo maior retalhista mundial, apenas atrás da norte americana Wall Mart, a administração do Carrefour está desejosa de encurtar a distancia para a líder. Para tal, lançaram-se, no mais absoluto neo liberalismo económico e com a maior agressividade comercial possível, sem regras de qualquer tipo.

Foram para a China.

A agressividade deles é notória, para conquistar quota de mercado na China que antecipam vir a ser o maior mercado mundial de retalho e que tem taxas de crescimento de consumo, entre 20 a 30% ao ano.

Suponho que, estrategicamente, os Chineses estarão, de algum modo, a bloquear americanos e/ou outros, para darem uma pequena vantagem ao Carrefour. Suponho.

Neste momento o Carrefour ja vai nos 100 hipermercados abertos an China. Em portugal até há pouco tempo tinham 12 Hipermercados abertos, que venderam ao Modelo- Continente. Uma das razões também se prende com a necessidade de arranjar dinheiro e financiar a expansão em mercados com estas taxas de crescimento, e potencial, enquanto que, um mercado pequeno, periférico, e saturado como o mercado português, por exemplo, não tem interesse ou é negligenciável.

Para se expandirem a esta velocidade, começaram a subornar,assim o entenderam as autoridades chinesas. Ou começaram a subornar ou foram convidados a subornar pelos altos dirigentes do partido, que, quando lhes conviesse dariam a ordem para “entalar o Carrefour” e deixar sair as notícias de que esta organização estaria sob investigação/suspeita. Apesar disso o Carrefour continua a abrir supermercados…

Em 2007, o Carrefour foi analisado pelas autoridades chinesas por suspeitas de corrupção.

SUPERMERCADOS CARREFOUR- 3 MORREM EM CORRIDA AOS SALDOS(2) Para se dar uma ideia do aumento de consumo na China, e no grau de loucura misturado com o capitalismo desenfreado, misturado ainda com o relativismo pela vida humana que acontece na China – o novo campeão dos direitos humanos designado como tal – volta-se de novo às notícias da BBC.

No dia 10 de Novembro de 2007, saiu a notícia que 3 pessoas morreram, devido a uma “corrida às promoções” num dos hipermercados Carrefour. Parece que havia óleo alimentar para cozinhar em promoção.

Nada disto perturba ninguém… suponho até que existirão defensores por aí a dizer que isto é uma situação perfeitamente normal e que até se deveria evoluir para a mesma em Portugal…alterar o código do trabalho, etc…

No entanto e como as ironias das coisas são o que são, o Carrefour continua a ser o que é e continua a fazer asneiras e a sentir na pele o que é o relativismo e a falta de princípios a fazer-se negócios. Bem como, a demonstrar como o appeseament político e económico em relação à China tem preços a pagar elevados.

Por todos nós, e não só por estas empresas e os seus accionistas gananciosos…

Isto porquê?

Morreram 3 pessoas no Carrefour de Chongking ( China), numa venda de óleo alimentar em saldo.

(3) Porque, recentemente existiram boicotes à passagem da chama olímpica por Paris, capital da França. Isto relacionado com as recentes repressões sangrentas da revolta tibetana. (A) Manifestantes chineses muito chateados pelo facto da chama olímpica e o seu trajecto terem sido recentemente boicotados na viagem até à China, começaram a protestar contra esse facto.

Escolheram o Carrefour para o fazer – um símbolo conveniente. Embora, analisando de outro modo, o Carrefour merece-o porque é uma empresa, como se comporta, absolutamente detestável, ao nível das patifarias que a wall Mart e outras do mesmo estilo faz.

CHINA- ARTISTAS CHINESES PROTESTAM COM A FRANÇAE é assim que temos uma manifestação e protestos corporizados no Carrefour ( a empresa merece-o), mas onde se está a jogar já um outro jogo, que é o jogo da acusação (B) dos meios de comunicação ocidentais serem parciais na cobertura dos acontecimentos; de (C) o Ocidente estar por detrás do separatismo tibetano.

Outras reacções incorporam o facto de artistas Chineses cancelarem uma exposição em França, como forma de protesto, pela maneira como a chama olímpica teria sido não dignificada na sua passagem por Paris.

Sem dúvida porque as autoridades chinesas estariam à espera que em países apesar de tudo democráticos, se mandasse o exército disparar contra manifestantes como se faz na China, ou outra coisa de tipo semelhante…

Isto representa a cedência ao appeseament desta feita, feito à China e ao seu comportamento.

A “atitude” que os dois artistas chineses – na notícia acima – demonstram; é de uma incomparável arrogância perante o facto de existirem franceses que dão o seu apoio ao boicote contra os Jogos Olímpicos. Tal deveria deixar as pessoas a pensar.

Especialmente pelo que deixa mostrar da parte chinesa e da”mentalidade média” da mesma. Que é a ideia de que acham que não existem quaisquer limites ao que quer que façam.

Isto também representa outro problema. O de estarmos todos a deixar que estas empresas de vampiros como o Carrefour, sejam, na prática, quem está a “representar” o Ocidente em termos de política externa.

A imagem que transmitem para fora é aquela que é.

A China está a usar os Jogos Olímpicos e a sua economia em crescimento gigante, bem como algumas empresas europeias, para fazer intimidação; tentando evitar que a Europa os pressione, sobre a repressão no Tibete, e que a Europa tome a decisão de boicotar os Jogos Olímpicos. Ameaçando nas entrelinhas que as principais empresas europeias perderão “negócios” na China.

(4) A China serve-se também do “conteúdo” que foi escrito neste artigo sobre China, Jogos Olímpicos, Tibete de alguns dias atrás:

MULTINACIONAIS CHINESAS E DE PAÍSES EMERGENTES

A China está a usar o crescente peso das suas empresas e do seu comércio/produção de serviços/produtos para intimidar Geoestrategicamente os blocos económicos- políticos que a contrariem naquilo que a China julga ser os seus direitos naturais – perante a complacência e o appeasemet da Europa(e dos EUA…). Dito de outra forma, das empresas europeias e dos seus accionistas gananciosos… e de vistas curtas…

(5) Quanto ao Carrefour e ao facto de serem umas “peças” do pior que há, o assunto já tinha sido aqui tratado no Dissidente-x uma vez.

CARREFOUR- EGIPTO

À propósito o Rally Paris Dakar e dos caso dos cartoons dinamarqueses.

Relativamente ao caso dos cartoons dinamarqueses, na altura o Carrefour, meteu “contra cartazes” nos hipermercados que tem no Egipto pedindo desculpa pela publicação de cartoons feitos por dinamarqueses.

É uma empresa “5 estrelas” esta…

O Carrefour constitui dos piores exemplos do capitalismo predatório mundial e da total falta de valores e princípios da sua administração cedendo de forma cobarde; sem sequer ter que justificar algo que não lhe dizia directamente respeito; ao appeasement.

INTERNAUTAS CHINESES -NACIONALISMO(6) Tendo-se ainda mais razões para desconfiar da China e das suas intenções está a prova nesta notícia de hoje,dia 21 de Abril de 2008- Jornal Destak.

Um ataque concertado, fazendo-se valer do número de utilizadores de Internet, despoletam o pior do pior. Uma campanha de orgulho nacionalista ferido (pseudo ferido) relativamente a este assunto.

A imprensa estrangeira é criticada por estar a veicular notícias falsas, os protestos durante a passagem da chama Olímpica são criticados e já existem à venda T-shirts com os dizeres ” Eu amo o Tibete, mas odeio o Dalai Lama” e “I do not love CNN”/não amo a CNN.

Goste-se ou não se goste de budismo ou do Dalai lama, isto é preocupante a vários níveis. Os cidadãos chineses, e os que aderem à Internet, apesar de tudo, são mais instruidos, sabem – mesmo na China – que existe censura.

Ora, se os cidadãos chineses sabem que existe censura, também deveriam, por maioria de razão, raciocinar e perceber que, se calhar, o seu governo lhes estará a mentir ou pelo menos a deformar de alguma maneira, a apresentação da realidade.

Como tal, deveriam desconfiar do que lhes é dado. Mas não. Antes pelo contrário, estão a reagir exactamente contra os supostos interesses ocidentais que estarão a manipular o que se passa e passou no Tibete, ofendendo a “China”.

Isto demonstra um sentimento nacionalista perigoso, agressivo, xenófobo, e anti estrangeiros, mas pior, representa a ideia de que não sentem qualquer tipo de restrições nem de que “outros” fiquem incomodados com atitudes chinesas.

Este assunto era facilmente enfrentado com um boicote aos Jogos Olímpicos. Não só por causa do Tibete, mas também. Em vez disso, contemporiza-se.

É necessário que accionistas ganhem dinheiro. É necessário que a organização da economia mundial gere desempregados na Europa e na América, por causa da China. Quando for necessário enfrentar a China serão os accionistas a fazê-lo ou os cidadãos desempregados?

TONY BLAIR.3.

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Continuação do artigo Tony Blair 1. e 2.

Hoje: Parte 3/3

No primeiro artigo falou-se de:

  1. Introdução feita com base num ensaio critico da Revista Marianne, nº 467 -Abril de 2006.
  2. Ponto 1 descritivo do livro de Phillipe Auclair sobre a visão conservadora de Tatcher e em que isso estava relacionado com o Blairismo.
  3. A ilusão do Blairismo e as comparações com a França, no ponto 2.
  4. O desemprego, os funcionários, públicos e a manipulação de estatísticas, no ponto 3.

No segundo artigo falou-se de:

  1. Análise feita por outros a Tony Blair e ao “perfume Blairista”- ponto 4.
  2. Na contabilidade pública criativa de Blair e Gordon Brown e de como as contas públicas inglesas são uma completa fraude – ponto 5.
  3. De notas laterais exemplificativas relativamente ao que se fez em Portugal
  4. De como as empresas privadas portuguesas e os interesses privados neo liberais estão à espreita.

PONTO 6.
Matemática e contas a esta trapalhada blairista toda.

Com todos estes malabarismos a Revista Marianne faz as contas a extensão da divida britânica:”644 + 1000 + 145 +30 =1819 milliards d´éuros”.

O correspondente ainda se diverte a gozar (a França é um paradigma de sabedoria em face destes resultados…) com os “declinológos franceses”.
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Nota lateral 1:
Os “declinológos” franceses são uma espécie intelectual que proclama que a França está a beira do desastre e que os franceses irão todos arder no inferno, porque a França tem uma divida publica de “1180 milliards de euros”.

Para se ter uma noção do que é um declinológo português que tem ganho muito dinheiro usufruindo dessa condição e do facto de ser membro da Opus Dei é favor ir até AQUI.
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A Grã-Bretanha, o novo paraíso de esquerda neoliberal na terra (e no mar e no ar, e na galáxia…) tem (tinha em 2006) uma divida de “1819 milliards de euros”.

Resta acrescentar que as estatísticas apresentadas pela revista e seu correspondente, são oficiais; do governo inglês e respectivas instituições que ainda por cima, as subvaloriza, e as martela a seu belo prazer. O correspondente menciona a consultora “watson wyatt.”para justificar dados e cita um estudo desta, recente( em 2006).

Os 30 milhões da conta em cima são (eram em 2006) o passivo da “network rail” a companhia de gestão privada dos caminhos-de-ferro, e os 145 milhões lá em cima são das famosas parcerias publico privadas entre o Estado inglês e os glutões privados.

Os 644 “milliards “são a divida oficial” (a que aparece nas contas, de forma visível); e os “1000 milliards” são os que não aparecem à vista, mas são divida à mesma.
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É o mesmo tipo de pulhice que se pretende fazer (já se faz) em Portugal na área da saúde, com as PP- parcerias Público-Privadas…nos hospitais…
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O LEGADO DE TONY BLAIR- THE TIMES

Comentando as contas Blairistas escreve o correspondente:
“Le Royaume uni vit dans un sorte d´amnésie du presente, qui peut passer pour de l´optimisme, mais ne est lé plus souvent qué une manifestation d´ignorance.
Tradução a martelo: ” O Reino Unido vive numa espécie de amnésia do presente, que pode passar por ser optimismo, mas que nada mais é do que uma manifestação de ignorância…

PONTO 7.

Ainda sobre o desemprego e forma como este é contabilizado e outras estatísticas:
Mais estatísticas aterrorizadoras: em Janeiro de 2006 existiam em Inglaterra 1.530.000 desempregados.
E também existiam 2.7 milhões de desempregados “não desempregados”.
Os tais que não entram nas estatísticas.
Não entram porque tem um certificado médico (fabricado administrativamente) a dizer que não são desempregados mas sim doentes ou incapazes de trabalhar. Em 1981 o número dos incapazes de trabalhar era de 600 mil.
Comparação em relação a dois países da Europa e vou citar:” au total, 2.7 millions de malades …en proportion deux fois et demie plus qu´en alemagne; quatre fois plus qu´en italie.
Tradução a martelo: no total, 2.7 milhões de doentes, em proporção duas vezes e meia mais que na Alemanha; quatro vezes mais que na Itália.
O correspondente nota que o “número de “malades” impossibilitados de trabalhar por certidão médica administrativa (fabricada) é maior nas zonas onde existiu desindustrialização e onde esta foi mais brutal. Bacias mineiras do País de Gales, Glasgow, arredores de Liverpool.
O correspondente faz as contas = 1.130 (milhões) malades e handicapés + 1530 (milhões) desempregados identificados como tal = 2660 000 (milhões) de desempregados.
Percentagem: 8.8 por cento de desempregados de população em idade de trabalhar.

O Eldorado neoliberal socialista de esquerda moderna, o refulgente altar para onde a esquerda portuguesa olha embevecida e com luxúria não conta com menos desempregados que outros países em situação semelhante de suposto declínio.
Foram é transferidos para uma categoria economicamente e socialmente mais aceitável.
O número de pessoas desempregadas, dos 25 anos aos 54 anos – idade de trabalho, em Inglaterra é de 8,6 %.
A média dos outros países da união europeia é (era) de 7.8 %, e DEPOIS do seu alargamento a 25 países, NÃO a 15 países.
Nunca o número de inactivos do sexo masculino foi tão elevado na Inglaterra desde 1971.
Brilhantes resultados da esquerda blairista…
Citação de um analista da Bloomberg ( uma casa de análise financeira norte americana, cujo proprietário é o actual Presidente da câmara de Nova York) ), transcrito na Marianne – Mathew Lymn ao propósito do desemprego: (le chômage) … est affaire de sémantique. Tradução: “O desemprego é uma questão de semântica…”
Mais: comparações com percentagens de riqueza:

  1. 1986 – Tatcher: 1 % da população detia 18% da riqueza.
  2. 2002 – Blair – ultimo ano estatístico publicado – 1% detinha 23% da riqueza.

Em percentagens de aquisição de casas: passa-se a mesma tendência.
25 00 Mortos de frio por ano.
Uma criança em 5 (20%) come menos de 3 refeições por dia.
O correspondente questiona, a propósito de um discurso de Blair em 1999 onde afirmava umas coisas bonitas acerca da erradicação da pobreza numa geração; a quantos anos corresponde uma geração para o primeiro-ministro inglês…
Mais: seis milhões que não têm roupa conveniente para se aquecerem no Inverno.
Dois milhões que não têm aquecimento no Inverno.
Também existem comparações com os ordenados de gestores: que desde 1993 não cessaram de subir astronomicamente mais os “fringe benefits”.
Dá um exemplo fantástico de um gestor do grupo PDG arcádia – gigante da distribuição inglesa que se atribuiu a si mesmo um dividendo de “1.75 milliard de éuros en octobre 2005”, mas o rendimento de exploração da companhia não representava senão um terço desse mesmo valor… e sobre o qual o tesouro britânico não cobrou nada.
O Sr. Phillip Green (ex-Ceo) tomou a precaução de fazer proprietário do grupo a sua esposa que tem o estatuto de residente monegasca, logo escapou ao imposto sobre o rendimento…

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Entrada wikipédia sobre Green:

“A UK resident, Green is based in the week at a London hotel, while his South African wife Christina is a Monaco resident with their children Chloe and Brandon, in a multi-million pound apartment.[3]”…

Tax avoidance

Despite being a prominent figure in UK retail and business, Philip Green has chosen to avoid paying tax in the UK. It is estimated that he and his family saved £300m in 2004-2005 by living partly in Monaco, where residents do not have to pay income tax.[10]

Worker rights

Arcadia has made almost no effort to make or demonstrate progress on paying many workers, both overseas and in the United Kingdom, more than a derisory wage and allowing them basic worker rights

Penso que é desnecessário traduzir.
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Escolas: 13 por cento dos adolescentes britânicos até aos 16 anos abandona a escola, 40% até aos 18 anos. Com blair o número subiu mais 2.7% para quem abandonou o sistema de ensino.

A maior parte das pessoas de 18 anos tem um nível inferior escolar ao que é a norma para quem tem 11 anos. Este défice de saber é acentuado com a idade.
PONTO 8.

A privatização das escolas ao serviço das empresas.

O correspondente também explica o “esquema” que o habilidoso senhor Mike Tomlinson – o chefe das escolas – engendrou.
Propõe que, a todos os estabelecimentos do ensino secundário, deveria ser oferecida a possibilidade de se tornarem “independentes ” e saírem do sistema oficial de ensino.
Para lá disso seriam “os directores” (os novos) que teriam o orçamento ao seus dispor (sem constrangimentos) para gerir estes estabelecimentos como quisessem e estes poderiam fazer a escala de salários dos professores e restante pessoal consoante a produtividade e a qualidade.
Sem que se saiba qual seria a efectiva qualidade a avaliar.

A jogada seria complementada com a escolha de alunos em função da sua “especialização” ou seja, na prática, de acordo com os fornecedores privados que tomariam conta destas escolas independentes, ou seja de acordo com as ideias de empresas privadas e não de acordo com um modelo geral de ensino.

Traduzindo: seriam as grandes empresas a gerir o ensino, mas não como escolas e empresas de educação, mas sim como futuros recipientes de fornecimento de mão-de-obra barata e somente com especializações próprias para essas mesmas empresas.

Seria por exemplo a Sonae lá do sítio a gerir escolas ou o Banco Espírito Santo ou a Portugal Telecom a gerirem escolas mas de acordo com as especificações requeridas somente por estas empresas.
Penso que se percebe a fraude totalitária que aqui está…
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Adenda: verificar ainda este artigo do Ricardo Alves, no blog esquerda republicana acerca de mais uma estupidez intensa do blairismo: a criação de escolas confessionais.

Escolas só frequentadas por hindus, ou só por muçulmanos, ou só por cristãos e de como isso gera fundamentalismo disfarçado de liberdade de ensino.

BLAIR CARTOON

Written by dissidentex

03/04/2008 at 12:32

TONY BLAIR.2.

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Continuação do artigo Tony Blair 1.

Hoje: Parte 2/3

No primeiro artigo falou-se de:

  1. Introdução feita com base num ensaio critico da Revista Marianne, nº 467 -Abril de 2006.
  2. Ponto 1 descritivo do livro de Phillipe Auclair sobre a visão conservadora de Tatcher e em que isso estava relacionado com o Blairismo.
  3. A ilusão do Blairismo e as comparações com a França, no ponto 2.
  4. O desemprego, os funcionários, públicos e a manipulação de estatísticas, no ponto 3.

PONTO 4.

Analise feita por outros a Blair no artigo.

O correspondente da Marianne serve-se de uma citação do filósofo Jamie White (Creio que um neo con, atenção…) – transcrição: «cês mots n´ont aucune signification. Ou, à tout le moins, pas de signification assez claire pour communiquer une information.Mais ils ont un parfum.
Tradução a martelo: “As suas palavras não têm nenhum significado.
Ou, de todas as formas, nenhum significado que seja claro para comunicar uma informação. Mas tem um perfume…”

O correspondente dá 3 exemplos de 3 palavras com “perfume Blairista”. (Em Portugal isto chamou-se, em tempos, «Deus, pátria, família»).

  1. «objectivos»,
  2. «progresso»,
  3. «modernização».

MAGOCRATAS

Também Gordon brown é descascado: “Blair et Brown, ou Luis Xiii et Richelieu, chacun entouré de sa coeur, de ses Pére joseph ,dês ses ou dês hommes du Cardinal.”
Tradução a martelo: Blair e Brown, Luis 13 e Richelieu, cada um rodeado da sua corte, dos seus “Pai Joseph”, dos seus mosqueteiros do Rei ou dos homens do Cardeal.

O correspondente da Marianne explica o porquê desta aura.

O (1) excedente orçamental deixado pelos conservadores em 1997 (quando saíram do poder) conjugado com (2) a venda das licenças aos operadores de telemóveis 3G em 2000 (mais “36,2 milliards d`éuros au trésor publique en 2002”) deixaram o blairismo com toneladas de dinheiro suficiente para implementar o seu projecto.

A tudo isto juntou-se uma (3) forte taxa de crescimento (motivado pela saída dos conservadores do poder e (4) pelo efeito psicológico que isso gerou na economia e sociedade) mais a (5) introdução de “stealth taxes (impostos ocultos) aceites sem grande protesto por uma opinião pública que (6) gozava, inebriada, a prosperidade momentânea.

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( Qualquer semelhança com Portugal é outra coincidência; nos anos do Guterrismo, por exemplo, onde isto se passou mediante injecções massivas de consumo e de favorecimento ao consumo no sistema económico, que os bancos comerciais muito agradeceram… (1)(3)(4)(6))

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( nos tempos actuais, com a eliminação de benefícios em certificados de aforro, por exemplo, ou aumentos da Contribuição autárquica mesmo mudando-lhe o nome para “IMI” (imposto municipal sobre imóveis) formas disfarçadas de Impostos ocultos/ Stealth taxes…(5))

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A opinião pública, por via dessa prosperidade ocasional não se rebelou contra os “stealth taxes”. Tudo isto permitiu a Gordon Brown cumprir a sua regra de ouro pessoal de não exceder a divida publica 40% do PIB…).

A surpresa surge, como nota o correspondente, para aqueles que pensam que a Grã-Bretanha seria um pais neoliberal em sentido estrito do termo: demonstra que entre 1997 e 2002, a maioria dos países europeus (os tais que não valem nada e a Grã-Bretanha é que é boa), reduziram – de facto – a sua carga fiscal.

Na Inglaterra essa mesma carga fiscal subiu 1,6%. Tudo isto apoiado, e também suportado, na pratica, por mais admissões de funcionários públicos.

Bem como, por um aumento colossal do défice do orçamento” zero” em 1998, – “ 15 millards d`éuros fin de 2002, trois fois plus un an plus tard”.”

Isto apesar da “mêlange tout personnel d`optimisme …… Dans ses discours de présentation du budget aux communes – de Gordon Brown… Mistura muito pessoal de optimismo durante o discurso de apresentação do orçamento na câmara dos comuns.

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(Qualquer semelhança com as apresentações do orçamento português, por exemplo, nos últimos 3 anos é coincidência – basta dizer que o último orçamento é feito com cálculos de compra de petróleo a 70 dólares o barril, quando este é efectivamente comprado a mais de 100 dólares o barril… preço de 100 dólares que vai manter-se…ou até ter tendência a subir…(2)(4))

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Tudo isto – re-acrescento – porque Gordon Brown estabeleceu uma regra pessoal que consistia em que o défice do tesouro inglês não excedesse 40% do PIB – ou seja o endividamento do estado não excederia este valor. Mas o valor é – 3 vezes maior após 2002 – ou seja “45 miliiards d`éuros, contra 15 milliards d`éuros fin de 2002, trois fois pluns un an plus tard”…

Ou seja, segundo a lógica das contas da Marianne: 120% do PIB, não 40%.

PONTO 5.

“Martelar” as contas públicas. A contabilidade pública criativa.

No artigo critico da Marianne demonstra-se que, como táctica governativa, existiu sub estimação de receitas e despesas feita pelo então chanceler do tesouro – o Sr. Gordon Brown (actual PM inglês).

Este, desde 2001, subvalorizou sempre a quantidade de dinheiro necessária para pôr de lado visando chegar ao tal valor de 40% do PIB ( conforme explicado no primeiro post) e para manter as receitas e despesas dentro daqueles valores.

O correspondente conclui que nenhuma grande nação industrializada se aproxima deste valor sequer (Não se aproxima porque não “usou” este esquema…).

Cita-se: “… la france, par example, qui accusait un endettement de 1167 miliards déuros en octobre 2005, s`ést donné pour objectif de descendre en dessous de 60% du pib d`íci à 2010”.
Tradução a martelo: “A França, por exemplo, que tem um endividamento de 1167 mil milhões de euros em Outubro de 2005, tem como objectivo fazer descer este valor para menos de 60% do PIB desde hoje até 2010…”

O correspondente da Marianne conclui que toda a Europa pode invejar o Reino Unido (ironia) e gostaria de trocar de lugar, mas essa aparência de prosperidade não se deve às suas finanças públicas embora o pareça.
Isto porque o Sr. Gordon Brown, com o assentimento do gabinete nacional de estatísticas inglês, criou uma maneira de fazer o truque de prestidigitação.

Como? Alterando a maneira de fazer estatísticas para que, de forma efectiva, não fosse possível calcular quantos funcionários públicos teriam entrado no sistema.

Contudo, devido a estas manobras todas de criatividade contabilística, e ao crescimento de funcionários públicos desde 1997 até 2005 isto custa os olhos da cara ao Tesouro inglês, embora esteja “disfarçado”.

Pergunta-se, então, de onde virá o dinheiro para cobrir esta diferença em falta?
Simples.
Das pensões a serem pagas a quem se retirar/reformar do mercado de emprego – ou seja o equivalente a uma descapitalização da segurança social.

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Como a que se pretende efectuar em Portugal, ao sugerir , embora usando outras duas técnicas, que (1) existam pessoas que deixem de descontar para a segurança social pública, ou (2) pretendendo indexar o dinheiro da segurança social a fundos de pensões cotados em bolsa para … “gerar mais receitas… e “profissionalizar a gestão…”

Ninguém diz de onde virá o dinheiro (para quem ficar por não ter alternativas) se existirem massivas saídas do sistema por parte de contribuintes, ou se um fundo de pensões explodir numa bancarrota bolsista…

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Ou seja, o Sr. G. brown “…Est Celui de l`argent que devra prouver l`ètat por prouver lês retraites dês functionaires…” … et que on´a« oublié» de mettre de cotée.
Tradução: Ou seja, o sr Brown “esqueceu-se” de pôr de lado o dinheiro para “repor” esta orgia financeira e descapitalizou as receitas/descontos dos futuros(e antigos) pensionistas e pôs em risco o pagamento de reformas.
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Nota lateral 1:

É um processo em tudo semelhante a, por exemplo, um banco privado (Millenium BCP) comprometer-se a criar um fundo de pensões dos seus funcionários. Após vários anos satisfeito com o fundo, (porque o que tinha de descontar (por de lado) para ele era menor do que os encargos com pensões que tinha com ele) decide não pôr de lado o dinheiro para o prover.
Quando, de repente descobre que existe uma falta enorme, ( devido à política de correr para fora do banco com empregados de idade superior a 45 anos ) e que isso baixará as futuras remunerações dos seus accionistas, propõe ao Estado Português que os seus funcionários passem a “descontar para segurança social pública”, em vez de o fazerem para o “Fundo de pensões do Millenium BCP”.
FUNDOS DE PENSÕES MILLENIUM BCP DESCAPITALIZADOS
Dessa forma, o banco comercial deixa de ter de pagar e de repor valores para o seu fundo de pensões dos seus empregados.
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Como aliás estava explicado numa noticia do jornal Público de 10 de Novembro de 2005, assinada pela Jornalista Cristina Ferreira onde o BCP propunha ao Estado que a segurança social absorvesse o fundo de pensões do BCP e dos seus 4 mil trabalhadores. ( isto é, sustentasse o deficit que o banco não proveu a tempo…)

Embora tenha o texto da mesma completo, não a encontrei online, mas encontrei outras duas que explicam a coisa: como se pode perceber AQUI e AQUI.
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Written by dissidentex

02/04/2008 at 10:55